Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 59
Capitulo 59


Notas iniciais do capítulo

Preparem os corações...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661291/chapter/59

A noite passou e a praga não veio como eu pensei. Sorrio por saber que nenhum primogênito está morto, mas também fico exausta só de pensar o quanto vai demorar para que eu saia do Egito com a minha família. Meu ventre está crescendo, sinto dores em alguns momentos, mas nada comento com Hur. Todas as vezes que toco em ventre sinto como se a criança que nele está quisesse me falar alguma coisa. Pode ser exagero meu, mas eu "sinto" isso. Mas eu também sinto a presença de meu pai, não por que posso estar magoada com ele, mas por que todas as vezes que imagino o meu filho, lembro-me de meu pai. Por alguns instantes desejo muito que ele esteja aqui, mas ao lembrar que meu pai odeia o sangue hebreu, mato esse desejo assim como tento matar o mal que insiste em crescer em meu peito graças ao poder que me foi dado ao ser coroada rainha.

—Feche os olhos. —Karoma pede e assim eu faço, tento me concentrar em outra coisa para não me lembrar que Ramsés me amaldiçoou enquanto Karoma faz a minha maquiagem dos olhos.

Mas é inevitável não pensar nisso! Meu próprio irmão me amaldiçoou por que estou "indo contra as leias da ordem cósmica", sendo que eu mesma abalei o equilíbrio da ordem cósmica quando trouxe Moisés para o palácio ainda bebê, quando me casei com Hur a contra gosto de quase todos os nobres, mas o pior estava por vir. Eu dei a luz a dois filhos de sangue hebreu, e agora estou prestes a ter um terceiro. Ainda posso me lembrar da pergunta de meu pai " Eu vou ter um neto hebreu, é isso?"...

—Não, foram três. —Falo para mim mesma como se meu pai pudesse ouvir a minha resposta.

—Disse algo, majestade? —Karoma pergunta e então eu abro os olhos.

—Pensei alto. —Respondo risonha e então me olho no espelho. —Obrigada, Karoma. —Agradeço ao ver a minha maquiagem.

—Estava procurando a sua coroa, mas não encontrei... —Karoma fala preocupada e então eu olho para ela.

—Esqueça a coroa, Karoma. Não vou usá-la hoje. —Falo tranquilamente. —Pode se retirar. Vou esperar Anippe.

—Mas a princesa foi até a vila. —Karoma me informa. —Ela pediu para Ikeni acompanha-la.

—A luz do dia? —Indago furiosa, assustando a minha dama. —Onde está Ramsés?

—Treinando com o príncipe Amenhotep. —Karoma responde e de imediato eu me lembro de Djoser.

—Viu Djoser? Ele estava com Uri? —Pergunto.

—A verdade soberana é que eu não vi o príncipe Djoser hoje. —Karoma me responde e eu acabo ficando preocupada. —Mas vi uma certa preocupação em Uri, assim como em Anippe que estava nervosa.

—Djoser foi para vila dos hebreus. —Falo concluindo minha suspeita com base no que Karoma me fala. —Meu filho fugiu.

—Mas...

—Não diga nada para ninguém, Karoma. —Ordeno seriamente. —Vou procurar Hur agora mesmo para saber o paradeiro do meu primogênito.

—Por falar em primogênito, eu estou aliviada pela praga ainda não ter chegado, mas preocupada já que a vida do meu filho está em jogo assim como as vidas de todos os primogênitos. —Karoma dá uma breve pausa e em seguida volta a falar. —Mas eu tenho uma grande dúvida, soberana.

—Qual?

—Todos sabem que Uri é o primogênito de Hur, mas o primogênito da senhora, na realidade, não é o príncipe Moisés, mas sim o príncipe Djoser. —Karoma fala pausadamente. —Assim como o príncipe Gab é o primogênito do faraó Seti.

—Eu tenho noção de tudo isso, Karoma. Mas a decisão de salvar todos eles está nas mãos de Ramsés. —Falo. —Eu estou preocupada com Hur, ele é filho único também.

