Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 5
Heróis rebeldes




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– Kadda, me diga o por que de você não conseguir manter a boca fechada?

– Como assim garota?

– Vai me dizer que eles descobriram sozinha que eu sou o avatar? – elevo o tom da minha voz.

– Ei, não fale assim comigo! A culpa é sua que ficou se exibindo por ai.

– Me exibindo?

– Ontem, quando você foi baleada apagou completamente – Suna começa a falar – pensei que estivesse morrendo, mas de repente seus olhos se abriram e você começou a flutuar, levei um enorme susto, então você foi até a mulher que atirou em você começou a erguê-la com apenas uma das mãos. Ela começou a sufocar quando você a agarrou pela garganta. Você só a soltou quando ela já estava azul – Suna vibrou de alegria. Qual o problema dele? Não se da conta que eu matei alguém?

– Você é assustador – murmurei num débil sussurro.

– Com o tempo você se acostuma, rs – Yuka diz e sorri. – Como está a sua perna Tara?

– Bem, você fez um ótimo trabalho.

– Obrigada, desculpe pela cicatriz, mas não sei como removê-la. – Ela parece decepcionada consigo mesmo.

– Não tem nada, está bom assim. – Paro de falar e penso um pouco – Yuka você pode me explicar exatamente quem são vocês?

– Ah sim... Estava me perguntando quando você ia me questionar sobre isso. Se você puder vir comigo até lá em cima eu explico tudo.

Sigo Yuka até o andar de cima do prédio para o que parece ser o quarto de algumas pessoas, ela abre uma gaveta embaixo de uma das camas e vasculha até encontrar uma bermuda cor caqui e a entrega para mim.

– Pra que isso?

– A sua está rasgada, bem curta na verdade, pensei que estivesse incomodada pelo fato do seu amigo estar olhando suas pernas.

– Pff, maldito. – Ofendo Kadda mentalmente enquanto troco de bermuda. – Você sabe onde esta minha jaqueta?

– Lavando, ela estava imunda, dei um banho em você e te coloquei uma blusa minha.

– Ah, obrigada – Nós duas subimos ainda mais as escadas do prédio até chegarmos ao terraço. A vista seria magnifica se mais da metade da cidade não tivesse sido destruída.

– Sabe Tara – Yuka começa a falar olhando o que esta embaixo de nós – quando eu era pequena os ataques dos radicais-terroristas estavam bem longe de ser o que são hoje; Eram simples manifestações causadas por alguns grupos de arruaceiros. – Sua expressão está distante – Quando inimigos declarados do estado se juntaram a esses grupos com o proposito de guia-los em um ideal mais “justo”, radicais ganharam muito mais poder de fogo e viram nos seus novos lideres uma inspiração para darem inicio a uma guerra. Então, poucos anos depois grande parte dos dobradores foi dizimada devido ao uso de armas de fogo por parte dos terroristas, as pessoas que eles capturavam e não juravam lealdade eram executadas publicamente, depois disso Cidade-republica foi quase destruída duas vezes e isso deixou sua economia precária como esta hoje.

– Já ouvi essas historias escondida no escritório do meu pai quando mais era mais nova, mas onde vocês entram nisso?

Yuka olha pra mim e abre um sorrisinho: – Foi então que outros grupos surgiram, grupos como o nosso, nós estamos espalhados por varias cidades em todas as nações. Não estamos do lado dos radicais, mas também não simpatizamos com o Estado. Estamos aqui para defender inocentes, pessoas que não tem condições de se defenderem sozinhas. Nós nos denominamos “Heróis rebeldes”.

Nós duas ficamos sentadas na beirada do prédio por alguns minutos até que Suna nos interrompe.

– Ladys, desculpem pela interrupção – ele faz uma reverencia em tom de chacota.

Yuka suspira.

– O que você quer Suna?

– Quero saber se a Tara não esta afim de uma lutinha – ele da socos demonstrativos.

– Suna... – Yuka o repreende com o olhar e ele sorri. – Tara, não acho que isso seja uma boa..

Mas antes que ela terminasse a fala eu corri até Suna.

– Vem com a gente Yuka – chamei-a enquanto descia as escadas e ela nos seguiu curiosa pela luta.

Suna nos levou para uma arena de terra atrás do prédio.

