Regente escrita por Jessy F


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite provincianas, esse capítulo está um pouquinho longo, e mil perdões pelos erros de português e as palavras repetidas. É que eu escrevi pelo celular, mas espero que gostem. Abraços e boa leitura.
Roit.



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Olhar para Aleksei me fez sentir um tremor nas pernas, o meu coração quase saiu pela boca. O máximo que eu consegui fazer foi sussurrar o nome dele.

–Aleksei.

–Sim, sou eu. – Ele disse sorrindo enquanto andava na minha direção. Seus cabelos loiros estavam maiores e uma barba crescia no seu rosto. Minhas mãos subiram automaticamente para o rosto dele e o contato da palma da minha mão com os pelos que cresciam em seu rosto me fizeram sorrir. – Senti falta de você minha querida.

–Eu também senti a sua.

–Que bom isso me parece um bom sinal apesar de saudade não ser uma das coisas mais gostosas de sentir.

–Concordo com você. – Coloquei as mãos na cintura dele. – Não é bom sentir saudade.

Dês do dia do casamento a distância entre mim e Aleksei diminuía cada vez mais. Enquanto eu estava no trem indo para as províncias aprendi a usar um comunicador, uma espécie de controle remoto que quando apertávamos em um botão o holograma de Aleksei aparecia perto de mim e parecia que estávamos frente a frente conversando, mas tecnologia nenhuma substituía o cheiro, o toque e a voz dele.

As mãos dele seguraram o meu rosto e seus lábios tocaram os meus. Fechei os olhos para sentir a sensação do corpo dele perto do meu. Seu beijo era doce e valente, suas mãos eram carinhosas e dominadoras. Aleksei era um paradoxo. Enquanto era carinhoso comigo era impiedoso com outros e a mesma boca que beijava a minha testa era a mesma que dava sentenças de morte para traidores.

–Teremos que passar a noite na província dois. – Ele disse pondo a testa na minha.

–Por quê?

–Estou cansado para viajar toda a Scident agora. Tudo bem por você?

Fiz um gesto de positivo com a cabeça.

–Onde ficaremos?

–Na casa do príncipe germânico. - Acredito que como um cameleão eu teria ficado de todas as cores possíveis. Uma das pessoas que eu mais queria evitar era a família real germânica. Alina talvez fosse à única pessoa que ficaria feliz com a notícia. – Parece um pouco pálida.

–É que nunca me dei muito bem com a filha do príncipe. – deu um sorriso tímido. – Digamos que eu tinha alguns desafetos com ela e o grupo todo.

Ele sorriu.

–Alguns desafetos?

–Sim, mas é uma longa história que nem vale a pena contar. – Coloquei os cabelos para trás. - Principalmente agora.

–Vai ficar tudo bem. –Ele chegou perto do meu ouvido. – Você é a rainha agora. - Ele deu uma piscadinha. – Ela vai ter que te engolir.

–Parece a Alina falando.

Rimos.

–Talvez querida, mas você tem que aprender a se defender, não apenas com as mãos mais com a mente. Você não é inferior a ninguém e muito menos deve se deixar intimidar, você é forte.

–Acho que eu sou.

Ele pegou na minha mão e quando dei por mim já estávamos saindo da casa. Uma multidão estava do lado de fora, mas uma barreira feita por guardas reais abriram um caminho a qual eu, Aleksei, Phill e Alina poderíamos atravessar a praça principal e chegar à casa do príncipe. Nunca esquecerei aquela fachada. Foi naquele lugar que a mãe de Melanie havia jogado moedas pela janela como pagamento pelo perfume que minha mãe havia feito para ela. Também foram naquela calçada de concreto que o príncipe Eric me ofereceu doces para que eu fizesse a atividade de casa de Melanie.

–Você é a rainha agora. – Aleksei sussurrou no meu ouvido e deu um beijo no meu rosto ao nos aproximar da porta da casa de Eric.

