Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 22
Epilogo (Ou quase isso?)


Notas iniciais do capítulo

Então, esse é o epílogo.
O que é o epílogo? Seria como um fechamento pra história, algo pra mostrar o que acontece depois do fim, mas aqui, vai funcionar como um teste de um piloto.
Como assim? Bem, esse é o momento que a gente para e se pergunta: E a segunda temporada? Pois é, eu vim aqui perguntar isso, se vocês querem isso.
Uma segunda temporada envolveria um formato diferente, mas nem tanto, de narrativa e seria, basicamente, um cross-over de Supernatural e Teen Wolf. Eu tenho umas ideias do que fazer, confesso, mas não é nada realmente sólido e eu só vou investir nisso se vocês concordarem que seria legal uma continuação.
Caso o contrário, sem problemas também, eu vou postar uns extras (nada que se envolva realmente na história, só um pedacinho de amor pra vocês kkk) e ai eu boto a história como completa. Enfim, me deixem saber o que vocês acham.
Um beijo e um queijo ;)



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Stiles já sabia, desde o início, que havia alguma coisa errada. Assim que acordara, uma sensação horrível o invadiu e ele teve que se sentar para que botasse a cabeça no lugar. Ele era inteligente, muito, as pessoas não conseguiam esconder as coisas de si por muito tempo. Porque tudo tinha uma lógica, um padrão. Ou deveria, ao menos.

E seus amigos sabiam desse dom que ele possuía, o de ser curioso e inteligente o suficiente para entender as grandes charadas que eles não conseguiam, arquitetar os melhores planos – quase sempre – e cuidar de quem precisa.

Talvez ele não fosse a melhor pessoa para trabalho braçal, ou o mais habilidoso com uma arma, ou até mesmo aquele com influência de algo sobrenatural, mas tinha seu lugar e importância na alcateia. Nenhum deles, nem mesmo Jackson – mesmo que custasse a admitir –, o deixaria se machucar. Ele era a cola que deixava todos no lugar nos tempos de desespero.

Então quando ele desconfiou que seu namorado, ao mesmo tempo líder da alcateia, estava lhe escondendo alguma coisa, ele se declarou incansável até que descobrisse. Não iria confrontá-lo, Derek não funcionava assim. O amava? É claro, e por isso sabia como extrair qualquer coisa dele, mesmo que a informação não viesse realmente dele – Scott era o elo mais fraco quando se tratava de esconder coisas.

Mas mesmo assim, aquele dia tinha alguma coisa de estranho…

Levantou-se, saindo do conforto quentinho de sua cama, que o lembrava de que Derek estivera ali há menos de algumas horas, bem ao seu lado, sussurrando-lhe coisas que jamais seriam perdidos nem nos mais fortes ventos da noite. E isso aqueceu seu coração preocupado, o fez lembrar que ele não estava sozinho, não importava o que o dia lhe reservasse.

Com isso em mente, desceu as escadas para a cozinha, onde encontrou um bilhete de seu pai, avisando que chegaria mais tarde, pois trocara o turno e então dobraria. O garoto suspirou, seu pai se esforçava demais, as vezes até a exaustão, teria que tomar mais cuidado com sua saúde e Stiles torcia para que Melissa o ajudasse com isso.

Assim que estava de café tomado, um copo de suco e uma bela torrada, acompanhados de um iogurte – teria que fazer compras antes de voltar da escola, anotou em sua mente –, partiu para a escola, a primeira aula sendo de Inglês, passando por Geografia e História e finalizando o dia com Química, chave de ouro, na opinião carregada de sarcasmo do garoto. Não que fosse ruim em Química, muito pelo contrário, mas o professor da matéria simplesmente o odiava. Ok, talvez ele tivesse feito uma coisa ou duas que tivessem irritado-o, mas não significava que merecia tanta… Implicância?

Antes que desse por si, já estava com Scott ao seu lado, que conversava alegremente sobre alguma coisa que tinha a ver com a viagem em que Alisson tinha ido. Voltou a prestar atenção no que o amigo falava.

—x-x-x-x-

Merda, ele havia se atrasado. O professor o havia segurado em sala até depois da aula, só porque estava mandando sms. Talvez não tivesse pego tanto tempo de detenção se somente tivesse entregado o celular e pego depois na saída, mas não, tinha que ter recusado e feito um comentário sarcástico assim que o mesmo conseguira pegar seu celular.

Havia marcado com Derek de encontrá-lo no portão de sua casa para que pudessem fazer alguma coisa naquele dia. Na realidade, ele só queria passar o dia com o mesmo e ter certeza de que este estaria seguro, além de ser uma ótima desculpa para ficar mais tempo perto dele.