– Suna acho que você esqueceu que eu sou uma dominadora de terra experiente.

–Mas é exatamente isso que eu quero, que você use todo o seu poder, use a dobra de terra, de metal, entre no estado avatar se quiser, estou pronto – Suna tira a camiseta e os sapatos e os entrega para Yuka, ele é magro mas não deixa de ter alguns músculos pequenos.

– Se é isso que você quer. – Sorrio maliciosamente e me ponho em posição de ataque.

Em menos de um segundo ele avança até mim, tento desviar, mas ele é mais rápido. Sinto meu sangue escorrer de um corte no meu braço, com certeza feito por uma de suas laminas. Ele da meia volta e tenta me atacar mais uma vez, só que desta vez prendo um de seus pés na terra e o enterro até a virilha o que o faz urrar de dor, em seguida enterro a outra perna e vou até ele sorrindo.

– Arrependido? – pergunto enquanto dou socos e chutes alternados em seu rosto, paro para observar o estrago e me impressiono com o sorriso que ele tem estampado no rosto, me segura pelas pernas e me lança para o outro lado da arena, fico desnorteada, não sabia que alguém tão magro teria tamanha força, de uma maneira impressionante ele usa seus braços livres para se impulsionar para fora do buraco em que eu o prendi. Fico de boca aberta, antes que eu sonhe em ataca-lo ele já esta em cima de mim e me acerta com um chute poderoso. Caio longe sentindo todos os ossos do rosto quebrados. Seu enorme sorriso mostra o quanto ele ama lutar. Cuspo sangue pela arena. Olho para as laterais da arena e vejo os espectadores, todos torcendo por Suna, não vejo Kadda, aquele ingrato devia estar aqui me dando apoio. Levanto-me e com a força que me resta me preparo para atacar mais uma vez, Suna segura pequenas adagas entre os dedos das mãos. Estamos prontos para por um fim a essa luta. Ouço alguém murmurar atrás de mim “pobre coitada” “Ela não passa de um saco de pancadas” enquanto ando calmamente até Suna, faço a arena tremer com meus passos, todos se assustam exceto Suna que parece mais feliz a cada instante, com suas adagas nos dedos e seus olhos em chamas Suna avança e começa a correr com uma enorme velocidade, de repente não o vejo mais, onde ele foi parar? De repente ele pula em minhas costas e envolve meu pescoço com os braços, o erro dele foi nos derrubar no chão, mergulho junto com ele na terra, silencio total na arena. Segundos depois vou surgindo devagar na superfície, trago somente a cabeça de Suna de volta para que ele não morra sufocado, não cometo o erro de deixar seus braços livres de novo. Não hesito e o acerto com um ultimo soco.

– 3, 2, 1... – Yuka faz a contagem e me declara campeã erguendo meu braço diante de uma plateia surpresa.

– Foi uma boa luta – liberto Suna e aperto sua mão.

– A muito tempo não lutava assim. – Ele limpa o sangue da boca com as costas da mão, solta minha mão e pega a camiseta das mãos de Yuka.

– Estão com fome? – Kadda aparece na nossa frente usando um avental e limpando as mãos com um pano de prato, o rosto sujo de tempero. Abro um sorrisinho e vou atrás dele seguida por Suna que recusa a proposta de Yuka para curar seus ferimentos. Finalmente entramos em um tipo de refeitório, até que enfim sem o sol escaldante sobre nossas cabeças.

– Espero que estejam famintos – um homem gordinho com avental começa a falar, ele esta no centro do refeitório com Kadda ao seu lado – graças ao meu novo ajudante – ele aponta para Kadda – tenho a ousadia de falar que hoje vocês terão o melhor almoço de suas vidas. – todos batem palmas e começam a comer, todos estão com seus pratos na mesa menos eu, será que vão me deixar sem comer só por ter derrotado Suna? Olho para trás com os olhos pidões e vejo Kadda andando em minha direção segurando uma bandeja com duas tigelas e dois copos, o cheiro do que vem dessas tigelas é muito melhor do que as outras comidas desse refeitório.

–Tara, como você acabou de sair de uma luta e eu sei que você adora carne fiz Satay especialmente pra você. – ele serviu meu Satay e sentou-se ao me lado, nunca me senti tão agradecida por alguém como estou por ele agora. Sem pensar duas vezes ataco minha porção.


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