Second Chances escrita por Mares on Mars


Capítulo 9
Karma


Notas iniciais do capítulo

Xuxuzinhos, espero que vocês gostem



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Como era de se esperar, Simmons fez um trabalho brilhante, e em menos de três dias, Eleanor e Lucy estavam em perfeita saúde, com a mais velha correndo e brincando pelo Playground, enquanto a mais nova ria de cada careta que Hunter fazia. Novamente, a base estava em júbilo. No laboratório, as máquinas testavam o sangue e o DNA das meninas, sem sucesso em encontrar algo que batesse com o que conheciam de DNA inumano.

– Isso é impossível - Jemma resmungou frustrada quando o décimo resultado saiu.

– Não é impossível, é bem simples, elas não são inumanas - Fitz disse racionalmente e afagou o ombro da amiga - Mas isso não quer dizer que elas não tenham poderes reais.

– Se elas não são inumanas, como elas podem ter poderes como esses? - perguntou com indignação.

– Antes de sabermos da existência de inumanos a SHIELD tinha um Index, lembra disso? - lembrou-a com paciência - Já parou para perguntar como eles têm tais poderes?

– Você tem razão Fitz - concordou e sorriu - Eu não sei o que faria sem você.

– Provavelmente estaria batendo a cabeça na mesa atrás de uma resposta - brincou e puxou-a pela mão - Esquece as máquinas e vamos pensar num jeito de determinar se os poderes são reais ou não - sugeriu e ela sorriu em resposta.




Na hora do jantar, os dois gênios anunciaram que nada haviam encontrado de prova que as meninas fossem ou tivessem sangue inumano, e isso de certa forma, aliviou Skye, Phil e Melinda, que temiam pelo o que poderia acontecer com elas no futuro em decorrência de sua descendência, porém, os cientistas fizeram questão de reforçar que não haviam eliminado a possibilidade das duas terem poderes.

– Eu não sei se isso me deixa feliz ou desesperada - May comentou em voz baixa com Phil, e ele encheu a boca de comida para reprimir uma risada.

– Fica calma, eles vão saber logo - ele respondeu após engolir seus pastéizinhos e deu-lhe um aperto carinhoso no joelho.

Depois do jantar, como já era de costume nas sextas feiras, todos se reuniram na sala de TV e começaram a procurar um filme para assistirem. Politicamente, Phil levantou-se e disse:

– Como é a primeira sessão de Eleanor, eu sugiro um clássico - e com isso, pegou sua caixa de filmes e de lá tirou um DVD recém comprado do episódio IV de Star Wars. Mesmo no escuro, ele pôde enxergar o brilho nos olhos de Melinda, que dava tapinhas nas costas de Lucy para fazê-la arrotar.

– Apoiado A.C - Skye disse com empolgação, seguida por FitzSimmons e Bobbi, que comemoraram a escolha.

– Se você precisar de ajuda pra entender, Mel sabe tudo sobre esse filme - ele disse para a pequena Eleanor que acomodou-se entre o diretor e a chinesa - E não deixe ela te convencer que Han Solo é um cara legal - brincou e Melinda olhou-o de canto.

– Acho melhor você não ousar falar do Han - advertiu, e todos da equipe riram. Quando os créditos iniciais começaram, um sorriso involuntário surgiu no rosto da chinesa, que mantinha um olho na tela e outro no chiqueirinho onde Lucy se arrumava para dormir.



Duas horas e meia depois, Eleanor estava exultante.

– Fitz, eu quero um R2-D2 - ela disse com empolgação e o engenheiro garantiu que faria o possível para que ela tivesse um - E amanhã eu quero usar o cabelo igual da Princesa Leia - anunciou para Skye e Melinda, que geralmente a arrumavam pela manhã.

– Hora de dormir Princesa Eleanor - Phil anunciou e colocou-a no ombro, levando-a até o quarto que ela dividia com a irmãzinha. Ambos foram seguidos de perto por Melinda, que carregava Lucy completamente apagada em seus braços. Após colocar a bebê no berço, pegou o pijama de Eleanor no guarda roupa e ajudou-a a se vestir, enquanto Phil pegava um cobertor na prateleira mais alta do móvel.

– Dorme direitinho - a chinesa disse para a menininha, dando-lhe um beijinho na testa. Phil repetiu a ação da mulher, e juntos, saíram do quarto.

– Boa noite Mel - ele desejou para ela e ela sorriu.

– Boa noite Phil - respondeu e antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, foi para o outro lado do corredor, entrando em seu quarto rapidamente.




Estava tudo silencioso e o frio subia e descia pela espinha de Melinda. Salve a menina, salve a menina. Repetia continuamente enquanto caminhava pelo corredor vazio. Ao chegar em uma das salas principais, cheia de caixas e artefatos, a mulher que procurava a esperava com um sorriso cruel. Foi uma luta injusta. A inumana era mais forte e determinada, mas Melinda não desistiu. Pegou um dos longos bastões em um vazo e quebrou-o ao meio, enfiando-o no estômago da mulher que gritou antes de cair morta para o lado. Ao olhar para o outro lado da sala, lá estava a menina que havia sido sequestrada.

– Você matou minha mamãe - ela disse com tristeza - Eu quero a sua dor - pediu e estendeu uma mão na direção da chinesa, que estava estirada no chão e arrastava-se assustada para trás. A dor em sua perna era lancinante e o desespero a dominava. Seu próximo movimento foi estender a mão para trás, onde alcançou uma arma, e com gelo no coração, deu três tiros no peito da menina, que caiu em seus braços. Quando Melinda olhou-a, não era Katya que morria em seus braços, e sim Eleanor, com o sangue escorrendo de seus lábios - Você me matou mamãe, por quê? - a menina perguntou com lágrimas nos olhos, e May não pode segurar o grito em seu peito.

– Não Eleanor, eu não quis, me perdoa - ela implorava, e quando não sentiu mais os batimentos do coração da menina, gritou com força.




– Melinda - Phil gritou, entrando no quarto da chinesa, que contorcia-se e gritava na cama - Melinda, acorda - pediu, segurando-a pelos braços e chacolhando-a de leve.

– Phil - ela suspirou de alívio ao acordar, e jogou-se no braços do homem, chorando desesperadamente - Eu a matei Phil, eu a matei - ela repetia enquanto chorava.

– Você não matou ninguém, Mel, tá todo mundo bem - ele garantiu, abrançando-a com força - Tá todo mundo bem, fica calma - repetiu e continuou repetindo até que ela se acalmasse.

– Dorme aqui - ela pediu, e arrastou-se de volta para baixa das cobertas. Phil acatou o pedido e aninhou-a de força que ambos estivessem confortáveis.

– Pode dormir Mel, eu cuido de você - sussurrou contra o cabelo da mulher, e assim ficou, olhando-a pelas próximas horas. Naquela noite, Melinda não voltou a ter pesadelos. Os únicos sonhos que teve foram com Phil, Lucy e Eleanor, brincando juntos em uma praia, felizes, saudáveis e iluminados pelo sol. Ao acordar pela manhã e sentir os braços fortes de Phil a sua volta, decidiu ignorar sua rotina diária e aconchegou-se ainda mais contra o corpo dele. Só por hoje, disse a si mesma.


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