Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 10
Capítulo 7 - TOMANDO CONHECIMENTO.


Notas iniciais do capítulo

CADA VEZ MAIS HOT!

BOA LEITURA AMORES!



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Narração: Bella Swan.

 

Senti a luz penetrar em meus olhos. Sabia que já era de manhã. Rolei meu corpo e lembrei de que estava no sofá. Era tarde demais. Eu iria cair. Esperei pelo baque da queda, mas nada aconteceu. Apalpei minhas laterais e senti o lençol quente e macio. Respirei fundo e o cheiro do meu Ediota me tonteou. Abri meus olhos e dei de cara com ele me fitando com os olhos verdes vibrantes. Era a visão do paraíso.

 

“Bom dia monstrenga” Ele estava apoiado no cotovelo. E seu cabelo bagunçado estava com algumas mechas caídas em seu rosto, lhe mantendo um ar de mistério. Lindo demais pra ser real. Toquei-lhe a face para sentir seu calor e pra confirmar que não estava em mais um de meus sonhos. Imediatamente senti o calor invadir a palma de minha mão juntamente com o leve choque que sentia ao tocar sua pele.

 

“Bom dia Ediota. Como foi sua noite?”

 

“Tensa. E a sua?”

 

“Não sei… era pra eu estar no sofá e estou aqui” Fiz sinal para a cama. “Pode me explicar?”

 

“Posso… Eu te busquei! Te raptei. Te tirei daquele sofá que iria te deixar toda torta hoje. Sabe… Não quero que você fique torta, você já é meio monstrenga e torta, não, não ,não, só iria piorar a situação… Teria que lhe fazer massagens!” Ele falou todo brincalhão, com um sorriso no canto dos lábios. Malicioso. Uma massagem nao seria nada ruim.

“Uhm…Estamos de bom humor então?!”

 

“Você me acalma.” Ele declarou sério.

 

“Ótimo, eu estou evoluindo, semanda passada era irritante e agora já passei a calmante potente, muito bom… Mas, porque me tirou do sofá?” Me abracei nele. Ele acariciou meus cabelos. Eu adorava esse carinho.

 

“Eu não vi a hora que você veio para o quarto… Só acordei no meio da noite com frio. E vi que você não estava ao meu lado, então, aqui está você.” Ele explicou. “Aliás, me desculpe por ter saído ontem daquele jeito, Emmet às vezes me tira do sério!”

 

“Tudo bem, eu entendo que existem pessoas que nos magoam… Um dia você me conta sobre esse tal Jacob Black?” Tentei ser o mais direta que poderia. Eu queria saber o que lhe aborrecia e o que o agradava. Queria saber tudo sobre ele. Eu sabia que estava totalmente apaixonada por ele. Mas não fazia ideia do sentimento que ele nutria por mim.

 

“Claro que sim. A hora que você quiser, mas não agora, sabe por quê? Olhe pra fora” Eu me virei para a janela, e fiquei pasma.

 

“Sol!”

 

“Sim, o sol… todos já saíram e estamos sós. Será que você aguenta tanto tempo só comigo?”

 

“Ta brincando comigo não é Ediota?” Esperei a resposta dele, que não veio. “Por mim eu passava todas as horas do meu dia com você! Você me droga?” Olhei em seus olhos verdes e me joguei novamente em seus braços.

 

“Não, eu não te drogo… mas você… ah você Bella! Já falei que me deixa completamente louco?!” Não tive tempo de responder, ele me puxou com força para mais perto de seu corpo me beijando com força e possessivo. Era violento e cheio de desejo. Era muito bom, nossas linguas se procuravam insanas. Ele sugava minha lingua e mordia meus lábios até eu suspirar e involuntáriamente gemer. Senti algo que nunca senti antes. Joguei meu corpo em cima do dele e o fitei com desejo. Eu estava excitada. Estava perdendo a linha de raciocinio. Eu o queria dentro de mim.

Me joguei em seus lábios quentes e me derreti em seus braços, que me seguravam com força. Cada vez mais junto de si, nos beijávamos como se não existisse mais nada a nossa volta, inclusive o ar. Eu era dependente de sua boca. Viciada em seu gosto. Louca por ele. Rolamos na cama, perdendo a respiração, e retomando o fôlego ainda com nossas bocas grudadas uma na outra. Ele me agarrava pela cintura e apertava forte o corpo contra o meu. Senti algo entre meus quadris. Me arrepiei de cima a baixo quando percebi o que era. Abri meus olhos rapidamente e fui acalmando nossos lábios. Eu estava agarrada em seus cabelos, os segurando com força. Não me lembrava do momento em que tinha pegado seus cabelos. Eu o queria, mas não era a hora. Não ainda. Fui lhe beijando suavemente o rosto até sua orelha. Tentando acalmar os ânimos.

 

“Edward, vamos com calma…” Sussurrei com a voz surpreendentemente rouca e suave. Ele me fitou com uma expressão estranha. Era um misto de vontade, decepção, loucura, ansiedade e desejo, muito desejo. Continuei o olhando fixo. Eu não queria ter que falar que estava doidinha por ele, mas que era virgem. Eu queria um momento especial pra mim, e não queria agir por impulso. Nunca despertei paixões, e isso era completamente novo para mim. Se é que era isso que ele sentia! Ele me envolvendo daquele jeito, em seus braços fortes, me deixava perdida no raciocínio. Mas tinha que encontrar alguma lucidez naquele momento. Reprimi a vontade que tinha e olhei mais fundo nos olhos. Desejando que ele entendesse que eu o queria, mas não ali, não naquela hora. Seu rosto foi se transformando lentamente em uma expressão carinhosa e calma. Seus olhos brilhavam cada vez mais. Mas ainda parecia estar ponderando sobre o assunto. Um sorriso surgiu em seus lábios. Ele arfava e eu também. Ele suspirou.

 

“Você tem razão monstrenga… Calma, vamos com calma.” Me beijou levemente os lábios e se jogou para o lado ficando na mesma posição em que estava quando acordei. Levou uma de suas mãos até meu rosto e começou a traçar as linhas em minha face com delicadeza. Ficamos nos olhando por sei lá quanto tempo.  É ilógico contar os minutos quando se está no paraíso. Podia viver a eternidade olhando seu rosto, admirando seu corpo, sentindo seus lábios. Mas não podia deixar de comer. Minha barriga roncou reclamando.

 

"Está com fome?” Ele falou rindo. Seus olhos ficaram escondidos em pequenas fendas.

 

Ahm… Eu acho que sim.”

 

“Então vem monstrenga… Vou te fazer um agrado!”

 

“Mais um?!” Não consegui deixar de perguntar. Ele e Alice eram os únicos que realmente me agradavam de alguma forma.

 

“Como mais um?! Você ainda não conhece meus dotes culinários!”

 

“HAHAHA, ok! Mas você vai me servir cereais com leite é isso?” Foi hilária a cara que ele fez! Era impagável vê-lo tentando ficar brabo comigo.

 

“Ainda assim seria o melhor cereal com leite da sua vida! Agora levanta e pára de charminho monstrenga. Temos muito que fazer!” Me senti importante.

 

“Ok Chef. Mas posso, pelo menos, tomar um banho e escovar os dentes?!”

 

“Uhm… O banheiro é todo seu!” Fez um gesto com a mão e uma cara de malicia. SAFADO!

 

“Ta certo então Ediotinha!” Me levantei da cama em um pulo, mas voltei e lhe beijei. Provavelmente o café da manhã não seria nada comparado com ele. Edward me fitou com os olhos bem abertos. Era a primeira vez que tomava a iniciativa de um beijo.

 

Tomei meu banho ainda sentindo as sensações percorrem meu corpo. Era tão involuntário todos aqueles desejos que ele me despertava que era irracional resistir. Porém, não o conhecia, não sabia de seu passado e de suas experiências. Antes de tudo queria conhecê-lo, saber do máximo que ele me deixasse saber, e queria que fosse ele a me dizer. Meus pensamentos divagaram sobre diversas possibilidades. Lembrei que só faltava uma semana para as aulas começarem em Forks e que, possivelmente, as mesmas piadinhas de sempre aconteceriam comigo. Pensei na minha vida em New Orleans e como foram difíceis todos esses anos de deboche. Lembrei daquela ameba chamada Mike Newton e de minha “amiguinha” Jéssica. Dois estúpidos. Eu gostava da cidade, mas não das pessoas. Queria entender porque Charlie não me ligava e muito menos me dava qualquer tipo de notícias. Será que ele não queria mesmo saber de mim? Todos que o conhecem dizem que ele me adora, mas já faz quase uma semana que ele não me manda sequer um sinal de fumaça. Isso não se faz com uma pessoa que se adora. Isso não se faz com uma filha. Senti meu peito mais uma vez oco. Seria minha última tentativa com Charlie. Eu lhe mandaria uma mensagem. Quem sabe assim ele me respondesse.

 

Desliguei o chuveiro após alguns minutos. Eu me sentia calma, mas mesmo assim sentia uma leve dor no fundo de meu coração ao pensar em Charlie e seu comportamento comigo. Abri a porta embaçada do box para pegar a minha toalha. Ela não estava ali. Onde ela estava? Bom depois de alguns segundo pensando me lembrei que não a havia pegado.

 

“Muito bom Isabella!!!” Falei sozinha. Isso era algo realmente excelente. De duas uma: ou eu me secava pulando ou pedia socorro para Edward. Fiquei em dúvida. Abria minha boca para gritar para ele e fechava. Sem coragem nenhuma. Pensei em começar a pular. Mas isso demoraria muito tempo. Poderia até sair para o quarto, mas vai que ele estivesse ali?! Eu estava nua, puxa vida! Eu começava a sentir o frio do banheiro e logo começaria a espirrar. Não tinha muito tempo ou ficaria mais doente do que já estava.

 

“EDWARRRRRRRRD!!!!!!!!!”Gritei sem pensar muito mais. Esperei, e nada.

 

“EDWAAAAAAARRRRRRRRRRRRD!!!!!!” Gritei mais alto ainda. Sem respostas. Mas que droga! Eu estava congelando.

 

“EDIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOTAAAAAA VEM LOGO AQUIIIIIIIIIIII!!!!!”

 

“O QUEEEEEEEEEEEEEEE?” Graças a Deus ele ouviu!

 

“VEM AQUI... E LOGOOO!” Esperei um pouco e pude ouvir seus passos apressados subindo as escadas e no corredor. Ele devia estar correndo na verdade. Escutei ele entrar no quarto.

 

"Onde você está Bella?”

 

“No banheiro…”. Rapidamente vi um movimento na maçaneta.

 

“NÃO! NEM PENSE EM ABRIR ESSA PORTA EDWARD!” Me desesperei. Era muito constrangedor.

 

“E porque não?” Ele abriu uma fresta.

 

“FECHA ISSO EDIOTA! EU TO NUA!” Gritei sem pensar.

 

“UHM... é agora que eu entro mesmo monstrenga!!!” Ele falou todo brincalhão.

 

“SÓ SE VOCÊ QUISER MORRER!” Falei com raiva mesmo. Se ele entrasse ali eu ia decapitar ele em dois toques!

 

“HAHAHA. Tá, tudo bem eu não vou entrar… Mas o que você quer?”

 

“Acho bom. Acho bom mesmo! Eu quero uma toalha Ediota… eu esqueci de pegar!”

 

“Aham, já volto.” Encostou a porta novamente e não demorou muito para voltar.

“Ainda não posso entrar? Vou ter que te entregar isso de algum jeito!” Ele ainda estava atrás da porta fechada. Eu não sabia o que responder.

 

“Ahmm… Pode, mas fica de olho fechado!”

 

“Eu não vou olhar nada! Confia em mim!”

 

“Confio nada!”

 

“Então vai ficar molhada para todo o sempre!”

 

"Não! Eu confio, eu confio. Mas fecha os olhos!”

 

“Vou entrar…”Tentei me cobrir com os braços e com as mãos, para evitar que ele visse muita coisa caso não estivesse de olhos fechados.

 

“Estou entrando…” Ele continuou descrevendo seus passos. Ele entrava com cautela. Quando vi seu rosto estava mesmo de olhos fechados! Estava só com um jeans escuro e sem camiseta.

 

“Entrei?” Ele era muito engraçadinho sendo cauteloso comigo.

 

“AHAHAHAHAHHAHAHAHAH” Não pude evitar rir.

 

“O que? Qual a graça?” Edward perguntou ainda de olhos fechados.