—A senhora pode ficar viúva e sem um filho. —A realidade vinda da boca de Karoma me entristece.

—Eu sei disso. Hur corre o risco, de não perder apenas um filho, mas dois. Assim como também pode perder a vida. —A essa altura eu já estou chorando atordoada ao imaginar Hur morto. —Eu...

—Mãe. —Anippe fala ao invadir o meu aposento totalmente eufórica, transtornada e com a respiração ofegante. —Nos dê licença, Karoma.

—Pode ir. —Autorizo a saída da minha dama e enquanto isso observo a minha filha mais nova. —O que foi fazer na vila?

—Moisés, mãe. A senhora não vai acreditar! —Anippe fala ao vir até mim e se ajoelhar. —Há uma forma de salvar Uri e Djoser.

—Anippe, não minta pata mim...

—Não minto! —Anippe exclama contente. —Mas ninguém pode saber disso, mãe. Moisés me falou isso por que sabe o quanto a senhora pode sofrer se caso a praga seja válida para Djoser.

—O que eu tenho que fazer? —Pergunto e ponho minha mão em meu ventre. —O que eu tenho que fazer para salvar seus irmãos e seu pai, Anippe?

—Sangue de cordeiro. —Anippe revela me deixando confusa.

—Eles tem que beber? É isso? Anippe, explique melhor. —Peço enojada ao imaginar tal coisa.

—Me ouça com atenção, mãe. Pois a praga está perto de vir...

(...)

—Não podemos fazer isso. —Falo ao ouvir as instruções de Anippe. —Não aqui.

—Como assim? —Anippe pergunta assustada.

—Você vai levar seu pai e seus irmãos para a vila. —Falo e então minha filha me olha assustada. —Gab também vai, Anippe.

—Vai?

—Sim. —Afirmo preocupada. —Afinal, é uma vida assim como todas as outras, não é mesmo?

—Ikeni ficou de levar o filho também. —Anippe fala sorridente.

—Eu só não posso salvar a vida de Amenhotep. —Falo entristecida e ponho a mão em meu ventre. —Mas vou salvar a vida de seus irmãos, de Gab, e principalmente a vida de seu pai.

—A senhora não irá para a vila? —Anippe perguntar ao lembrar que eu pedi para que ela levasse os irmãos, Gab e o pai até a vila.

—Eu vou ficar para o pior, Anippe. Amenhotep não vai se salvar e Ramsés precisa de alguém. —Falo angustiada e olho para o meu ventre. —Eu acho que a única pessoa que pode estar tão calma é o seu irmão. —Falo sobre a criança que carrego.

—Mãe... —Anippe chama por mim como se tivesse lembrado-se de algo. —Se Amenhotep vai mesmo morrer, a senhora vai embora comigo e meus irmãos, quem vai ser o herdeiro do trono?

—O Egito ficará sem um futuro rei e a rainha, Anippe. —Falo entristecida. —Mas eu não posso prender o seu irmão aqui por causa disso. Aliás, onde ele está?

—Eu não sei. —Anippe mente, sei que mente por que olhe para o vago. —Está bem. Ele ficou na vila com o meu pai...

—Eles estão lá desde que o dia amanheceu? —Minha pergunta faz Anippe estremecer. —O que seu pai e seu irmão fazem lá, Anippe?

—Estão na casa da irmã de Leila, mãe. A senhora sabe, devem estar conversando. —Anippe fala amedrontada me fazendo gerar uma certa desconfiança.

—Sinto muito a falta de Leila. —Falo. —Acha arriscado irmos até lá hoje à noite?

—De noite? —Anippe pergunta assustada.

—A praga não vai chegar agora como você mesma disse. —Falo. —Vamos hoje mesmo ver Leila, estou morrendo de saudades.

—Mas, mãe...

—Tem razão. —Falo ao imaginar o que minha filha deve estar pensando. —De noite é muito arriscado. Por que não vamos agora?