A casa de três andares que um dia foi branco agora era vermelha e possuía muitas flores no jardim. Eric tinha alguns fios grisalhos em seu cabelo e Melanie parecia ter engordado alguns quilos. Sua mão estava com o que mais parecia uma peruca azul e um vestido listrado com as cores vermelha e azul.

Aleksei deu um sorriso cordial e eu também. Olhei para trás e vi que Alina estava se segurando para não gargalhar. Ela deveria estar se divertindo, a sua sede de vingança estava sendo saciada.

–Por favor, entrem. – Eric disse sorrindo.

A casa do príncipe estava toda decorada com as bandeiras da P1 e a mesa estava farta. Nunca vi uma mesa tão diversificada como aquele, nem o jantar real servido no palácio tinha tanta comida. Meu estômago começou a girar como forma de protesto. Era muita comida, muitos cheiros diferentes. Desviei o olhar da mesa e olhei para Melanie. Ela estava séria e estava vestida toda de preto, mas seus cabelos estavam devidamente azuis como os da mãe.

–Obrigado por nos receber aqui. – Aleksei pronunciava as palavras com um diplomático e cordial. O rei de Scindet era totalmente diferente do Aleksei que eu conhecia.

–O prazer é todo vossa majestade. Será uma honra hospeda-los aqui.

–Obrigado. - Ele virou e fez um sinal para que Alina e Phill se aproximassem. – Eles estão comigo, tem lugar para eles?

–Acho que tem. – A esposa de Eric disse sorrindo. Era uma felicidade interesseira que transbordava pelas palavras educadas dela.

–Espero que tenham certeza, ou infelizmente irei me hospedar na casa de alguém que possa acomodar todos nós com o máximo de conforto possível. – Aleksei passou a mão nos cabelos. – Ou ficamos os quatro ou nenhum de nós.

–Com certeza temos, a Victoria irá providenciar, pode ficar tranquilo. – Ele disse olhando para a esposa.

–Irei providenciar tudo. – Ela disse tocando no braço de Alina. – Querem conhecer as acomodações?

–Sim, por favor. – Phill respondeu sério.

–Melanie minha querida, mostre o quarto de hospedes para o rei e o seu quarto para esse casal lindo. – Victoria apontou para Alina e Phill.

Sorri. Alina e Phill agora receberam o titulo de casal lindo e pelo que entendi eles ficariam em um quarto juntos. Minhas intuições diziam que a noite seria proveitosa para eles se conhecerem. Melanie subiu sem falar uma palavra, abriu a boca apenas quando chegamos ao fim do corredor.

–Aqui é o quarto da vossa majestade. – Ela disse com um sorriso falso nos lábios. – Podem ficar a vontade.

–Obrigado.

Entramos no quarto e logo atrás de nós uma mulher com roupas brancas entrou com duas malas no quarto e depois saiu fechando a porta. Olhei para as malas e depois para Aleksei. Ele tinha um sorriso divertido nos lábios.

–Monique providenciou roupas confortáveis para você, ela disse que não estava a sua altura, mas que a deixariam bonita e confortável mesmo assim.

–Obrigada. – sorri. – Ela é muito gentil comigo.

–E você com todos.

Nós abraçamos e logo fui me sentar na cama. Ela era confortável e ocupava metade do quarto. A outra parte era ocupada por uma TV que ficava sobre uma prateleira e por um closet de vidro. Sem janelas e sem pinturas. Era um ambiente morto e artificial como toda aquela família. Mesmo sem os confortos aparentes, a casa que era da minha mãe parecia um pouco mais aconchegante do que aqui.

Tirei os sapatos e comecei a massagear meus pés enquanto olhava Aleksei mexendo na sua mala cor de bronze. Ele tirou uma espécie de nécessaire e um roupão da sua bagagem e seguiu para uma porta de vidro que deslizou automaticamente por um trilho.

–Vou preparar o banho. – Ele disse olhando para dentro do banheiro. – Aqui tem banheira.

Sorri e fiz que sim com a cabeça. Andei descalça pelo carpete de cor verde e abri a mala cor ouro rose e depois sentei no chão. Monique tinha colocado meus objetos pessoais em uma pequena caixa metálica e algumas joias em um pequeno bolso no bolso da mala. Havia casacos, calças, vestidos, blusas, camisetas, lingeries comportadas e outras nem tanto, duas camisolas que combinavam com um sobretudo e um roupão. Mais no fundo tinham uma bota, um sapato baixo, botas, duas capas, um lenço e um par de luvas. Em um bolso próximo do compartimento onde estavam as joias tinha um óculos de sol e uma liga de cabelo.

Peguei a liga e fiz um coque prendendo todo aquele cabelo liso e passei a mão no rosto e depois peguei o roupão, um lingerie e um vestido cinza. Era a opção mais confortável e pratica no momento. Ouvi Aleksei me chamando então corri para o banheiro. Era a primeira vez que faríamos algo tão intimo. Não havíamos passado de beijos e como sempre, as pontas dos meus dedos começaram a ficar frios. Aleksei estava de roupão e colocava a sua roupa sobre a pia.

–O banho está ótimo, posso te assegurar isso.

–Eu confio em você. – falei com a voz tremula.

–Está nervosa?

–Muito. – Apertei o roupão em minhas mãos. – Você é o primeiro homem com que tenho um contato próximo.

–Tudo bem, vamos com calma. – Ele virou de costas. – Pode tirar a roupa.

–Obrigada. - Tirei toda a roupa e coloquei o roupão. – Pronto, agora eu fecho os olhos e você entra na banheira.

–Ok, fecha os olhos. – ele disse rindo. Coloquei as mãos no rosto e depois ouvi ele falando. – Pode vir.

Abri os olhos e o vi de olhos fechados. Tirei a roupa e sentei de frente pra ele na banheira. A água tinha uma temperatura agradável, mas meu corpo parecia estar dentro de um cubo de gelo.

–Pode abrir.

Ele abriu os olhos e tocou meu rosto.

–Não precisa ficar nervosa, não vou fazer nada com você, principalmente algo que não se sente preparada para fazer.

Balancei a cabeça positivamente. Ele me ajudou no banho e da mesma forma que entramos saímos. Eu me troquei no quarto e ele no closet. Ao descermos vimos que todos estavam na sala de estar em silêncio.

–Vamos ao jantar! – Vistoria falou sorrindo.

Todos nos sentamos e a mesma mulher foi deixar nossas malas começou a nos servir. Tentei comer um pouco, mas eu não conseguia. O frango tinha um sabor estranho e a salada me parecia areia na boca. Bebi muito suco de amora.

–O que aconteceu com a antiga rainha? – Melanie se pronunciou quebrando o silêncio.

–Melanie, modos. – Victoria disse sorrindo.

–Tudo bem. – Aleksei falou passando o guardanapo nos lábios. – Irina foi destituída por que desobedeceu a uma ordem real.

–Mas ela era a rainha não era?

–Sim, mas era alguém como qualquer outro súdito. –Ele bebeu um pouco de suco. – Irina mentiu e não tolero mentiras.

Gelei. Eu estava mentindo para Aleksei ao não dizer as minhas raízes judaicas, isso era errado, mas eu não queria correr o risco de morrer, alem do quê, aquele pedido de sigilo foi feito pela minha mãe e não negaria aquilo a ela. Quando dei por mim, vi que Victoria falava o meu nome.

–Hanna era uma garota muito querida na província, ajudamos a mãe dela a cria-la. – Victoria tocou a minha mão. – Ela era como uma filha.

–Imagino senhora Victoria.

Sorri. Quando subi para o quarto eu me sentei na cama e vi Aleksei vindo até mim. Nunca soube direito o que aconteceu com Irina, mas depois que Melanie tocou no assunto, eu gostaria de saber o que poderia acontecer comigo.

–O que realmente aconteceu com Irina Aleksei?


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