Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 6
Capítulo 5 - ENCARANDO AS CONSEQUÊNCIAS - 1ª parte


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente amo esse capítulo!
 
Boa Leitura!



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Narração: Edward Cullen

Eu não entendi. Admito. Ela era confusa, mas ainda a detestava. Aquela história de suicídio era uma idiotice. Ela era uma completa idiota. Todos ficaram me encarando como verdadeiros tolos quando a questionei e chamei suas atitudes de patéticas. Ela era um absurdo. Todo aquele joguinho para parecer uma vitima das circunstâncias. Eu não a queria ali realmente.
Depois daquela conversa toda sobre os motivos estúpidos que a levaram até Forks, parecia que todos a amavam mais e mais.
Ela me dava nos nervos!

Depois que Alice conseguiu quebrar o clima tenso eu subi para meu quarto. Para ficar o quanto pudesse longe da garota. Ela parecia um monstro. Meu pior pesadelo pra falar a verdade. Só de pensar que teria que jantar olhando para a cara pálida já sentia um embrulho no meu estômago.
Resolvi aliviar a tensão e tentar esquecer aquele ser com um banho quente. O tempo tava se armando lá fora. Pelas duas paredes de vidro que tinha em meu quarto podia ver que viria uma tempestade por ai! O que não era novidade na cidade.

Suspirei.

Fiquei paralisado por um momento, deixando a água deslizar pelo meu cabelo e sobre meu corpo. Ouvi a música que começava a tocar e parecia que a sua letra era direcionada para mim, assim como uma mensagem subliminar. Acho que eu tava ficando louco.

 

Joey, Baby- Don't get Crazy

(Joey, baby, não enlouqueça)
Detours, Fences

 (Rodeios, cercas)
I get Defensive

(Eu fico na defensiva)

I know you've heard it all before

 (Eu sei que você tem ouvido isso tudo antes)
So I dont say it anymore

(Então eu não vou dizer isso mais)
I just stand by and watch you

 (Eu só vou esperar e assistir você)
Fight your secret war.

 (Lutar sua Guerra secreta)

Although I used to wonder why

 (Ainda assim eu costumava imaginar o porque)
I used to cry till I was dry

 (Eu costumava chorar até estar seco)
Still sometimes I get a strange pain inside.

 (Algumas vezes, ainda sinto uma dor estranha por dentro)

Oh, Joey, if you're hurtin', so am I.

(Oh, Joey, se você está sofrendo, eu estou também)

Joey, Honey

(Joey, querido)
I got the money

(Eu tenho o dinheiro)

All is forgiven

(Tudo é perdoável)

Listen Listen

(Escute, Escute)

 

 

Não eu não queria escutar. Eu não queria mudar de opinião. Quem era o Joey naquela situação? Seria ela ou eu? Acho que ambos

 

Irritei-me comigo mesmo por ter me permitido tais dúvidas. Com o fato de ela não sair de minha cabeça. Eu queria dormir quem sabe assim não ficaria com aquela monstrenga longe da minha mente o tempo todo. Desliguei o chuveiro em um ímpeto, arranquei a toalha do suporte com fúria. Eu estava agoniado. Inquieto. Queria fugir dali. Ir pro meio da tempestade. Encarar as conseqüências de odiar aquela garota.
Bufei de raiva.
Sai para o quarto e me deparei com Emm deitado espalhado na minha cama. Bem no centro. Era um folgado.

“Sai daqui abelhudo… Quero ficar sozinho mané…” Falei, mas ele nem sequer se moveu. Porque ninguém me ouvia?

“Uiiii Eddie… ta nervosinho é? Tá irritadinho tá?”

“Tô, tô sim. Com MUITA raiva. Agora SAI!!!!”

“Não”.

“Então o que tu quer?”

“Sabe mano, a garota é divertida. Você não pode tratar ela assim, não é bom”.

 

“Não posso por quê?”

“Ah, não sei. Mas vai que ela resolve se matar de novo… Ou quem sabe te suicidar?… Ela parece a noiva do Chuck irmão!” Ai... aquela me doeu nos ouvidos.

“Não ela não vai se matar, muito menos tentar me SUICIDAR… porque ela não conseguiria isso nunca Emmet!”

“E como você sabe?”