 

“Você é a graça. Aliás, uma graça… Agora me estica o braço que eu pego!” Ele me obedeceu sorrindo. Inclinou o corpo um pouco para frente e me estendeu a toalha. Eu fiz o mesmo. Toquei meus dedos na toalha, porém não a segurei, ele a soltou no chão. E involuntariamente abriu os olhos.

 

“Oh!” Foi a única coisa que consegui pronunciar. Eu tinha meus braços ao lado de meu corpo agora. Estava presa naquele momento! Congelada naquela situação. Ele me olhava atônito. Seus olhos me percorriam dos pés a cabeça. Sua expressão se tornou séria e o sorriso se foi. Eu sentia o calor me inundar. Por estar com vergonha e pelo jeito que ele me olhava que me despertava desejos. Eu não queria que ele parasse de olhar. Era estranho para mim, mas não queria. Ele piscou alguma vez seus olhos, e fechou a boca entreaberta. Porque ele estava daquele jeito? Meu corpo não é nada demais! Sem muito peito, coxas até que magrinhas, cintura normal. Nada muito definido e tinha até algumas celulites. Só pude chegar a uma conclusão. Ele não gostou do meu corpo! Eu tive vontade de chorar. Ele suspirou.

 

“Ah Meu Deus! Eu tenho que sair daqui, se não eu perco minha cabeça!” Ele falou baixinho me olhando nos olhos e logo me dando as costas e saindo dali rápido e atrapalhado. Era agora que eu surtava? Caia no choro pra nunca mais sair? Aquilo tinha sido uma rejeição ou não? Eu estava confusa e insegura. Milhões de coisas passavam na minha cabeça. Tudo que eu desejava era sair desse buraco em que eu estava caindo. Me sequei com raiva, maltratando a minha pele.

 

Sai do banheiro enrolada na toalha. Não tinha pegado nada. Ele não estava no quarto. Senti um alivio de poder me vestir com tranqüilidade. Procurei por uma das minhas roupas novas. Coloquei um jeans claro e confortável e um suéter justo de malha, com decote em V vermelho escuro. Arrumei meus cabelos úmidos de qualquer jeito e procurei por meus brincos novos. Eram delicados. Comecei a arrumar a cama, os lençóis estavam um bolo só. Me sentei pegando o travesseiro de Edward no colo e pensando em meus sentimentos fiquei por ali até que ele me tirou do transe em que me encontrava.

 

“BELLA! MONSTRENGA! DESCE… O CAFÉ TA PRONTO!” Gritou do andar de baixo.

 

“É CEREAL DE CHOCOLATE??? SÃO MEUS PREFERIDOS!”

 

“RÁ RÁ, MUITO ENGRAÇADINHA! DESCE AGORA MENINA, OU QUER QUE EU VÁ TE BUSCAR?!”

 

“EU FICO COM A SEGUNDA OPÇÃO EDIOTA!”

 

“HAHAHAHA, SE PREPARA ENTÃO!” O ouvi bater forte com os pés nos degraus da escada, correndo com certeza. Abriu a porta do quarto rápido e com a respiração pesada. Eu esperava que, sei lá, ele me desse a mão ou coisa assim, ou simplesmente me chamasse. Fiquei de braços cruzados esperando ele, que vinha em minha direção com as bochechas vermelhas.

 

“Feche os olhos.” Ele falou e eu obedeci. Senti os lábios tocarem levemente os meus e abri suavemente minha boca para dar passagem para sua língua. Não havia nada melhor nesse mundo. Enquanto ele me beijava, abraçou minha cintura com os dois braços de uma maneira estranha, como se estivesse criando um laço ao meu redor.

 

Enquanto o beijo prosseguia, eu senti meus pés deixarem o chão e pude sentir o corpo dele indo pra trás. Ele estava me levantando. Tão rápido que não pude acompanhar, separou nossas bocas e jogou meu corpo para seu ombro como um saco de batatas.

 

“O que você está fazendo? Me põe no chão Edward! Agora! EDIOTA ME COLOCA NO CHÃO!” Ele começou a andar despreocupadamente. Ou era muito forte, ou eu relativamente magra. Era estranho, ele estava me tratando como um criança. Me debati desesperadamente em seu ombro e bati em suas costas com as mãos.

 

“Não. Você que pediu pra eu vir te buscar, certo? Então. Eu estou te buscando! Agora pára de me bater!”

 

“RÁ RÁ RÁ, muito bonitinho! Eu vou continuar te batendo até você me por no chão! E isso pode ficar pior!” Ele continuava andando como quem não quer nada. Desceu o primeiro degrau e vi que aquela era uma batalha perdida. Larguei meu braços para baixo, como uma boneca de pano.

 

“Ui que medinho de você monstrenga… Não ia me bater mais não?” Deboche forte, bem na minha cara.

 

“É, eu até ia. Mas resolvi que poderia desgastar meus dedos fazendo isso!” Falei zombando da cara dele. Ele ia ter troco. Edward se calou ao chegar na ponta da escada, em seguida virou em direção a sala de jantar. Eu continuei ali no ombro dele.

 

“Agora… vai me por no chão?”

 

“Você está pronta pro melhor café da manhã da sua vida?”

 

“Rá! Com certeza! O cereal deve ser ótimo mesmo!”

 

“Você não acredita em mim mesmo… Vai ter que ver com seus próprios olhos então”. Começou a me puxar pela cintura para baixo. Meu corpo foi descendo rente ao seu, atritando em toda a parte. Senti meus pés tocarem o chão, mas não me distanciei dele. Fiquei parada o olhando nos olhos e me perguntando se realmente veria uma tigela com cereais ou algo completamente diferente. Ele pegou em meus ombros e me girou em direção a mesa.

 

“Ow!” A mesa estava posta de uma maneira bonita. Com dois pratos, dois copos, duas xícaras, dois tudo! Ao lado de um prato havia uma flor lilás com um bilhete dobrado. Tinha paezinhos e algumas frutas cortadas. Havia mel e doce de morango, que deduzi pelo cheiro. Eu senti meu queixo se abrir. Ele tampou minha visão quando apareceu com a cabeça na minha frente, um sorriso brincalhão nos lábios.

 

“Ainda prefere o cereal? Porque eu posso pegar!” Falou próximo a minha boca e suavemente beijou embaixo de meu queixo, me fazendo tremer e fechar a boca.

 

“Não… não prefiro” Falei pausadamente, que nem uma boba, com a boca dele ainda em meu queixo.

 

“Ótimo. Então sente-se!” Deixou rapidamente meu rosto e me indicou o assento onde a flor estava depositada. O obedeci, sentindo minha face pegar fogo. Sentei-me e esperei ele fazer isso também. Eu olhava o bilhete e ele constantemente. Ele percebeu meu hesitar.

 

“Leia.” Rapidamente peguei o bilhete e estava escrito com uma caligrafia perfeita apenas 5 palavras.

 

“Bella, monstrenga...

 

Me desculpa?

 

Ediota.”

 

“Pelo o que mesmo?” Não entendia o porquê ele me pedia desculpas, não havia motivos.

 

“Bom, sei lá, por eu ter te tratado mal quando chegou, por ter duvidado de você, te chamado de mentirosa e intrusa, por ter te chamado de garoto…” Nossa! Eu nem me lembrava mais disso.

 

“Achei, que já tínhamos superado isso…”

 

“Porque pensou isso? Eu não te pedi desculpas, e fui muito grosseiro com você monstrenga! Esme me ensinou que isso não se faz, e o que eu fiz não foi certo de qualquer forma Bella. Diz que me desculpa, por favor?!” Ele falou sincero. Mas já o tinha desculpado, ele já tinha pedido desculpas.

 

“Mas porque eu iria te desculpar…”

 

“BELLA?!” Ele ficou branco. “Eu estou sendo sincero. Me desculpa!”

 

“Que mania que as pessoas têm de me interromper! Eu não tinha acabado de falar… Mas porque eu iria te desculpar se eu já fiz isso?! Você já me pediu desculpas e eu te desculpei! Você não lembra?”

 

“Er… Quando?” Ele se fez de desentendido, isso estava escrito em sua testa.

 

“Na minha primeira noite aqui, você disse: Me desculpe pelas minhas idiotices. Seja bem-vinda a minha casa Bella, seja bem-vinda a minha vida. Você se lembra agora?” Ele estava com uma cara de criança que foi pega fazendo arte. Ele, comicamente fez uma careta.

“Você não estava dormindo?”

 

“Não.”

 

“E você me desculpou desde aquele dia?”

 

“Sim. E enquanto você não me pedisse desculpas acho que não dormiria.”

 

“Eu também… Obrigada. Eu precisava ouvir isso.”

 

“Eu que tenho que dizer obrigada”. Falei sincera.

 

“Pelo o que?”

 

“Depois… agora eu tenho fome!”

 

“É… depois então, porque eu também tenho fome!”

 

Começamos a comer e a conversar coisas idiotas sobre nossas comidas preferidas. Eu descobri que ele amava comida mexicana. Principalmente Tortillas, assim como eu. Gostava mais de peixe do que de carne e que gostava de cozinhar.

O dia foi passando despercebido, falávamos bobagens e saímos para o jardim que tinha atrás da casa para aproveitar o sol. Era uma área grande com um gramado extremamente verde, assim como qualquer arbusto em Forks. Era lindo aquele tom de verde, mas ainda perdia para o tom de seus olhos. Ele me perguntou algumas coisas sobre Joshua, e de como era minha relação com ele. Respondi com dor no coração. Era sempre ruim ter que falar dele abertamente. Eu ficava mal. Desejava ter ele comigo para sempre, mas ele estava morto e isso era uma dor infinita. Eu me fechava voluntariamente para o mundo. Quando citamos o nome de meu irmão, lembrei de Charlie, imediatamente peguei meu celular no bolso e comecei a digitar.

 

 

Para: General S.

 

Oi, não está esquecendo de nada?Como, por exemplo, de mim? Me manda notícias, estou preocupada! Me liga, manda msg, sinal de fumaça! Sei lá! Código Morci! Mas manda notícias Charlie.

 

De: Bella.

 

Enviei o texto e esperei uma resposta. Logo veio, mas de confirmação de entrega. Mas o tempo foi passando e nada de uma resposta de Charlie. A cada 2 minutos eu olhava para o telefone e fazia caras e bocas. Na noite Edward finalmente falou sobre minha obsessão pelo celular.

 

“O que você tanto espera desse celular Monstrenga?!”

 

“Charlie. Faz dias que não falo com ele, na verdade não consigo falar com ele desde o dia que sai de lá.”

Ele fez uma expressão que não deu pra decifrar o que era. Algo como indignação eu consegui decifrar. Mas o restante era como um quadro abstrato. Está ali, e é lindo, mas você não compreende nada. Ele se limitou a fazer aquela cara estranha e tombar um pouco a cabeça para o lado. Eu estava melancólica. Era difícil engolir que meu pai não queria falar comigo. Possivelmente havia algo no trabalho. Mas ele sempre encontra um tempo para atender ao telefone. Principalmente se fosse eu a ligar. Senti a tristeza chegando quando falei sobre o tempo que não falava com o General. Passei a mão em meus cabelos com raiva e me senti inquieta. Meu coração estava começando a martelar pesado e eu sabia que começaria a chorar. Edward continuava a me olhar, ele era um conforto para mim, mas só a presença dele ali não estava me ajudando. Meu queixo se contraiu. Senti a umidade em meus olhos.

 

“Você pode me fazer um carinho na cabeça?!”

 

Perguntei juntando todas as minhas forças restantes para não desabar, era incrível como aquele gesto dele me acalmava. Edward concordou com um aceno de cabeça. Eu me levantei da poltrona em que estava sentada na sala à sua frente e sentei ao lado dele, logo jogando minha cabeça em cima de suas pernas para receber o carinho que pedira.

Ficamos parados daquele jeito por um longo tempo em silêncio. Ele mexia com meus cabelos e coçava delicadamente meu couro cabeludo, me fazendo por várias vezes arrepiar o corpo inteiro. Logo seus carinhos desceram para minha nuca, me arrancando suspiros. Eu queria beijá-lo a cada toque seu.

Ele não deixou que caísse uma lágrima de meus olhos. Elas tentavam sair, mas ele as secava. Mesmo com tantas dúvidas eu o queria para mim. Não queria nunca mais sair dali. Nunca mais sair de seus carinhos e seus abraços. Virei minha cabeça para ele e agarrei em sua camiseta o puxando para mim. Selei nossos lábios e ele deu passagem para que nos aprofundássemos o beijo. Eu estava calma e controlada. O beijo não. Logo nos encontramos em mais um momento de tirar o fôlego. Me apoiava em uma de suas coxas, e ele me puxava pela cintura para si. Coloquei minha mão em sua nuca e comecei a alisar com a ponta dos dedos a entrada de seus cabelos. Senti sua pele ficar ouriçada. Colei mais ainda minha boca na dele, era um vício, o qual eu não conseguia, nem queria resistir. Como se não tivesse controle sobre meu próprio corpo, quando vi meus joelhos já estavam um em cada lado de suas pernas. Eu segurava sua cabeça com as duas mãos alisando seus cabelos e os bagunçando mais ainda enquanto nossas línguas brincavam loucas uma com a outra. Eu mordi seu lábio inferior e ele gemeu. Isso me despertou um instinto insano. O puxei para mais perto ainda e ele fez o mesmo com força, se é que era possível estarmos mais próximos do que aquilo. Eu sabia que sim, que havia um jeito. Eu estava me deixando levar por aquelas sensações.

Ele agarrou em minha cintura e subia e descia as mãos me apertando. Era bom o seu toque áspero. Me fazia querer mais e mais de Edward Cullen. Eu já não tinha noção de como estava meu coração. Arfava pesadamente. Eu estava com calor e começava a suar por baixo dos cabelos. Em meio aquele beijo feroz, onde nos encontrávamos precisamos de um segundo para respirar.

Separamos nossas bocas com muito custo. Ficamos com nossas testas coladas uma na outra, nos olhando firme nos olhos. Ardíamos de luxuria um pelo outro. Ele começou a passar a língua por meus lábios lentamente. Me fazendo ir as nuvens e voltar.

“Ed-ward” Falei com a voz entrecortada.

 

“Uhmm…” Emitiu o som abafando, ainda brincando com sua língua em minha boca.

 

“Você… está… me… deixando… ahhh” ele mordeu meu lábio nesse momento. Eu suspirei. “Louca.”

 

“Não, é você… que me faz perder… o juízo Isabella.” Ficamos nos olhando nos olhos. Firmes. Desejo emanava de minha pele. Respirava com dificuldade, meu peito subia e descia furioso. Ele estava do mesmo jeito. Sentia o seu hálito bater em meu rosto, quente e cheirando a canela.

 

“Então… estamos quites.” Declarei, recobrando parte de minha sanidade. Já estava a um fio de perdê-la. Nos beijamos novamente, com calma dessa vez. Suspiros eram trocados em meio à dança de nossas bocas. Não se ouvia nada ao nosso redor. Apenas o estalar de nossos lábios.

 

“Bella” Sussurrou em minha boca.

 

“Edward.”

 

“Eu não posso… continuar.” Eu congelei como estava.

 

“O que? Como assim?” Me afastei dele. Ele fechou os olhos com força e respirou fundo.

 

“Eu não posso continuar assim…” Eu ainda não compreendia. Ele estava me rejeitando? Era isso? Senti uma nova rachadura em meu peito.

 

“Como é? Seja mais claro, por favor?” Ele jogou a cabeça para trás, soltou de minha cintura e agarrou os cabelos com força.

 

“Isabella… Responda com sinceridade a pergunta que vou lhe fazer.” Ainda estava com a cabeça pendida para trás. Não conseguia ler com certeza sua expressão.

 

“Se isso me fizer entender o que você quer dizer… Serei o mais sincera possível.”

 

“Você já namorou alguma vez na vida?” Ele ergueu a cabeça para me perguntar. Se fixou em meus olhos. Eu continuava confusa. Pisquei algumas vezes.

 

“Isso faz alguma diferença?” Ele confirmou com um gesto de cabeça.

 

“Bom… então, não. Nunca namorei na minha vida.”

 

“Hmm… e antes de mim… você já tinha, sabe beijado alguém?”~ Arregalei meus olhos quando entendi. Ele estava sendo bastante sutil, mas compreendi onde ele queria chegar. E até entendi a sua colocação.

 

“Tudo bem, eu entendi. E também é não. Não para nunca ter namorado. Não para ter beijado alguém antes de você. E sim para a pergunta que você está querendo saber a resposta. Sim, obviamente, eu sou virgem.” Ele ficou com a boca levemente aberta. Com cara de bobinho. “E agora elabore o porquê você não pode continuar… Por que eu estou começando a me achar ridícula, por estar sentada desse jeito em cima de você” Apontei para mim e minha posição. “E querendo loucamente ficar com você. Você não quer mais? É isso?” Cruzei meus braços e o fitei erguendo uma sobrancelha.

 

“NÃO! Não é isso! Não entenda errado!” Ele me fitou espantado. “O que eu não posso é continuar nesse ritmo com você! Estamos indo mais rápido do que a música… E NÃO é assim que deve ser!”

 

Um fato: ele estava me rejeitando.

 

“Como não é assim que deve ser?!” Era assim sim! Garotos sempre queriam isso! Porém, ele estava ali, dizendo que devíamos ir com calma e seguir o “ritmo da música”. Ele que me contasse outra história. Essa não estava colando. Me arranquei da posição em que estava e me joguei birrenta no outro sofá. Era absolutamente ridículo aquilo. Meu bom humor já nem existia mais. Ele ficou me olhando embasbacado.

 

“O que foi Bella? Por que ficar assim?

 

“POR QUE FICAR ASSIM?”

 

“É! Não precisa toda essa cena! Estou sendo sincero e descente com você!”

 

“VOCÊ ESTÁ ME REJEITANDO, ISSO SIM EDIOTA!” Ele arregalou os olhos surpresos. Eu apontava um dedo de acusação.

 

“EU NÃO ESTOU FAZENDO ISSO!” Ele falou se levantando.

 

“Está sim! Vem me contar essa história de que não deve ser assim, e que estamos indo rápido demais, e todo esse blá blá blá? Isso é papo de menina Edward! Vocês homens sempre querem… sexo! É ou não é verdade?”

 

“É, isso é verdade.” Eu sabia que ele admitiria. “Mas não estou te dizendo que não quero mais você.” Então o que ele estava dizendo?  “Só estou dizendo que não está certo assim. E que realmente NÃO DEVE SER ASSIM COM VOCÊ! Agora você me entende? Eu estou doido por você! Caidinho, sabe?! Você não percebe isso?”

 

“Edward… eu nunca tive experiências na minha vida! Como você quer que eu entenda seus sentimentos se não entendo nem os meus?”

 

“Ótimo! Então eu vou explicar, mas presta atenção, porque vou falar uma vez só!” Ele andava de um lado para outro de um modo meio insano. “É bem simples, EU QUERO VOCÊ!” Ele apontou o dedo para mim. Meu coração pulou para mil batimentos por minuto quando ele falou que me queria. Eu comecei a amolecer. “Mas quero que você esteja bem e que qualquer coisa que aconteça entre nós seja… especial! Principalmente para você! Sabe por que?”

 

“Não, eu não sei o porque!” Eu estava olhando para meus pés que estavam em cima do sofá. Não esperava por aquilo. Era um golpe baixo o que ele estava fazendo comigo… se ele queria e eu também não haviam motivos para adiar. Já tinha esquecido minhas preocupações com o passado dele. Não me importava. Eu somente o queria por completo.

 

“Monstrenga, você é diferente! Como você mesmo disse, é normal as coisas acontecerem rápido demais! Mas eu não quero que seja assim contigo! E tenho certeza que no fundo você também quer algo especial. Não só o calor da hora! Isso não seria digno de… digno de você!” Ao falar isso ele se colocou agachado na minha frente no pequeno sofá. “Você é diferente de todas. Tem algo com você que me atraí e me deixa perdido!”

 

“E desde quando a diferença é algo bom?” Era ridículo ele justificar aquilo por causa da minha esquisitice.

 

“Desde que você nasceu.” Não evitei sorrir. Revirei meus olhos. Eu não ia mais continuar nessa discussão que não nos levaria a lugar algum. Ele estava certo, não importavam quais eram suas justificativas, por mais absurdas que fossem ele estava completamente certo. Eu queria sim algo bonito. Eu queria sim romance. Eu queria sim que me tratassem como alguém digno de coisas boas. Ele me tratava assim. Era ignorância discutir. Ele me analisava com olhos atentos e esperançosos.

 

“Você parece o gato de botas com esses olhos brilhantes!” Falei sem pensar.

 

“HAHAHAHAHA… Isso é um elogio?”

 

“Sem dúvida! Começando pelo fato que te chamei de gato!” Ele riu mais alto ainda.

 

“Viu, é por isso que você é diferente.” Ele sentou ao meu lado no sofá pequeno. Me abraçando os ombros e me dando um beijo nos cabelos.

 

“E é por isso que eu te deixo, sabe… caidinho?” Me aninhei em seu peito.

 

“Aham… Por isso, também!”

 

“Também? Tem mais é?”

 

“Mais, muito mais…” Colocou seu nariz em meu cabelo e inalou profundamente. “Sim. Tem muito mais.” Começou a acarinhar meus cabelos e contornar minha face. Eram movimentos tão simples e que me faziam ficar feliz e doida com ele. Todo o contato com a pele dele deixava marcado na minha o rastro de seu calor.

 

“Uhm… e é por isso que EU fico caidinha.” Comentei quando ele passava a ponta dos dedos pelo meu pescoço. Me lembrando de suas palavras que ainda ecoavam em minha cabeça. Deixando os subentendidos para trás.

 

“O que te deixa caidinha?”

 

“Acho que tudo”. Fui sincera. Eu brincava com a barra de sua camiseta. Ele girou o corpo rapidamente mais pra frente aparecendo diante meus olhos. Foi nesse momento em que eu me vi tingida de vermelho.

 

“Tudo?” Confirmei com um balançar rápido de cabeça. “Ótimo. Isso vai te deixar mais caidinha ainda!” Ele começou a me dar pequenos e rápidos beijinhos pelo corpo, nos braços, mãos, bochechas, boca, testa, pescoço, ombro, em todos os lugares possíveis. Era engraçado. Eu comecei a rir como criança, quando vi, Edward já estava me fazendo cócegas na barriga e eu estava ficando sem ar de tanto gargalhar. Jantamos qualquer coisa naquela noite, tomei um banho e ficamos pelo andar de baixo, ele pegou algumas cobertas e assistimos alguns filmes até que adormeci em seus braços.

 

Narração: Edward Cullen

 

Eu e Bella estávamos tendo um dia bastante bom. Começou muito bom. Mas ela queria calma, eu iria com calma. Ela me deixava louco a cada gesto que fazia. Quando a vi nua em meu banheiro, tive que juntar todas as forças que tinha e usar todo meu autocontrole para não colocá-la contra a parede e tê-la para mim, ali, no banheiro. Seu corpo é simplesmente perfeito. Curvas delicadas, porém acentuadas nos lugares certos. Seus seios eram na medida, nem muito grandes, nem muito pequenos. Suas pernas eram lindas! Cada centímetro dela gritava para que eu pegasse uma provinha daquele doce, mas se eu fizesse isso naquela hora, provavelmente comeria o pote inteiro.

 

Durante o café ela contou que me ouviu pedindo desculpas na sua primeira noite aqui. Eu fiquei com vergonha, mas ela tinha me desculpado desde lá. Então agora eu estava um pouco mais tranquilo. Ainda tinha desejo de saber sobre sua vida e tudo que poderia faze-la um pouco mais feliz. Pelo visto ela não gostava de falar do irmão morto. Deviam ter laços muito fortes. Quando a perguntei sobre a relação ela logo fechou a cara e me respondia a maioria das perguntas de forma monossilábica. Estava na hora de ela superar isso, porém, não falaria isso para ela. Todos temos direito de sofrer por aquilo que amamos, e todos temos um tempo de recuperação. Ela estava no tempo dela. Não iria pressionar mais sua mente. Desviei do assunto Joshua e falamos um pouco de tudo. Coisinhas banais. A cada pouco ela olhava para o celular. Quando não ficava por minutos olhando para o aparelho e esquecia completamente de minha presença. A nossa tarde foi se passando rapidamente. Quando senti a brisa fria da noite se aproximar, resolvi que deveríamos entrar pelo bem de nossa saúde.

Uma pergunta não saia de minha cabeça. Uma não… várias. Mas a principal era: Ela é virgem? Não poderia continuar no mesmo ritmo sem saber. Era totalmente imprudente. Se ela fosse e se me quisesse como seu primeiro homem, eu faria isso direito. Ela merecia ser amada. Eu não estava só caidinho por ela, isso era um fato, eu estava apaixonado por ela. Como nunca estive por nenhuma outra. Ela era tão desigual às outras. Ela era o ímpar onde todos era o par. Existia algo em meu peito que me avisava que nossa história era mais do que uma simples paixonite. Mais que simples atração, mas isso era inevitável. Assim como dois pólos, um positivo e outro negativo, nós nos atraímos inconscientemente. E se ela me desejasse, eu seria o que ela merecia.

Já eram quase 21h00min e ela ainda insistia em verificar aquele celular. Continuava distante. Indo para o escuro do buraco, sem dúvida.

 

“O que você tanto espera desse celular Monstrenga?!”

 

“Charlie. Faz dias que não falo com ele, na verdade não consigo falar com ele desde o dia que sai de lá.”

 

Oh! Era isso então. Que droga, eu não tinha noticias dele, não conseguira falar com ele porque não tinha pegado seu número, mas isso não justificava a negligência com a Monstrenga. Senti raiva por ela. Ela deixara a casa dela para vir pra Forks, para tentar aliviar a vida dele com a mãe de Bella e ele sequer ligava para a filha? Que tipo de pai fazia isso? A garota não era tão frágil, mas seus sentimentos eram finos como cristais. Ele não sabia que ela sofria por ele? Aliás, por ele, pela tal de Renée e pelo irmão morto? E que consideração ele tinha? Mandar alguém desconhecido ficar de olho nela e simplesmente não ligar mais? Não que eu não fosse cuidar dela, eu queria fazer isso, mas ele era o pai! Muitos sentimentos indignos me possuíram. Eu comecei a analisá-la e ela me fitava também. Ela batia tremia rapidamente a perna esquerda e mordia o lábio inferior constantemente, ela estava inquieta. Pudera!

Quem não ficaria? Em um gesto brusco agarrou seus cabelos com força, ela parecia irada! Seu rosto foi ficando tingido de um tom de vermelho forte. Olhei em seus olhos e eles estavam começando a umedecer, seu queixo estava até contraído. Ela começaria a chorar a qualquer instante, não queria que ela chorasse.

 

“Você pode me fazer um carinho na cabeça?!”

 

Ela perguntou no mesmo momento em que ia a chamar pra sentar comigo para cuidar de suas cicatrizes. A pergunta me pegou de surpresa, entretanto, respondi de imediato. Ela se levantou e veio até mim. Se deitou no sofá com a cabeça em minhas pernas. Aquilo não era trabalho nenhum para mim. Acariciei sua cabeça e brinquei com seus cabelos por não sei quanto tempo em silêncio. Quando tocava sua nuca com a ponta dos dedos sentia seus poros ficarem arrepiados. Era maravilhoso aquele calor que emanava de sua pele de seda. A cada poucos minutos, uma lágrima tentava escapar de seus olhos e eu insistentemente as secava com a pontas de meus dedos. Se eu pudesse ficar eternamente com ela em meus braços, eu ficaria. Ela se virou para mim repentinamente, agarrou em minha camiseta e forçou meu corpo para baixo. Eu não negaria nada que ela quisesse, muito menos se eu quisesse também. Ou quase nada.

Ela me beijou calmamente os lábios e em uma reação involuntária abri minha boca para aspirar seu hálito mentolado que me levava ao delírio. Um beijo nada calmo começou. Senti ela se mexer e a vi apoiando seu peso em uma de minhas coxas. Eu a peguei pela cintura, com força trazendo para mais perto de mim. Quanto mais junto ao meu corpo ela estivesse, mais feliz eu ficaria. Sua mão livre foi direto para minha nuca, roçou seus dedos cautelosos onde começava meus cabelos, isso me fez arrepiar e sentir minha excitação crescente . Ela deve ter percebido, pois grudou mais ainda nossos lábios, fazendo nossas línguas brigarem ferozmente de uma maneira deliciosa.

Ela era minha droga. Eu estava cada vez mais entregue a ela.

Ela mudou de posição e se colocou sentada em cima de mim. Assim ela me matava, com as pernas posicionadas uma de cada lado das minhas, desejei arrancar sua roupa com os dentes. Nossas línguas não se deixavam, ela agarrou meu cabelo com mais força e com as duas mãos. Possessiva. Eu gostava disso. Eu estava entregue a ela e ela a mim. Ela mordeu meu lábio inferior e isso me fez gemer, uma explosão de desejos me dominou. Eu estava totalmente aceso. Era constante o pulsar em meus quadris. Ela forçou mais ainda o beijo, eu não me importava, eu a desejava. Minha libido estava a mil. Ajeitei meu corpo mais perto do dela, a trazendo com força para junto de mim, mais junto de mim. Agarrei em sua cintura com brutalidade, eu estava sendo dominado pelo animal que tinha dentro de mim. A apertava com força. Ela era minha, só minha e eu ainda esperava por mais e mais dela. Minha respiração era totalmente descompassada, e meu coração batia extremamente rápido e descompassado. Nunca nada havia sido tão forte comigo. Ela arfava pesadamente. Eu transpirava por debaixo da camiseta não muito grossa. Nosso beijo continuava e eu estava cada vez mais envolto em seu gosto e minha rigidez começava a incomodar dentro da calça apertada. Eu precisava respirar. Sintonizados em uma mesma frequencia, separamos nossas línguas no mesmo instante, mas ainda com alguma dificuldade. Deixamos nossas testas juntas, nos encarando fortemente. Seu hálito preenchia o ar que eu respirava. Podia ver o fogo queimando em seus olhos. A mesma chama que queimava em mim. Eu não queria deixar de sentir seu gosto nem por um momento e comecei a passar a ponta de minha língua por seus lábios. Ela revirou os olhos, os piscando lentamente.

 

“Ed-ward” Sua voz era rouca, e saía com dificuldade.

 

“Uhmm…” Ainda estava brincando com a língua em sua boca vermelha.

 

“Você… está… me… deixando…” Mordi seu lábio, encantado com a cor que tinha. “Ahhh” ela gemeu e em seguida suspirou. “Louca.”

 

“Não, é você… que me faz perder… o juízo Isabella.” Respondi doido por ela. Mantivemos os olhos firmes um no outro. Eu queimava por dentro. Ela pelo visto também, sua respiração estava muito mais pesada e seu peito fazia o movimento respiratório com muito mais violência

 

“Então… estamos quites.” Ela falou em um tom de brincadeira. Eu estava começando a reencontrar a minha consciência. Mas não me controlei e a beijei novamente, de uma maneira ritmada e calma. Não havia sons a nossa volta. Só ouvia a respiração dela e o som abafado de nossa línguas dançando. Eu sabia onde isso acabaria se continuasse assim. Tudo era muito propício.

 

“Bella” Sussurrei ainda com a boca colada a sua.

 

“Edward.”

 

“Eu não posso… continuar.” Ela estagnou onde estava.

 

“O que? Como assim?” Se afastou de mim rapidamente para me olhar. Eu tinha que evitar aqueles olhos castanhos, se não eu me perderia novamente. Cerrei com força meus olhos e respirei fundo tentando acalmar outras partes de meu corpo.

 

“Eu não posso continuar assim…”

 

“Como é? Seja mais claro, por favor?” Eu que ainda estava agarrado a sua cintura me desvencilhei e tombei minha cabeça para trás. Tentando achar um jeito de descobrir aquilo que queria. Agarrei os meus cabelos com força e raiva.

 

“Isabella… Responda com sinceridade a pergunta que vou lhe fazer.”

 

“Se isso me fizer entender o que você quer dizer… Serei o mais sincera possível.”

 

“Você já namorou alguma vez na vida?” Tive que olhar para ela, sabia qual seria a resposta, mas esse fora o melhor caminho que achei. Me firmei em seus olhos. Ela estava confusa, piscou algumas vezes, como se tentasse achar o caminho para a resposta correta.

 

“Isso faz alguma diferença?” Balancei um sim com a cabeça. “Bom… então, não. Nunca namorei na minha vida.”

 

“Hmm… e antes de mim… você já tinha, sabe beijado alguém?” Ela arregalou os olhos. Tive certeza que ela tinha entendido onde eu queria chegar.

 

“Tudo bem, eu entendi. E também é não. Não para nunca ter namorado. Não para ter beijado alguém antes de você. E sim para a pergunta que você está querendo saber a resposta.” Ela entendeu perfeitamente. “Sim, obviamente, eu sou virgem.” Deixei cair meu queixo sem querer, devia ter uma cara de bobalhão. Ela era virgem e me queria como seu primeiro homem. Um estranho sentimento de honra passou por meu peito que já batia acelerado.

 

“E agora elabore o porquê você não pode continuar… Por que eu estou começando a me achar ridícula, por estar sentada desse jeito em você” Ela apontou para o próprio corpo em cima do meu, em uma posição bastante tentadora, como tudo nela. “E querendo loucamente ficar com você. Você não quer mais? É isso?” Ela cruzou os braços com uma cara malvada erguendo uma sobrancelha.

 

“NÃO! Não é isso! Não entenda errado!” De onde ela tinha tirado aquilo? “O que eu não posso é continuar nesse ritmo com você! Estamos indo mais rápido do que a música… E NÃO é assim que deve ser!”

 

“Como não é assim que deve ser?!” Ela se jogou de cima de mim para o sofá que estava antes, com cara de criança birrenta. Na verdade com uma cara bem mal humorada. Porque ela estava reagindo assim?

 

“O que foi Bella? Por que ficar assim?”

 

“POR QUE FICAR ASSIM?” Ela começou a gritar.

 

“É! Não precisa toda essa cena! Estou sendo sincero e descente com você!”

 

“VOCÊ ESTÁ ME REJEITANDO, ISSO SIM EDIOTA!” Nunca! De onde ela tinha inventado essa coisa de rejeição. Tudo o que eu mais queria era ela.

 

“EU NÃO ESTOU FAZENDO ISSO!” Me levantei irritado do sofá.

 

“Está sim! Vem me contar essa história de que não deve ser assim, e que estamos indo rápido demais, e todo esse blá blá blá? Isso é papo de menina Edward! Vocês homens sempre querem… sexo! É ou não é verdade?” Era isso? Ela não acreditava em mim? Ela achava que a desprezava só porque não queria fazer nada com ela naquela noite?

Tinha que explicar algumas coisas para ela.

 

“É, isso é verdade. Mas não estou te dizendo que não quero mais você. Só estou dizendo que não está certo assim. E que realmente NÃO DEVE SER ASSIM COM VOCÊ! Agora você me entende? Eu estou doido por você! Caidinho, sabe?! Você não percebe isso?”

 

“Edward… eu nunca tive experiências na minha vida! Como você quer que eu entenda seus sentimentos se não entendo nem os meus?”

 

“Ótimo! Então eu vou explicar, mas presta atenção, porque vou falar uma vez só!” Eu estava meio doido, andando de um lado para outro da sala. “É bem simples, EU QUERO VOCÊ!” Apontei o indicador para ela quando emanei a última palavra… Sua expressão se tornou um pouco mais suave “Mas quero que você esteja bem e que qualquer coisa que aconteça entre nós seja… especial! Principalmente para você! Sabe por quê?”

 

“Não, eu não sei o por que!” Ela olhava para os pés, tão indefesa.

 

“Monstrenga, você é diferente! Como você mesmo disse, é normal as coisas acontecerem rápido demais! Mas eu não quero que seja assim contigo! E tenho certeza que no fundo você também quer algo legal. Não só o calor da hora! Isso não seria digno de… digno de você!” Fui até ela e me abaixei em sua frente para que me olhasse. “Você é diferente de todas. Tem algo com você que me atraí e me deixa perdido!”

 

“E desde quando a diferença é algo bom?”

 

“Desde que você nasceu.” Se existia uma data para isso, sem dúvida seria essa. Ela sorriu e revirou os olhos cedendo. Ela sabia que estava certo. Não queria fazer do momento algo banal como é para a maioria. Ela merecia o melhor de mim. Eu tinha esperança de que ela me entendesse por completo.

 

“Você parece o gato de botas com esses olhos brilhantes!” Nossa devia estar com os olhos saltando da cara. Resolvi fazer piada.

“HAHAHAHAHA… Isso é um elogio?”

 

“Sem dúvida! Começando pelo fato que te chamei de gato!” Minha risada saiu muito mais alta. Bella, espontânea e totalmente engraçada.

 

“Viu, é por isso que você é diferente.” Me sentei ao seu lado e abracei seus ombros com carinho. Não demorou muito para ela se aconchegar em meu tórax. Beijei seus cabelos.

 

“E é por isso que eu te deixo, sabe… caidinho?”

 

“Aham… Por isso, também!”

 

“Também? Tem mais é?” Ela parecia não acreditar.

 

“Mais, muito mais…” Inclinei minha cabeça em direção aos seus cabelos e respirei o mais fundo que eu podia. Fiquei meio tonto com seu cheiro inebriante. “Sim. Tem muito mais.” Voltei a acariciar sua cabeça. Não conseguia evitar tocar nela, desenhei os contornos de sua face, eram traços finos e delicados, que me lembravam um boneca de porcelana. As pontas dos meus dedos estavam quentes e um pouco dormentes, isso só acontecia quando a tocava.

 

“Uhm… e é por isso que EU fico caidinha.” Eu passava os dedos em seu pescoço sentindo seus pelos na nuca ficarem arrepiados.

 

“O que te deixa caidinha?”

 

“Acho que tudo”. Ela mexia despreocupadamente na barra da minha camiseta. Esse seu comentário me deu uma ideia. Coloquei meu corpo rapidamente na frente do seu para olhar em seus olhos. Ela ficou imediatamente vermelha.

 

“Tudo?” Ela afirmou com a cabeça. “Ótimo. Isso vai te deixar mais caidinha ainda!”

 

Me dediquei a beijá-la em toda a parte possível de seu corpo, não ultrapassando limites, ela ria divertidamente. Eu iria a fazer rir mais ainda. Enquanto ainda a beijava posicionei meus dedos na região de sua barriga e tentei fazer cócegas. Ela era sensível na região, então continuei. Ela gargalhava e puxava o ar com força seguidamente. Ela se divertia e eu também. Era tão simples ser eu mesmo com ela.  Decidi que colocaria uma pizza para assar, ela disse que não tinha muita fome então, um lanche estava ótimo. Na verdade eu também não tinha fome. Tinha outras coisas a pensar e a fazer.

 

“Bella daqui um pouco a pizza tá pronta, depois a gente pode assistir algum filme, o que você acha?” falei enquanto chegava à sala e ela assistia papa léguas.

 

“Ah… por mim está ótimo Ediota! Mas eu vou subir tomar um banho antes.” Ela já ia se levantando. Fiquei escorado na porta.

 

“Aham.”Só concordei. Passou por mim e se esticou para me dar um beijo leve nos lábios. Assisti ela se afastar de mim e entrar no quarto. Assim que ela fechou a porta peguei seu celular em cima da mesa de centro e busquei o número de seu pai. Assim que achei disquei em meu aparelho. O sinal começou do outro lado da linha.

 

“Tuuu…Tuuu…Tuuu.”

 

“Vamos, atenda Charlie. Atenda logo!”

 

“Tuuu…Tuuu…Tuuu.” Nada.

 

“Que saco…”

 

“Oi…” Ainda bem ele atendeu!

 

“Ah, oi Char…”

 

“… Aqui é Charlie Swan, por favor deixe sua mensagem, no momento não posso lhe atender… Píííííí.” Ótimo caixa de mensagens! Pensei em desligar, mas tinha um milhão de caroços na minha garganta. Tinha que falar algumas coisas a ele.

 

“Charlie. Aqui é Edward Cullen, lembra de mim? Pois é você pediu para eu cuidar da Bella né?! Eu estou fazendo isso! E você? O que você está fazendo? Espero que algo muito importante para que não tenha ligado ainda para ela nessa semana! Se você quer saber como ela está, eu te digo: graças a seu silêncio ela está quebrada por dentro. Está sendo difícil faze-la se concentrar em outras coisas. Você poderia ligar ou responder as suas mensagens o que você acha hein? Bella ficaria muito feliz! Espero que faça isso, e logo.” Desliguei o telefone rapidamente. Tratei de salvar o numero e apagar do histórico de ligações. Só esperava que ele tomasse alguma atitude agora. Pelo bem da monstrenga.

Ela logo desceu, nós jantamos e assistimos filmes, na verdade eu assisti filmes, Bella não demorou muito a dormir em meus braços. Sentir seu corpo próximo ao meu era maravilhoso. Seu calor, seu cheiro, sua pele, sua respiração, tudo era uma combinação perfeita para mim. Não prestei atenção ao que o filme dizia principalmente porque já havia assistido anteriormente. Só tinha olhos para ela.

Isso me preocupava. Eu me conhecia, e sabia que enjoava fácil das coisas e das pessoas. Mas eu não poderia cometer esse erro com ela. Ela já sofria o bastante. Não sabia como prosseguir com nossa história. Não só desejava ela como mulher, mas desejava ela ao meu lado também. Demorei muito para conseguir dormir, tentando achar uma resposta para qual seria a coisa certa fazer conosco. Eu tinha uma vaga ideia do que fazer. Mas não sabia se daria certo, ou se duraria. Eu precisava dormir, me acomodei da melhor forma que pude e esperei o sono chegar olhando para ela. Em meio aos meus devaneios sua voz sussurrada me puxou para a consciência.

 

“Edward” Ela me chamou. Fiquei por um instante esperando para ver se continuava, ou dava sinais de que tinha acordado, mas sua respiração ainda era profunda e seus olhos ainda estavam fechados. Ela estava sonhando comigo era isso? A observei por mais alguns instantes até que adormeci.

 

Quando despertei torto no sofá cama que tínhamos na sala de TV notei que Bella ainda estava em meus braços. Suas bochechas levemente coradas e um sorriso leve nos cantos dos lábios. Era a visão de um anjo. Totalmente em paz, ela parecia uma criança. A minha criança. Me cheguei mais perto dela, buscando o seu calor. Respirei seu cheiro e assim permaneci parado por longos minutos. Eu já tinha certeza de minha decisão. Se ela era confusa com seus sentimentos, eu a ajudaria a entendê-los. Se ela se sentisse sozinha, seria eu a companhia. Se ela desejasse paixão, seria eu a dar. Se ela quisesse um amigo, seria em mim que ela poderia confiar. Se ela desejasse ser amada, seria eu a amá-la. Com dificuldade me levantei de seu lado. Fui até meu quarto, tomei um banho e aliviei todas as tensões que tinha em meu corpo. A imagem da monstrenga não saia de minha cabeça sequer um segundo. Estava feliz por ter achado a resposta. Agora eu teria que ter a garra de lutar e não deixar isso que eu sentia morrer.

Naquela manhã tinha sol ainda. Mas estava coberto por uma fina camada de nuvens espaçadas no céu. Me vesti com um jeans e um suéter preto que eu adorava. Desci rapidamente esperando que ela ainda não estivesse acordada. De fato não estava. Dormia tranquilamente naquele sofá. Fui para a cozinha e preparei o café da manhã para nós dois. Eu sempre pareci um morto de fome de manhã. Podia passar um dia inteiro sem comida, mas de manhã obrigatoriamente eu tinha que comer. Preparei um café preto e suco de abacaxi com hortelã que ela me contou que gostava. Cortei algumas frutas, peguei leite, e para fazer piada com ela coloquei em uma tigela cereal de chocolate. Arrumei tudo na mesa da cozinha mesmo. Era mais íntimo comer ali. Fui até o aparador no corredor onde sempre havia um bloco de notas com uma caneta. Lhe escrevi um bilhete e depositei junto com o cereal. Tive uma ideia nova, e joguei o bilhete fora.

 

Narração: Bella Swan

 

Acordei lentamente naquela manhã. Um cheiro delicioso me despertava, cheiro de café. Será que todos os meus dias em Forks seriam esse sonho? Por que eu me sentia em um sonho. Sendo aceita por todos. Estava em uma casa onde me amavam e se importavam comigo. Não havia rejeições. Eu tinha amigos, irmãos, e um… o que Edward era para mim? Como as meninas da escola costumavam chamar mesmo? Ah sim! Ficante! Ele era isso? Não podia dizer com certeza. Me sentei na cama, ai me dei conta que não estava em uma cama propriamente dita, estava em um sofá-cama. Passei as mãos nos cabelos para tira-los do rosto e ver com mais clareza. Olhei pela grande janela da sala e vi que ainda tinha algum vestígio de sol presente. Olhei para os lados procurando Edward, ele não estava ali. Escutei alguns barulhos vindos da cozinha. Devia estar lá. Pelo cheiro que vinha dali ele devia estar entretido com os afazeres de um homem que cozinha! Ri com aquela cena.

 

Me apressei em subir, escovar meus dentes e tomar um banho. Olhei para o porquinho cor-de-rosa em cima da bancada da pia e não resisti. Encaixei o Ipod do Ediota que estava ali por cima e esperei. Logo começou tocar uma música que eu conhecia. Continuei passando as faixas para frente e espantada com os nossos gostos em comum. Até que parei em uma que eu realmente adorava. Mas que há muito tempo não ouvia.

Tomei meu banho sossegada, pensando nos meus sentimentos por ele. Eu não sabia se agüentaria muito tempo com aquela tentação que Edward era para mim. Eu tinha certeza que queria e de que estava pronta para ele. Mesmo sem muita, ou nenhuma, experiência com homens na minha vida, eu estava certa da minha decisão. Porém ele queria esperar, eu não tinha ideia de quanto tempo seria essa espera. Só de imaginar seu corpo já me senti com calor. Isso era mais do que estranho para mim. Nunca tive tais reações com ninguém. Meu coração sempre largava em disparada quando eu ouvia sua voz, e seu cheiro me despertava o desejo de ter o Ediota sempre por perto. Eu sabia que não era uma paixão boba. O sentimento que eu nutria por ele era muito forte para ser apenas isso. Como eu podia estar tão envolvida com alguém em tão pouco tempo. Era como se tudo nele me chamasse e mostra-se que não havia saída para mim a não ser ele. Era muito mais fácil e menos doloroso estar perto dele do que de qualquer um. Até Alice, que sempre estaria ao meu lado, não conseguia que eu esquecesse minhas dores, assim como ele conseguia. Não, elas nunca desapareciam. Mas elas dormiam quando estava ao lado dele.

 

Desliguei o chuveiro e me sequei dessa vez com delicadeza. Quando sai do banheiro, enrolada na toalha tinha a impressão de que o encontraria ali. Mas só tive essa impressão, ele não estava ali de fato, porém tinha estado há pouco. Olhei em cima da cama e vi um bilhete. Corri até lá e li a sua caligrafia perfeita.

 

“Teve bons sonhos?

Edward."

 

De início não entendi aquele bilhete, mas no momento seguinte lembrei de que havia sonhado com ele e com a mesma praia que tinha sonhado no primeiro dia. Era claro que eu tive sonhos maravilhosos. Dobrei o bilhete e o coloquei em cima da mesinha que tinha no quarto. Decidi naquele dia por uma calça justa que eu tinha amado. Eu que nunca tinha me imaginado dentro de um jeans tão justo, até me acostumara com a ideia facilmente. Peguei uma camisa xadrez acentuada na cintura e coloquei por baixo dela uma blusinha branca de alças. Coloquei meu tênis e desci. Mas antes de sair, coloquei o bilhete no bolso traseiro da calça.Quando cheguei a ponta da escada no andar de baixo. Vi um novo bilhete.

 

“É eu sei que sim… Sonhar comigo deve ser ótimo!

Edward."

 

Como ele sabia que tinha sonhado com ele? Já fiquei vermelha só de imaginar. Devia ter falado a noite inteira. Josh me dizia que tinha essa mania. E pior ficava, quando as pessoas me respondiam e eu começava a, literalmente, conversar dormindo. Guardei o bilhete no bolso, junto com o outro e sorrindo feito uma boba. Segui para a sala de jantar, já preparada pra perguntar o que ele tinha ouvido. Deslizei a porta de vidro e nada dele. A mesa vazia. Nem sinal do Ediota e do café. Dei a volta na mesa e lá estava mais um bilhete.

 

“Também ando tendo sonhos ótimos. Mas o meu sonho acontece quando estou acordado. Qual seu maior sonho? Devem haver muitos. Gostaria que não eu não fosse só um sonho pra você? Edward." P.S.: Estou na cozinha.

 

O QUE? Como assim? A sua última pergunta fez meu coração disparar. Segurei com força o bilhete em minha mão e sai rápido para a cozinha. Essa história toda de sonho me fez pensar que estava sonhando. As luzes que entravam pelas janelas do casarão conferiam um ar surreal, a luz amarelada do sol encoberta pelas nuvens finas se misturava com o reflexo verde vindo da floresta e deixavam a casa mais linda do que era. Cheguei à porta da cozinha e respirei fundo. Girei a maçaneta. Eu estava ansiosa, louca para vê-lo. Tensa para entendê-lo.

Ele estava de costas para a porta. Estava com um suéter preto que deixavam seus músculos das costas aparecerem nitidamente e seu cabelo se destacar mais ainda pela cor diferenciada. A mesa estava posta do mesmo jeito caprichoso do dia anterior. Dessa vez havia uma tigela de cereal. Ri mentalmente com isso. Ele me enchia de carinho. Eram tão bonitas suas atitudes, por mais simples que fossem. Segui até a mesa.

