Stay With Me escrita por Baby Boomer


Capítulo 6
Vai um sushi?


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOIEE! Esse capítulo tá um pouco engraçadinho, espero que gostem...



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POV HAYMITCH

Minha vida, ó vida…

Qual é, produção? Virou Shakespeare agora? Credo, muda de vibe.

Um mosquito pousou em minha testa e um sapo estendeu sua língua para…

Sapo? Ridículo! Troca de novo!

Minha mãe fazia os deliciosos bolos de…

Nem mãe eu tenho, cacilda!

Aguardente.

Até que enfim…

Não havia mais uma sequer gota de bebida naquela jorsa de distrito, e eu tinha certeza de que Paylor proibira o abastecimento de bebida alcoólica no trem que iria nos conduzir até a Capital. Eu estava sóbrio há meses e ainda tinha que aguentar Katniss e Peeta com suas melosidades de casal apaixonado. Era ridículo demais, sinceramente, Katniss jamais permitiria tamanha intimidade. Bem, era o que eu pensava até começar a ouvir barulhos estranhos e suspeitos de madrugada. Sem contar com o adesivo anticoncepcional que Katniss tinha no braço.

Apesar de ser estranho ver os dois realmente namorando, eu tinha que admitir que ficava um pouco contente pela felicidade dos dois. Conseguiram uns meses de paz, pelo menos. Katniss finalmente conseguiu focar – Peeta que agradeça – em outras coisas que não fossem guerra e Jogos. Agora, Peeta recebia mimos e carinhos, coisa que eu jamais imaginei ver na vida. Ora por quê… depois de mim, a garota era a pessoa mais rancorosa que eu já conhecera.

– Alguma previsão de quando virão? – Peeta me perguntou enquanto provávamos um bolo de maçã que ele mesmo fizera.

– Próxima semana, no máximo, o verão já está aqui.

Katniss foi botar o prato na pia e voltou para a mesa.

– Imagino se Paylor nos fará vestir trajes de guerra. – Murmurou.

– Não duvido. – Falei.

Depois de perguntar para Peeta quando a padaria voltaria a funcionar – já estava pronta, só faltava alguém que fizesse as guloseimas – acabei descobrindo que Katniss iria ajudá-lo a dirigir o negócio. Ela iria comprar os ingredientes, coletar algumas frutas silvestres e lidar com a matemática da coisa. Acabei me oferecendo para fazer certas entregas à domicílio e até trabalhar como caixa, porque não fazia nada o dia todo e não aguentava mais encarar Buttercup, que invadia minha casa apenas para chiar para mim.

Falando em minha casa, Katniss, também desocupada, de vez em quando ia dar uma limpada superficial. O suficiente para eu não ser considerado um porco num chiqueiro; ou seja, apenas um porco, o que eu definitivamente era aos olhos de muitos.

Quando Effie chegou com as equipes de preparação novas, a primeira coisa que fez foi me dar um selinho e elogiar minha sobriedade.

E começou toda aquela coisa de depilação e tratamentos de pele. Na verdade, nós nem apareceríamos nas câmeras, mas precisaríamos interagir com gente da Capital, povinho fresco demais – mesmo depois de uma guerra – para aturar pelos no corpo e unhas sujas.

No trem, nos foi servido carneiro ao molho de laranja, purê de batatas, diversos pães e tortas de sobremesa. Nossa barriga ficou cheia em pouquíssimo tempo, estávamos desgostosos demais das comidas da Capital. Nada que acompanhava essa palavra parecia tentador ou encantador. Muito pelo contrário, dava era desprezo.

– Vejo que vocês ainda sabem comer com elegância. – Effie elogiou, orgulhosa.

– Aprendemos com a melhor. – Peeta sorriu.

