Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 20
Capitulo 19 - Curando-se


Notas iniciais do capítulo

OLÁ GENTE! Ai esse capitulo era para ter saido ontem, mas eu tive uma enxaqueca terrivel, nao conseguia olhar para o computador, é que eu já trabalho em computador e em casa fico no computador para escrever, então, imagina tem hora que nossos olhos não aguentam e foi o que aconteceu.
Bom, esse capitulo ainda estamos no passado novamente, na visão de Peeta, mas é importante porque vocês saberão como Gabbe entrou na história. Gente quero agradecer a Helen Everlark pela recomendação, adorei fofa, peço que quem não deixou, deixem são importantes para mim. E também comentários, eu sei que quando retorno o passado alguns deixam de comentar, e só volta, quando volta para o presente. Mas poxa, vocês lê essas partes também, então comentem não custa nada né. VÃO LÁ, conto com vocês!



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Curando-se

Ouvir: “Peeta Mellark, você está dentro do time”, foi uma das melhores coisas que já escutei na minha vida, nunca fiquei tão feliz por tirar A em alguma matéria como fiquei quando vi a nota da prova de Literatura Inglesa. Realmente eu não podia negar em como Katniss é talentosa para conseguir ajudar uma pessoa a estudar, ela sabia explicar com perfeição e tirar todas as minhas duvidas, se não fosse por ela nunca teria acontecido isso, nem se eu ficasse vinte e quatro horas com um livro de Literatura Inglesa na mão.

E como não podia ser diferente, a primeira pessoa pela qual eu quis contar esse milagre foi a Katniss, a pessoa pela qual conseguiu isso tudo, tínhamos marcado de se encontrar na quadra do colégio, eu sabia que pelo horário ela estava vazia.

Eu entrei na quadra, e vi Katniss lá, me esperando cheia de expectativa, aproximei-me dela sem dizer uma única palavra. Os olhos dela brilhavam esperando alguma resposta.

Só precisou eu sorrir para ela entender, ela sorriu também, e então num gesto impulsivo eu a abracei, levantei-a alguns centímetros no chão e rodei com ela em meus braços e nós dois rimos juntos.

— Eu passei, eu passei, graças a você! – eu disse, colocando ela novamente no chão.

Ainda rindo, ela ajeitou os seus óculos e continuou me olhando.

— Peeta... Não tire os seus créditos, como eu disse você estudou muito, se dedicou, mereceu passar na prova... – respondeu, sorrindo para mim.

Ainda sorrindo, olhei para ela. Como pode existir uma garota tão boa como a Katniss? Eu pensei, aproximei-me mais e dei um demorado beijo no seu rosto.

— Você é demais Katniss... – a elogiei, mas na verdade a minha vontade era de lhe dar um beijo em outro lugar.

Estava óbvio, eu não via mais Katniss Everdeen da mesma forma que antes, era difícil de admitir só que eu sabia que sentia algo por ela, algo que nunca havia sentido por outra garota, só de olhá-la eu queria abraça-la, eu queria ficar perto dela, passar a mão em seu rosto, e beijá-la, principalmente beijá-la, como eu queria fazer isso. A cada dia ficar perto dela e se manter longe ao mesmo tempo tornava-se mais difícil.

Se eu continuasse perto dela, eu podia acabar fazendo coisas, que eu poderia arrepender-me mais tarde, eu pensava seriamente nisso enquanto arrumava a minha cama, para começar mais um dia de aula.

— Você deve estar muito feliz, não está? – Thomas me perguntou de repente, enquanto também arrumava a sua cama, eu o olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Por ter entrado no time? É claro, eu quase queimei meu cérebro de tanto estudar para conseguir passar nessa prova... – respondi.

— Também não estou dizendo só por causa disso... – Thomas respondeu, depois sentou em sua cama agora já arrumada.

— O que? – perguntei, agora com uma expressão de confusão no rosto.

— Você não precisa mais ficar grudado na dragão, afinal, você já conseguiu o que queria, passar na prova... – ele respondeu.

Eu bufei, e senti uma grande vontade de puxar Thomas pela camisa e gritar com ele, ele não precisava chama-la assim, não mesmo,

— Dá para parar de falar assim dela? Pelo menos na minha frente! – eu reclamei, Thomas então sorriu, levantou-se da cama e começou a aproximar de mim, bem lentamente.

— Eu não te disse que essa garota ia te enfeitiçar... – ele iniciou, eu passei a mão em meus cabelos e soltei um longo suspiro. – Você está defendendo ela, nossa para quem antes falava que ela era feia, chata e grudenta...

— Ela me ajudou, é o mínimo que eu tenho que fazer... – respondi, irritado.

— Você não está fazendo isso porque está grato por ela ter te ajudado, mas sim porque está apaixonado por ela! – Thomas garantiu, depois começou a rir, no momento senti completamente desconcertado. – Você está vermelho...

Bufei, virei-me e fui para outro lado do quarto, para evitar que Thomas me encarasse.

— Não quero mais falar disso... – respondi.

— Como você não quer? Eu sou a única pessoa que sabe desse desastre, se você não falar comigo, você vai falar com quem? – ele disse, e então eu o encarei.

— E o que você vai dizer? Que bati a cabeça? Que estou com problema de visão? Que quer me internar no hospício, porque cara, isso não ajuda em nada, só me deixa mais desesperado... – desabafei.

Thomas cruzou os braços e ficou quieto por alguns segundos, antes de continuar.

— Está bem amigo, eu não vou falar isso, só me responde uma única coisa, você tem coragem de assumi-la como sua namorada? Tem coragem de andar de mãos dadas com ela pelo corredor? De defendê-la de todos os caras que zoarem dela e de vocês dois por estarem juntos? – Thomas perguntou.

E então pela primeira vez eu pensei nessa possibilidade, imaginei como as pessoas olhariam para nós, e isso me fez sentir um embrulho estranho no estomago não eu não estava preparado para assumir nenhum relacionamento com ela, mesmo que eu sentisse uma grande vontade de ficar com ela, já estava difícil para eu assumir para mim mesmo que estou apaixonado por Katniss, já estava difícil conversar sobre isso com o meu melhor amigo, imagina falar disso com o resto do mundo. Entretanto, eu não consegui responder nada a Thomas.

— Seu silencio já diz tudo cara, se você tentar algo com Katniss vai virar um desastre... Você não vai assumir, ela vai ficar chateada, poderá ser mais zoada na escola do que já é, você vai ficar mais mal do que já está, e no final das contas, não vai acabar bem para nenhum dos dois, vocês são muito diferentes cara, ela gosta de coisas que você não gosta, não se importa com coisas que você se importa, enquanto vocês dois serem assim, não dará certo! – Thomas garantiu, eu encarei-o com as sobrancelhas franzidas. Desde quando ele entendia algo sobre relacionamentos?

Mas mesmo assim, eu não podia negar. Ele estava certo. Eu não podia negar que Thomas estava até dando uma de compreensível, mesmo as vezes ele sendo um otário, egoísta e sem sentimentos, ele estava certo, pela primeira vez ele estava dizendo algo de útil.

Eu não queria magoar a Katniss mais do que já magoei, e também eu não queria continuar sentindo o que eu estava sentindo, ela era incrível, mas não era garota para mim.

— E por acaso você quer que eu faça o que? Fique batendo a cabeça na parede até parar de gostar dela? – perguntei num tom irônico, encostando-me na parede, cruzando os braços e encarando Thomas, seriamente.

Thomas deu risada e se jogou na minha cama, também cruzou os braços e soltou um suspiro.

— Bom se você quiser tentar... – ele sugeriu, fazendo com que eu revirasse os olhos. – Mas eu tenho outra ideia, o que um homem faz para esquecer uma mulher? – franzi as sobrancelhas, sem entender. – Ficando com outra mulher, é lógico... Eu vou te apresentar uma nas férias cara, que vai ser impossível você não se gamar nela, ela é gata demais, duvido que você vai pensar na Katniss depois de conhece-la...

Eu dei de ombros, e continuei calado, bem, era pelo menos uma esperança que eu tinha para que tudo voltasse como era antes, tudo bem, nunca as coisas voltariam a ser como eram antes, eu não conseguiria mais ver Katniss como “a grudenta insuportável”, nem ela era mais assim, porém, eu queria vê-la como uma amiga, vê-la como eu vejo todas as demais garotas desse mundo, então foi o que eu fiz, acabei seguindo todos os conselhos de Thomas. Ele estava tentando me ajudar e muito para que eu conseguisse “me curar” como ele mesmo diz.

Depois que conseguimos colher assinaturas suficiente para dar fim ao protesto dos vegetarianos, eu fui me afastando lentamente de Katniss como Thomas mesmo me aconselhou a fazer, comecei a me dedicar ao time, a conhecer pessoas novas, conhecer garotas populares, que antes eu não tinha oportunidade de conversar. Eu tentava me distrair, e pensar o mínimo possível, afinal, assim eu pensaria menos nela.

Ela também não me procurou, o que me constatava que Katniss estava mesmo diferente, e eu não podia negar que doía vê-la apenas de longe, eu já havia acostumado tanto com a sua presença, eu já havia acostumado escutá-la falar aquelas frases sem sentido, de vê-la sorrindo para mim enquanto piscava diversas vezes, de como era engraçado vê-la mexer as mãos quando explicava algumas coisas, e principalmente, eu sentia falta de estar com ela.

 As vezes eu me pegava olhando para ela, quando ela estava distraída e a vontade que eu tinha era de abraça-la, lembrei-me de quantas vezes ela fez isso, de quantas vezes ela ficava feliz quando me via e a única coisa que eu fazia era fugir dela. Antes eu fugia dela por ter medo das pessoas me verem com ela, agora eu estava fugindo dela com medo de não conseguir deixar de amá-la.

###

Finalmente as férias haviam chegado, e os meus dias fora da escola já estava totalmente planejado. Eu passaria uma parte viajando em Paris e a outra parte ficaria na casa de Thomas, ele garantiu que esses dias seriam suficientes para eu voltar curado para a escola. Completamente desapaixonado.

Eu sentia-me aliviado em poder sair um pouco da escola, passávamos tanto tempo ali que as vezes sentíamos sufocados com falta de respirar outro ar. Ver outras pessoas, saber que existe outro mundo, fora dessas paredes. Sempre gostei das férias, e eu não podia negar que a esperança de esquecer Katniss estava aumentando com esses dias sem a presença dela.

Enquanto eu retirava os livros de dentro do meu armário, notei que ela estava no corredor, ela estava parada, olhando para mim, era tão difícil nesses últimos dias vê-la me olhando, que no mesmo segundo senti meu coração disparar. Como você é idiota Peeta. Eu pensei irritado, mas mesmo assim não resisti, eu tinha que pelo menos falar com ela, ficaria muito tempo sem vê-la, amigos fazem isso. É amigos, eu ainda queria um dia conseguir ser amigo dela.

Então eu sorri para ela, fechei a mochila, coloquei-a nas costas e me aproximei lentamente, parando na frente dela.

— Oi... – eu cumprimentei. O sorriso dela no mesmo momento se alargou.

—Oi! – ela cumprimentou. — É... Chegaram ás férias... – ela comentou.

— É... – eu concordei. – Animada?

— Não muito, ficarei em casa e você? – perguntou.

— Ainda não sei, provavelmente irei para Paris... – eu dei de ombros.

— Legal! – ela respondeu, ainda sorrindo. – Eu queria conhecer Paris...

Trocamos sorrisos, e então eu umedeci os lábios e desviei os olhos para o chão, era estranho encará-la por muito tempo.

— Eu vou sentir sua falta... – ela disse, de repente. E então eu voltei a olhá-la, meu coração disparou novamente somente por escutar esse comentário, e inconsciente um sorriso surgiu em meus lábios. – Eu sei que não é como antes, algumas coisas mudaram, mas você continua sendo o mesmo para mim...

— Você também... – eu disse e depois fiquei desconcertado. – Eu... Bem, ás vezes pode parecer que esqueci o que você fez por mim, mas eu não esqueci, eu nunca vou esquecer...

Sorrindo, ela pegou a minha mão e começou a me puxar em direção ao quarto dela.

— Onde você está me levando? – eu perguntei.

— Eu quero te dar uma coisa... – ela respondeu, e continuou puxando-me até chegar em seu quarto.

Eu entrei no quarto, parei próximo a porta, enquanto a observava retirar o presente debaixo da cama. Eu não acreditava que novamente ela havia comprado algo para mim.

— Katniss... – eu iniciei, enquanto a via olhar novamente para mim.

— Não! – ela interrompeu. – Nada daqueles papos de que não precisava... Eu comprei para você com todo o carinho... Só quero pedir um favor!

— O que? – eu perguntei, sentindo algo estranho por dentro, que nem conseguia definir o que era.

— Só abra quando estiver em casa... – ela pediu, colocando o presente em cima da cama, e depois aproximou-se de mim, droga, ela não tinha que se aproximar de mim, soltei um longo suspiro, e sem conseguir pensar, a puxei e quando dei por mim, já estava a abraçando fortemente.

O corpo dela era quente e me passava uma mistura de sensações muito boa, eu não queria soltá-la, entretanto, eu sabia que precisava aprender a controlar isso, se não eu estaria perdido.

Ela aproximou seu rosto do ouvido e então sussurrou:

— Não me esqueça!

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Ao se despedir de Katniss, eu fui direto para o meu dormitório, agora com o presente na mão, ele ainda estava embrulhado e Katniss havia pedido que continuasse assim até eu ir para casa, eu sentei em minha cama e continuei olhando para ele, ainda tentando digerir a atitude dela... Ela sempre estava se lembrando de mim, ela estava sempre me comprando presentes, principalmente quando está perto das ferias.

O que seria dessa vez? Ela tinha me pedido para não abrir agora, mas eu não aguentei, a curiosidade era maior, quando dei por mim já estava desembrulhando o presente.

Quase que rasguei todo o papel , já nervoso e ansioso para ver o que dessa vez se tratava, quando terminei franzi as sobrancelhas, meio confuso. Era um urso. Um urso? Percebi que junto dele havia um cartão pequeno, branco, nele estava escrito somente uma pequena mensagem:

Aperte minha barriga!

E foi o que fiz, eu a apertei. E então uma voz que reconheci no mesmo momento começou a falar, era a voz de Katniss:

Peeta, meu lindo, sou eu a Katniss, bom eu imagino que nesse momento você deve estar achando estranho esse meu presente, afinal, é estranho dar um urso de pelúcia para um garoto, não é? Só que bem, eu já te dei tantos presentes e dessa vez eu pensei muito e queria que você tivesse algo de diferente, algo que só de olhar você se lembrasse de mim, e foi então que eu pensei: o que mais poderia fazer você se lembrar de mim se não a minha voz? Bem, concluindo, o intuito de tudo isso é que eu quero que você saiba que eu estou perto de você, sim, na verdade eu sempre estou perto, você pode não estar me vendo nesse momento, provavelmente ficará semanas sem me ver, mas acredite eu estou perto, mesmo que não seja fisicamente, mas eu estou perto, estarei com você em meus pensamentos, sempre, não importa onde você esteja ou com quem você esteja,  eu sempre estarei com você, quando e sempre que você precisar. Te adoro Peeta, e mais uma vez eu te peço, lembre-se de mim, pois sempre eu estarei me lembrando de você.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: RECOMENDEM, FAVORITEM, COMENTEM, espero que tenham gostado, beijos e até semana que vem!