Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 5
Capítulo 4 - FORKS


Notas iniciais do capítulo

Preparem as bombinhas de ar e não me matem depois de conhecerem o Edward!



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Narração: Bella Swan.

Foram horas difíceis de viagem. Mas a despedida de Charlie fora mais difícil ainda. Eu o consolava dizendo que aquilo era uma experiência que deveria ser feita e que bastava ele pegar um avião e atravessar o país e logo estaria onde eu estava. O General teve que fazer muita força para não chorar feito um bebê. O lembrei também que ele podia roubar um caça da força aérea e chegar à metade do tempo lá. Ele riu com a possibilidade.

Durante a viagem liguei meu IPOD para escutar algumas músicas que eu adorava. Eu me sentia completamente livre. Claro estava triste de estar deixando Charlie sozinho com Renée, mas aquilo era completamente necessário, eu queria que ela reagisse, mesmo que pra isso eu e meu pai tivéssemos que ficar separados por um tempo. Ou talvez, por muito tempo.

Alice estaria em Port Angeles me esperando de carro. Ela ficou radiante com o fato de eu estar indo morar com ela uns tempos.

Ela era filha adotiva de um velho amigo de meu pai, o Doutor Carslile Cullen, ela tinha a minha idade e nos criamos juntas. Na verdade nos considerávamos irmãs. No mesmo dia em que eu nasci Carslile conseguiu a guarda dela. Ele e sua esposa não podiam ter filhos, ela tinha sofrido um aborto espontâneo logo em sua primeira gravidez, por isso não podia mais gerar um filho. Quando Alice chegou à casa dos Cullen, eles já tinham um garoto, Emmet. Aquele garoto era um tapado na época que saímos de Forks, há 9 anos. Franzino e todo retraído como eu. Tava curiosa para saber como ele estava. Porque eu estava exatamente igual, só com um pouco mais de altura, peito e curvas, mas no jeito de ser, completamente igual.

Logo depois que nos mudamos Carlisle e Esme adotaram mais dois garotos, não me lembrava seus nomes e muito menos conhecia seus rostos. Em nove anos nunca mais vira Alice. E nenhum outro Cullen daquela família. Esperava que os que não me conheciam me recebessem bem. Carslile, assim como Alice adorou. Ele além de ser um ótimo amigo para Charlie era meu padrinho também. Perguntei-me se meu pai havia contado alguma coisa, ou teria que ser eu a contar?

Quando desci do ônibus que me levara até Port Angeles já avistei a grossa camada de nuvens que era constante por ali. Com minha mochila nas costas e a mala pesada sendo arrastada pelo chão da rodoviária vi ao longe uma plaqueta cor de rosa pink com escritas em verde limão e cheia de purpurina roxa ao redor, a pessoa que a segurava parecia ser bem baixinha já que não se via a cabeça da pessoa, só se via que pulava. Quem em sã consciência faria uma aberração daquelas para esperar alguém na rodoviária? Continuei andando e a plaqueta continuou pulando. Quando fiquei há uns 20 metros de distância li com clareza o que aquele letreiro luminoso dizia:

BELLA SWAN.

Ploft. Morri... Alguém me acuda aqui por favoooor!
Quem estava segurando a placa era uma menina pequena de cabelos pretos e espantados para todos os lados. Demorei pra processar a informação. Parecia uma boneca de tão miúda que era. Seus traços eram delicados e familiares. DEUS AQUELA É ALICE ?

Sim. Aquela garota que estava vestida em um vestido rosa bebê, uma sandália cheia de tiras e pulava feito uma gazelinha era a Alice.

“Se conforme Bella, ela não poderia se vestir como um moleque para sempre”. Falei comigo mesma antes de chegar até minha amiga. “Mas você pode”. Emendei, porque me obriguei a olhar pra mim. Calça larga, camiseta larga com as estampa de uma banda alternativa, cabelo mal feito, um converse detonado. E é isso ai, Isabella Swan, o retorno. Eu tive vontade de jogar minhas roupas no lixo e chorar. Não sei bem o porquê disso.

“AHHHHHHHHHH MEU DEUS BELLINHA, É VOCÊ MESMA?????” Alice acabara de me avistar. Parecia não acreditar que era eu. Jogou a plaqueta para trás que acabou por acertar um homem que passava distraído, eu fiz uma careta. Deve ter doído.

“Oi Allie!” O corpo da garota se chocou contra o meu e eu recebi um abraço apertado e cheio de carinho. Cambaleei por um instante, mas lógico que retribui imediatamente e com gosto o abraço de Alice. Parecia que ia quebrá-la se apertasse com um pouco mais de força. Quando nos soltamos, olhei em seu rosto e ela estava chorando. Na verdade, ela soluçava de tanto chorar, aquilo era bem típico de Alice.

“Ah não, não, não, por favor, não chora assim Alice! Não quero ver tristeza, e você não tem vocação pra isso garota”. Tentei acalmá-la. Mas eu mesma estava começando a me emocionar.

“É que... eu... senti... tanto, tanto a sua falta Bells”. Bom eu como não estava em meu melhor estado de autocontrole, não resisti e comecei a chorar também.

“Você não sabe como foram ruins esses nove anos sem você do meu lado Allie! Eu quase fui devorada por aquelas pessoas nas escolas em que passei.” Confessei.

“Mas me conta... como você está?!” Ela segurava minha mão que estava livre. “Por que resolveu voltar depois de tantos anos? Vai ficar por bastante tempo não vai? Você sabe que Carslile te ama e que mais uma pessoa lá em casa é sempre bem vinda, não sabe? Ahh eu estou tão feliz! Você vai adorar todo mundo! Precisa conhecer Jasper! Ele é ótimo! Esme está irradiando felicidade também... Você precisa ver ela vai te tratar como mãe!” Eu olhava Alice incrédula, esperando a chance de começar a falar.

Ela viu que eu esperava e riu.

“Opa... hahahahahha desculpa Bella. Te deixei tonta não é?!”

“Não precisa se desculpar Alice, imagine! Mas vamos indo pro carro?! Que eu vou te respondendo tudo isso!” Rimos juntas. Ela concordou e começamos a andar.

“Bom deixa ver por onde começo Alice... Sim. Eu vou ficar aqui por bastante tempo, pelo menos eu acho. Fico feliz que me recebam assim, mas quero ver se encontro um lugar para eu morar sozinha. Mas não precisa se preocupar, antes disso eu preciso arranjar um emprego e arranjar as minhas notas na escola”

“Você está com notas ruins? HAHAHAHA. Não brinca boba... é feio mentir sabia?!”

“Mas não tô te mentindo. Essa é uma longa história mesmo, e que pelo visto Charlie não adiantou nada... E quem é Jasper mesmo Allie?”

“Ah Jasper é um dos meus irmãos. E pode parecer bizarro o que eu vou falar... mas ele é meu namorado também. MAS SILÊNCIO ABSOLUTO SOBRE ISSO... É ESCONDIDO! Hihi. Mas então a sua pergunta está respondida, agora não me enrole mais e me conte sua looooonga história”.

