Second Chances escrita por Mares on Mars
Notas iniciais do capítulo
Capítulo até que curtinho, mas eu juro que vocês vão ficar felizes!
Desde a noite em que brigaram, Phil e Melinda mal se falaram e ela havia voltado a dormir em seu antigo quarto. Não estava sendo fácil para ninguém na base, que haviam se acostumado a ver os dois juntos e agora tinham que lidar com ambos individualmente.
— Vai ficar tudo bem, eles sempre brigam assim – Skye disse positivamente, mais pra si mesmo do que para quem a ouvisse, no primeiro dia, mas duas semanas já haviam se passado e ela começava a perder o otimismo. Certo dia, ela considerou inclusive planejar uma operação cupido, que foi rapidamente barrada por Mack, Lincoln e Elena, que se recusaram a fazer qualquer coisa do tipo.
— Você mesma disse que eles se resolvem, então fica quieta e espera – Mack disse sabiamente e a hacker bufou impaciente.
A terceira quarta feira após a discussão chegou, e começou bem mais cedo do que o normal para Melinda, que acordara as 4:25 por causa de dores nas costelas. Ela ficara completamente imóvel e forçando-se a voltar a dormir por quase uma hora, quando a babá eletrônica chiou e em seguida irrompeu com o choro estridente de Lucy. Considerando seriamente ignorar o choro da filha, a chinesa colocou um travesseiro sobre a cabeça e esperou pacientemente que o som se cessasse. Quando mais de 10 minutos se passaram e a menina continuou a gritar a plenos pulmões, Melinda arrastou-se lentamente para fora da cama, tomando todo o cuidado do mundo para não forçar nenhum dos remendos em seu corpo, e caminhou para fora de seu quarto, em direção ao último cômodo do corredor, agradecendo mentalmente por Fitz ter instalado isolamento acústico no quarto das meninas, pois caso contrário, a base inteira estaria acordada a essa hora.
— Lucy, Lucy – disse com a voz baixinha ao aproximar-se do berço. Na cama ao lado, Eleanor dormir pacificamente e a chinesa olhou com carinho para a garotinha, que mal sabia o tamanho de sua sorte por ter o sono pesado. Ao voltar-se para o berço, sorriu calmamente para a bebê que tinha seus grandes olhos castanhos abertos e cheios de lágrimas. Com dificuldade, Melinda abaixou a grade do berço e inclinou-se para pegar a pequenina no colo. Levou toda a força de seu ser para não fechar os olhos e encolher-se com a dor excruciante que sentiu em suas costelas. “Aguenta firme”, ordenou a si mesma e caminhou para fora do quarta das meninas com Lucy no colo, passando o mais rápido possível pelo corredor até estar novamente em seu quarto. Algo naquela situação a lembrava completamente da primeira vez que tivera Lucy nos braços, naquele armazém há quase um ano, com as costelas quebradas e desesperada para fazê-la para de chorar. Uma vez dentro de seu quarto, a chinesa começou a cantar antigas cantigas de ninar que seu pai a ensinara, e quando essas não resolveram, arriscou alguns versos de Space Oddity, que havia se tornada a canção de ninar favorita das meninas. Mas nada adiantava e a pequena continuava a chorar com força, soluçando de vez em quando e quase ensurdecendo a mulher. Somente quando Melinda mudou-a de posição em seus braços e tocou a testa da bebê com os lábios foi que ela entendeu o que estava errado e xingou-se mentalmente, sentindo-se absurdamente estúpida por não ter percebido antes: Lucy estava queimando em febre. Imediatamente, uma única ideia para neutralizar a febre passou por sua cabeça, e ela não hesitou em segui-la. Com Lucy firmemente em seu colo, e ignorando por completa o latejar em sua perna, Melinda caminhou para fora do quarto e seguiu para o lado oposto do corredor, subindo as escadas à esquerda assim que chegou na sala de estar. Ao encarar a porta no topo da escada, respirou profundamente, antes de dar três batidas fortes na madeira. Lucy ainda chorava e resmungava, mas com menos intensidade que antes – Phil, abre a porta – a chinesa pediu com um pouco de desespero e continuou a esmurrar a porta até ouviu o resmungar de Phil e seu caminhar até a porta.
— O que aconteceu? – ele perguntou confuso e desorientado assim que abriu uma fresta na porta e Melinda quase o derrubou ao empurrar a porta o bastante para que pudesse passar.
— Eu preciso da sua banheira – respondeu vagamente, passando diretamente por ele em direção ao banheiro.
— O que tá acontecendo? – insistiu, arrastando-se pesadamente atrás dela.
— Lucy, febre – explicou de forma simplificada, enquanto girava a torneira de água fria da banheira e começou a tirar as roupinhas da bebê enquanto o volume da água subia.
— O que você tá fazendo? – ele perguntou com preocupação assim que ela ameaçou pisar para dentro da banheira e agarrou um de seus braços – Você tá cheia de pontos!
— Eu não ligo – respondeu bruscamente no mesmo segundo e puxou o braço do aperto de Phil.
— Mas eu ligo! ... Deixa que eu faço isso – ofereceu-se e após um segundo de hesitação, ela afastou-se da banheira e passou Lucy para o colo de Phil, que mesmo em seu pijama, entrou completamente na água, sentando-se de forma que Lucy, gritando ainda mais após o contato com a agua fria, estivesse apoiada contra seu peito com as pernas emergidas.
— Você precisa esfriar ela com a agua – Melinda orientou e apoiou-se na pia, enquanto Phil levava com as mãos em concha, agua até as costas de Lucy. Foram longos minutos de silêncio entre os dois adultos, onde somente a bebê ainda fazia barulhos incomodados, até que a pequena finalmente parou de chorar e pareceu acalmar-se.
— Acho que ela esfriou – ele disse, quebrando o silêncio e May aproximou-se para verificar, colocando a mão esquerda sobre a própria testa e a direita sobre a testa da bebê.
— É, ela tá mais fria – declarou e caminhou até o armário sob a pia, de onde tirou duas toalhas de banho e voltou até a banheira, onde entregou uma para o homem e a outra envolveu Lucy, tirando-a dos braços de Phil antes de voltar para o quarto.
Um minuto depois, Phil alcançou-a, vestindo nada além da toalha em volta de sua cintura e passou diretamente em direção ao guarda roupa, de onde tirou uma muda seca de roupas, enquanto Melinda secava Lucy e arrumava a fralda no corpinho da bebê em cima da cama. O silêncio entre os dois adultos era aterrador e interrompido somente pelos sons que May fazia para entreter a bebê, que agora estava bem mais calma e menos corada do que antes. Enquanto a chinesa arrumava a bebê, Phil passara para dentro e para fora do banheiro, até que enfim vestido, ele voltou para o quarto e sentou-se na cama ao lado da filha.
— Eu fui um idiota – ele disse subitamente, sem desviar os olhos da pequena e Melinda direcionou-o um olhar confuso – Eu não deveria ter te acusado de não estar feliz, e de mentir para mim, e só agora eu entendi isso.
— Phil ... – ela começou, mas ele interrompeu-a no mesmo segundo.
— Eu não deveria ter ligado para sua mãe, e nem deveria ter ficado bravo ... Nós podemos estar juntos mas eu não tenho o menor direito de te dar ordens quando não estamos em missão, nem invadir sua privacidade e jamais posso cobrar que você me conte tudo – disse calmamente, como se tivesse ensaiado aquelas palavras – E eu nunca deveria ter dito todas aquelas coisas horríveis... – nesse momento, ele colocou-se de pé e começou a andar de um lado para o outro rapidamente.
— Phil – ela chamou novamente e pela segunda vez ele interrompeu-a.
— Eu não tenho o direito de te maltratar ou de descontar minha raiva em você... Isso que nós temos, é importante demais, e eu tenho que entender que é único e que existem limites entre trabalho e a nossa vida pessoal – prosseguiu com firmeza – E eu prometo que eu nunca mais vou ser estúpido com você, eu não tenho direito de te tratar mal, de jeito nenhum... Mas te ver machucada daquele jeito! Eu perdi a cabeça... – explicou-se, ainda andando de um lado para o outro – Eu te amo tanto, e as vezes dói, e eu não posso te ver daquele jeito, nunca mais ... Porque só a mínima possibilidade de perder você de vez me enlouquece...
— Phil ...
— Não! Antes que você diga qualquer coisa, eu preciso te pedir perdão. Me perdoa, eu fui o maior idiota desse mundo, e você pode escolher não me perdoar e eu vou entender completamente....
— Phil – pela quarta vez ela o chamou e dessa vez em voz bem alta e ele parou de andar de um lado para o outro para olhá-la. Naquele momento, tudo o que ela tinha pensado em dizer simplesmente sumiu de sua cabeça, deixando-a somente com um única frase, que saiu rapidamente por entre seus lábios: – Você aceita se casar comigo?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu matei vocês do coração ou alguma coisa do tipo? Porque a intenção era essa ❤️