Corria pelos corredores já ligando o telefone com uma mão, o caderno na outra, a caneta presa entre os dentes, a mochila caindo pelos braços e a camisa flanela aberta amassada pelos ombros dando mais visibilidade para a camisa roxa que usava por baixo. Os cabelos ligeiramente bagunçados e uma marca tatuada em sua bochecha de uma frase do caderno que dormia.

Qual não foi sua surpresa quando assim que passou pelas portas de entrada do colégio, um Camaro preto o esperava de vidros fechados, sem mostrar quem dirigia, apesar de Stiles já saber muito bem de quem se tratava. Rapidamente jogou tanto o telefone quanto o caderno que segurava para dentro da mochila, tirando o lápis da boca e jogando-o lá dentro também. Se aproximou depressa do carro, enquanto via o vidro preto abaixar, dando visão a um Derek Hale de óculos escuros e um sorriso que – e Stiles negaria até a morte – o fez derreter ali mesmo. Ainda assim manteve a postura e com um sorriso, apoiado na janela do Camaro, disse:

— Eu também tenho carro sabia?

O homem dentro do carro destravou a porta, começando a fechar o vidro de novo, e o garoto sabia o que isso significava: “Ou entra ou fica falando sozinho”. E entrou no carro.

— É falta de educação fechar o vidro na cara de alguém, não é, Sourwolf? – disse meio emburrado enquanto entrava.

— E fazer alguém esperar por meia-hora também, não é? – ele retrucou imitando o jeito que ele falara. Se aproximou do rosto de Stiles, segurando o queixo deste com uma mão, beijando-lhe os lábios.

— Não que eu tivesse muita escolha, fiquei preso depois da aula. – murmurou entre o beijo, antes de abrir os lábios, dando a permissão que Derek havia pedido para aprofundar o ato. Seus braços se moveram para o pescoço de seu namorado, enlaçando-os e puxando-o para perto. Derek parou o beijo.

— Acordamos bem animados hoje, hã? – Stiles sorriu, sendo retribuído, mais um selinho depois e o carro foi ligado. – Quer passar na minha casa antes de ir pra sua? Precisamos… conversar.

Ok, isso atiçou a curiosidade do mais novo.

— Sobre?

Derek o olhou de relance antes de responder.

— Sobre o que eu venho escondendo, e você, descobrindo. Então prefiro te contar antes que faça alguma burrice, como, por exemplo, se colocar em risco.

Stiles revirou os olhos.

— Ah qual é, me diga uma vez em que eu… – a fala morreu no meio da frase, alguns flashbacks nada agradáveis passavam por sua mente – Pensando bem, não fala nada não, essa é uma ótima ideia.

O lobisomem deu partida no carro. Stiles falou durante a viagem inteira até a casa do lobo. Não que ele se importasse, ele adorava ouvir o outro falar, o mantinha alerta e simplesmente amava a voz do garoto. E ele já havia se acostumado com o falatório dele, não tinha jeito de fazê-lo calar a boca uma vez que começasse.

No meio do caminho, Stiles percebeu que eles não estavam indo pro loft e sim para a antiga casa dos Hale, o que era estranho, mas ele preferiu não comentar nada sobre isso até que chegassem.

Quando o carro parou, o humano imediatamente soltou o cinto de segurança e pulou pra fora, procurando qualquer coisa de diferente que pudesse justificar sua ida ali. Alguns segundos depois sua atenção foi imediatamente levada para a porta de entrada, que possuía um símbolo estranho.

— Esse é o símbolo da alcateia de alfas. – Stiles o olhou curioso, prestando atenção, já Derek o indicou para que se sentasse no capô do automóvel, o que ele fez prontamente. O outro permaneceu em pé. – É uma alcateia, só de alfas, que recruta os alfas de outras alcateias, sendo assim, aumentando seu poder. Quando uma alcateia é muito forte, acaba chamando a atenção do líder deles, Deucalion.

— Mas se é uma alcateia de alfas, como eles escolheram um líder?

— Ele se autodenomina o alfa dos alfas.

— Meio egocêntrico? – limpou a garganta, tentando apaziguar o clima tenso que tinha se imposto ali, Derek, porém continuava sério.

— Ele tem base pra falar isso, ele é o mais forte da nossa espécie, e ele quer somente os melhores, pra formar uma alcateia perfeita. – o garoto não entendia aonde ele queria chegar – Se ele veio até aqui, se botou esse sinal na minha porta, é porque ele quer que eu vá com ele.– Stiles sentiu o coração afundar no peito.

— E você quer ir? – doía a ideia de pensar nisso. Mas Derek o olhou com as sobrancelhas franzidas.

— É claro que não. – bufou – Mas ele virá atrás de mim, e tentará me convencer de ser um alfa “mais forte” e vai tentar me atingir de qualquer jeito. Você sabe como um alfa faz pra ficar 5, 10 vezes mais forte do que era antes? – o outro negou com a cabeça – Ele mata sua própria alcateia, roubando a força de cada um.