“Allie, essa história eu vou ter que contar a todos de sua casa, e é algo que é muito sério. E todos vocês precisam saber. Foi o motivo que me trouxe de volta à Forks. Então não me faça repetir, por favor.” Lhe olhei suplicante. Não queria ter que me expor mais que uma vez. “Claro Bella, tudo bem. Seja o que for pelo visto dói bastante ai dentro... E como você mesma falou não tenho vocação para tristeza então prefiro ouvir só uma vez, agora entre no carro. Vamos voar. Esme está fazendo torta de chocolate e você deve estar faminta!”

“Sim eu estou caindo de fome!” olhei pro lado e percebi que ela estava abrindo o bagageiro de seu carro. Ele era prata e reluzia, era lindo, dei uma olhada na marca. Volvo. “Uaaaaaau Alice! Carslile é bem generoso não?” Eu e ela rimos abertamente.

“Ahhahahahaha, não, não Bella, esse carro não é meu. Bom se fosse, mas não. É de meu irmão Edward. Ele me emprestou para vir aqui te buscar. Então pára de babar e me ajuda aqui com a sua mala!” Colocamos meus pertences ali e partimos rumo à Forks. Narração: Alice Cullen. Faltava meia hora ainda pra Bella chegar. Mas como sou muito prevenida resolvi chegar antes. Não gosto de fazer os outros esperarem, ainda mais Bella! Eu nem acreditava que ela estava realmente vindo pra Forks! Nossa Faz milhões de anos que eu não vejo aquela tipa.
PUTA MERDA! Esqueci de avisar Jasper que não iria buscá-lo... Puta saco. Ele deve tá fulo comigo!

Abri minha bolsa e comecei a buscar o meu celular ali dentro. Missão impossível. Ali tinha de tudo. Carteira, óculos de sol (mesmo nunca tendo sol por aqui), Ipod, livros, absorventes, minhas chaves, canetas, pirulito... Calcinha. Calcinha?! Ah sim lembrei. Hahahaha. Melhor nem pensar que dá até um negócio no fundo da barriga. Tinha de tudo ali dentro, pura bugiganga. Cara onde tá essa bosta de celular?! Ai, eu preciso de um cigarro. Meus pensamentos estavam muito desbocados e sem nexo. Tudo bem quanto a estarem emanando palavrões na minha cabeça, isso já era algo normal, mas sem nexo não. Nem fumar eu fumava!

Devia ser ansiedade, rever Bellinha, assim, depois de tanto tempo deveria estar me afetando horrores. Como será que ela está? Provável que não se vista mais como um garoto... Pai Eterno... Como podia nos vestirmos tão mal? Esme era mais ligadinha nisso. As vezes me colocava um vestido aqui outro acolá, mas Renée nem sequer se dava conta das roupas que a Bella vestia. Lembrava-me perfeitamente das viagens de compras em Seattle... Esme sempre queria que eu me vestisse como uma princesa, eu não gostava, porém aceitava uma florzinha aqui e ali, até que aprendi a gostar de me vestir como mulherzinha na época, e como mulher agora. Mas Renée nem olhava para o que a filha tirava das araras de roupas. Sempre ficava na sessão de meninos, junto com Bella, mas escolhendo roupas para o filho mais velho. Poxa achava aquilo o fim. Nem ajudar a guria ela ajudava no provador.

Isabella só conseguia atenção quando fazia um gritedo, fingindo ter se machucado ou coisa assim. Pior é quando ela se machucava de verdade.

E isso era frequente. Ela devia ter as pernas cheias de marcas.
Mas a grande droga é que Jazz ia querer me matar. Eu não sabia onde tinha deixado o meu celular. Até cheguei a cogitar que tinham roubado. Mas me lembrei que morava em Forks e estava em Port Angeles. Isso é igual à impossibilidade! Mas a pergunta era... será que conto a Bells sobre o Jazzudo? AHHH. Decidi por fim contar. Como um segredinho de boas vindas. Quer melhor do que dividir um segredo amoroso com uma
amiga?

Aquela voz fanha que sempre fala em alto-falantes de rodoviária ecoou pelo salão de espera, me dispersando de meus devaneios. Ela anunciava a chegada do ônibus que trazia Bella. Hora do Show Alice!

Ao meu lado esquerdo encostado no braço do banco, estava a minha placa. Provavelmente Bella não me reconheceria. Mas com aquilo ali não tinha como não me ver. Até vesgo conseguiria ler! Era puro charme! Realmente a criatividade é o meu forte. Em letras grandes e bem definidas estava escrito centralizado no papel:

BELLA SWAN.

Coloquei-me de pé em um salto, peguei a placa com as duas mãos de forma “modesta” a levantei a cima da minha cabeça. Vi que, por causa da minha grande altura, aquilo ali não ia surtir efeito algum no meio daquelas pessoas. Delicadamente comecei a pular. MENTIRA! Eu tava me matando de tanto pular. Só faltava a minha amiga não ver! Se ela demorasse muito mais tempo eu ia perder metade da minha massa corpórea

Eu estava ansiosa demais pra ver ela. Só saia gente estranha daquela porta. Uma vovozinha de cabelo vermelho com uma sacola de tigresa, que, diga-se de passagem, eu achei maravilhosa; um cara todo marrento que tinha cara de traficante, uma biba louca com uma calça de lycra cheia de paetês pink e um chapéu com plumas nas bordinhas, que era ridículo por sinal, ali não era uma festa. Uma garota com um a camiseta de uma banda qualquer dessas desconhecidas.

Mas perai... Será que era uma garota mesmo? Com todo aquele tamanho de calças e camisetas, não dava pra saber. Aquele ser com cara de doente passou pela porta carregando uma mochila imensa nas costas e uma mala que arrastava pelo chão. Devia estar pesada porque a pessoa parecia estar fazendo um esforço danado.
Esforço quem tava fazendo era eu! Eu não tinha parado de pular ainda. E o que aquela menina macho tava olhando pra mim? Talvez fosse menino mulher e tivesse gostado da minha placa. Não, era ilógico um menino mulher se vestir como um menino.

Uhmmm mas eu acho que não é com a placa, olha a cara de nojo que aquilo tá me fazendo.
Aquilo tava se aproximando mais e mais, me avaliando.
Ai Senhor Jesus, é agora que vai me atacar?
Disfarçadamente comecei a analisar aquele ser. Continuei pulando assim seria mais discreta. Cabelo castanho, pele clara, a camiseta até que marcava uma protuberância ali no busto. Ok. Era uma menina. Continuei minha avaliação, corpo esguio, olhos cor de chocolate.

Mas espera aí. Eu conheço aqueles olhos... É Bella? Não pode ser! Será que ela gosta de meninas! Nossa isso vai ser um escândalo em Forks!