“Por que ninguém consegue suicidar outra pessoa a não ser a si próprio entendeu macaco?”

“Na verdade não.” Ele disse coçando a cabeça.

“É eu já esperava isso mesmo”.

“Ué, porque mano?”

 

“Deixa pra lá... Agora vaza Emmet!” Eu não tinha mais paciência pro meu irmão e muito menos pra ficar discutindo com ele.

“Não... eu gosto do seu quarto. Ele é legal!” Ah, ok! Ele achava meu quarto legal e por isso ia ficar aqui me infernizando. Dei uma olhada naquele abelhudo deitado estirado na minha cama. Era um desavisado mesmo.

“Oh Emmet... Só pra te contar, tu ta deitado na sem cima da minha cueca usada...” Ele saltou de lá.

“Tá louco? Qualé Edward tá me estranhando... Tira essa porra de mim cara!” Ele falava todo nervoso e ficava olhando pra trás e puxando a camiseta pra frente se cheirando.

“Viu como meu quarto é legal... agora some daqui!”

“Tá eu to indo... mas vim te dizer que o jantar é daqui 10 minutos e a mamuskinha tá muito braba contigo.”

“Uhmm...” Respirei fundo, pensando por um segundo. “Pode deixar, depois eu falo com ela.”

“Cara e lembra... não trata mal a ‘maníaca depreciativa’ ok?” Ele tinha uma mão e meu ombro e seus olhos eram cheios de preocupação. “Eu não quero que ela tente te suicidar mano!”

Eu estava perplexo com o que o abelhudo me dizia. Ele não entendia mesmo. Sentia meus olhos se estreitando com tantas asneiras que ele falava. Ele retirou a mão do meu ombro, suspirou, e saiu do quarto, com cautela e de costas para a porta me olhando como quem diz “estou de olho”. Eu só fiquei observando a sua atitude. Eu não tinha palavras pra expressar qualquer opinião naquele instante. Ele tentava me meter juízo na cabeça com aquelas preocupações. Quando ele virou deu de cara na porta que estava fechada.

 

“AIIIIIII... Roseeeeee!” Saiu dali correndo querendo a “anjinha” dele.

 

Vesti minhas calças, esperando para descer e encarar o monstro do armário. Não quis colocar a camiseta, eu já me sentia sufocado, aquela peça só pioraria a minha situação. Sentei na minha cama, e observei pela parede de vidro a tormenta que estava por vir. Não somente lá fora. Aqui, dentro dessas paredes. Dentro de mim.

Levantei-me e fui até o vidro apoiando minha cabeça contra o vidro, esperando pela chuva.

Eu desejava mesmo odiá-la, verdadeiramente. Sentia algo me corroendo, que naquele instante me impossibilitava de fazer isso com sucesso. Virei minha cabeça pela para a direita e vi sua figura na sacada, senti meu corpo congelar.

 

Narração: Bella Swan

Assim que encerramos a conversa na sala Alice me deu um pedaço de torta de chocolate. Nossa eu estava faminta. Assim que nos deliciamos com o doce Esme me pediu para que pegássemos minhas coisas para poder me acomodar. Assim o fizemos. Antes que começasse a chover muito forte. Já se podia sentir o cheiro da chuva e o vento se tornando cada vez mais forte. Ao que tudo indicava meu primeiro dia em Forks seria de tormenta. Trovões começavam a aparecer em um intervalo de tempo espaçado. Fazendo-me estremecer. Na floresta ao lado da casa dos Cullen pude ouvir o vento assoviar. Senti meu corpo arrepiar da cabeça aos pés. Eu não tinha muitos problemas com chuva e trovões, o que me fazia temer era o vento.
Subimos as largas escadas internas da casa. Esme ia me explicando os cômodos. Eu precisaria. Diversas portas se seguiam no segundo andar.