—AGORA!? —Anippe grita, mas rapidamente se recompõe. —A senhora não pode esperar mais um pouco?

—É apenas uma visita, Anippe. Não vejo por que tanta euforia. —Falo e então minha filha arregala os olhos ao me ver preparando-me para ir até a vila.

—Mãe. —Anippe chama por mim enquanto eu me preparo para sair. —Mãe, não vai...

—Mas o que significa isso? —Pergunto estarrecida ao ver a insistência de Anippe. —Pretendo ver Leila e seu filho, afinal, somos uma família... —Falo, mas minha filha me olha assustada enquanto eu me preparo para sair.

(...)

—A senhora aqui? —Leila pergunta assustada ao me ver em sua porta com Anippe e Ikeni. Leila olha para Abigail, a sua irmã, e então volta a me olhar assustada.

—Leila. —Anippe fala um pouco incomodada e então eu noto o quanto as duas estão nervosas.

—Entrem. —Leila pede e abre o caminho. Eu me deparo com Bezalel e uma moça, talvez seja a sua esposa.

—É a rainha? —A moça pergunta assustada, quase inerte.

—Essa é a minha família, princesa. —Leila fala e começa a rir. —Digo, soberana. Essa é minha irmã, Abigail. E esta é Deborah, minha nora. —Leila faz as devidas apresentações. —Por que trouxe sua mãe, Anippe?

—Eu insisti em vir ver como você está. —Falo para a surpresa de Leila. Olho para os lados e vejo que Hur não está, mas me surpreendo ao ver Djoser.

—Mãe? —Djoser fala ao se deparar comigo em sua frente. —O que faz aqui?

—Ela veio ver Leila. —Abigail responde nervosa por me ter tão perto.

—Onde está Hur? —Pergunto com o olhar direcionado para Anippe. Noto que todos me olham nervosos, por isso penso o pior. —O que está acontecendo?

—Meu avô não está aqui. —Bezalel fala pausadamente,nervoso, como se implorasse  para que eu não estivesse aqui.

—Onde ele está? —Pergunto.

—Vocês podem me deixar com a rainha? —Leila pede aflita e então todos saem, apenas Anippe fica. —Senhora...

—Você mentiu. —Falo brava para Anippe. —Aconteceu alguma coisa com o seu pai, não foi?

—Mãe, se acalme. —Anippe pede assustada. —Meu pai está bem.

—Meu sogro estava aqui, senhora. Faz pouco tempo que ele saiu... —Leila fala.

—Ele voltou para o palácio? —Pergunto. —Não, ele não voltaria sem Djoser...

—Meu sogro foi atrás do perdão de Miriã. —Leila fala de uma vez, esperando a minha reação. —Não se deixe levar pelos ciúmes.

—Eu não faria isso, mas a insistência de Anippe me faz pensar outra coisa. —Falo ao olhar friamente para minha filha. —Seu pai te contou que iria pedir o perdão de Miriã?

—Sim. —É a única resposta de Anippe para mim. —Por isso não contei nada. Por que eu sei que a senhora fica enciumada...

—Onde eles estão? —Pergunto para Leila. —Se você não me contar, vai ser pior por que eu irei mandar os guardas caçar os dois!

—Calma! Tenha calma! —Leila pede segurando as minhas mãos. —A senhora sabe que não há nada entre os dois. Mas meu sogro foi pedir perdão pelo o que fez com Miriã... —Não ouvi mais a voz de Leila ao sair da casa de sua irmã. Vi Ikeni conversar com Djoser, mas os dois não me viram sair.

Ando apressada, sem rumo, parecendo uma louca desvairada a procura de Hur. Estou perdida na vila, não temo os olhares de algumas pessoas que me olham assustados e abrem o caminho para eu passar. Uma de minhas mãos está em meu ventre, mas a outra... A outra está fechada, sinto meu sangue pulsar nesta  mão!

—Senhora! —Ouço Leila me chamar e então vejo Miriã e Hur bem em minha frente, mas eles não me notam. —Meu Deus. —Leila clama ao me ver presenciar Hur e Miriã.

