Joguei a porta com toda a força que restava de mim e me deitei na minha cama, lágrimas e mais lágrimas caiam sobre a minha face. Eu queria gritar, quebrar o meu querto, queria gritar que eu odiava aquele garoto mas infelizemente já era tarde, ele já havia ido embora e minha mãe não iria gostar nada da ideia de quebrar todo o quarto que ela decorou e planejou com tanto carinho.
Nem entendia porque estava chorando por aquele idiota que me traiu e me fez sofrer por quase dois anos.
Meus pensamentos foram interrompidos por várias batidas seguidas na porta, como não respondi ouvi a porta se abrir.
- Filha?- ouvi a voz da minha mãe- Você está chorando?
Colei mais a cara no travesseiro.
- Não mãe!
- Ah é? Então o que foi esses gritos seguidos dessa batida de porta e o Art passando pela cozinha furioso e saindo? Pode me explicar Beatriz?
- Nós terminamos mãe!- falei tirando o rosto do travesseiro para ver a minha mãe que estava na minha frente com os óculos pousados na ponta do nariz, de avental e com seus cabelos louros como os meus presos em um coque com uma caneta.
- Como assim?
- Ai mãe por favor não me encha de perguntas. Eu descobri que ele estava me traindo faz meses.- vi que minhas lágrimas estavam ganhando intensidade.
Minha mãe se sentou ao meu lado e me puxou para um abraço.
- Ta tudo bem querida!
Me afastei dela.
- Mãe, tudo bem. Eu estou chorando de alívio. Eu já queria terminar só que não tinha um motivo concreto.
- Você realmente está bem Bea?
- Estou. Ele me fez sofrer mas isso só me fez mais forte.
- Essa é a minha filha.
Abri um sorriso no canto dos lábios.
- Quer que eu chame a Abigail?
- Não precisa mãe, estou bem, mais tarde eu ligo pra ela e dai conversamos.
- Certeza?
- Sim. Agora só quero ficar sozinha.
Ela assentiu e se levantou saindo pela porta e me deixando sozinha novamente naquele enorme quarto. Me levantei da cama e fui até o banheiro, assim que vi meu reflexo pelo espelho quase tive um surto: meus fios louros estavam uma bagunça, minha maquiagem estava borrada e meu rosto inchado e vermelho. Lavei meu rosto e prendi meus cabelos em um coque frouxo.
Me sentei na cama e olhei para o varal de fotos do meu quarto, havia pelo menos umas sete fotos minhas e do Arthur juntos entre outras espalhadas em quadros no quarto. Entrei no closet, peguei uma caixa e começei a tirar as fotos do varal, peguei o quadro de cima do criado mundo, os dois ursos de cima da cama, as palhetas dele e entrei novamenete dentro do closet, peguei os casacos e moletons dele dale e joguei tudo na caixa. Abri a última gaveta da minha escrivaninha e peguei os milhões de bilhetes, cartas e letras de música que ele tinha escrito para mim e joguei na caixa. Apaguei os recados que ele tinha escrito na minha parede de quadro negro e joguei o colar em forma de coração que tinha sido o último presente dele para mim dentro da caixa, se eu pudesse teria vomitado todos os chocolates que ele me deu e os jantares que comemos juntos naquela caixa e poder mandar todas as minha memórias ali mas aquilo não era possível, fechei a caixa e jurei para mim mesma que nunca mais iria falar com Arthur Blossom outra vez, nem agora, nem hoje, nem nunca.