 

“Bella querida olhe... do lado direito no final do corredor tem o quarto de Jazz e o escritório de Carslile, eu que mandei tirar o Emm de lá do lado... o menino ronca tanto que o pai nem consegue se concentrar nos livros... Do lado do quarto de Jasper, ali naquela segunda porta está vendo?!” Ela apontava com o dedo. Assenti com a cabeça. “Lá dorme Alice, junto com Rose. Esse quarto aqui na sua frente é o de Emmet, só abra a porta com o nariz tampado!” Ri com a careta que ela fez. E ela também. Emmet devia ser um porquinho. “E aquele na ponta é o de Edward.” Caminhávamos pelo corredor. No momento em que ela falou o seu nome, meu coração voluntarioso deu um pulo no peito. Ai... Como eu quero bater nesse idiota. Pensei. E ai veio a notícia. “Esse aqui é o seu.” Ela abriu a porta. E foi ai que eu vi. Eu estaria de frente para o quarto do imbecil. Realmente. Eu não tinha muita sorte.

 

“Ah... que bom Esme!”

Tentei parecer animada. Dei uma olhada no meu novo quarto. Era bonito e bem iluminado. Era amplo, e as paredes eram forradas de um papel colorido, com flores e corações desenhados, na cor uva, bege, branco, verdinho claro e um tom de rosa bebê, que conferiam ao local um ar de adolescente. Havia uma cama grande... eu nem precisava muito mais que uma cama de solteiro comum e ali tinha uma de casal gigante. Também tinha um banheiro, que pelo visto era grande, dava pra ver que era todo branco com detalhes em tons pastéis. Os móveis eram claros e tinha um armário enorme para minhas coisas e uma mesinha de canto. Era maravilhoso.

“Nossa...na verdade é ótimo, obrigada!”

“Oh querida... Alice e Rosalie quiseram arrumar ele para sua chegada... esse papel de parede ficou ótimo não?!”

“Uhum... Mas Rosalie?”

“Sim... Rose é uma garota bem legal. Às vezes ela parece mal humorada. Mas tem um bom coração. Allie a chamou e ela aceitou de bom grado.”

“Claro... Ficou maravilhoso! Pra ser bem sincera amei tudo, cada detalhe”.

“Então não esqueça de agradecê-las” Ela me lançou um sorriso acolhedor. “Agora vá... tome seu banho, descanse e arrume suas coisas. Assim que o jantar estiver pronto mando alguém lhe chamar”.

 

“Pode deixar... E obrigada mais uma vez” Ela me deu um beijo na testa e saiu.
Entrei no quarto e pensei por onde começaria a arrumar. Decidi, por fim, que começaria pelas coisas que colocaria na mesa.

Abri a minha mala gigantesca e tirei dali o meu laptop, alguns livros que eu gostava e tinha decidido trazer, o porta-retrato com minha foto e de Joshua e um novo com uma foto de Charlie e eu quando era uma bebê. Coloquei ali também a minha caixa que tinha cartas e alguns de meus segredos e meu antigo diário. Eu costumava escrever antes de tentar a morte. Parei exatamente no dia anterior ao ocorrido. Procurei se havia uma chave para trancar alguma das gavetas da mesa, mas nada. Bom, não tinha nada de muito interessante com a minha vida mesmo.
Suspirei e me joguei na cama. Parecia que estava sob um colchão de plumas de tão macio que era. Sem me dar conta meus pensamentos foram guiados para a porta em frente ao meu quarto.

Eu não conseguia ainda assimilar o porque daquele infame me tratar assim. Ele demonstrava um misto de raiva e de qualquer outra coisa que não soube identificar em seu olhar. Ele era bastante intenso. E mal educado. Eu estava ali de peito aberto, me expondo e deixando meu egoísmo e orgulho de lado, para ele vir e me jogar um balde de água mais que fria bem na minha cabeça. Não queria que ninguém se sentisse obrigado a me aceitar. Mas aquela atitude mesquinha dele me fez temer por minha permanência em Forks.

Eu não queria mesmo que ele ficasse de mal com a família por minha causa, porém eu sabia que seria extremamente difícil deixar aquela casa, depois de ver que eu poderia ter pessoas que me amassem ao meu redor e que não me ignoravam. Porem ele parecia fazer bem mais do que me ignorar, ele sugeria total desprezo.

Aqueles olhos me fuzilavam. Eu sentia. Eu estava começando a ter muito ódio dele. E principalmente de mim mesma!

Porque Santo Deus eu estava dando tanta importância as atitudes de idiota daquele asno?!