Ponho a mão no meu ventre ao vê-los juntos, agradeço por ter somente eles e eu, mesmo que distante um do outro, mesmo que ainda tenha a sombra de Leila, eu agradeço por isso pelo fato de me desconhecer ao presenciar Hur e Miriã. Mas o que acontece em seguida é ainda pior...

—Hur. —Sussurro de uma forma tão fracassada, fracassada por vê-los se abraçar. Dei meia volta antes mesmo que os dois me vissem, não falo nada ao passar por Leila assim como quando eu passo por Djoser e Ikeni.

—Mãe. —Anippe chama por mim, mas eu não falo com a minha própria filha. Isso que tenho não pode ser ciúmes, ou pode? Por que se for, ele é doentio. Obsessivo quem sabe, mortal? Talvez até possa ser. Mas isso depende do quê ou quem irá morrer, seja lá no sentido figurado, ou não.

Várias idéias se passam pela minha cabeça enquanto eu ando sorrateiramente pela vila dos hebreus e algumas pessoas abrem o caminho para que eu passe. Ponho a mão em meu ventre e tento esquecer o que acabo de ver, mas acabo me lembrando de coisa muito pior, o que todos falavam sobre Hur e até mesmo o que Disebek me fez passar. Não pode estar acontecendo comigo e com Hur o que aconteceu com Disebek e comigo? Claro que pode, mas Disebek era casado com a princesa, Hur também fôra, mas agora eu sou rainha. E como rainha não posso aceitar esse tipo de coisa.

Me nego a crer que Ramsés estava certo, que eu não devia ter me casado com Hur e que ele se opôs apenas para me proteger, coisa que minha mãe pediu antes de morrer. Eu não posso acreditar! Hur me ama! Ou será que eu me enganei pela segunda vez? —Creio que sim. —Penso atordoada enquanto ando sozinha pelas ruas da cidade. Hur nunca mentiu para mim e não seria capaz de fazer tal coisa contra mim, ele não é igual a Disebek, ou será que é pior? Me trair justo com a irmã de Moisés? É isso mesmo o que está acontecendo?

(...)

Fiquei sozinha no jardim real, pedi para que ninguém entrasse no jardim, os guardas monitoram a entrada enquanto eu vou até a piscina e vejo o meu reflexo na água, acabo molhando os pés, somente os pés, ao entrar na água. Estremeci ao sentir a temperatura da água em minha pele, já está entardecendo e por isso a água está ficando fria. Mesmo assim eu me sento e me acomodo no primeiro degrau da piscina e a água chega até em meus joelhos. Eu preciso fingir que tudo está bem até a praga acontecer, então Anippe irá levar os primogênitos para a vila dos hebreus, para alguma casa, seja lá qual for, então terei os salvado.

—A rainha pediu para que ninguém entrasse. —Ouço um guarda falar de longe enquanto eu abraço-me por causa da noite que está chegando.

—Ela pode ter atentado contra a própria vida. —É Hur quem fala. Escuto passos no jardim enquanto estou escondida na piscina. —Onde ela está? —Meu marido pergunta aflito, mas eu então posso vê-lo atordoado, me procurando atônito, mas seu semblante muda de imediato ao me ver sentada no chão. —Henutmire!

—Saia daqui,Hur! —Falo de imediato e então meu marido me olha assustado. —Me deixe pensar.

—Você viu errado! —Hur argumenta aterrorizado. —Eu fui pedir perdão á Miriã.

—Não precisava ter voltado. —Falo tão ríspida que meu marido me olha assustado. —Hur, por favor, me deixe sozinha e depois conversamos. —Peço estarrecida pela situação, mas ele não me atende. Muito pelo contrário, Hur me segura delicadamente pelo braço, mas eu tento me afastar, algo que é impossível já que ao mesmo tempo que eu quero que ele fique longe, também quero que ele fique perto de mim.