 

Bella’s Lullaby (não oficial)

http://www.youtube.com/watch?v=JodVKITKzlw&feature=related

 

“Oi”. Eu falei tímida. Ele não me respondeu, somente virou um pouco seu corpo para mim, ficando meio de lado. Ele tinha um sorriso nos lábios que me fez perder o foco. Ele moveu a cabeça para a tigela de cereal. Pisquei umas três vezes, e analisei a tigela, tinha mais um bilhete. O peguei tremula. Porque eu estava tremula?

 

“Por que eu não quero ser só um sonho para você. Quero ser a sua realidade.

Eu gostaria muito de saber se a você, Monstrenga Quer ser… Edward."

P.S.: O resto do bilhete está com esse cara gostoso na janela.

 

 

“Rárá”. Ri baixinho e um pouco com o jeito que ele se descreveu. Aquele adjetivo não fazia jus a ele.  Caminhei até Edward, cada vez mais tensa com a situação. Eu teria um ataque se ele demorasse mais com aquele suspense. Parei na sua frente, a respiração dele estava pesada, e ele me olhava com aqueles olhos intensos, brilhando.

 

“Cadê?” Consegui dizer, me referindo ao bilhete.

 

“Junto de meu coração.” Olhei para seu peitoral e notei que havia um pequeno pedaço retangular por baixo da blusa dele. Eu teria que pegar se quisesse descobrir. Ainda tremendo coloquei minha mão por baixo de seu suéter e peguei o pequeno bilhete. Estava escrito para o meu desespero a seguinte frase:

 

“Coisas que vem do coração devem ser ditas.”

 

O fitei aflita.

 

“Então diga.” Ele pegou em minhas mãos e as juntou o seu peito. Senti seu coração bater tão rápido quanto o meu.

 

“Quer que eu seja a sua realidade?” Concordei com a cabeça. Eu não queria mais me sentir em um sonho com ele. Eu queria que ele fosse real. Era isso que ele estava me propondo.

 

“Quer ser a namorada Monstrenga de um Ediota?” Sua voz de veludo era muito suave, me despertou arrepios quando ele falou. Ele sorria para mim, e meu coração foi ao ápice. Senti meus olhos umedecerem, ele estava me pedindo em namoro. Senti um sorriso verdadeiro e involuntário se espalhar pela minha face. Como ele falou na noite anterior, ele estava sendo sincero e decente comigo. Mas ele ia além. Além da sinceridade, além da decência. Ele batia fundo em meu peito. Ele me fazia ter certeza de que existia uma vida para mim. Ele era minha cura. Eu estava sem palavras. Não consegui lhe responder. Pela primeira vez anos eu estava completamente feliz. Pela primeira vez em exatos 2 anos eu estava chorando de alegria. Me abracei nele sentindo seu peito bater com força. Respirei fundo. Tentando me acalmar. Ele largou de minhas mãos e me abraçou com força. Eu fiquei encolhida em seus braços como um bebê. Quando consegui me encontrar no meio daquela turbulência que era meu coração, lhe respondi.

 

“Eu já sou sua.”

 

Não precisava lhe responder mais nada. Não tinha forças para isso. Eu chorava lágrimas de felicidade. Sentia que Edward estava com a cabeça em cima da minha aspirando em meus cabelos. Ele me balançava delicadamente de um lado para outro. Como se houvesse uma música embalando nosso momento. Para mim existia a música e a melodia era composta pelas as batidas fortes de seu coração.

Ao me acalmar olhei para ele. Não havia palavras para ele. Simplesmente nos beijamos. Um beijo diferente das outras vezes. Era carregado de certezas e sem pressa. Uma palavra passou em minha cabeça. Não pude ignorá-la. Seria que meu sentimento por ele era AMOR?

 

Já fazia quatro dias que eu e Edward estávamos sozinhos, e as coisas entre nós estavam cada vez mais quentes, não tocávamos mais no assunto, quando víamos que estávamos perdendo a cabeça dávamos um tempo longe um do outro, mas isso não durava muito. Era, realmente, impossível, quando víamos já estávamos grudados um no outro mais uma vez.

Ele era maravilhoso. Alice me ligou um dia antes me lembrando que tinha horário em um salão de beleza.

 

FLASHBACK ON

 

“Bella, pára de teimar! Você vai sim!” “Alice, você está perdendo seu tempo e seu dinheiro com telefone... o que eu vou fazer no salão de beleza? E sem você não tem graça!” “Bella, por favor, me poupe! Eu estou no meio do mato, os mosquitos estão me devorando tipo vampiros então não discuta comigo! Você vai nesse salão sim, e faça essa bendita depilação! Garota, está na hora de ser uma garota!” Ela não me deixou nem contar a novidade sobre mim e Edward. Foi pensando em Edward que eu vi um porque de ir ao salão me depilar. “Tá, tá, tá bom Alice! Mas vai ter troco!” “Ui ui. Quem vê diz que morde!” “HAHAHA verdade! Mas como eu vou ir lá?” “Ora, peça para o Edward te levar… Bella o Jazzudo ta me chamando. Tenho que ir, beijinho, tchau!” Não tive tempo de me despedir dela, ela simplesmente desligou na minha cara. Uhmm, gemi mentalmente. Teria que pedir a Edward para me levar ao “centro” de Forks. Maravilha. Se ele quisesse maiores explicações eu provavelmente mentiria.

 

FLASHBACK OFF

 

Pedi a ele e o meu Ediota não me perguntou nada. Estávamos a caminho do salão e quase não conversávamos. Eu estava pensando em milhões de coisas. Coisas do tipo: essa droga vai doer. Por que Charlie não me ligou mais? Como está Rennée? Tomara que Edward não queira entrar no salão comigo! Prefiro gilete, não dói nadinha comparado à cera quente!

 

“O que tanto você pensa monstrenga?” Ele me arrancou de meus pensamentos.

 

“Em nada de mais… coisas bobas” Mentira, pra mim aquilo não era nada bobo.

 

“Aham. E então por que você ta com essa cara franzida?” Ele colocou um dedo entre minhas sobrancelhas, desfazendo uma ruga de preocupação.

 

“Ah… sei lá, às vezes eu fico tensa por nada!”

 

“Tudo bem então… Bella você não sabe dirigir?”

 

“Não, mas adoraria saber! Acho que Charlie esqueceu que eu já tenho idade para isso!”

 

“Eu te ensino se você quiser!”

 

“Ah eu quero! Eu quero!” Quicava no banco como criança feliz.

 

“Então estamos combinados, eu te dou uma aulas, quando você quiser” Eu estava contente por ser ele a me ensinar a dirigir! Adorava passar qualquer tempo com ele! Mais alguns poucos minutos se passaram e uma música antiga tocava no rádio. “Pronto, chegamos Bella!”

 

“Já?!” Não estava pronta pra ficar dolorida.

 

“Aqui não é New Orleans para demorar horas de ir um ponto a outro da cidade!”

 

“É verdade! Acho que você pode ir para casa… quando eu terminar te ligo, pode ser?”

 

“Não, eu vou ficar e esperar.”

 

“Ah não vai mesmo!” Eu estava pressentindo a vergonha bem perto de mim.

 

“Ah vou sim! Monstrenga o que tem demais eu ficar?”

 

“Não tem nada de mais, mas pode demorar…” Dei qualquer desculpa.

 

“Não me importo. Tenho todo tempo do mundo. Agora, vamos, se não você perde seu horário no movimentado salão de beleza de Forks!”

 

“Ai, tá bom!” Sai do carro batendo a porta com uma força desnecessária. Bufando de raiva. Minha mente falava que não havia motivos para estar tão braba, mas mesmo assim eu estava. Ele deu a volta no seu Volvo e parou ao meu lado, rente ao meu corpo. Eu cruzei os braços para não pegar nele. Ele me olhava curioso, com uma ruga de curiosidade entre os olhos. Entramos no salão e a mesma moça com cara de puddle da semana anterior, quando fui com Alice e Rose, me atendeu.

 

“Ah, oi querida, em que posso lhe ajudar?” Ela abriu um sorriso leve para mim, e ao olhar para Edward que não tirava os olhos de mim se abriu mais ainda. TIRA O OLHO MOCRÉIA, QUE ESSE TEM DONA! Gritei com ela em meus pensamentos.

 

“Ahm. Oi. Eu tenho um… horário.

 

“E para o que seria?” Edward me olhava rindo com o canto de seus lábios. Eu já sentia o carmim tingir minha face. O que eu iria dizer?

 

“Ahm… Mão e… pé?! Isso. Eu vim fazer minhas unhas.” Algo perfeitamente normal.

 

“E como é seu nome?” Edward se escorou com o cotovelo no balcão, podia jurar que ele estava prestes a cair na risada.

 

“Isa-isabella Swan.” Eu olhei pra ele. “Edward pára de me olhar assim!” Falei entredentes, ele estava me deixando mais nervosa.

 

“Uhm… deixe-me ver…” Ela corria os dedos pela folha de papel, que por incrível que pareça tinha diversos nomes. “Tem certeza que era para isso Isabella? Não tenho seu nome na lista de manicure…” Ótimo! Olhei o nome da garota que babava no meu namorado. Lauren. Dois motivos para detestá-la.

 

“Tenho sim!” Fui firme.

 

“Bom talvez tenha havido algum erro… Espere” Ela foliou uma pagina para trás. “Isabella Swan não é?”

 

“Sim.”

 

“Seu horário está marcado para depilação…Completa!” Meu mundo caiu. Foi nesse momento que Edward quase caiu no chão de dar tanta risada. Eu iria matar a Allie, com certeza.

 

“Muito obrigada, eu vou aguardar!” Falei baixo para a tal Lauren, mas com uma forma bastante raivosa. Lhe olhando por debaixo dos cílios. Puxei o meu Ediota pelo braço, o arrastei pro sofá enquanto ele ria e o empurrei para sentar-se ao meu lado.

 

“Pára de rir Edward! Não. Tem. Graça.” Mais uma vez cruzei meus braços para o mundo e fiquei de mau humor. Sem duvida alguém iria pagar. E ele seria uma possibilidade se não parasse de rir.

 

“Ediota! Por favor! Chega. Eu estou bastante envergonhada! AGORA BASTA!” Ele parou de rir no mesmo segundo.

 

“Porque você está envergonhada?”

 

“Você ainda pergunta?” Ele abriu a boca em uma expressão de que tinha entendido. E sussurrou em meu ouvido.

 

“Bella…Você não precisa ter vergonha de se depilar… É perfeitamente normal. Só vai deixar sua pele mais macia para…hum… para mim.” Nesse instante ele mordiscou a ponta da minha orelha. Eu arrepiei inteira. Era impossível não ficar louca por ele. Eu que estava de cabeça baixa o olhei. Infame. Tinha um sorriso cínico nos lábios.

 

“É sei… Isso vai me deixar é irritada!”

 

“Mais do que você já está?!” Eu cerrei meus olhos em uma fenda, ele iria me conhecer irritada! Estava pronta pra lhe responder.

 

“Isabelle Swan”. A puddle me chamou. E ainda por cima errou meu nome. Sem desgrudar os olhos dele, peguei minha bolsa com um puxão e sai dali. Pisando forte.

 

“E é ISABELLA!” Corrigi a moça em voz alta. Ainda olhando para ele.

 

Depois de horas de tortura e de terem me virado do avesso, com aquela coisa grudenta e quente eu fui liberada. Minhas pernas não estavam tão doloridas, mas em compensação outras partes, estavam me matando. A depiladora me garantiu que dentro de no máximo uma hora ou duas já não sentiria mais nada. Isso era muito tempo. Já nem estava mais nervosa com Edward. E sim com Alice. Ela me paga. Fomos para o carro em silêncio. Me acomodei fechando a porta quieta. No meio do caminho resolvi que estava na hora de falar alguma coisa. Ele estava pensativo de mais.

 

“A sua irmãzinha me paga!”

 

“HAHAHAHAHAHA, ainda nervosa?”

 

“Não. Mas ela merece pagar! Pela tortura que foi meu dia hoje.”

 

“Ah Bella… não deve ter sido tão ruim assim!”

 

“Deixa eu te depilar?! Ai você descobre! O que você acha?” Falei sarcástica.

 

“Deixo essa pro Emmet!”

 

“HAHAHAHA, meu covardezinho!” Ele tirou a mão do volante e alisou meu rosto.

