À noite, deitada nos braços de Gil, depois de colocar as crianças para dormir, nós começamos a conversar sobre isso.

– Acha que deveríamos contar a Lorenzo? - Iniciei o assunto, meio – ou melhor – totalmente retraída.

– Eu pensei nisso o dia inteiro. Não sei se é o ideal.

– E se ele preferir ficar com a mãe biológica? – Fechei meus olhos com força, nem podia pensar nessa possibilidade.

– Se fosse você Sar? Se você fosse adotada, e soubesse disso. Mesmo amando sua mãe como você ama, você não iria querer saber de sua mãe verdadeira? Conhecer ela, ou pelo menos ter a escolha de querer conhecer ou não ela.

– Eu acho que iria querer. – Disse sem pensar, e essa era a resposta de meus pensamentos. Não era justo esconder isso dele, e no fundo minha consciência dizia isto. – E se as intensões dela não forem tão boas quanto parece?

– Nós não vamos defendê-la para Lorenzo, vamos contar a verdade, e o que nós pensamos sobre isso. E se ele quiser vê-la e vice-versa, vai ser de acordo com nossas regras, e sem envenenar a cabeça dele. E claro, somente após um exame de DNA.

Encolhi-me em seus braços. Ele beijou o topo de minha cabeça.

– Vamos esquecer um pouco esse assunto Sar?

Eu assenti. Não sei se conseguiria esquecer, mas Gilbert estava tão atordoado quanto eu, nossas cabeças estavam cheias de pensamentos confusos.

– Vem, vamos relaxar.

Ele disse após sentar-se aos pés da cama e começar a massagear meus pés. Ele beijou a sola deles algumas vezes e voltou a massageá-la.

–Relaxada?

Ele perguntou de um modo tão meigo que não pude conter um sorriso sincero que nem sei de onde surgiu no meio de tantos problemas. Mas não conseguia parar de sorrir para aqueles olhos azuis.

Logo os beijos foram subindo por minha perna e me retraí.

– Calma meu amor. – Disse com um sorriso doce nos lábios. – Não vou fazer nada o que não queira. – Seu ar era malicioso. – Mas prometo-lhe que se quiser, posso fazer-te relaxar, e esquecer-se dos problemas que estamos passando.

Voltei a sorrir.

Era obvio que eu queria.

E assim ele começou a subir os beijos, cada vez mais audaciosos, e cada vez mais esquecia os problemas e me conectava a Gil. Sempre nos conectávamos por inteiro. Ah, como o amava, cada pedacinho de seu ser.