Ela pareceu me reconhecer no mesmo instante em que eu. Seu olhar fitou a placa. Ah, era a Bella mesmo. Ela não tinha mudado quase nada. Como não tinha reconhecido antes? Bom provavelmente porque não esperava vê-la vestida daquele jeito. Mas não importava.
Em um impulso joguei a placa para trás – ouvi um gemido, não dei bola – e gritei sem pensar.

“AHHHHHHHHHH MEU DEUS BELLINHA, É VOCÊ MESMA?????”

Corri e nos chocamos uma contra outra. Dei um abraço na minha amiga e fui retribuída de forma carinhosa, não pude conter a umidade que preenchia meus olhos. Choramos juntas por alguns instantes. Como eu sentia falta daquela safada!
Perguntei como ela estava e o porquê de estar ali, voltando para aquele fim de mundo que era Forks. Ela se esquivou, alegando que era algo que preferia contar uma vez só. Eu entendi, afinal, parecia doer fundo. Ela estava com uma cara tão abatida. Parecia doente e infeliz. Eu faria qualquer coisa para deixar a vida dela melhor. Eu amava Bella. Ela era a irmã que eu nunca tive. E agora ela estava aqui! Não dava pra acreditar!

Estávamos falando sobre a torta de chocolate de Esme quando chegamos ao carro. Foi aí ela se deu conta do carro em que eu fui buscá-la. Ela só faltava babar. Eu tive a impressão de que minha amiga tinha muita testosterona no sangue.

“Uaaaaaau Alice! Carlisle é bem generoso não?” Ela soltou pelo que me pareceu quase sem pensar. Ficou levemente corada. Tive que rir da afirmação e de seu jeito, até que, bastante feminino de corar.

“Ahhahahahaha, não, não Bella, esse carro não é meu. Bom se fosse, mas não. É de meu irmão Edward. Ele me emprestou para vir aqui te buscar. Então pára de babar e me ajuda aqui com a sua mala!” Achei melhor encerrar ali o assunto. Mas fiquei conjeturando se ela fosse uma menina, menina mesmo, dessas que nem eu, que gostam de meninos, o que será que ela diria do dono do carro.

Teríamos uma viagem de uns 40 minutos pela frente, já que estava com uma potencia sob meus pés. Colocamos os pertences de Bells no bagageiro e pegamos à estrada. Ela estava muito calada. Deveria estar pensando refletindo. Eu queria deixá-la à vontade. Já que não sabia o que estava se passando, resolvi esperar pra poder realmente ajudar em alguma coisa. Mas podia fazer alguma coisa naquele momento pra descontrair.

“Bella pega aí dentro da porta luvas a caixinha dos Cds, por favor?!”

“Uhum, claro... Qual você quer Allie? Temos, vejamos... Madonna, Spice Girls, John Mayer, Red Hot e… MEU DEUS ALICE VENGA BOYS?” Ela perguntou espantada.

“AHHHH é bem esse que eu quero!” Falei toda alegrinha.

“Tem certeza que esse carro não é seu mesmo? Porque tudo que tá aqui é bem a sua cara!” Ela falou em tom de deboche. Não pude deixar essa passar.

“Ora, vejam só quem está falando?! Você gostava muito de Madonna antigamente! Tu não lembra disso não? E principalmente, você simplesmente amava VENGA BOYS!!!! E lá em casa eu tenho a prova disso!” Ri me lembrando daquelas cenas de nossa infância.

“Do que você está falando?! Aiiii pára de rir Allie! Eu gostava mesmo. Mas passou... Mas que provas são essas Alice?!” Ela parecia estar ficando nervosa. Seu rosto estava sendo tingido de vermelho.

“Ah deixa pra lá... Uma hora você descobre... mas me passa pra cá esse Cd.” Roubei o disco das mãos dela e enfiei player a dentro.

A música que começou a tocar não era a que eu queria. Então procurei, com um dedo só e de olho na estrada. Faixa 6. Agora sim. Era aquela ali que daria as boas vindas à minha amiga. Fazendo-lhe lembrar de nossa infância. E de que eu não tinha esquecido nadinha.

Venga Boys - Shalalala

“AHHH NÃO ALICE!!!! EU NÃO ACREDITO NISSO! DESLIGA ISSO, POR FAVOR?”.

Só concordei com a cabeça lhe olhando de rabo de olho. Ela parecia não estar gostando, mas um sorriso começou a surgir no canto de sua boca. Rá, essa era a hora. Estiquei-me e girei o botão do volume deixando no último. Comecei a cantar

There's a boy in my mind and he knows
I am thinking of him.

“Vamos lá Bella… Cantando!” Falei pra ela enquanto que me olhava como se eu fosse louca. Não tava nem ai. Eu é que não ia perder o momento de deixar ela mais feliz.

All my way through the day and the night
stars shine above me
he's been gone for some time.

Sentia que ela começava a ceder. Então comecei a praticamente gritar, aquilo ia me dar uma boa dor de garganta. Mas quem se importa?

But I know I truley love him
and I am singing a song
hoping he'll be back when he hears it

Ela riu porque eu estava fazendo caras e bocas enquanto dirigia! Era a hora do refrão, ou ela cedia ou ela cedia.

My heart goes shalalala Shalala.


Tirei as mãos do volante para bater palminhas de acordo com a batida da música. Ela começou a cantar baixinho. E eu... Bom, pra animar gritei mais ainda.

In the morning
shalalala shalala in the sunshine.
Ai ela se soltou de vez.  shalalala shalala in the evening
shalalala shalalala just for you!
(make some noise for the vengaboys!)
If your love's gone away just like mine you feel like crying
Sing along maybe once
Maybe twice, let's try it together.
Continuamos cantando feito duas aberrações. Porque uma coisa é fato, nem eu nem ela, éramos da mais afinadas.
Bella ria como uma criança. Era bom vê-la assim.

Some sweet day no one knows you'll return and you'll be happy
Shouting sweet in a song
Listen to your heart it is singing
My heart goes shalalala shalala in the morning.

Agora Bells gritava assim como eu. Eu estava amando! Era muito bom fazer aquele tipo de coisa!

Shalalala shalala in the sunshine
Shalalala shalala in the evening
Shalalala shalalala just for you!
My heart goes shalalala shalala in the morning
Shalalala shalala in the sunshine
Shalalala shalala in the evening
Shalalala shalalala just for you!
Shalalala shalala just for yoooooooou!

Tomei um fôlego pra respirar direito. Ela fazia o mesmo.

“HAHAHAHA. Viu baby... acha que eu esqueci que era uma das suas favoritas?! Nunca, jamais benzinho, hahahahahah!”

“AAAAAAAHAHAHAHAH Alice! Muito bom! Mas ao que parece eu é tinha me esquecido! É engraçado fazer essas coisas”.

“Isso ae Bells! Uma vez Venga Boys, pra sempre Venga Boys! Hahahaha. Mas vai me dizer que você não gosta mais nenhum pouquinho dessas músicas?!”