“Adoro ver você braba! Fica mais linda!” De braba eu passei a derretida com suas palavras. Tenho plena consciência de que corei de imediato com seu toque. Respirei fundo e me calei. Mas não resisti por muito tempo. E começamos a conversar nossas besteiras. O resto daquele dia foi realmente tranquilo, bom tirando por mim e o Ediota que não conseguíamos nos desgrudar por muito tempo. Durmi um sono tranquilo e sem sonhos. Quando acordei no dia seguinte. A calmaria era extrema. Não havia mais sol, porém a chuva ainda não tinha chego.

Em um conversa com Edward me decidi em ligar para Charlie que ainda não havia dado qualquer sinal de vida. Só queria estar sozinha quando fizesse isso. Foi difícil tomar coragem e discar, mas no momento em que Edward foi para cozinha fazer o nosso jantar, eu corri para o telefone, hesitei com ele em minhas mãos por alguns minutos. Podia sentir a minha pulsação nas veias. Passava as pontas dos dedos pelas teclas, ponderando se era correto ou não fazer aquilo. Eu não iria ligar para o celular de Charlie. Eu ligaria para casa. Demorei mais um instante e encontrei a coragem que faltava. Disquei sem pensar. O telefone tocou o suficiente para cair na secretária.

 

“Você ligou para a Residência Swan… e aqui é o Josh! A gente não pode te atender agora, mas fala aí!!!”

 

O primeiro golpe. Nunca deixávamos uma chamada cair na secretária. Na verdade eu não deixava. Sempre tinha o telefone ao meu lado, onde quer que eu fosse, estava com ele. Nunca tínhamos nos dado ao trabalho de mudar o anúncio. Sempre tinha a esperança infantil de que a qualquer segundo ligariam para nossa casa e me diriam que meu irmão estava vivo. Eu fiquei muda. Não tive reação. Aquilo doeu muito fundo. O sinal já tinha dado e eu ainda estava ali, respirando com dificuldade. Quando eu menos espero escuto um clique na linha que me assustou.

 

“Alô?” Ai que eu fiquei mais dura do que nunca. Era Renée.

 

“Alô? Alô?! PODE FALAR GAROTA. EU SEI QUE É VOCÊ!” Ela falou com a voz alterada. Tentei encontrar a minha. E ser curta e grossa.

 

“Eu que-quero falar com Charlie!” Droga. Gaguegei.

 

“Ele não está… e o que você quer? Você não tinha sumido? Não está de bom tamanho ir embora viva, você ainda liga? O QUE VOCÊ QUER?”

 

“Eu quero falar com Charlie.” Falei em um sussurro. Já sem forças. Mais uma apunhalada em meu peito. Sabia que viriam mais a seguir, mas não conseguia reagir.

 

“ESCUTE GAROTA. VOCÊ NUNCA… NUNCA FOI BEM VINDA AQUI! JÁ NÃO BASTA TER SAÍDO VIVA DAQUELE MALDITO HOSPITAL, VOCÊ AINDA ESTÁ POR AQUI. RONDANDO ESSA CASA. ESSE SEU PAI IDIOTA NÃO PÁRA DE FALAR SOBRE VOCÊ. E NÃO PÁRA EM CASA. VOCÊ ME LEVOU ELE TAMBÉM! O QUE MAIS VOCÊ QUER TIRAR DE MIM? MEU FILHO, MEU MARIDO? O QUE MAIS SUA GAROTA ESTÚPIDA?! QUER VOLTAR? POIS NÃO VOLTE, QUE POSSIVELMENTE VOCÊ NÃO PASSE DE UMA NOITE AQUI! EU TE PONHO PARA FORA! VOCÊ AINDA QUER ESSA FAMÍLIA? UMA NOVIDADE, VOCÊ NÃO FAZ MAIS PARTE DISSO! OU MELHOR… VOCÊ AINDA QUER MORRER? VOLTE! QUEM SABE EU POSSA TE AJUDAR COM ISSO!” Milhões e milhões de facas sendo cravadas ao mesmo tempo em mim. Ela não parava. Sentia minhas pernas fracas. Eu já estava chorando.

 

“Renée, por favor…” Tentei lhe pedir para parar, eu só tinha um fio de voz.

 

“O QUE VAI CHORAR? ONDE VOCÊ ESTÁ? ESTÁ SOZINHA? NÃO TEM NINGUÉM PARA TE AMPARAR? GRANDE COISA!!!! VOCÊ NÃO MERECE SER AJUDADA!”

 

“Pára, pára Renée, por favor…”

 

“NÃO EU NÃO PARO! SABE POR QUE? POR QUE O SEU IRMÃO NÃO ESTÁ AQUI! E EU QUERIA QUE FOSSE ELE FALANDO COMIGO E NÃO VOCÊ! VOCÊ É UMA GRANDE DECEPÇÃO! ESPERO QUE NUNCA SEJA FELIZ!” 

Eu soluçava, e pedia em resmungos constantes para que ela parasse. Eu estava completamente gelada. Estava tudo nublado em minha frente. Estava apoiada em uma cadeira, tentando me segurar para não cair. Balbuciando, começava a chamar por Edward.

 

“EDWARD? QUEM É EDWARD? UM AMIGO? DÚVIDO! VOCÊ É INCAPAZ DISSO!” Aquilo era demais. Tentei juntar as minhas forças.

 

“Edw-Edward!” Falei em um tom de voz mais normal ainda entre os soluços. Consegui o ver chegar à porta com ar sussegado. Renée ainda me falava absurdos no telefone. Eu chorava compulsivamente, a cada palavra que ela pronunciava, eu sentia seu veneno e seu ódio por mim.

 

“Be-Bella?” Ele veio correndo em minha direção. Eu sentia minha mão na boca, tentando acalmar meus soluços. Edward chegou e tomou o telefone de minha mão e me segurou com o braço livre quando eu estava prestes a cair.

 

“ALÔ? QUEM ESTÁ FALANDO?” Ele gritava com Renée e ela gritava tão alto que conseguia ouvir sua resposta.

 

“AH VOCÊ É ESSE TAL EDWARD QUE ESSA INFELIZ ESTAVA CHAMANDO? EU SOU A PESSOA QUE COLOCOU ESSA INÚTIL NO MUNDO. ME FAÇA UM FAVOR SIM?! NÃO A DEIXE MAIS ROUBAR AS COISAS MAIS VALIOSAS DE MIM! NÃO A DEIXE VOLTAR, NÃO A DEIXE SER FELIZ!”

 

Edward não respondeu, com uma velocidade incrível jogou o telefone contra uma parede o despedaçando. Me pegou no colo me envolvendo em seus braços, eu me agarrei nele e chorei. Gritava com a dor que tinha em meu peito, compulsivamente. Eu estava me sentindo morrer. A cada facada que ela cravava em meu peito, um pouco de mim morria. Não sabia como ainda resistia. Chorei por horas em seu colo. Escondia meu rosto em seu peito e meus gritos saiam abafados. Edward não falou uma palavra sequer. Apenas ouviu meu desabafo em forma de pranto e grito, me balançando como uma criança. Eu estava quebrada. Mais uma vez tive vontade de me matar e acabar de vez com aquela dor.

Não percebi quando adormeci, só sei que acordei no quarto, quente devido ao edredom e a Edward que estava abraçado em mim. Me virei para ficar de frente para ele que já estava acordado. Tinha olheiras profundas em seu rosto e seu semblante era cansado.

 

“Bom dia minha monstrenga.” Ele falou com a voz doce e suave.

 

“Uhmm… Bom dia. Você dormiu?” Falei desanimada.

 

“Não muito... Bella… minha Bella, não fique triste.” Revirei meus olhos. Para evitar chorar.

 

“Como não ficar? Ela me odeia… me culpa por Josh. Ela acha que eu não mereço ser feliz. E que deveria ter morrido no lugar dele. Me diga como não ficar triste?”

 

“Você tem razão. Mas existem pessoas que pensam completamente o oposto sobre você Bella, na verdade, todos pensam diferente dela! Você mais do que ninguém merece ser feliz! Todos têm sua parcela de felicidade! Está na hora de você ter a sua. Não a escute. Você tem pessoas aqui que só te desejam o bem… o bem da MINHA Monstrenga.”

 

Eu o abracei e assim ficamos por muito tempo. Era nosso último dia sozinhos ali. Na tarde seguinte os seus irmãos e Rose estariam de volta. E na segunda-feira começaria o terror: a escola.

 

REM – EVERYBODY HURTS.

http://www.youtube.com/watch?v=ijZRCIrTgQc

 

Era maravilhoso o ter por perto. Ele conseguia me acalmar. Ainda na cama começou a cantar uma música, sussurrando na verdade. Meu coração ainda estava apertado, sentindo a dor dos golpes que sofrera na noite anterior. A música, que já era conhecida para mim, pareceu cair perfeitamente naquele momento. Me fazia ter uma ponta de esperança sobre o meu futuro. Eu não podia desistir. Renée, entre tantos absurdos, me falou o que mais me importava: Charlie não me esquecera. E com Edward ao meu lado, era bem possível que conseguisse sair do buraco em que Renée me jogara novamente. Enquanto ele cantava em meu ouvido eu me incentivava mentalmente. Encontrando em mim, forças e motivos para continuar. Em seus braços, tive certeza, que ele era um dos meus motivos. Por Charlie eu viveria e por Edward também.

Ficamos na cama por horas depois que acordamos. Olhávamos a floresta se estendo a nossa frente, conseguíamos ouvir o rio correndo e alguns pássaros pela mata. Ele me falou de como era a escola, e que a maioria das pessoas eram legais, com algumas exceções. Seu rosto ficou amargurado por um instante. Aquele comentário me despertou o sentimento de que isso tinha a ver com esse tal Jacob.

Estávamos arrumando a cozinha depois do nosso almoço e ele me olha repentinamente.

 

“Hoje eu vou te levar para jantar.” Falou simplesmente, muito tranquilo.

 

“O que?” Era tipo um… encontro?

 

“Eu disse que vou te levar para jantar monstrenga… Sabe, nunca tivemos um primeiro encontro. Me prometi fazer as coisas direito…”

 

“Edward, não precisa fazer isso. Nós até já somos namorados! Não precisamos de um encontro!” Ele me olhou nervoso.

 

“Onde está todo o romantismo que uma mulher deve ter?!” Perdi a linha de raciocínio com aquilo.

 

“Err… não sei… toda mulher é romântica?”

 

“É, não é toda mulher que é romântica… mas um encontro é sempre um encontro.”

 

“Se é isso que você quer… tudo bem! Vamos ter um encontro!”

 

“AH! Ela aceitou! Ela A C E I T O U!” Ele falou como pra si mesmo. Ri da cara dele.

 

“Achou que eu iria recusar mesmo?”

 

“Não. Mas sempre tem aquele friozinho na barriga do primeiro encontro!” Ele falou largando do que estava fazendo e me abraçando na cintura pelas costas e cheirando meu pescoço.

 

“Uhmm… primeiro encontro é? Friozinho na barriga? Eu entendo bem o que você quer dizer com isso Ediotinha!” Eu podia sentir meus cabelos na nuca se arrepiarem, e sem dúvida o frio na barriga estava ali. Essa sensação só podia ter um nome: espectativa. Nos beijamos com urgência.

 

“E será… que não podemos… adiantar…uhm… esse prim… primeiro encontro?” Perguntei entre seus lábios. Eu estava sendo direta. Eu não queria mais adiar. Eu estava louca de desejo por ele. Eu sabia muito bem o que poderia, ou não, acontecer no nosso “primeiro encontro”, mas a dita espectativa, não me deixava ficar menos ansiosa.

 

“Não minha Monstrenga. Não podemos… cada coisa em seu tempo.” Ele suspirou ao terminar a frase, para ele, pelo visto, estava ficando difícil também.

 

Cada coisa em seu tempo… Essa declaração ecoou por horas e horas em minha cabeça. Já estava em tempo de eu ser feliz, como ele dissera. Já estava em tempo de eu me arrumar para esse tal encontro. Já estava em tempo de eu me desesperar. Já estava em tempo de eu conseguir falar com Alice naquele maldito celular. Já estava em tempo de eu saber o porquê o meu Ediota estava tão pensativo.

 

“O que você tem meu Ediotinha?” Falei lhe abraçando e sentindo seu cheiro. Edward olhava pela parede de vidro da sala, fitando sem ver a floresta. Mesmo distante ele retribuiu o meu abraço.

 

“Ah Bella. As vezes algumas coisas me incomodam mais do que deveriam.”

 

“E isso tem a ver comigo?”

 

“Não. Tem a ver com outros.”

 

“Com esse tal Jacob?” Lhe perguntei insegura.