Outra incógnita na minha cabeça. Que parecia estar dando um nó.
Deitada, pude sentir o sufocamento vir à tona, tomar conta de mim e fazer meu peito doer aquela velha e conhecida dor. Aguda. Ardida. Podia saber que as pontadas chegariam logo. O que de fato aconteceu. Meus olhos estavam molhados. Porque eu estava chorando? Não compreendia, era tudo tão surreal ali. Aquela luz acinzentada fazia o tempo parecer desigual. Correndo os segundos de forma irregular. Como uma criança eu me encolhi em uma bola. Juntando meus joelhos junto ao peito, os abraçando fortemente, em uma ilusão de que assim, a dor seria menor.
Chorei em silêncio. Segurando os soluços que vinham com força de dentro de mim.

Quando me senti ficar um pouco mais calma, busquei forças para levantar. Mexi em minha mala de inicio não encontrava nada do que eu procurava. Comecei a jogar tudo pelos ares, por cima da cama e espalhar pelo chão. Até que eu encontrei o moletom velho preto que queria vestir e camiseta vermelha que adorava. Estava ficando frio, então, peguei um de meus casacos levinhos de malha, um conjunto de roupas íntimas e minha toalha. Tinha que tomar um banho, a água iria me ajudar a não pensar no... Ed...iota? ED+IOTA = EDIOTA!!!!

É... Esse é um bom apelido para ele.

Liguei o chuveiro e entrei deixando a água ferver sobre a minha pele. Podia me ver ficando vermelha. Mas aquela queimação era boa. O calor me deixava desperta para as coisas ao meu redor. Sempre ficava mais atenta com o calor. O jato quente batia com força nas minhas costas. Era intenso... Assim como o retardado do quarto da frente.

Ele me detestava. Eu tinha certeza. Porém, não queria isso. Eu precisava que ele me aceitasse ali. Nem Carslile, e muito menos Esme aceitariam um guerra por minha causa, e eu teria de partir para sei lá onde. Eu não queria partir. Eu não queria nunca mais ter que sair dali. Não sem eles ao meu redor. Essa sensação era completamente errada. Não poderia ficar pensando assim. Eu mesma tinha feito uma promessa de que logo encontraria um lugar e um emprego para viver sozinha. Ninguém era feliz ao lado de uma depressiva. Isso é um fato. Mas bastaria pedir com educação e o mínimo de respeito por mim que eu iria embora. Ou não iria?
Não queria mais pensar naquilo. Porém eu não via como. Não conseguia encontrar uma boa razão pra que ele não me aceitasse. Se ele ao menos tivesse conversado comigo ou talvez prestado atenção no que eu dissera seria muito mais fácil para ambos. Eu teria que ignorá-lo, mas o Ediota me irritava ao extremo para eu não perder a paciência logo.

Eu queria mesmo era detestá-lo tanto quanto ele me detestava. Eu sentia raiva, mas fora naqueles momentos em que me provocara. Eu logo depois já esquecia. Mas ele, eu acredito que não esqueça. É como se fizesse de caso pensado. IDIOTA MESMO! Como eu queria sentir a cólera permanente em meu peito, para poder dizer que o sentimento em questão era recíproco.

Uma voz dentro de mim soou dizendo que provavelmente as coisas não seriam assim. Aquilo foi o fim da minha paciência. Até a minha mente estava contra mim agora?

Aquele maldito banho não tava me adiantando merda nenhuma. Eu tava roxa de raiva... Por tudo. Por ter nascido, crescido, me tornado uma suicida estúpida e incapaz e de ter voltado a Forks. Queria fugir dali, então desliguei a água quente. Abri a porta do box rapidamente e com uma força exagerada, diga-se de passagem, ela bateu contra a parede e voltou diretamente contra meu ombro, no momento em que eu saía dali.

 

“PUTA QUee pariuuuu!”

Comecei a gritar, mas me contive, diminuindo a voz. Afinal ainda não estava totalmente em casa. Meu ombro doeu. Tive certeza de que amanhã haveria um roxo bem dolorido ali.
Me sequei com gana. Agora além de estressada com a rejeição do Ediota, iria ter um hematoma pra me preocupar. Esfregava a toalha na minha pele até arder, pra ver se dissipava o sentimento. Coloquei a roupa. Desembacei o espelho e comecei a me analisar. Minhas olheiras ainda estavam ali. Eu precisava urgentemente dormir, por horas, sem interrupções. Penteei o cabelo e procurei por um secador. Que por Deus, ou por Alice, tinha dentro da segunda gaveta do armário no banheiro. Sequei meus cabelos até ficarem semi-úmidos. Deixaria o resto secar normalmente.