“Ah, não mais. Pelo menos até agora. É bom pra se divertir e tudo mais. Mas Joshua me mostrou que há mais músicas por ai, que não falem só de amor e essas melosidades.” Ela fez uma careta quando falou de amor. Será que alguém tinha partido o seu coração em New Orleans. Se for isso, eu busco o garoto e dou um soco na cara!

Narração: Bella Swan

Alice tentava me divertir. Ela teve êxito com a música. Nossa fazia anos que eu não ouvia aquilo! Aquilo era bem típico de nós duas quando éramos pequenas. Afinal éramos apenas eu e ela. Existia aquele irmão esquisito dela, o Emmet. Mas ele nem dava bola pra as nossas idiotices de criança. Aquela música foi a canção que marcou o meu último ano ali em Forks. E agora ela marcava o meu retorno.

O resto do caminho foi tranquilo. Allie parecia conhecer bem a estrada. Afinal, devia ir a Port Angeles frequentemente. Forks, normalmente, era mal abastecido de tudo. Conversávamos sobre besteirinhas. Ela me falou um pouco de todos. Esme e Carslile ficaram radiantes em me ter por perto. Contou-me mais sobre o seu namorado irmão.

O que eu achei super engraçado. Falou sobre Emmet e que tinha uma namorada maravilhosa, chamada Rosalie, e que ela estava passando um tempo com eles também. Fiquei imaginando se um franzino daquele tipo conseguiria uma namorada maravilhosa. Ela deveria estar se referindo ao caráter da garota. Falou um pouco sobre o irmão que era dono do carro, disse que ele costumava ser legal, mas que de uns tempos pra cá ele tava muito chato. Ah! Como eu queria o meu irmão, mesmo chato, eu o queria por perto.

Quando dei por mim, já estávamos nos limites de Forks. A placa de boas-vindas ainda era igual. Mas a cidade parecia ter crescido. Só um pouquinho, nada exorbitante. Andamos pela única avenida existente ali. As ruas estavam molhadas e uma chuva fininha caia despreocupada. Atravessamos a cidade em questão de 10 minutos.
Isso porque, pegamos o único sinal de trânsito fechado.
Fiquei surpresa comigo mesma, quando percebi que ainda sabia exatamente o caminho de minha antiga casa:

Duas ruas paralelas para trás da avenida, do ponto onde eu estava, se andava mais 2 quadras adiante a casa branca com aberturas escuras na esquina, número 733.   Eu me sentia uma criança. Eu estava voltando ao lugar que eu me criara. Claro, havia muitas lembranças, porém eu estava ali para viver o agora. Não queria ficar lembrando o meu passado. Precisava fazer as coisas diferentes, se não sabia qual seria o meu fim, novamente.

Suspirei ao ver que já estávamos quase na entrada da grande casa dos Cullen. Que agora parecia muito maior com 3 andares. Talvez tenham reformado, devido ao grande número de gente morando ali. Talvez não. Com certeza. Dinheiro não faltava a Carlisle. Na verdade aquilo não era uma mera casa, tava mais pra mansão. Fiquei boquiaberta com tanta beleza. Com paredes inteiras de vidro, na parte sul da mansão. Com as aberturas de madeira clara, e toda pintada de branco. Involuntariamente, me senti feliz por estar ali.

Alice parou o carro na entrada da garagem, ali avistei uma moto que eu não sabia a marca, um conversível, um Mercedez preto, um Jeep, que pela altura seria improvável eu consegui subir sem auxilio, e outro carro de babar mesmo, Era preto e mesmo assim reluzia diante meus olhos. Como eu queria saber dirigir pra dar uma voltinha naquilo! O QUE É ISSO ISABELLA SWAN, MAL CHEGOU E JÁ TÁ QUERENDO PEDIR AS COISAS?! Repreendi-me mentalmente, certamente aquela não era a educação que eu recebera de Charlie.

“Pronta Bella?” Alice me perguntou. Respirei fundo.

“Sim, vamos.” Abrimos as portas sem hesitar e saímos.

Essa era a hora da aceitação. Eu me sentia nervosa, era como se eu precisasse a todo custo encontrar ali, um refugio, um lugar para me encontrar novamente. Eu já não sabia mais se estava ali para tentar salvar meu pai ou a mim mesma. Ou se era as duas coisas. O sentimento era de dúvida. Eu estava insegura. Coragem repetia para mim mesma diversas vezes enquanto caminhávamos em direção a porta de entrada. Eu não poderia mais ser uma covarde e fugir da minha vida. Mesmo eu tendo deixado New Orleans, Charlie e Renée, eu não estava fugindo de meus problemas.

Eles me acompanhariam onde quer que eu esteja. Eu estava ali para amenizar as coisas, para mim e para meu pai.
Subi os degraus com todo cuidado, já que estavam molhados. Alice me abriu a porta, ainda a segurando, fez um gesto com a mão direita para que eu entrasse. Timidamente entrei para dentro de meu novo lar.
Carslile e Esme estavam em pé na frente de um sofá branco de couro. Ele estava parado atrás da esposa com as mãos em seus braços, como um sinal de carinho alisava com os dedos a sua pele. Esme, linda como sempre, estava bem vestida, com os olhos marejados e com as mãos juntas na altura do coração. Mesmo com todos os meus questionamentos, eu me senti desejada ali.

“Bella! Que saudade querida!” Carslile veio em minha direção e Esme também.

“Como você está meu bem?!” Esme perguntava choramingando. “Ah, eu estou tão feliz por você estar aqui” Os dois me abraçaram juntos. Senti-me protegida em seus braços. Sim eu poderia estranhar aquela reação, se isso fosse na minha casa. Mas não ali. Sempre fui tratada muito bem quando criança ali, acreditava, e via que agora não seria diferente.

“Também senti muitas saudades de todos vocês! Ah Esme não chore...” Tentava consola-la. “Acredite, eu me sinto muito feliz em estar aqui com vocês! Sua família é ótima!”

“Oh querida, você é que é ótima... Mas venha, vamos nos sentar para contar as novidades... Como estão todos?!” Carslile agora me indicava o sofá. Todos nós agora estávamos sentados. Somente Alice que estava na ponta da escada.

“EMM, ROSE, JAZZ E EWARD, DESÇAM! BELLA ESTÁ AQUI VENHAM LOGO!” Ela gritava forte como eu nunca pensei que alguém tão pequeno podia gritar. Ignorei ela. Resolvi voltar para Carslile.

“Obrigada Carslile, primeiramente. Charlie está bem, Renée está... como posso dizer?! É difícil explicar... Bom, eu posso usar o termo transtornada, para definir seu estado.”

“Transtornada? Por você estar vindo morar aqui conosco meu bem?” Esme parecia não entender, muito menos Carslile.

“Explique melhor Bella”. Meu padrinho pediu.

“Não, Esme. Não por eu estar vindo pra Forks...Bom, eu vou explicar assim que todos estiverem aqui na sala, gostaria de ter que explicar somente uma vez se não se importa Carslile”.