 

“É, ultimamente é…”

 

“Você quer me contar agora? Porque agora eu quero saber…” Quem sabe desabafando ele ficaria melhor.

 

“Pode ser… vem vamos sentar.” Ele se sentou e eu me deitei em seu colo lhe olhando de baixo, boba com seus traços perfeitos. “Está pronta para ouvir?”

 

“Sim, pode começar…”

 

“Eu e Jake… sempre fomos amigos. Desde que cheguei aqui em Forks ele foi o primeiro a conversar comigo. Éramos verdadeiros amigos. Até alguns meses atrás. Bella… eu tinha uma namorada até pouco tempo.” Eu parei de piscar e de respirar. Era obvio que ele devia ter tido outras namoradas na vida dele. Era fato, que eu não era a primeira. Isso me incomodou um pouco, mas me obriguei a aceitar. Ele continuou.

 

“Eu gostava dela. Mas ela era meio estranha. Era uma boa menina. Simpática e alegre. Só que ela costumava ter alterações enormes de humor. E enquanto namorávamos descobrimos que a garota era maníaca depressiva. Mas eu estava de saco cheio. Ela usava disso para fazer chantagem, isso era nítido. Alice nunca gostou dela. E Jacob, sempre foi só sorrisos para ela.”

 

“Como ela se chama?”

 

“Jane. Eu comecei a me afastar dela. Ela me sufocava. Além de suas alterações de humor ela fazia questão de ficar se mostrando para todo mundo. Me mostrando. Eu não sou um objeto de leilão OLHE COMO MEU NAMORADO É LINDO. OLHE COMO SOMOS LINDOS. OLHE COMO FOMOS FEITOS UM PARA O OUTRO. Aquilo me dava nos nervos. Eu não era feito pra ela. Era só mais uma patricinha rica de Forks. Igual a todas, linda por fora e a bizarrice por dentro!” Ele falou revoltado. “Jane me aprontava escândalos o tempo inteiro, eu pensava duas vezes antes de sair de casa, depois ela vinha correndo me implorar desculpas. Mas eu decidi que não queria mais aquilo para mim. Jacob se afastou de mim depois que contei que daria um fim no relacionamento. Literalmente, ele me isolou. Nem olhava na minha cara. Ela não largava do meu pé. Um dia ela ameçou: VOCÊ VAI VER EDWARD, NÃO VAI CONSEGUIR ME DEIXAR! Mulher louca Bella… totalmente louca. Eu ainda não tinha terminado com ela, e Jacob não falava nem oi mais. Um dia, cansado da situação com o meu amigo resolvi ir até a sua casa em La Push, para tentar resolver e entender. Quando cheguei lá, não esperava pelo o que eu vi. Jacob e Jane estavam se agarrando na varanda de sua casa. Ele me viu e ainda quis brigar! Como se eu tivesse culpa dos dois se pegando! Não sei o que aconteceu depois. Eu não falei com mais nenhum dos dois. Simplesmente virei e segui meu caminho. Não fiquei mal por ela. Ela não fazia diferença, eu acabaria com ela naquele mesmo dia. O que me destruiu por dentro foi meu amigo. Mesmo não gostando mais dela, não esperava uma traição da parte dele. Não se faz isso. É falta de respeito, é desonesto.”

 

Ele contou tudo de uma só vez. Suas emoções iam passando por seu rosto deixando nítido sua indignação com a história. Ele ainda se referia a Jacob como amigo. Eu podia sentir que ainda o tinha como um amigo, só que não suportava aquilo.

 

“Edward, o que você menos suporta nessa vida?”

 

“O que? Não entendi monstrenga!”

 

“Sabe, que tipo de atitude você menos suporta das pessoas? Eu quero entender o que se passa com você. Isso parece lhe atormentar muito. Parece machucar. E sabe, eu penso que você está me ajudando com as minhas feridas. Gostaria de poder ajudar com as suas também" Ele sorriu para mim, curvou seu corpo e me beijou levemente nos lábios.

 

“Eu não aguento gente desonesta Bella, principalmente aquelas que são desonestas consigo mesmas.” E assim o assunto se encerrou. Não era hora de pensar em tristeza.

 

Ele me mandou tomar banho e me arrumar que ele tinha um encontro para preparar. Eu não entendi… Nós não iríamos sair para jantar? De qualquer forma eu subi para o quarto e tomei meu banho. Eu estava começando a me desesperar com o fato de não saber o que vestir. Jantares são, normalmente, elegantes. Lavei meus cabelos, passei bastante creme para eles ficarem descentes e não arrepiarem. Demorei mais do que o normal no banho. Dando graças à Deus que tinha ouvido minha amiga e tinha ido a sessão de tortura com cera quente um dia antes. Eu não sei o que Edward pensava, mas eu não era contra o sexo no primeiro encontro. Não sabia se aconteceria. Mas eu já não suportaria mais esperar por ele. Pareciam que os papéis estavam invertidos. Ao sair do banho me enrolei na toalha e me deparei com mais um de seus famosos bilhetes.

 

“Bella. Eu saí, fui resolver os últimos detalhes de nosso encontro. Eu volto às 20:00. Qualquer coisa é só me ligar. Se prepare. Você é linda. Já estou com saudade. Edward”

 

Ótimo! Edward, tinha conseguido me deixar mais insegura. Corri para pegar o meu celular. Enrolada na toalha, eu desci as escadas voando. Torcendo para não cair e ficar torta. Disquei mais uma vez para Allie e nada, somente caixa de mensagens. Corri para uma agenda que tinha junto ao telefone... precisava encontrar ela, ou Rose! Elas conseguiriam fazer milagres. Mesmo a distância. Corri meus dedos pelas folhas com a letra “R” e lá estava ROSALIE. Disquei correndo. Errei umas três ou quatro vezes, mas consegui. E para a minha total felicidade chamou! Esperei alguns toques.

 

“Alooo!” Atendeu toda cantarolando.

 

“Ah… Rose???”

 

“Sim. Quem tá falando?”

 

“Rose. Rose é a Bella!”

 

“Ah… oi Bella e ai? O Edward ainda tá o mesmo pé no saco de quando a gente saiu?”

 

“Não, não Rose, ele está um amor! Mas escute! Eu preciso de ajuda!” falava com urgência. Eu não sabia o que vestir, como me arrumar, me maquiar então isso seria impossível!

 

“Nossa, o que foi Bella? O que aconteceu?!”

 

“Edward vai me levar para jantar, e eu não sei onde vamos, nem como me vestir, nem como me maquiar, muito menos sei o que esperar! E ai meu DEUS! Que lingerie que eu vou colocar?!”

 

“Bella, Bella… fica calma! Porque tudo isso? Não se preocupe com a lingerie… você não vai fazer nada mesmo não vai! É tipo, sei lá seu primeiro encontro com ele!” Tipo, não, não era meu primeiro encontro com ele. E ele era meu namorado!

 

“Rose, eu ia contar só quando vocês voltassem, mas você não tá me dando escolhas! Ele me pediu em namoro Rosalie! Faz dias já! E se tudo sair como eu quero, sim eu vou fazer coisas que precise de uma lingerie bonita!”

 

“Oh! Sério que ele te pediu em namoro? Nossa Bella! Nossa! Eu tenho minhas implicâncias com ele, mas ele tá me surpreendendo! Parabéns Bells!”

 

“Obrigada, mas você pode me ajudar? Eu to entrando em colapso!”

 

“Ai, sim Bella. Você tá onde?”

 

“Subindo para o quarto…”

 

“Ok. Tem um vestido preto que nós compramos pra você. Seja onde você for, preto sempre vai bem! Não tem erro! É um com uma renda aplicada!”

 

“Tá espera…” Cheguei no quarto e procurei o vestido. Iria deixar minhas pernas a mostra, eu não gostei muito no início por causa de minhas cicatrizes, mas ela gritou comigo no telefone. E assim continuamos, ela me dando as dicas e eu procurando e jogando em cima da cama. Ela disse que eu teria que usar salto. Fiquei doida com aquilo. Mal me equilibrava sob meus pés, imagina em cima de um salto 12?! Ficamos por quase meia hora falando. Quando estávamos desligando eu lembrei.

 

“Rose. ROSE ESPERA!”

 

“O QUE FOI?”

 

“E A LINGERIE?”

 

“Aí droga! Tinha me esquecido!” Ela pensou um pouco. “Bella, vá até o quarto de Alice lá tem uma caixa rosa dentro da minha parte no closet. Tem um conjunto novinho, tá até com a etiqueta! É lindo. Eu comprei pra fazer uma surpresa pro Emm, mas ele não tá merecendo muito! Só fica de papo com esse idiota do Jacob! Pega para você!”

 

“Rose, não posso aceitar!”

 

“Pode sim garota! Sei como a primeira vez da gente é importante! Então boa sorte… e mais uma coisa: só faça o que você tiver vontade! Não faça nada se você não acha que está na hora ainda. Ok gata?!”

 

“Ok. Rose, muito obrigada!”

 

“Imagina Bells, vai lá e arrasa! Beijo!”

 

“Beijo!”

 

E assim eu corri contra o tempo para me arrumar e ficar descente, seguindo todos os passos que Rose me indicou daria tudo certo. Essa foi a primeira vez na vida que agradeci por aprender as coisas tão rápido! Corri para o quarto de Alice e procurei a lingerie que Rose tinha me dado. Era toda de renda preta com um tecido rosa bem clarinho de fundo, muito delidada e feminina era linda. Era perfeita.

 

Lingerie da Bella.

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Me vesti e ajeitei meu cabelo da melhor forma possível, passei uma sombra de um tom delicado e apanhei do rímel. Ela me mandou passar um batom vermelho, mas definitivamente aquela cor estava fora de questão. Passei um tom de pêssego que achei que deixou minha boca com uma aparência aveludada. Me restou 15 minutos, eu sentei e o esperei na sala.

Ouvi o som dos pneus fazerem barulho nos cascalhos e as luzes dos faróis iluminaram a sala. Continuei onde estava, porém olhando para a porta. No momento em que ele girou a maçaneta me pus de pé. Ele estava maravilhoso! Usava uma camisa azul marinho ajustada em sua cintura que o deixava com um ar despojado. Sua calça jeans escura tinha um corte afunilado, deixando os músculos salientes. Ele tinha a boca levemente aberta ao olhar pra mim, eu também estava de queixo caído com o homem a minha frente.

 

“Nossa!” Falamos juntos em perfeita sincronia. Eu fiquei rubra, ele riu.

 

“Vem, vem minha monstrenga…” Me esticou a mão e saímos dali para o nosso encontro.

 

Andamos cerca de 20 minutos. Mesmo com o frio pedi para deixar uma fresta da janela aberta. Senti o cheiro da maresia invadir o carro. Lembrei de meus sonhos com praia e ele junto. A sensação que tinha era maravilhosa. Só o cheiro do mar me fazia ficar mais ansiosa por ele do que já estava. Ele entrou em uma pequena e estreita estrada de chão dentro da floresta, lá se foram mais 5 minutos andando no escuro.

 

“Falta muito Edward?”

 

“Na verdade chegamos…” Ele fez uma curva a direita e eu fiquei encantada. Havia um chalé que estava iluminado a meia luz. De madeira e rústico, tinha desenhos entalhados na porta. De dentro vinha uma luz ocilante, o que eu imaginei ser de velas.

 

“Nossa Edward, é lindo!”

 

“Isso porque você não viu por dentro ainda!” Saímos do carro e tinha um caminho de pedras até a entrada do chalé. Ele abriu a porta para mim com toda educação que só uma mãe como a dele poderia dar e me seguiu enquanto eu andava devagar para dentro do local.

 

“Que lugar é esse?” Perguntei maravilhada. Tudo estava perfeitamente decorado, podia ver as luzes incandescentes no teto, mas estavam apagadas, por todo o canto havia pequenas velas acesas dentro de pequenos recipientes de vidro. Pétalas de rosas espalhadas por todos os lados.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu odeio ter que dividir o capítulo.

Na verdade esse capitulo é isso mesmo. PORÉM Temos um bonus dele. QUERIA TER POSTADO TUDO JUNTO.

Agora me digam, essa Renée é completamente louca nao? MAS TENHO CERTEZA QUE ESSE NAO FOI O AUGE DO CAPITULO... ISTO É, A NOITE NAO ACABOU. AGORA MEUS AMORES... ENCHAM MEU TANQUE COM MUITOS COMENTÁRIOS! NO BONUS TEREMOS LEMONS! POSTO ELE NA QUARTA! BEIJOS GRASI RIBAS!



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