– Bem, meus queridos, assim que chegarmos veremos milhares de câmeras apontadas para nós. Sei que disse a vocês que não teríamos muita exposição, mas essa será a única vez, prometo. Cada Vitorioso ficará com 5 tributos, menos vocês dois, que ficarão com 4. – Olhamos confusos para ela. – Vocês só valem como um e nunca foram mentores na vida, então deram a vocês uma trégua. Serão duas semanas de treinamento, porque as crianças da Capital nunca nem sonharam em se preparar para os Jogos. É um regulamento justo, portanto.

A ladainha foi se prolongando até Katniss ficar literalmente verde.

– Katniss, está tudo bem? – Effie se interrompeu.

– Eu só estou um pouco enjoada… o movimento do trem não caiu bem com o tanto de comida que eu ingeri.

– Oh, leve-a pro quarto, Peeta, terminamos nossa conversa mais tarde. – Ela instruiu.

– Effie, não precisa… é besteira. – Katniss insistiu.

– Vão logo! – Ordenou ela. Percebi que só fizera isso para ter um tempo a sós comigo.

Peeta ajudou Katniss a andar, como se não tivesse pernas. Ai meu Pai, que melodrama…

– Ela está com o estômago ruim, não as pernas. E ela para ela te ajudar, você é o perneta. – Brinquei, mesmo ninguém achando graça.

Effie se direcionou a mim e sorriu, piscando os olhos com aqueles enormes cílios exagerados.

– Você não tem medo de ficar cega com essas extensões de pelo não?

POV Katniss

– Annie! – Abracei-a. – Onde está Finnian?

– Sob os cuidados de minha acompanhante e… bem, de Effie. Ela não quis largá-lo nem por um segundo! – Ela riu.

Então vimos Johanna se aproximar.

– Ora, ora. A Garota em Chamas e a garota dos peixes. Deixa eu me juntar ao abraço de vocês, aí formamos uma brasa e assamos um peixinho. Ou vocês preferem sushi? – Johanna riu com certa malícia no rosto. Ela examinou algo em meu busto, fez uma careta e foi embora com o nariz empinado.

Annie e eu rimos do “oi” que nos foi dado, sem entender muito o que havia acontecido.

– Parece que Johanna está bem feliz hoje… - Peeta chegou perto de nós e me abraçou por trás.

Ficaríamos na mansão até a hora da colheita. Depois, iríamos diretamente para o Centro de Tributos – reformado, agora. Paylor foi nos dar as boas-vindas juntamente com Plutarch, pobre Plutarch… ele precisava se aposentar, mas não queria. Alguns jogos nunca acabam para alguns, não é?

Ficamos livres para perambular pelos cômodos, pedir comida e tirar algum cochilo nas acomodações que nos foram dadas. Foi em um desses meus passeios com Peeta que vi uma menina de vestido azul passar pelos corredores, perto de nós. Ao nos ver, seus olhos se arregalaram e ela corou antes de sair correndo. Peeta riu com a reação dela.

– Neta de Snow. – Esclareceu. – Paylor concluiu que ela e os pais não tinham nada a ver com as coisas que Snow fez e os deixou ficar aqui na mansão, sempre foram muito discretos e nunca apoiaram as atitudes do velho. Durante minha temporada aqui – Peeta parou, tentando não deixar a voz embargada – eu sempre a via me seguindo. Ela nunca chegou a falar comigo, porque acho que não tinha permissão para isso, mas sei que ela te admira. Sempre usa sua característica trança nos cabelos.

Bem, eu fiz uma baita sacanagem com o avô dela, ela não deveria gostar de mim.

– Esse lugar não te causa más lembranças?

Peeta não respondeu. Claro que causava.

– Digamos que eu estou lidando melhor com isso. Ah, o doutor Aurelius pediu para nos ver antes da colheita. Eu vou procurá-lo porque ele já deve ter chegado. Você vai ficar bem?

Assenti, permitindo que ele me deixasse só, mas não sem antes me dar um beijo.

Pensei em gritar quando meu braço foi puxado para o lado com uma brutalidade excessiva, entretanto, minha garganta falhou. Era Johanna me arrastando.