—Eu não sei por que você tem tantos ciúmes, Henutmire. Você sabe que Miriã não foi nada, eu me senti culpado pelo o que fiz, mas agora ela me perdou quando fui na vila...

—SAI DAQUI! —Grito, assustando-o de tal maneira que meu marido arregala os olhos. Ponho a mão em meu ventre novamente, tentando me acalmar pela criança que está sendo gerada em meu ventre. Respiro fundo ao sentir uma dor leve, mas dor é dor. —Eu não quero me irritar.

—Mais irritada do que você está não fica. —Hur fala enquanto tenta me pôr de pé, mas eu me recuso. Todavia ele tem força suficiente para tal coisa, mas eu acabo me assustando. —Você está cega. Vendo coisas que não existem, você sabe disso. Por que essa insegurança toda? —A pergunta de Hur acaba me deixando sem palavras. —Você não pode ser trocada por ninguém, quantas vezes eu vou ter que repetir isso?

—Me deixa sozinha. —Peço sem sequer olhar para Hur.

—Você não vai ficar sozinha. Sabe porque? —Hur pergunta bem próximo ao meu rosto. —Por que aqui dentro. —Ele fala ao pôr sua mão em meu ventre, mas é então que segue falando. —Está o nosso filho. —Hur termina de dizer o que tem para falar e beija o topo da minha cabeça antes de ir embora. 

—Deseja alguma coisa, soberana? —Um dos guardas pergunta ao ver Hur partir.

—Estão dispensados. —Falo, os guardas fazem suas reverências antes de saírem, mas eu não dou muita importância e fico andando  sozinha pelo jardim.

—Como você pesa... —Brinco com a criança em meu ventre. —Eu sei que estou me deixando levar pelor ciúme, meu filho. Mas a sua mãe, apesar da idade, parece ser uma adolescente sem maturidade alguma. —Falo. Sinto meu filho se mover novamente, mas desta vez com mais veracidade. —Mas tudo vai ficar bem, meu pequeno. Eu vou salvar seus irmãos e o seu pai, então iremos para Canaã, a terra dos seus antepassados. Quem governa o povo hebreu é seu irmão, Moisés, o bebê que encontrei no Nilo também é seu irmão, embora não seja de sangue.—Falo entre soluços e sorrisos. —Ele foi embora faz vinte anos, por causa da fúria do seu avô, mas ele voltou para libertar o seu povo. Agora está quase tudo pronto para partirmos, meu filho. —Falo insegura sobre o que vai acontecer comigo e com Hur. —Ou quase tudo...

—Henutmire. —Ramsés fala ofegante ao me ver. —Minha irmã...

—O que foi desta vez? —Pergunto firme, porém preocupada com Ramsés. Meu irmão parece estar morrendo bem em minha frente.

—Me perdoe, Henutmire. Eu estou fazendo tudo ao contrário do que nossa mãe pediu. —Ramsés me surpreende com seu pedido de perdão. —Se eu não posso ser feliz, não posso negar isso para você que já sofreu tanto.

—Isso significa que...

—Está livre para ir com quem quiser e para onde quiser, Henutmire. —Ramsés me surpreende mais uma vez com o seu ato de companheirismo. —Sabe, eu lembrei de quando eu era criança e você era mais jovem. De quando eu brincava com Moisés e Nefertari, e vi que você foi muito mais que minha irmã, muito mais que qualquer coisa para Nefertari, você foi a nossa mãe. —O temido faraó arranca lágrimas de meus olhos com suas belas palavras. —Você. Henutmire, foi mãe dos três. Mãe de um rei, de uma rainha e de um libertador.

—Ramsés...

—Me deixe prosseguir. —Ramsés pede calmo e eu sorrio. —Você foi, ou melhor, é a pessoa mais importante de toda essa história. E eu vejo que você de fato merece ser feliz ao lado de Hur. —Mal acreditei nas palavras de Ramsés. Mas logo em seguida o abracei fortemente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Henutmire é assim: Briga com um e se acerta com outro...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração De Seda" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.