Stiles ficou em silêncio, ele conseguia ver pra onde aquilo estava indo, e não gostava nem um pouco.

— Você não vai me afastar de vocês. – Derek fechou os olhos, confirmando o que o garoto estava pensando – Eu não vou aceitar isso.

— Stiles, é pra sua proteção. – ele se sentiu ultrajado, eles eram bem capazes de se defender.

— Não, Derek! Eu sou parte disso também, e eu posso cuidar de mim. Além do mais, Scott é meu melhor amigo, vai fazer o que? Mandar ele ficar longe de mim também? Eu não vou ficar parado se você tentar fazer isso. – o lobo suspirou pesadamente, ele sabia que o humano não iria aceitar isso facilmente.

— Stiles, me escuta. Eu não quero você por perto quando eles vierem nos confrontar. Eles podem e vão machucá-lo se for preciso – ele ia começar a falar alguma coisa quando Derek o cortou – Fim da discussão. – segurou os ombros magros do garoto – Eu mataria por você. Sem hesitar. E se você se machucar, ou algo pior acontecer, eu não sei o que eu sou capaz de fazer. Então não me faça. Isso é sério e faz parecer brincadeira de criança o problema que nós tivemos com Jackson.

Os olhos do garoto se arregalaram.

— E quanto a gente? – ele tinha um olhar machucado, e Derek sentia como se tivesse acabado de bater num cachorro machucado – E quanto a nós, Derek? Você vai acabar com isso também?

O lobo passou a mão pelo cabelo, parecendo conter o nervosismo e a raiva no gesto.

— É melhor que- – ele respirou fundo – É melhor darmos um tempo.

E ai estava. Era isso. Você poderia ouvir claramente o coração de Stiles quebrando. Ele sentiu as lágrimas forçarem passagem, mas trincou o maxilar e não cedeu para nenhuma. Desceu do carro, dando a volta e pegando sua mochila dentro deste, sem falar uma palavra, e foi ai que Derek soube que o problema havia sido maior do que tinha pensado. O garoto começou a andar em passos rápidos em direção a floresta, e o lobo teve que resistir a ir atrás dele e pedir desculpa, porque era necessário. Mas ele parou e se voltou para o lobisomem, dando a ele a chance de ver os lábios crispados do adolescente e a força que este fazia para não chorar.

— Você poderia, pelo menos, ter deixado eu trazer o meu carro – Derek estava prestes a oferecer levá-lo de volta – E não ouse. Não ouse fazer isso comigo. – respondeu, como se lesse seus pensamentos – Você não quer distância? Não quer um tempo? Então é exatamente o que vai ter.

E ele partiu, levando metade de um coração com ele.

—x-x-x-x-x-x-

O xerife Stilinski estava tendo um dia bom até aquele momento. Quer dizer, se você não considera dois agentes do FBI entrando em seu escritório e pedindo pra rever todos a documentação dos crimes antecedentes, como se você fosse incompetente, como uma coisa ruim, então o dia continuaria bom, mas esse não era o caso dele.

— E quem são vocês? – perguntou aos dois.

Um era alto, muito alto, com cabelos grandes e castanhos, ele era bem educado, tanto que o explicou a situação; uma falha no sistema. Ele mostrou o distintivo, assim como o outro, se identificavam por Agentes Jackson e Wane.

— E desde quando o FBI se preocupa com a criminalidade de uma cidade tão pequena?
Agora quem responderia era o outro, o loiro de feições duras e a boca cheia de farelo de rosquinha.

— Olha só, a gente não questiona o que a gente tem que fazer, nem o porque. Recebemos a ordem e cumprimos, fim de papo. Agora, você tem mais rosquinhas ai?

Não conseguiu evitar olhar pra ele como se ele fosse um alien, ou uma das criaturas bizarras que seu filho enfrentava. E convivia.

— Não, não tenho – disse ríspido, com o mesmo tom que usava para repreender Stiles.

O Agente Wane franziu a testa, seu rosto inteiro só sugeria uma palavra “Nossa”. Stilinski suspirou e passou a mão pelo rosto.

— É a segunda sala a direita, se tiver dúvidas, pergunte e te dirão. – abriu a gaveta, pegando um cartão – Use isso pra abrir a porta e devolva quando terminar.

Os dois assentiram, agradeceram, e se foram. Mas o xerife não tiraria seus olhos deles, havia alguma coisa de estranho e ele podia sentir isso no seu âmago. Pensou em ligar para Stiles, ele era bom em fuxicar até descobrir, mas ele não meteria o filho em um assunto de polícia se não fosse extremamente necessário.

Levantou-se e foi até o corredor, precisava de café, urgentemente.


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