Mamãe, eu sou gay escrita por Caroline Dos Santos


Capítulo 10
09 — Hã... Quem está grávida mesmo?


Notas iniciais do capítulo

Oie ~ainda tem alguém aí?~

Bem, creio que eu deva me desculpar pela demora ABSURDA para postar esse capítulo, ao menos comparado com as últimas vezes, mas é que fui viajar, e tal e coisa, voltei, precisei desfazer as malas, trabalhar, essa coisas XD Mas prometo que vou voltar a atualizar em menor espaço de tempo, e vou responder logo os comentários maravilhosos ♥ Prometo ♥

Bem, vamos ao capítulo, meus lindos :3



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Mamãe, eu sou gay

Hã... Quem estava grávida mesmo?

15 de Abril de 2016

12h42

Eu ainda estou tentando compreender as palavras que sairam da boca da minha irmã mais velha, já que nada do que ela disse faz sentido para mim. Como assim o nome do seu neto? Como ela diz isso tão séria? E por que mamãe está tão calma? Mulher, tua filha aparece grávida e tu só fica olhando para cara dela? Se fosse eu já tinha entrado no couro.

Meu Deus! Logo aquela morena que vivia gritando comigo simplesmente porque não queria que eu tocasse nos carrinhos dela — a maldita sempre teve mais carrinhos que eu —? Que reclamava do choro da Larissa toda a santa noite? Que dizia que crianças fediam e apenas enchiam o saco?

Essa coisa vai ter um bebê? Mas ela não é lésbica?

— Como foi que isso aconteceu? — dona Manu perguntou. Sabe mainha, quando papai e mamãe se amam muito... Sério que logo a senhora tá perguntando isso? Tu tem três netos, caso não se lembre. Ah, e por favor, não me bata.

— Com sexo. — e deu de ombros. Como. Assim. Tu. Responde. Sua. Mãe. Desse. Jeito. Desnaturada? Tem certeza que está pronta pra por uma vida no mundo? — Foi mal... Simplesmente... Aconteceu.

— Não dá para "simplesmente engravidar", Thainara. — mamãe disse e suspirou longamente. Alô, gente, eu ainda tô aqui. Dêem atenção ao Gabriel. — Logo você, a única responsável entre os três? — oi? Mãe, eu estou ouvindo. — Primeiro o Vitor arranja filhos e uma retardada como esposa com dezesseis... Essa coisa aqui — coisa? — chega com ressaca em casa... E agora você? A única que tinha futuro? Thalita, você é tão jovem pra arcar com uma gravidez agora. E muito desmiolada também.

Tá aí algo que não vejo muito aqui em casa: mainha demonstrado preocupação com mais velha, que sempre fora motivo de orgulho, pois nunca dava dor de cabeça, diferente dos dois homens do lar. Nunca sequer chegou mais tarde em casa sem antes ter avisado... Ou de ressaca, como a minha pessoa.

E outra coisa muita rara: Thainá parecia triste e ao mesmo tempo receosa. Logo ela, tão segura. Eu até diria que a cacheada estava tremendo, mas isso não é algo que minha irmã faça, jamais. Acho que confessar para a mãe que está grávida não deve ser fácil. Mesmo você sendo a Thainara.

— Pelo quê? — a adulta arqueou uma sobrancelha. Seria... Por te aparecido embuchada em casa, que tal? — Já engravidou mesmo, é a vida. — oi?

— Desculpe...

— Desculpar pelo quê? — pelo quê, mulher? Tu não tá entendo a situação, é? Então me deixe explicar: ela ficou grávida, deu a pepeca, embuchou, tá prenha, vai parir, essas coisas. — Já aconteceu, não posso fazer nada... Mas para ser bem sincera, eu estou decepcionada.

Sabe aquele momento de silêncio que você só quer sair de fininho e não ouvir o resto da conversa? Pois é, esse tipo de atitude é muito rara para o Gabriel aqui, mas eu simplesmente me levantei — com muita dificuldade, pois parecia que tinha uma escola de samba desfilando dentro da minha cabeça —, indo para me antro de tranquiladade que chamo de quarto.

Não queria ver a Thainá chorando, por mais chata que ela fosse.

18 de Abril de 2016

7h15

Quando cheguei na escola na segunda-feira os olhares se voltaram para a minha pessoa, de forma curiosa. Provavelmente, essas pessoas sem vida própria deveriam estar imaginando os motivos por eu ter faltado na última quinta e sexta-feira. Dúvido que alguém acertaria que, em um dia eu estava buscando desesperadamente um presente, e no outro morrendo de ressaca.

Mereço.

Thalita era a única que sabia de tudo isso — outra sem vida, que colocou na cabeça que tem de cuidar da minha —, e me lançou aquele olhar malicioso, como se dissesse "E a noite, foi boa?", coisa que nem precisava responder, ela sabia que foi maravilhosa.

Sentei-me ao lado dela, que desatou a falar, querendo saber o detalhes sobre os acontecimentos daquela noite, já que eu apenas falei tudo por cima. Amor, eu fiquei tão bêbado que nem lembro quantas vezes dei o fiofó. A única coisa que posso dizer é que nós transamos numa cama de casal muito boa para se dormir... E que a tia do Leo ficou no sofá. Provavelmente essa mulher vai começar a me odiar.

Ah, e quase ia me esquecendo: ainda precisava contá-la sobre a Thainá. Não creio que a Thalita vá acreditar. Eu mesmo não acreditei.

— Deixando isso de lado, mona. — disse, limpando a garganta. Ao fazer um dos garotos da sala me encarou e falou algo com os amiguinhos. Só ouvi uns risinhos. Queridinho, eu não estou com esperma preso na garganta, se é isso que está pensando nessa sua cabecinha pequena. Eu apenas estou gripado. Então faça-me o favor de se encaminhar ao inferno. Gabriel agradece. — Eu tempo um puta babado pra te contar.

Sabe quando a pessoa cala a boca e os olhos até brilham de tanta curiosidade? Foi o que a transex fez quando disse isso. Adora uma fofoca.

— Não faz mistério, Gah. — Gah? — Conta logo.

Suspirei, e então, disse:

— A Thainá tá grávida... Tipo prenha... Titpo, esperando um bebê e...

— QUEM TÁ O QUE? — isso, agora a sala inteira está olhando para a gente. Continue sendo discreta dessa maneira que você vai longe. — Gabriel, esse tipo de brincadeira não tem graça.

Queridinha, e tu acha que eu não queria estar brincando? Sou eu quem vai ter mais um sobrinho, da louca da minha irmã mais velha.

— Pior que não. — suspirei novamente, repousando minha cabeça sobre meus braços cruzados acima da mesa.

— E quem é o pai dessa criatura? — será que eu devia considerar isso uma ofensa a Thainara? Ou não?

Aliás, boa pergunta.

— Não sei. — respondi, dando de ombros. Só agora parava para pensar nesse ponto. Se ela engravidou, é porque teve um pinto no meio da história... Mas quem foi o louco que meteu esse pinto nela? Aliás, ela não era lésbica?

— Como assim não sabe? — para falar a verdade, também não acredito muito nisso. — É o seu sobrinho... Ou a sua sobrinha... E o pai dessa criatura, porque tipo, saindo da Thainara, só pode ser uma criatura.

— Vou fingir que não ouvi isso. — dei de ombros com uma sobrancelha arqueada. Essa garota deve ser retardada, só pode. Mas infelizmente, só sendo retardada para ser minha amiga.

Ah, mas eu ainda preciso descobrir quem é o meu cunhado, o cara que botou um bebê na barriga da minha irmã lésbica — ao menos, é isso que eu acho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado