A festa já havia acabado e definitivamente não foi a festa que Katrina esperava. Aquela revelação, apesar de insana, fazia sentido. A lua reinava no céu, mas o sol não demoraria muito a aparecer. O luar era a única coisa que iluminava o quarto, Katrina levantou-se e foi até a sacada, queria olhar para a floresta, para seu reino, e não conseguiu impedir–se de se perguntar se tinha valido a pena abandonar um amor por um sonho. Se perguntou a quanto tempo Cecilia já sabia daquilo, mas não conseguiu sentir raiva, só felicidade. Katrina se sentia péssima com o que havia feito, seu passado a condenava, mas a possibilidade de ver sua amada Minerva novamente a alegrava. E foi com esses pensamentos que o majestoso sol deu sua pequena aparição, que tomou conta cada vez mais do céu.

––X––

Minerva estava sentada na lateral da ponte, era o único lugar onde ela poderia ver claramente o palácio onde sua família e amada estavam, dificilmente Minerva se permitia aquilo, mas naquele dia algo fez com que ela quisesse admirar a grandiosa construção, e seus olhos não deixaram de notar a presença de Katrina na sacada, sua amada Katrina, estava mais mais bela que nunca, Minerva sorriu ao pensar que não demoraria a poder vê-la de perto para resolverem toda a confusão logo.

––X––

Após a polêmica festa, Cecilia havia resolvido dormir junto a mãe, que parecia estar em um estado de choque com a revelação. Ela estava feliz, claro, mas também se sentia culpada.

– Isso é minha culpa. – Marina murmurava.

– Isso não é sua culpa, mãe. – Cecilia respondia. – Não tínhamos como saber.

– Eu devia tê-la ensinado a se proteger. – Marina dizia baixinho. – Você não vê? Eu posso proteger o palácio inteiro, mas não pude proteger minha Minerva.

Os olhos de Marina lacrimejavam, havia tantos segredos que tinha que guardar e ninguém para ajudá-la.

– Mãe? – Cecilia deduziu o que aquelas palavras significavam, mas pensou estar errada, tinha que perguntar, mas sem entregar o plano. – Eu tenho sonhado com Minerva, ela sempre diz que o sangue tem poder. O que isso quer dizer?

– Que vocês são descendentes de magos, assim como eu. – Marina disse. – Minha pequena, existe um grupo que quer impedir o trabalho de Celestina, a maga que deu origem a tudo, nossa família foi criada para impedir esse grupo, geração após geração, mas eu não quis lutar, eu só queria proteger vocês. Eu mantenho uma barreira invisível em volta do palácio, e isso impede que saibam da minha origem, mas se sabem de Minerva, também já sabem de você. – Marina chorava, mas ainda sim dava um beijo na testa de sua filha. – Enquanto estiver aqui nada vai te fazer mal, eu te prometo.

Cecília e Marina choraram até o amanhecer juntas, Ceci não queria sair de perto da mãe, mas precisava contar aquilo pra Minerva, ela tinha que saber!

–– X ––

Ja era manhã quando Cecília saiu do recinto da mãe, apesar disso ela ainda dormia, Ceci caminhou até seu próprio quarto e trocou de roupas, agora ela usava um short preto, uma blusa branca colada ao corpo, um pouco de sua barriga podia ser vista, uma meia e um tênis também preto. Seu cabelo continuou em um preso em um coque. Estava na hora de visitar Minerva, ela desejou para o colar que não a vissem, mas o que ela não sabia é que alguém a espionava e a seguia, alguém que não estava sendo afetado pelo colar.

Cecília correu para a floresta, dessa vez Minerva não estava lá, mas isso não seria problema pois já havia decorado o caminho, não demorou muito até chegar no centro, onde pôde ver Minerva deitada entre as duas estátuas. Ceci se aproximou a acordando.

– Dorminhoca. – Disse não muito alto pra não assustá-la. – Eu preciso te contar uma coisa.

Minerva despertou de seu sono, mas ainda estava meio sonolenta. Estava usando uma camisola vermelha um pouco transparente, que deixava um top preto ser visto junto com i volume de seus seios. Embaixo usava uma calcinha preta.

– Você veio muito cedo. – Disse quando conseguiu focar em Cecília. – O que quer?

– É a mamãe! Você me disse que algo impedia Teodora de matar Katrina, é a mamãe! – Cecília falava um pouco ofegante. – Ela tem poder como nós, mas o dela está direcionado a todo o castelo, então Teodora não consegue saber da origem dela!

– Claro, faz sentido... – Minerva agora levantava, estava realmente despertada. – Eu deveria ter imaginado!

– Mi... Minerva? – Uma voz conhecida ecoou de trás de Cecília, fazendo as duas levarem um susto, Minerva estava boquiaberta e Cecília ficou também assim que viu quem era. A pessoa usava também um shorts preso, mas usava uma blusa preta também. Um tênis preto com uma meia branca. Os cabelos vermelhos estavam soltos e era balançados pelo vento.

– Katrina? – Foi tudo que Minerva conseguiu dizer.