– Você sabe que aqueles anticoncepcionais que são vendidos nos Distritos só funcionam depois de algumas semanas, não é? É inútil começar a usar e na mesma semana fazer sexo…

Fiquei boquiaberta por um instante, sem saber o que dizer, completamente passada com o que Johanna dissera a mim. Como ela sabia dos anticoncepcionais e da minha vida sexual ativa?

Ela riu com meu embaraço.

– Dá pra ver a pontinha do adesivo em sua nuca, Katniss, pelo amor de Deus! – Oh, droga. Eu havia tirado do braço e posto na nuca porque achei que fosse ser mais discreto, mas parece que terei que botar em algum canto da barriga agora… meu Deus!

– Não entendo porque está me dizendo isso.

Ela suspirou, cansada.

– Ai que inocência, eu lidando com crianças… já se olhou no espelho? Tudo bem que anticoncepcionais fazem a pessoa ficar inchada, mas isso já está sendo anormal, Katniss…

Não, nem teria motivos para ficar analisando cada centímetro do meu corpo em um espelho. O máximo que eu fazia era checar a cara mesmo.

– Eu não estou grávida, Johanna, se estivesse com certeza saberia antes de qualquer outra pessoa… - Esclareci.

Rindo com certo sarcasmo, ela olhou para mim e dirigiu uma das mãos ao meu busto.

– O tamanho de seus seios diz outra coisa, querida.

Então ela saiu, deixando-me com a pergunta na cabeça: como ela sabia analisar coisas assim? Johanna nunca tivera filhos que eu saiba. Era mais fácil Annie notar do que Johanna. Vai ver até eu mesma, Haymitch e Peeta notassem também. Bem… ela devia só estar querendo botar medo em mim.

Saí do cômodo de onde estava e fui procurar Peeta e doutor Aurelius. Levei pelo menos meia hora para achá-los, conversando, em um cômodo bem reservado da mansão. Nós dois lhe falamos sobre os planos para o casamento e sobre a padaria. Ele ficou feliz em saber que nosso relacionamento ia bem e que os ataques de Peeta viam com menos frequência agora. Além disso, contamos que nossos pesadelos não eram tão recorrentes. Era de se esperar, porque Peeta e eu não dormíamos, se é que me entende… Mas não falamos isso ao doutor Aurelius, era pessoal demais.

Já era noite quando a colheita foi iniciada. Não presenciamos a Colheita, apesar de termos assistido pela televisão. O novo comentarista era muito bom, tão bom quanto Caesar, tinha até um pouco de comicidade e ironia na voz. Gostei dele, particularmente. Contudo, perdi minha concentração nele depois de um tempo, quando meus pensamentos divagavam sobre o que Johanna me dissera. Um enjoo me atingiu em cheio nessa hora. Devia ser só psicológico, supus, ignorando a sensação e tentando me concentrar.

Peeta e eu ficamos com dois meninos e duas meninas. Um dos meninos se chamava Riley e tinha 15 anos, cabelos loiros e em nenhum momento demonstrou fraqueza quando foi subir ao palco; o outro se chamava Henry e era um ano mais novo, pele morena e cabelos roxos, pelas vestimentas, era claro notar que o menino era gótico e bem excêntrico, até mesmo afeminado. Já as meninas, Demetria e Violet, tinham ambas 13 anos. Todos ao redor exclamaram quando o nome de Demetria foi chamado. Demorei um pouco para assimilar o sobrenome e a aparência familiar.

– É ela mesmo, a… - Comecei, chocada.

Annie olhou para mim com os lábios comprimidos, os olhos pesados e um ar cansado. Ela abriu a boca para falar, mas Haymitch fora mais rápido.

– A neta de Snow.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acham que vai acontecer?
E esses enjoos da Kat?
uehueheuheueheuheueh
MUAHAHAHAHAHAH
HAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAAHAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAAHAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAA
HAHAHAHAAHHAHAA
S2