Fui para o meu quarto e olhando a bagunça que tinha deixado pra trás me perguntei se era ali mesmo onde deveria estar. Como uma grande ironia o anjinho no meu lado direito dizia que sim. E o capetinha do lado esquerdo dizia que sim, sim, sim, sim, mil vezes sim... Também. Suspirei.

Eu... Isabella Swan duvidava de minha própria consciência.

 

Juntei toda aquela bagunça que eu tinha espalhado. Era como se eu estivesse juntando os cacos de todos os que eu quebrei e abandonara. Eu não queria quebrar mais nada no meu caminho. Poderia talvez, começar a repará-los, mas certamente nunca os deixarem inteiros novamente. Eu nunca estaria inteira. Eu nunca fui completa. Em mim sempre havia um vazio. Mesmo quando Josh ainda estava lá. Eu me sentia oca. Eu tinha que me firmar, não poderia ter uma rachadura que fosse. Se não ficasse em pé, eu sabia quais seriam as minhas tendências. Charlie não gostaria nada disso. E eu acabaria deixando a minha sujeira espalhada para trás uma vez mais.
Seria uma caminhada difícil, mas eu ainda a caminharia. Mesmo com pedras no meu sapato como o Ediota Cullen.

Esperei. Olhando para a grande janela a minha frente. De costas para a porta, querendo negar a existência de um Cullen que me detestava.
Ouvi uma batidinha na porta. Levantei sem vontade alguma. Arrastei meu corpo até lá e abri um pouquinho.

“Oi Beeeells... Deixa eu entrar?!” Era Alice.

“Uh, sim entra ai”.

“Você já tomou um banho pelo visto... Uhmmm ta cheirosa” Ela falou querendo achar um assunto. Ela estava bem indecisa, ao que eu podia perceber.

“Ahahah valeu Allie, tomei sim. Mas diga... veio aqui só me fazer uma visitinha ou me perguntar alguma coisa?” Decidi facilitar as coisas para minha amiga.

“É.... Os dois.”

“Como assim os dois Alice?”

“É que, bem... não sei se você vai querer me responder, e se for não, eu vou aceitar... e vou ficar como uma visita” Ela sorriu timidamente. Sentei-me na cama.

“Vem Allie... senta aqui.” Esperei ela vir saltitando e sentar com as duas pernas em cima da cama, tipo borboletinha. “Você bem sabe que pode me perguntar qualquer coisa, mesmo que eu me recuse vou acabar respondendo! Vamos diz logo o que você quer saber!”

“Tá, eu sei que você sempre vai me contar as coisas... Só quero que tu me conte a verdade... Não sei se você quer contar a verdade, mas eu preciso saber porque eu quero te ajudar. Você aceita a minha ajuda?”

“Alice, é por isso que eu estou aqui. Sozinha eu não conseguiria me manter viva. Você não entendeu isso ainda?! Era isso que queria saber?” Falei sorrindo. Era fácil conviver com minha amiga.

“Agora eu entendi melhor. Mas não era isso que gostaria de perguntar, o que eu to querendo saber é como você realmente está se sentindo? Sabe? Em vir pra cá... E ter que sair de New Orleans, deixar o seu pai e sua mãe?”

 

“Quanto ao meu pai está sendo difícil e por RENÉE, não faz muita diferença, a única diferença, é que é um peso a menos para ficar me puxando pro fundo do poço.”

“Tá, mas e quanto a você?”

“Eu o que Allie?”

 

“O que tem ai dentro do coração... o que você sente em relação a você?”

 

“É... uhm... eu acho que não sei. É uma enorme confusão dentro de mim. Nunca tenho no que me apoiar...” Meu coração inflamou de dor ao falar, foi dificílimo continuar com a voz tranquila. “Sinto um oco profundo aqui dentro.” Apertei a mão contra o meu peito. Buscando um alivio para as minhas chagas. Abaixei minha cabeça, respirando pesado. Tentei prosseguir. “É tão difícil quando você não sabe pra que lado correr”

Alice me olhava atentamente. Eu me calei, era insuportável falar sobre o que eu sentia. Minha amiga silenciosamente pegou minha mão, que estava no peito, e a apertou com as duas mãos contra o seu peito. A olhei fundo nos olhos. Senti que a sinceridade morava ali.

“Não importa o que os outros digam pra você aqui. Não importa o quanto lhe incomodem. Sempre que tentarem te derrubar eu vou ser o seu apoio, e se você chegar a cair benzinho, vai ser eu quem vai te puxar para cima. Eu não quero que você seja oca... Eu quero que você seja feliz amiga... A qualquer preço! Eu pagarei e você também. Não me importa quem for que lhe traga mais dor, eu vou te ajudar... mesmo que esse alguém seja você mesma... Está me entendendo?” Eu, por mais estranho que pareça, fiquei em paz com aquela declaração de Alice. Mas logo uma dúvida me surgiu.

 

“E se esse alguém for seu irmão Alice?”

“Qual deles Bella?”

“Ah... você sabe muito bem... Edward. Viu como ele me tratou. Ele não me quer aqui. Dá pra ver isso. Eu não quero forçar ninguém a ter que conviver comigo!” Lhe joguei a dúvida.

“Bella Edward é muito sistemático. E não gosta de novidades... Ele e Jasper sofreram quando eram garotos. Ele é receoso com pessoas novas, precisava ver quando chegou aqui. Parecia um bicho do mato...” Ela riu um pouco com a lembrança. “Agora esqueça ele. Logo Ed se acostuma com você aqui e vai te deixar em paz. Com eu te falei ele anda chatão”. Ela estava me pedindo paciência. Eu deveria ter mas não conseguia parar de pensar que ele me queria longe.

 

“Tá tudo bem, mas você não me respondeu...” Eu parecia o bebê mais carente do mundo pedindo apoio.

“EU DISSE QUE NÃO IMPORTA QUEM SEJA ISABELLA!” Ela me lançou um falso olhar zangado.

“OKOK Allie! Entendi.”

“Bella mais uma coisa...”

“Manda.”

“Obrigada por você ter voltado. Você não imagina como me faz feliz. É uma improvável encontrar amigos como você.”

“PODE PARAR é eu quem tem que agradecer aqui! E idem. É “impossível” encontrar amigos como você!”.

“Ótimo... então sem declarações de amor né?” Ela se colocou de pé. “Daqui um pouquinho a janta vai ser servida. E se você não quer magoar a Esme não se atrase!”

“Pode deixar... já já eu vou descer amiga”.

“Tá, eu já to indo, te espero lá embaixo com um lugar guardado do meu lado.”

“Ok... vai lá”.

Eu só conseguia sorrir perto de Alice. Era impossível ficar muito tempo triste perto dela, mas toda a sensação desapareceu quando ela fechou a porta, me deixando ali, sozinha.

 

O vento uivou e senti levantar meus cabelos e bater em minha nuca. Olhei assustada para trás. A porta da sacada tinha uma fresta aberta. Caminhei até lá e ao invés de fechar a bendita porta a escancarei saindo e sentindo o vento gelado me dominar. Olhei a floresta e vi as árvores se agitando, olhei para a minha esquerda e vi a parede de vidro ao sul da casa. Aquele era o quarto de Edward. E ele estava com a cabeça encostada no vidro. Olhando para mim. A palavra ‘angustiado’, poderia definir suas feições. Angustiada fiquei eu ao vê-lo assim. Nesse turbilhão de sentimentos que tinha dentro de mim hoje, busquei não tentar entender esse em especial

Com ele me olhando eu instintivamente desviei o meu rosto para a floresta.

 

Narração: Edward Cullen.

Fiquei ali, paralisado, a fitando. O seu rosto parecia torturado. O vento forte batia contra seu cabelo e o fazia voar em todas as direções. Ela estava vestida com uma camiseta vermelha que ficou colada em seu corpo devido à força do vento. Ela definitivamente, tinha algum busto ali.
Sem pensar soltei em um sussurro.

“Bella”.

Como se tivesse me ouvido, instantaneamente olhou para sua esquerda e me viu com os olhos grudados nela. Rapidamente desviou o rosto para a floresta. A mim me restou ver o rubor preencher suas bochechas. Aquilo era tão delicado. Ela era frágil. Isso era claro como a luz do sol. Antes que eu pudesse processar, reagir e sair dali, ela me olhou de novo. Continuei ali, feito uma estatua. Eu tive a súbita vontade de ir lá, e conversar com ela. O seus olhar parecia exercer algum tipo de magnetismo sobre mim. Eu só pude fugir daqueles olhos, assim que a ventania lançou seus cabelos longos em sua face.
Longe de seus olhos me joguei ao lado da minha cama sentado. Agarrando com raiva meus cabelos.

O QUE ESTAVA ACONTECENDO COMIGO?

 

Narração: Bella Swan.

Eu não conseguia digerir que ele estava me fitando de seu quarto. Sem camisa. Seu corpo era maravilhoso. Na medida. Sem muitos músculos, mas ainda assim definido. Porque ele estava me olhando. Eu fiquei sem ar por um instante. Minha mente não estava trabalhando direito. Eu não conseguia entender! Sua expressão tão agoniada me dava a impressão de que havia uma batalha que estava sendo travada dentro de si. Quis confortá-lo. Mas provavelmente ele não aceitaria qualquer coisa vinda de mim.
Ele ainda estava ali, podia ver pelo canto de meu olho. Ele ainda estaria me olhando? Imediatamente virei meu corpo para ver o garoto que me irritava.

Ele ainda estava lá. Na mesma posição. Com os olhos intensos.

O vento levou meu cabelo a chicotear em minha face tampando a minha visão por um instante. E ele já não estava mais lá. Fiquei lá, parada, até sentir os primeiros pingos de chuva e ter que entrar.
Eu estava uma pilha de nervos. Não entendia Edward e não me entendia. Eu queria ter o mesmo sentimento de desprezo que ele nutria por mim. Mas não estava conseguindo.
Tentei acalmar minha respiração antes de descer. Eu tinha um estado de completa euforia. Minhas tentativas eram inúteis. Contava até 10, inspirava o ar com força e fundo, soltava pela boca. Dizia para mim mesma de que não adiantava ficar nervosa. Era tudo em vão. Me pus de pé, catei um elástico de cabelo em meus pertences dentro do armário. Coloquei meus cabelos em um coque mal feito no alto da cabeça. Peguei meu casaco e segui para a porta.

 

Narração: Edward Cullen

De nada adiantava ficar ali sentado me fazendo perguntas que eu não sabia as respostas. Eu teria que ser homem o suficiente e encarar a monstrenga. E à Esme também, não queria magoar minha mãe. Depois daquele maldito jantar me sentaria e conversaria com ela e Carslile se necessário.
Era o momento de bater de frente com essa confusão que estava a minha cabeça e tirar novas conclusões. Sem vontade alguma, me levantei do chão, peguei uma camiseta preta a vesti. E fui em direção da porta.

Narração: Bella Swan

Sem medo nenhum abri a porta. E lá estava o Ediota. Sua cara se enfureceu quando me viu ali, na sua frente. Mesmo me odiando ele era uma gracinha. Tive vontade de abraçá-lo. Eu me senti uma tola e corei. Fechei a porta na sua cara. Pude ouvir uma batida abafada atrás de mim. Respirei fundo.

Narração: Edward Cullen

Sem cautela abri a porta. E a vi. Ela tinha os cabelos presos no alto da cabeça. Estavam mal presos, fato. Mas ainda assim ela estava bonita. A dor encheu meu peito. Não pude evitar fazer uma careta. Ela corou imediatamente. Tive vontade de tê-la em meus braços. DROGA EDWARD! Ela fechou a porta na minha cara? Mas que covarde! Eu fechei a minha porta. Apoiei minhas costas contra a mesma e respirei fundo. Minhas mãos estavam suadas.

 

Narração: Bella Swan

Caminhei até a cama. Ficando de costas para o quarto da frente. Meu coração não tratava de se acomodar, batia aquele ritmo frenético. Eu tinha que descer Esme ficaria magoada comigo. Sentia a adrenalina correndo em minhas veias. Ou se não fosse adrenalina? E se fosse outro hormônio que se manifestava dentro de mim? Eu tinha que ter coragem. Não seria a covarde da história, não mais. Virei e com passos firmes fui até a porta. Peguei na maçaneta. Contei até 3. Girei. Abri. Meu coração falhou uma batida.

 

Narração: Edward Cullen

Eu estava atônito, não me reconhecia mais desde que essa Bella chegou aqui. Esme estava me esperando para jantar. Pelo bem da minha família eu tinha que tolerar. Ou talvez essa não seja a palavra correta. Não sei o que eu tinha que fazer com a monstrenga. Ela já devia ter descido assim que bati a porta. Então eu tinha que seguir em frente e guardar esses sentimentos para mim. Girei meu corpo. Agarrei a maçaneta. Foi difícil torce-la, já que minhas mãos estavam molhadas. Abri. Minha respiração foi pro espaço.

Narração: Bella Swan & Edward Cullen

MAS QUE MERDA!

Narração: Bella Swan

OK, Isabella Swan se acalme. Um pé na frente do outro, é assim que se anda. Eu tentava lembrar a mim mesma. Mas estava um pouquinho só difícil. Ele ainda estava parado na minha frente, e eu só tinha que andar. Mas como?

O que ta acontecendo comigo? Eu não entendo! Alguém me explica, por favor?

Ele me olhava, como se tentasse me decifrar. Eu estava presa naqueles olhos... Verdes? Sim, verdes. Vivos. Não tinha reparado. Ele era a visão da perfeição. Em meus pensamentos vi meu corpo em seus braços. Balancei minha cabeça tentando tirar aquelas ideias de dentro de mim.
Ele como um espelho fez o mesmo, mas adicionou a sua face um sorriso no canto dos lábios.
Minhas bochechas pegaram fogo.

 

DEUS DÁ PRA JUNTAR MINHAS MOLÉCULAS AGORA?

 

Encontrei forças. Ou melhor, me encontrei. Fechei a porta.
Um pé na frente do outro. É assim que se faz.

Ouvi a porta do seu quarto se fechando, lentamente seus passos me seguiam. Assim descemos as escadas e chegamos à sala de jantar onde estavam colocando o jantar naquele momento. Eu tinha total noção da presença do Ediota Cullen atrás de mim. Sentia o calor do seu corpo. Mesmo sabendo que ele estava a mais de um metro e meio de distância.

 

Narração: Edward Cullen

OK rapaz. Isso vai ser inevitável de agora em diante, já que ela vai morar aqui e de frente para o seu quarto. Mas eu preciso me mexer daqui. Se não ela vai pensar que tenho algum atraso mental. E a lunática aqui é ela, ao que parece. Olha só como ela fica me olhando. Esses olhos tão brilhantes, com fome de vida. Ela parecia que não iria se mover dali tão cedo. Olhei seu rosto melhor e vi que ali tinha algumas poucas sardas. Mal dava pra notar. Ela era a visão da pureza. Olhos arredondados e chamando por vida, lábios rosados e algumas sardinhas. Porque ela não se vestida como uma mulher? Ela é tão maravilhosa e delicada!
Balancei minha cabeça, para tentar afastar esses pensamentos estúpidos. Ela fez o mesmo gesto. Mas que seria bom vê-la como mulher seria. Tive que sorrir com esse pensamento sacana que me surgiu.
Ela ficou muito vermelha, como se soubesse o que eu estava pensando.

 

PUTA MERDA ELA TÁ ME DEIXANDO LOUCO!

 

Ahmm... Não era pra eu ter pensado isso, mas não pude negar. Ela fechou a porta de seu quarto e andou em direção a escada. Esperei um pouco. Olhando para o chão. Respirei até encontrar o ritmo certo.
Segui atrás dela, andando lentamente. Mesmo a uma distancia aceitável sentia o calor de sua pele emanar em minha direção.


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Notas finais do capítulo

N/a: Gente vocês podem ver que o negocio tá ficando diferente não é?
 
Nao se iludam! Mais sofrimento pra Bella virá!
 
Mas como eu digo: tudo tem uma recompensa!
 

 
Comentem bastante que logo teremos mais capitulos!
 
Mil beijossssssss amo vcs!
:*



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