“Claro Bella, como você se sentir melhor”.

“Obrigada”

Nesse momento olhei para minha direita, onde ficavam as escadas. Vi aquelas 4 pessoas descendo e Alice parada na ponta. Só dava pra saber que a loira gostosa deveria ser a namorada de Emmet... Mas qual daqueles era o tal do Emmet? E quem era o Jasper e Edward? Só tinha uma coisa a declarar. Todos eram lindos!
Um era enorme. Mais parecia um armário e vinha logo atrás da loira bonitona. Ele tinha o cabelo baixo na cabeça e era moreno, mas dava pra ver que era cheio de cachinhos... Emmet tinha cachinhos... DEUS DO CÉU AQUELE ERA O EMMETT? Ele pegou na mão da loira como se respondesse aos meus pensamentos. Não acreditava! Ele realmente tinha mudado bastante. Como pode um magrelinho ficar daquele jeito?

O que vinha logo em seguida à Emmet, tinha um porte atlético, mas não exagerado como o do irmão. Era loiro e também tinha os cabelos crespos. Olhos cor de mel e me parecia bastante simpático. O outro era alto e magro, porém, dava pra ver sob a camiseta branca justa que usava, que tinha bastante músculo ali. Seu cabelo era todo bagunçado, em uma cor estranha. Parecia que era banhado de um bronze escuro. O jeito como ajeitava o cabelo, me lembrava alguém que estava acordando. Mas ele não estava dormindo. Seu rosto não estava inchado. De longe ele era o mais bonito ali.

Mas devia ser o mais antipático. Sua cara era de poucos amigos. Mas ainda assim, minha respiração faltou quando ele chegou mais perto e olhou pra mim. Senti minha pele da face ficar vermelha.
Não entendia minha reação. Possivelmente era só o cansaço misturado com a ansiedade.

Narração: Edward Cullen.

Tédio. De todos ali eu não estava nenhum pouco animado com a chegada daquela garota que Esme e Carslile pareciam amar.
Por quê? Bom, vejamos... Primeiro de tudo: quem nesse mundo, com o mínimo senso de boa educação se oferece para vir morar na casa de alguém? Assim do nada?!
Pelo visto essa tal de Isabella Swan.
Segundo, e não menos importante, nessa semana desde que soubemos que ela viria tivemos que fazer umas mudanças. E eu não gosto de mudanças. Na verdade eu odeio mudanças.

O que Carslile estava pensando quando aceitou? Eu não compreendia.
Ele alegou que conhecia Bella desde que ela nasceu. Literalmente. Tinha sido ele a fazer seu parto. Que era seu padrinho. E que acima de tudo não podia de forma alguma negar um favor a Charlie e a qualquer pessoa da família dele. Onde que estava escrito esse “não podia”?? Eu não conhecia aquela criatura que estava pra chegar daqui a alguns minutos. Alice, pelo visto também era apaixonada por essa tal de Isabella. Nos primeiros anos em que vim morar aqui, ouvi falar muito no nome dela. Acho que aquilo me estressou. Diziam “Bella é um doce”, “Bells faz falta”, “Bella é divertida”, “Ahhh paie me leva pra ver a Bells?”, “Bells é linda”... Bells, Bella, Isabella... Era só esse assunto que eu escutava quando cheguei aqui. E agora era só isso que ouvia agora.

A minha irmã queria que eu fosse junto busca-la em Port Angeles, mas preferi emprestar meu Volvo pra nanica a ir junto. Essa garota devia ser uma mimada para vir parar aqui sem ter vergonha na cara de pedir abrigo assim.
Cara de pau. Só pode.

Eu já a odiava. Não entendia, mas só a simples menção do seu nome já me deixava arredio. Aquilo era ilógico, eu sei. Mas ela era alguém indesejado por mim. Eu não poderia sequer pensar em que ela estaria passando pela entrada de minha casa dali um pouco. Eu queria fugir dali e não ver a cara dessa garota. Tive vontade de arrancar meus cabelos de raiva que sentia. Meu coração estava a mil por hora. E eu parecia suar. Sentia meus cabelos na nuca ouriçados. Puramente ódio por Isabella Swan.
Eu estava deitado em meu quarto ouvindo uma música qualquer. Pensando em como essa intrusa iria afetar minha vida. Ou melhor, já estava afetando. Eu não conseguia parar de imaginar como ela era. Loira? Alta? Nanica que nem a Allie? Gorda? Estúpida? Metida? Nojenta? Infernal? Preferia ficar com os últimos adjetivos. E se ela fosse gata?
AHHHHH EDWARD CULLEN, ESQUECE ESSE SER DOS INFERNOS.
Tentava parar, mas como um inferno na terra. Sei lá, uma perseguição. Ouvi as portas de o meu carro ser fechadas. DROGA. Será que eu iria um dia acordar desse pesadelo? Não. Eu acho que não. Ouvi na sala alguns murmúrios, levantei em um salto da cama, e pus a cabeça pra fora da porta. Porque eu estava curioso? Não sabia. Provavelmente era só raiva.
Ouvia Esme choramingar e dizer que estava muito feliz.

“Também senti muitas saudades de todos vocês! Ah Esme, não chore... Acredite, eu me sinto muito feliz em estar aqui com vocês! Sua família é ótima!”

Ouvi a garota falar de forma bastante educada. A sua voz fez meu coração pular. Era doce e delicada. Um tom aveludado e me parecia sentir uma pontada de dor ali. Estranhei minha reação. Aquilo era bastante estranho para mim. Normalmente as vozes das pessoas não me fazem temer os próximos momentos.

“EMM, ROSE, JAZZ E EDWARD, DESÇAM! BELLA ESTÁ AQUI VENHAM LOGO!”

A nanica gritava na ponta da escada. Abri escancaradamente a porta de meu quarto e fui logo saindo. Emmet parecia ansioso, talvez porque conhecia a intrusa. Rose, desceu na frente dele, conhecendo ela, para avaliar se a garota era uma ameaça. Jasper passou por mim e deu uma piscadinha como quem diz “Coragem mano”. Ou não. Com Jazz, nunca se podia ter muita certeza. Eu respirei fundo e me postei atrás de Jazz. Ia descendo os degraus de cabeça baixa, tendo como meu aliado a minha visão periférica. Reconheci Esme e Carslile e a figura escura no sofá. Primeira constatação sobre “essazinha”: Era morena. Eu gostava de morenas.

NÃO EDWARD! Gritei mentalmente. Tive a “leve” vontade de me esmurrar.
Já no meio da escada levantei a cabeça, eu ainda estava com raiva. Isso não iria mudar tão cedo. A olhei pra garota deliberadamente. Morena, fato. Cabelos ondulados e mal penteados. Olhos escuros e era pálida. Bastante pálida. Parecia sofrer. Garota estranha.

