Second Chances escrita por Mares on Mars


Capítulo 3
Peanut Butter


Notas iniciais do capítulo

Só porque hoje é o meu aniversário e escrever pra vocês é o melhor presente do mundo !!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660977/chapter/3

—Como elas estão? - Melinda perguntou para Skye, que velava silenciosamente o sono das meninas.

— Três dormiu muito rápido. Já Zero me contou umas coisas antes de apagar - começou e recebeu um sinal para prosseguir - Ela disse que são órfãs. Os pais morreram num acidente de carro há 4 meses, mas ela não se lembra de nada antes.

— Ela disse alguma coisa a mais sobre o que acontecia no galpão?

— Ela disse que ouviu umas pessoas falarem sobre um droga. Óbvio que ela não faz a menor ideia do seja uma droga - disse rapidamente e parecia um pouco preocupada.

— Que foi Skye? - perguntou percebendo a tensão da mais jovem.

— Ela mencionou que viu pessoas virando pedra, e depois voltando a ser gente - respondeu um pouco apavorada.

— Inumanos - May constatou e ambas encararam a menininha na cama.

— Você acha que ela pode ter passado pela névoa? - Skye disse e a chinesa sentiu um arrepio na espinha, lembrando-se da Katya e a traumática experiência do Bahrein.

— Não vamos pensar nisso, não por enquanto - sugeriu e tentou esboçar um sorriso - Já comeu? - perguntou mudando totalmente de assunto e dirigiu-se até a cozinha. Skye seguiu-a de perto e ao chegar no maior cômodo do avião, sentou-se num banquinho e observou Melinda preparar dois sanduíches - Manteiga de amendoim ou presunto?

— Manteiga de amendoim - a mais nova respondeu e logo, dois caprichados sanduíches estavam prontos sobre o balcão - Como o A.C tá?

— Apagado. Costurei a testa e o ombro dele, e dei um sedativo, senão ele ficaria morrendo de dor até chegarmos na base - relatou e a garota arrepiou-se ao ouvir que ele fora costurado.

— Desde quanto você sabe fazer essas coisas? - perguntou referindo a sutura.

— Desde sempre. É uma dar primeiras coisas que aprendemos na Academia - explicou e mordeu um pedaço generoso de seu sanduíche - E outra, se não fosse por mim, Phil estaria todo rasgado até hoje - brincou e causou um espanto na moça, que em poucos ocasiões havia visto uma clara brincadeira de sua O.S.

— Eu liguei pra Simmons - contou enquanto mastigava, e recebeu um olhar de reprimenda - Ela disse que quando chegarmos vai levar a Zero pra sala de cirurgia e ver se ela precisa de algum tratamento além de um belo gesso na perna.

— Precisamos achar nomes para essas meninas - constatou olhando para o pote de manteiga de amendoim - Elas são pessoas, não coisas.

— Elas vão ficar? - Skye perguntou após segurar a pergunta por vários minutos.

— Eu não sei, não depende só de mim - respondeu com um suspiro.

— Mas você quer que elas fiquem?

— Não depende só de mim Skye - rebateu tentando desviar do assunto.

— Você quer ou não que eles fiquem? - insistiu e a chinesa revirou os olhos.

— Se elas precisarem ficar - disse evasiva e mudou novamente de assunto – Dá uma olhada no Phil pra mim enquanto eu vou esticar as pernas - pediu e saiu rapidamente da cozinha, levando consigo o pote de manteiga de amendoim.


—Mack, vai comer, eu cuido do avião agora - disse ao agente que quase cochilava - Ei, acorda - chamou alto e ele olhou-a.

— Desculpa boss, levar uma surra me derrubou - respondeu com uma risada e May deu-lhe um tapinha no ombro.