Quer dizer, aquilo pode ser chamado de garota? Onde estavam os peitos? E as curvas que as mulheres devem ter? E a tal da feminilidade?
Ela nos olhava com a boca levemente aberta. A boca era cor de pêssego, e os lábios levemente cheios.
MAS QUE DIABOS EU TO REPARANDO NA BOCA DAQUELE GURI?!
Sim, porque não venha tentar mudar a minha ideia, aquilo só podia ser um homem de cabelos compridos.
Ela usava um jeans largo e uma camiseta de banda alternativa, que nem mesmo eu sabia quem era.
Ela corou de leve no momento em que me viu. Eu me senti...
Feliz?

Isso não fazia o menor sentido. Era loucura ter esse sentimento só de olhar pra aquela tal Isabella Swan. Ela não devia estar na minha casa, recebendo a atenção da minha família que, em grande parte, tanto a adorava.

Será que um dia eu chegue a gostar dessa garota a ponto de pelo menos conviver em paz com ela?
NÃO, NUNCA EDWARD CULLEN! VOCÊ A DETESTA LEMBRA??? SIMPLESMENTE POR ELA EXISTIR! Eu me afirmava.
Eu tinha que ignorá-la, se não, eu sabia que a minha vida seria um inferno. Ou talvez se isso não bastasse, eu é quem iria tornar sua vida um completo inferno. Eu não a queria ali. E mesmo com todas essas sensações estranhas passando dentro de mim, eu tinha que fazer Isabella Swan desistir de ficar em Forks.

Narração: Rosalie Hale.

Alice nos chamou e Emmet saltou da cadeira. Não gostei daquilo. Será que essa baranga era bonita? Tinha que saber se corria algum risco. Eu me garantia, mas sabe como é... Homem é homem! Principalmente quando se tratava do MEU HOMEM.
Corri na frente de todos, e principalmente de Emm. Edward me olhou como quem pensa “já esperava isso dela”, ridículo e mal amado. Ele tá precisando de mulher. Quem sabe essa garotinha podia dar um jeito nele!
Descendo os degraus olhei para ela. Puta que pariu! É Bella mesmo o seu nome? Porque de Bella tinha pouca coisa. Talvez os olhos e a boca. Alice pelo visto tinha uma memória fraca, sempre me dissera que essa menina era linda! Até ajudei a fazer um quarto super feminino pra ela, porém acho que ela não gostava de coisas rosa e tudo mais.
Mas Ok Rose. Agora você já pode relaxar. Não corro risco de perder meu macaquinho.
Ele pegou na minha mão em seguida. Bom sinal.

Narração: Emmet Cullen.

QUE LEGAL! QUE LEGAL! QUE LEGAL! VAMOS TER UMA IRMÃZINHA NOVA! QUE LEGAL! QUE LEGAL!

Caraaaca meu! Nem podia imaginar a hora de ver a Bebelildis de novo!
Nossa porque a Rose quase me derrubou agora?!.
Ela deve estar com ciúmes, porque tem guria nova na área, ela sabe que o EMMETESÃO aqui bota pra quebrar se der mole. Ela que não me levasse a mal. Eu amava minha bombonzinha. Mas, quando ela ficava nervosa e tinha as suas crises de ciúmes OHHHH MUIÉZINHA DIFÍCIL! Não liberava a chave do paradise!


Ela foi correndo na minha frente pra ver aquela pentelha que costumava brincar com a Alice. Eu que não sou bobo nem nada fui atrás daquele pandeiro da Rose, para analisar o produto novo na residência Cullen e a bunda da minha anjinha.
Mas minha doce Rose, não precisava se preocupar, eu gostava da Bella, ela era engraçada quando criança. Todos aqueles tombos e dancinhas engraçadas dela e da Alice me divertiam horrores quando meus únicos amigos eram um video game e umas playboys.

Narração: Jasper Cullen.

Edward estava com a cabeça pro lado de fora da porta ouvindo a conversa lá embaixo. Ele pensa que eu não vi. Mas ele se dizia furioso de ter que aguentar mais alguém ali dentro. Ele dizia que iríamos perder a liberdade de andarmos pela casa sem nos preocuparmos. Mas ele estava, de fato, curioso. Eu conhecia meu irmão com a palma de minha mão. Podia saber exatamente o que ele sentia, só de olhar. Sim ele estava raivoso por termos alguém novo, isso não é mentira. Para ele já bastava a Rose. Mas ele estava acima de tudo, ansioso em conhecer a tal Bella que Alice tanto adorava.
Fomos descendo as escadas, e vi que Alice me lançava olhares de desculpa. Quem sabe por ter me esquecido, mas eu não me importava. Quando cheguei em casa furioso e querendo mil explicações me deparei com o seu celular depositado sobre a mesa de nossa sala. E imediatamente me lembrei que ela tinha ido a Port Angeles.
Quando vi a garota nos olhar. Até pensei que fosse alguma brincadeira, que seu nome talvez fosse Bello e não Bella. Mas a analisei com mais atenção. Ela tinha traços bem delicados e femininos. Só não se vestida de acordo como uma garota. E ela devia estar despedaçada. Sua face demonstrava sofrimento e dor. Ela tinha um olhar vazio.
Seus olhos percorreram um a um de nós, e quando pousou em Edward, ela ficou levemente corada. Achei-a divertida.

Narração: Bella Swan.

“Bella” Carslile me chamou, e eu me pus de pé. “Esses são Emmet, que você conheceu quando pequena e Rosalie, sua namorada” Na mosca.
Emmet e Rosalie se aproximaram de mim. Ele veio me analisando inquisitivamente.

“Oi Emmet, oi Rosalie” Falei timidamente olhando para baixo. Não queria causar brigas entre o casal, não sabia como a garota ao seu lado reagiria.

“BEBELILDIS!!!! TU NÃO MUDO NADINHA PENTELHA! HAHAHAHAHAH” Me abraçou apertado, eu tive medo de sufocar. Como ele lembrava desse apelido escroto ainda?

“Sim, a mesma tapadinha de sempre Emmet, mas tu hein... Quem diria! Tá bem... uhm... diferente!” Ele fez uma careta.

“Ah gostou? Uhm Uhm?!” Ele exibia os músculos. E movia as sobrancelhas brincando. Pude sentir meu rubor crescer em minhas bochechas. Rosalie lhe deu um tapa na nuca.

“Pára de se exibir macaco... Oi Bella eu sou Rose, é um prazer” Ela, diferentemente de Emmet, me abraçou delicada e rapidamente.

“Oi Rose... O prazer é meu”. Falei sinceramente. Ela sorriu.

“Agora deixa eu te mostrar os meus irmãos que você ainda não conhece!” Alice se meteu quando Carslile ia fazer menção em apresentá-los. Ela vinha puxando o garoto de cabelos cacheados e loiros pela mão.

"Bells, esse é o Jasper e aquela simpatia ali na escada é o Edward!” Alice fez uma careta ao apresentar Jasper, na verdade uma cara bem de apaixonada... E quanto ao outro irmão ela se limitou a balançar a cabeça na direção dela. Eu admito, senti um alivio ao ouvir quem era Jasper e quem era Edward. Mais uma reação estranha. Tentei me convencer que era porque achava que o outro era muito mal humorado para namorar Alice.

Meu coração travou quando o irmão que estava de espectador começou a vir em minha direção.
Jasper muito sorridente, veio até mim. Não tinha como não me sentir cada vez melhor naquela casa. Todos tão receptivos e amorosos. Quem sabe eu curasse um pouco dessa dor que sentia em meu peito.

“Oi Bella... até que enfim você chegou!” Jasper falava enquanto me abraçava rapidamente. “Alice estava uma pilha de nervos! E você não pode imaginar como essa criatura pode ser irritante quando está ansiosa! Estou muito feliz em te conhecer!”

“Uhmm Jasper...”

“Só Jazz, Bella.” Ele me interrompeu.

“Ok... Jazz imagino como você se sentiu... e acredite, eu sei como Alice é. E pelo que parece continua igualzinha!” Todos riram. Exceto o tal do Edward, que parecia vestir uma mascara de indiferença. “E eu fico feliz em conhecer você também! Rá a Alice me falou que você é ótimo. Bom saber que ela não é nenhuma mentirosa!”

“A Alice falou de mim Bella?” Indagou Jazz com uma cara safada, erguendo uma sobrancelha, olhando para minha amiga. Ela ficou sem jeito. Falei demais?

“Hey Bella! Assim vão achar que eu falei só dele!” Ela me arregalou os olhos, me repreendendo com certeza. Ri mentalmente com aquilo. Eles bem que combinavam. “Eu falei de todos vocês um pouquinho! Sabe como é... só pra Bella ir se localizando.”

“Ah sim, sabemos sim.” Informou Rose. Pelo visto ela já sabia do romance secreto dos dois.

Edward se locomoveu em minha direção. E eu fiquei esperando um comprimento. Mas ele passou reto, pude ver pela minha visão periférica que me lançou um olhar de cima. Eu podia sentir a raiva emanando dele. Fiquei frustrada com aquela atitude sem educação dele. Continuou andando e pude ouvir ele se jogando na poltrona no centro da sala.

“Edward, não vai dizer as boas vindas para a Bella?” Esme o repreendeu, lhe fitando com dureza. Olhei para trás para analisar o garoto, esperando que se manifestasse agora, igual aos seus outros irmãos.

“Ah. Oi.” Estreitei meus olhos.

Eu vi o vermelho preencher meus olhos. Mas o que era aquilo ali? O que aquele imbecil estava pensando? Como poderia ser tão mal educado tendo Esme como mãe! Quem sabe fosse genético. IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA, MIL VEZES IDIOTA! Gritava em minha cabeça.
Todos estavam, pelo visto, espantados com a atitude do idiotinha ali. Eu, já acostumada com a indiferença, só o xingava mentalmente. Dali a alguns minutos já não lembraria mais. Mas todos pareciam paralisados olhando o Edward.

“Oi.” Me limitei a responder.

Carslile indicou para que eu me sentasse. Bom. Era a hora da verdade. Encarar as conseqüências. E, naquele momento deixar o orgulho de lado e contar.
Sentei-me no centro do sofá branco. A minha frente estavam meus padrinhos, Emmet e a namorada. Jazz sentou-se ao meu lado direito e Allie do outro. Ela abraçou meus ombros sorrindo. O idiota estava na minha lateral direita. Assim eu poderia evitar olhar pra a cara dele enquanto falava. Esfreguei minhas mãos, olhei para todos, evitando Edward, e respirei profundamente, soltando o ar de repente.

“Bom, primeiro de tudo... Eu quero agradecer a você Carslile e Esme, por estarem abrindo o lar de vocês para mim sem nem me questionarem os motivos...” Sorri para eles e eles assentiram com compreensão no olhar. “Eu não sei se Charlie lhe falou alguma coisa Carslile, sobre minha vinda?”

“Não Bella, ele me disse que você teria que enfrentar isso”.

“Sim, eu imaginei que ele gostaria que eu mesmo falasse...” Olhei para minhas mãos, ponderando por onde começaria a história. Tentaria ser breve. “Vocês sabem que Josh morreu?”

“Que Josh?” Perguntou Emmet.

“Meu irmão mais velho Emmet. Aquele que você costumava jogar videogame!” Deus será que ele não lembrava mesmo? Meus olhos eu acho que ficaram duas vezes maiores!

“Ah o zoiudo! Desculpa aí Bella”.

“Tudo bem Emmet”.

“Sim, Charlie nos avisou quando aconteceu, sentimos muito”.

“Obrigada. Bom isso tem a ver com a situação de Renée. Ela ficou atormentada após receber a notícia. E isso se reflete em mim até hoje” Todos prestavam atenção menos o estúpido que via pelo canto do meu olho. Ele brincava com uma mecha de cabelo. Eu tive a leve impressão que ele falou “oh coitadinha”. Eu simplesmente o ignorei.

“Nesses dois anos, fui literalmente rejeitada por Renée, isso já acontecia antes, mas o fato de Joshua ter morrido só acentuou mais as coisas entre nós. Renée realmente começou a me ignorar, fingir que eu não existia de fato. Eu ouvi absurdos que nenhuma filha espera ouvir de uma... mãe. E Charlie sofre também, ela não o perdoava antes e ultimamente não o perdoa duplamente”.
Alice colocou a mão na boca com uma expressão torturada e com os olhos já úmidos. Rosalie estava já de boca aberta. Como iriam reagir quando eu contasse o mais grave?

“Como assim Bella? Renée ficou...” Esme, não teve coragem de completar a frase.

“Louca. Eu não tenho problema com a loucura dela. Mas ela ainda tem seus sentimentos bem definidos e não pensa duas vezes em jogá-los na minha cara. Toma remédios e vive dopada, não gostaríamos que fosse assim, mas infelizmente é... Bem, isso gerou em mim um certo tipo de depressão. E da qual eu ainda não me recuperei...” Tomei fôlego. Quando ia falar novamente o Cullen imbecil abriu a boca.

“Pois sinto te informar garoto... opa, digo garotA, né? Então, aqui não é clinica de reabilitação!”

“Edward! O que é isso meu filho?” Esme ficou pasma, assim como todos. Carslile se limitou a olhar incrédulo para o filho se apoiando com uma mão no sofá e a outra sobre o joelho. Ele parecia não acreditar no que estava acontecendo ali. Eu como já era acostumada com infames como ele, deveria não ter ligado, mas aquela posição dele me incomodou profundamente. Meu coração ficou mais inquieto do que já estava. Tentei continuar. Não queria criar desavenças ali. Já me bastava em casa.

“Tudo bem Esme... entendo que nem todo mundo vá gostar de mim... Mas eu quero ser totalmente franca com vocês... Estou no meio de uma depressão, e isso entre outras coisas foi motivado pela indiferença que sentia dentro de minha casa”.

“Mas Bella eu não estou entendo o real motivo de você estar aqui” Carslile me questionou.

"É que no meio dessa crise que está a minha casa... eu...” Limpei minha garganta que já estava fechada pelo choro que já se fazia presente. “Tentei me suicidar... há quatro meses”.

Falei sem rodeios para todos entenderem do que se tratava. Assim que fechei minha boca senti as lágrimas correrem por meu rosto. Antes de minha visão ficar completamente embaçada pude ver o rosto de todos paralisarem com a palavra “suicidar”.
Coloquei minhas duas mãos nos olhos os escondendo. Tentando secar as lágrimas. Pude ouvir um “oh” rápido. Não soube identificar de quem era. Alice pareceu demorar a reagir, mas logo me puxou para os seus braços me abraçando forte, chorando junto comigo. Uma mão alisava minhas costas, só podia ser Jazz, ele realmente parecia um grande rapaz. Tentava respirar mais calmamente. E o silêncio continuava a pairar na sala.

Eu que nos momentos seguintes já estava me acalmando com o carinho deles, fiquei mais calma quando alguém, mais precisamente Emmet, comentou sussurrando com Rose.

“Anjinha, então ela é um fantasma?”.

Não pude me conter e ri. E Alice também. Rosalie colocou uma mão no rosto balançando a cabeça em descrença.

“Ai Rose.. Eu to com medo...” Continuou o mongo. Será que ele era tão desligado assim?

“Não Emmet, eu não sou um fantasma... Eu não consegui de fato me matar.”

“Ahhhhh” Sua voz era tingida de alivio. “Que bom Bebelildis!!!!” Não nem tanto.

“Posso continuar?” Carslile assentiu.“Então, depois que eu voltei do hospital, as coisas ficaram cada vez piores. Renée chegou a me sugerir usar uma... corda, não próxima vez que eu tentasse. E vou admitir, eu considerei essa possibilidade. Charlie está sofrendo tanto quanto eu. Vocês Carslile e Esme sabem o quanto ele a ama. Eu iria tentar novamente. É uma crueldade o que ela faz com ele depois de que eu voltei com vida daquele maldito hospital...” Bufei, lembrando das atitudes dela. “Mas meu pai viu que eu estava caindo de novo, e então me jogou umas verdades na minha cara. Mais algumas. E me fez ver que, por ele, eu tenho que estar aqui. Porém, devo a vocês a verdade, e ainda existe o vazio e a dor dentro de mim.”
Todos ainda estavam boquiabertos com as minhas declarações. Eu ainda não tinha acabado.

“Vejam, o motivo que me trás aqui, é Charlie. Por mim eu não estaria mais... vocês sabem. Mas, já que decidira por ficar viva, eu não podia mais ficar ali dividindo o mesmo espaço que ela. Ela suga a minha energia e me puxa pra um buraco fundo. Eu tinha que ir para algum lugar que fosse longe dela. E me lembrei de vocês. Na verdade eu sonhei com a nanica aqui” Fitei brevemente minha amiga ao meu lado. “Ela, apareceu como a minha luz” Alice sorria para mim. “Assim como quando éramos crianças”.

“Ah Bella, eu sinto tanto meu bem.” Esme estava chorando assim como Rose que secava com a ponta dos dedos os olhos. Alice estava agarrada com força em minha mão. Achei que perderia meus dedos no seu aperto. Minha madrinha estava sentada ao meu lado agora e me abraçava com ternura.

“Carslile e Esme, eu realmente agradeço por estarem me recebendo aqui, com tanto carinho e atenção, mas se não quiserem que eu esteja aqui eu vou entender”.

“Mas do que você está falando Bella? Não iríamos lhe negar abrigo nunca! Não importando o motivo! Se você está aqui para se manter viva, nós vamos lutar por você” Carslile sempre compreensivo estava me aceitando de braços abertos. “Eu fiz seu parto garota, e sei o quanto Charlie é louco por você, jamais poderia deixar você partir, assim como seu pai não deixaria”.

“É ele não deixou, ele que me levou ao hospital. E que ficou comigo lá durante um mês e meio...” Sorri com a lembrança de Charlie ao meu despertar.

“Um mês e meio Bella?” Alice não acreditava.

“Sim. Muito tempo não?”

“Bastante, mas desculpe perguntar, e me responda só se você quiser... mas como você tentou... uhm... se matar? Porque eu não entendo o seu um mês e meio no hospital!!!”

“Não tenho problema com isso Allie, não se preocupa em pedir desculpa. Bem... exatamente, com uma dose cavalar de calmantes, mais outra super dose de alguns remédios de uso controlado de Renée e um litro de vodka, isso me fez entrar em coma. Por isso fiquei esse um mês e meio no hospital.”

“Uhmm” Sorri para ela. Que estava pensativa. Eu era pura gratidão por aquela família.

“Novamente, muito obrigada Carslile. Obrigada a todos”.

Eles sorriram em minha direção, tirando Edward. Que parecia estar pensando muito. E que alguns segundos depois de minha ultima declaração resolveu abrir a boca pra compartilhar seus pensamentos.

“Bom... Deixa eu ver se entendi” Tomara que não saia nada desagradável dali. A voz dele era maravilhosa, devo confessar.

“Sim.”

“Sua mãe te detesta. Seu pai não te dá atenção. Você é uma frustrada depressiva. Provavelmente todo mundo te rejeita na escola e por isso tentou se matar, mas não conseguiu, e está aqui buscando a salvação? É isso mesmo? Eu entendi certo?”

Pronunciou aquilo com deboche e com incredulidade estampada na sua cara. Mas incrédulos, estávamos todos nós com ele. Edward esperou. Será que ele acreditava que eu ia mesmo responder àquelas indagações que me fez sem nenhuma cautela? Vendo que não haveria resposta. Soltou entre dentes.

“Que patético isso” E bufou.

Eu o fitei por um tempo até a raiva que sentia abrandar e até me decidir se esmagava a cabeça dele contra uma parede, batia com um bastão de baseboll em sua nuca, ou simplesmente o ignorava. Com muito custo eu me resolvi por ignorá-lo. Pisquei algumas vezes para dissipar o que restava de raiva em mim. Virei meu rosto para os demais.

O silencio foi constrangedor.

“Ok... Alguém quer torta de chocolate?” Alice se levantou em um salto, tentando deixar o clima menos pesado.


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Notas finais do capítulo

Bom gente é isso. Nao me matem por o Edward ser assim!
Nao liguem para palavras comoo guria/guri, eu sou gaucha e isso vai ser normal por aqui
 
Ahhh fico tão feliz com os seus comentários por isso nao deixem de comentar!
Reviews me motivam a escrever mais e mais!
 
A partir de agora os capitulos vao ficar cada vez maiores, por isso enjoy!
 
Logo posto mais!
 
Milhoes de beijos :*
 
Grasi Ribas.
(RocketGrasy)
 



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