— Vai lá, e despacha a Skye pra olhar o Coulson - ordenou em tom de brincadeira e rapidamente o homem saiu da cabine, deixando-a sozinha pela primeira vez naquele dia. Finalmente. Suspirou e jogou-se na poltrona imensa. Com rapidez, tirou uma colher do bolso de sua calça e começou a devorar todo o conteúdo do pote. Os mais diversos pensamentos populavam sua cabeça enquanto olhava o horizonte. Quem são essas meninas? O que elas são? Inumanas ou não? O que será que o resto da equipe vai pensar quando eu disser que quero ficar com elas? Eu realmente quero ficar com elas? Foram milhares de pensamentos que ela não podia conter, e milhares de lembranças do que acontecera há 8 anos atrás.




Melinda não sabia ao certo no meio de qual pensamento havia caído no sono, mas sabia exatamente em qual ponto havia sido acordada. Um choro forte havia se iniciado, e com um salto, a chinesa estava de pé. Que droga é essa? Perguntou-se, e começou a caminhar pelo corredor. Só quando alcançou a porta que dava para os quartos, lembrou por completo de todos os fatos do dia, e que havia um bebê dormindo em um dos beliches vazios. Dormindo não mais, pois agora o choro se intensificava.

—May, socorro, eu não sei o que fazer - Skye pediu desesperada, balançando a bebê de um lado pro outro. Rapidamente, a chinesa passou em sua cabeça todos os motivos para um bebê chorar. Fome, sede, cólica, fralda cheia. Ótimo. Eu não tenho nenhuma comida para dar para um bebê de 6 meses, não tenho fraldas pra trocar e não faço a menor idéia de como curar cólica.

— Me deixa pensar Skye - disse fechando os olhos e esperou até que uma idéia aparecesse - Skye, tem leite nesse avião?

— Leite? - Skye perguntou em um tom surpreso e confuso.

— Rápido Skye, leite. Tem ou não? - insistiu e a garota pensou onde poderia estar o garrafão que havia comprado na semana passada.

— Deixa que eu encontro - respondeu e continuou a pensar.

— Skye, me dá o bebê, e procura o leite - pediu e recebeu a bebê no colo, que ainda chorava a plenos pulmões - Esquenta um pouquinho e coloca num potinho. Depois vai no laboratório e pega uma seringa nova - Instruiu e a mais nova correu. Com toda a coragem, levou-a até o banheiro e colocou-a em cima da bancada da pia, sobre uma toalha de banho. Cuidadosamente, tirou o macacãozinho que a menina usava, e com alívio, percebeu que ela não estava com a fralda cheia. Despiu-a por completo e pensou no que faria em seguida. Olhou para a banheira e decidiu que um banho talvez a acalmasse. Com uma mão em cima da barriguinha da menina e com o outro braço estendido ao máximo para alcançar o registro do chuveiro, ligou-o e esperou para que a banheira enchesse o suficiente para colocar a menina lá. Pegou a pequena no colo e colocou uma mão na água pra testar a temperatura. Nem muito quente, nem muito frio. Estendeu-a em direção a água com cuidado e submergiu as perninhas da menina na água que chorou mais forte ainda - Droga Lucy - resmungou e somente segundos depois percebeu que havia chamado-a por um nome, e não de Três. Percebeu também que o choro havia diminuído, e agora a menina a olhava com curiosidade - Você gostou de Lucy? - perguntou sentindo-se um pouco idiota. Porém, somente um nome ou algumas palavras não foram o suficiente para fazer a pequena parar de chorar. Desajeitadamente, arrumou a menina em seu colo, e chutou os sapatos para fora dos próprios pés. Com uma mão, desabotoou as calças e removeu-a. Dois passos a frente, passou os pés para dentro da banheira e sentou-se. Com Lucy - seu nome até o momento - apoiada em seu peito, começou a jogar com a mão esquerda, pequenas quantidades de água nas costas da menina, que imediatamente acalmou-se. Foram minutos naquele posição, Melinda quase imóvel, com a bebê encostada contra seu coração, mexendo somente as mãos para colocar água e acarinhar as costas da pequenina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram???