Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 21
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho como descrever a emoção que sinto, honestamente, me emociona saber que chegamos até aqui.
Sim, chegamos, porque vocês me acompanharam até aqui e merecem tanto o crédito quanto eu.
Essa é a primeira fanfic que eu termino, literalmente, e como deu trabalho.
Durante o tempo que eu escrevi, eu passei por um carrossel emocional, mas, como Grey's Anatomy nos diz, o carrossel nunca para de girar. E eu confesso que, por uns períodos de tempo, eu fiquei EXTREMAMENTE desempolgada para escrever, pensei até em desistir, mas pensar em vocês fez a minha força voltar, e por isso eu quero agradecer a cada um que leu, curtiu ou comentou, e um abraço bem apertado em quem fez os três ;)
Confesso também que eu não sabia como vir aqui e me despedir, porque eu me acostumei, me acostumei a passar horas pensando no que eu faria com a fic, pra qual rumo eu a levaria e a ter um pequeno ataque de emoção toda vez que chegava uma notificação de vocês.
No final, até eu me surpreendi em ter cumprido pelo menos um dos prazos que eu estabeleci kkk
Enfim, não vou mais gastar o seu tempo, eu vos apresento, o último capítulo.
O de amanhã será uma espécie de... Epílogo?
Espero que gostem



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"Se eu te dissesse que isso só te machucaria, se eu te avisasse que o fogo iria queimar, você andaria nele ou me deixaria ir primeiro?"

 

Gabriel se sentiu um expectador. Não tinha como descrever a sensação. Ele estava e não estava mais lá. Num segundo ele sentiu uma dor no peito como se tivessem arrancado um pedaço de seu coração, no segundo seguinte ele já não sentia mais nada. Porque?

Os três estancaram no lugar, não acreditando na cena que acabaram de presenciar.

— Vocês realmente não desistem não é? – o vampiro sorriu quando ninguém o respondeu – O que foi, o gato comeu a sua língua? Foi demais pra vocês? – ele se levantou, virando-se de frente para os “convidados” – Achei que nem se importariam mais, já que vocês vivem morrendo. – mordeu a bochecha pra evitar o riso.

Dean, com os olhos desfocados, imerso em seu subconsciente. Castiel.

Ele estava ali, na sua frente, ainda assim, mais longe impossível. Não, não, por favor não. Ele não podia… Ele não devia- Isso era suposto que fosse o final feliz dele não era? Finalmente. Ele encontraria Castiel, cuidaria dele, diria que o amava, e o pediria pra ficar com ele. Não, logo agora que ele havia tomado coragem? Perder ele uma vez não era o suficiente? Aliás, nem uma, nem duas. Já tinha perdido a conta de quantas vezes pensara tê-lo perdido. O que era aquilo? Quem quer que estivesse controlando; Chuck, isso era uma piada pra ele? Deixá-lo tão perto da felicidade e depois arrancá-la de seu alcance como num jogo doentio. Não, ele iria trazê-lo de volta, nem que ele tivesse que ir atrás do próprio Deus.

Mas antes, ele faria Zadimus pagar.

— Porque você- Você não tinha o direito – assustou-se com a voz que veio detrás de si. – V-Você não... – Gabriel disse, estava com os olhos cheios de lágrimas, apoiando um mão na parede e a outra cobrindo os olhos com os dedos levemente entreabertos.

— Sabe, isso tudo acaba por ser culpa sua sabia? – Zadimus girou a adaga que havia acabado de usar – Se não tivesse os deixado tão vulneráveis, eu nunca teria essa chance. Tenho muito a te agradecer, na verdade. Se quer que alguém pague pelo que aconteceu – esticou a adaga para o loiro – Você pode começar com quem iniciou isso tudo.

E ele se sentiu tentado a pegá-la.

— Para com essa palhaçada. Como se ele fosse culpado de você enfiar uma- – a fúria de Dean era tão grande que ele mal conseguia se conter para falar. – Como se alguém tivesse alguma coisa haver com o que você — ele frisou – escolheu fazer.

Sam se surpreendeu com seu irmão defendendo Gabriel, mas, para o mesmo, as palavras mal chegavam.

— Eu fiz o que precisava fazer. Você acha que foi fácil? Eu planejei esse momento durante anos! Enquanto vocês estavam arrumando o mundo que vocês mesmo arruinaram, muita coisa aconteceu. Eu venho competindo por poder com tudo quanto é alfa e isso aqui – levantou o frasco para mostrar a Graça roubada – vai garantir que eu ganhe, que eu suba ao meu lugar de direito. E eu vou matar quantos forem necessários, vou transformar o triplo também se eu precisar. Porque eu posso. E quero.

— Não se eu puder impedir – Dean partiu para cima do vampiro, que desviou com facilidade, subindo e descendo a mão em seguida, fazendo um corte profundo no braço do caçador.

Sam não esperou nem mais um segundo antes de agarrar os braços dele por detrás, aproveitando a brecha para imobilizá-lo, mas ele era muito mais forte que Sam. Chutou com força a canela do caçador, fazendo com que ele o soltasse e agarrou sua cabeça, trazendo de encontro a sua, deixando-o desnorteado com a cabeçada, pela segunda vez naquela noite. Dean segurou o facão com mais força, droga. O irmão havia caído e agora tentava se levantar meio cambaleante. Zadimus se virou para o irmão mais velho e o agarrou pelo colarinho da blusa, jogando-o contra a parede. O corpo magro e pequeno do vampiro se movia com velocidade absurda. Ele então focou novamente no caçador mais novo e pegou o pulso dele em mãos quando ele o levantou para atacar, apertando-o até que ficassem marcas e então, sorrindo, o virou, quebrando-o. Ouvindo uma série de estalos, seguidos de um grito de dor do caçador.

Nesse momento, sendo trazido de volta com o que parecia ser um tapa de realidade pelo barulho, o loiro se sentiu possuído com uma força e uma dor que nunca tinha experimentado. Parecia ter saído no modo automático, de repetente, não era mais um expectador.

— Chega! – os olhos de Gabriel estavam brilhando. Literalmente. Eles eram duas faixas e luz que chegavam a clarear a sala, o poder irradiava dele formando uma áurea envolta de seu corpo, como ondas de calor sendo liberadas de uma bomba prestes a explodir.

Zadimus sorriu.

— Eu deveria ter pego você ao invés dele, olha quanta graça será desperdiçada-

— Você pode achar o que quiser. – interrompeu Gabe, impaciente, estava cheio dos joguinhos e dos discursos do vampiro – Pode ter os poderes que for, mas continua sendo um vampiro miserável, um ser criado com os restos da humanidade que você diz desprezar. E quem você matou, o ser que você matou, foi um dos primeiros a serem criados. O crime que você cometeu chega a ser pior do que um pecado capital personificado faria, é uma afronta a nós, a mim. – o ambiente, apesar toda a luz que saía dele, começava a escurecer – E você provará as consequências de provocar a fúria de um arcanjo. – num reluzir, as asas de Gabriel apareceram, majestosas e imponentes, mesmo Dean, que já havia visto as asas de Castiel antes, se surpreendeu – É hora do seu julgamento, e eu, Gabriel, o Anjo da Anunciação, agora tenho o dever de te encaminhar para o buraco imundo do qual você nunca deveria ter saído.

A última coisa que os irmãos Winchester tiveram a chance de ver foi uma explosão de luz antes de aparecem, enjoados e tontos, de volta ao Bunker.

Amão de Sam não mais doía e seus machucados, assim como os de seu irmão, haviam sumido, era como se nunca tivessem saído dali, mas tinham. Dean estava com raiva, triste e desolado. Era como um mix de todos os sentimentos que havia guardado, ele pensava em todas as oportunidades que havia desperdiçado de ficar com o anjo. Chutou a estante, num impulso de raiva. Onde estava Gabriel agora também?

Como se lesse seus pensamentos, Gabriel apareceu de repente na sala, causando um mini-ataque cardíaco nos caçadores. Ele estava de olhos fechados, olhando pra cima, concentrado em alguma coisa que parecia muito séria.

— Eu não posso fazer isso – Chuck apareceu atrás dele na sala.

— Será que dá pra vocês pararem de fazer isso? Já tá enchendo o saco vocês surgindo do nada aonde querem – bufou Dean – E era exatamente com você que queríamos falar.

Deus suspirou.

— Eu sei, mas eu já disse, eu não posso trazer o Castiel de volta. Você sabe disso Gabriel. Foi escolha dele vir aqui pra Terra.

Gabriel pareceu alarmado.

— Mas ele não tinha feito sua escolha ainda! A Graça dele estava voltando lá no hotel, eu vi! Zadimus a pegou.

— Eu sou onipotente e onipresente Gabe, eu o ouvia falar comigo todas as noites, ele nunca perdeu a fé, mesmo preso lá, ele me falou que faria isso, ele orou pra mim naquela hora.

Os olhos do arcanjo se encheram de lágrimas.

— E você não fez nada!

— Livre arbítrio. – ele pressionou os lábios – Sabe que eu não posso interferir, são as regras.

— Que se fodam as regras! – agora Dean se metera na frente – Nós não jogamos seguindo regras estúpidas, você pode pegar esse livre arbítrio e enfiar no-

— E como isso tem funcionado pra vocês? – interrompeu Chuck, relevando as ofensas – Viver burlando regras, irritando e indo contra tudo e todos.

Touché, ele havia ficado sem palavras. O homem, mais velho que o próprio mundo, suspirou e se virou para olhar uma pintura pendurada na parede, analisando desdes as pinceladas até o entalhe na moldura.

— Tem um jeito, na verdade.

Dean se aproximou dois passos, sem hesitar por um segundo na possibilidade de ter seu anjo de volta.

— Nós topamos.

— Não é bem assim, isso tem um preço – Chuck tirou os olhos da moldura.

— Você é Deus! Você não pode reviver ele como fez com a gente tantas vezes? Você reconstruiu o céu e trouxe uma porrada de anjos a vida. Se bobear tem mais gente morta de volta lá do que em The Walking Dead.

Chuck sorriu tristemente.

— Tinha um preço nas vezes que eu os trouxe de volta, e vocês pagaram por ele. Acharam que era tudo coincidência? E quando eu revivi meus filhos eu só estava restaurando o equilíbrio. O mundo é uma alquimia, foi assim que eu o criei, você recebe uma coisa se der outra que valha igualmente. – ele suspirou, se aproximando de Gabriel – Mas tenha consciência de que esse preço só você pode pagar, e é alto. – Gabriel teve vontade de gritar de que não importava o que era, ele faria, mas as palavras se perderam no meio do caminho, eles estavam cara a cara – Você tem que estar disposto, porque é irreversível, não importa o que você faça.

— E qual é? – forçava a voz e mesmo assim só conseguiu um murmúrio.

— Você tem que desistir de ser um anjo. – ele foi tão direto que Gabriel sentiu sua respiração falhar – Você, sendo um arcanjo, tem poder o suficiente para que eu traga seu irmão de volta, mas isso vai custar sua força toda e você ficará preso a Terra como um mortal. É importante que tenha isso em mente, porque não tem volta, cláusula escondida ou macete. Por mim foi dado, por mim é tirado, e somente por mim. Você não só perderá a Graça, mas suas asas também e qualquer traço angelical que possuir. – Chuck pôs uma mão no ombro do loiro – E você nunca mais verá nenhum de seus irmãos. Viverá, morrerá, terá seu pedaço no céu e, se escolher reencarnar, viverá outra vida, mas mesmo que procure, não encontrará nenhum deles. Nem a mim.

Gabriel se afastou, os olhos cheios de lágrimas, como assim não poderia ver sua família? Porque as decisões mais difíceis sempre sobravam pra ele?

— Eu- – sentia como se todos os olhos estivessem nele, os que estavam ali presentes, os de seus irmãos, era muita pressão. Segurou a camisa na altura do peito, desde quando seu coração batia tão forte? Sentia ele batendo contra sua caixa torácica, lutando pra sair.

Precisava de um tempo, uns minutos ao menos, para digerir o que havia acabado de saber. Saiu correndo pelos corredores antes que alguém tivesse chance de fazer alguma coisa. Só parou quando chegou ao quarto de Castiel, ele tinha uma energia tão familiar, quase o fazia pensar em casa. Casa? Que casa? O céu? A Terra? Porque se escolhesse trazer Cas de volta, aquela seria sua casa. E seria isso tão ruim assim? Sentou-se na cama, lembrando de seu irmão, não só como humano, mas como anjo também. Eles lutaram juntos no passado e sabia que eram família, mas agora… Agora era bem mais que isso. Ele não tinha escolha, ele não precisava escolher, ele sabia o que iria fazer, a decisão já havia sido feita desde que soubera que poderia fazer seu irmão viver de novo. Ele só precisava se acostumar com a ideia.

— Eu posso entrar? – se sobressaltou com a voz de Sam, que entrou antes de pedir permissão. O loiro permaneceu em silêncio enquanto o outro se sentava ao seu lado. – Nunca é uma decisão fácil, sabe? Eu costumava me iludir achando que eu poderia sair dessa vida a hora que eu quisesse, mas não é verdade. – ele olhou para o arcanjo, que ainda olhava para o outro lado, e botou as mãos para trás, inclinando-se sobre o apoio que elas faziam – Eu vou entender se você não quiser isso pra você, mas… Na maior parte do tempo, não é tão ruim quanto parece. E Gabe – ele chamou e o mesmo o olhou pelo canto do olho –, você terá um lugar aqui com a gente. Pode não ser muito mas-

Foi interrompido pelos braços do loiro, que evolveram seu pescoço num abraço apertado. Retribuiu o gesto, enlaçando a cintura dele, até que sentiu lágrimas quentes molharem seu ombro.

— Ele me disse a mesma coisa… Eu- – suspirou, tentando controlar a própria mente – Eu vou trazer ele de volta.

Sam apertou os braços um pouco mais, tentando trazer conforto, demonstrar que se importava. Ele havia mudado de opinião quanto ao arcanjo nesse tempo que haviam passado juntos. Depois de algum tempo, Gabriel foi o primeiro a desfazer o abraço, limpando as lágrimas com as costas das mãos desajeitadamente. E naquele momento, o humano teve certeza do que iria fazer. Segurou as mãos dele, pousando-as no colchão e se aproximou lentamente. Parou a poucos centímetros, os narizes se encostando, as respirações se misturando, os olhares conectados.

— Se você não quis-

Ele não teve a chance de continuar, uma vez que lábios foram pressionados contra os seus, da forma mais delicada que o momento exigia. Foi apenas um selinho, demorado, mas cheio de significado.

— Não era bem aqui ou desse jeito que eu imaginava que aconteceria, mas foi bom do mesmo jeito. – Gabriel disse quando se separaram, sorrindo brevemente.

— Então você imaginou isso? – Sam sorriu de lado quando viu o arcanjo corar de leve e inflar as bochechas de vergonha.

— Ora, cale a boca – fez um bico e cruzou os braços, mas logo essa expressão foi substituída por uma mais calma, ele estava mais tranquilo, afinal. Não sabia porque, mas pensar em Sam o tranquilizava. Se levantou. – Vamos.

—x-x-x-x-x-x-

Na sala, Chuck esperava na sala, com o queixo apoiado na mão. Já Dean estava sentado e tinha a cabeça entre os braços, apoiados na mesa da sala.

— Eu vou fazer. Eu estou pronto.

Gabriel entrou de repente na sala, seguido de Sam, ambos mais relaxados, o que era exatamente o oposto das outras duas figuras no local.

Chuck se aproximou.

— Você tem certeza? – e quando Gabriel assentiu, ele o tomou em seus braços – Adeus meu filho, estou orgulhoso de você. E nós não o esqueceremos, jamais. – se separando ele botou uma mão nos cabelos loiros dele – O homem que abre mão do poder é mil vezes mais forte do que aquele que a ele sucumbe.

Puxou a mão de volta, com rapidez, e uma aura azul foi puxada junto, como uma massa maleável. E, quando saiu completamente, Gabe caiu de joelhos no chão, Sam imediatamente foi em sua direção para ampará-lo. Dean nem ao menos percebeu, estava ocupado demais observando Chuck, que agora tinha toda a Graça em mãos, contendo-a, direcionou-a para o chão, de onde começou a tomar forma. Com um estalar de dedos, a sala se encheu de neblina, e num instante ninguém conseguia ver nada.

— Cas! – Dean gritou para o vazio. – Cas!

— Dean! – ao ouvir a voz do moreno, o coração do caçador se apertou, a expectativa aumentando a cada segundo que se passava.

O nevoeiro foi cessando e ele finalmente pode avistá-lo. E foi como se de repente o mundo não estivesse mais ali, só o que importava era o agora. Ele estava ali, do jeito que conhecia, com o sobretudo surrado e tudo, e com aqueles olhos azuis que tanto o fascinavam.

E ele correu para ele, correu e seus braços se prenderam em volta de Castiel, numa promessa muda de nunca mais se soltarem. Numa promessa de que tudo ficaria bem.

— Eu pensei que tivesse te perdido de vez. – sussurrou no ouvido dele, ninguém mais precisava saber, ele só precisava que Castiel o ouvisse. – Por favor não faça mais isso, eu não sei o que eu faria sem você agora que…

Se agarrou ao sobretudo do moreno que dizia tanto sobre ele. Sam, percebendo que estavam “sobrando”, ajudou Gabriel a se levantar e chamou Chuck com eles pra cozinha.

— “Agora que”... – Castiel o incentivou.

Dean desfez o abraço e sorriu para o moreno.

— Agora que eu percebi que te amo.

Castiel não conseguiu conter o sorriso emocionado.

— Eu também te amo.

— Isso é bom, muito bom. Se não eu não poderia fazer isso.

O caçador aproveitou a mão, que ainda estava na parte de trás do pescoço do mesmo, e o puxou para si, juntando os lábios num beijo a tanto tempo esperado. Pousou a outra mão na cintura do moreno, segurando-o firmemente enquanto aprofundava o beijo, e Cas retribuía com a mesma empolgação, apoiando-se no loiro, pois sentiu suas pernas virarem gelatina no momento em que Dean pedira passagem com a língua. O beijo se extinguiu quando ambos precisaram urgentemente de ar. Dean, porém, não perdeu a oportunidade de morder levemente o lábio inferior do outro, arrancando um suspiro.

É, aquela era uma ótima maneira de acabar o dia.

—x-x-x-x-x-x- alguns dias depois -x-x-x-x-x-x-

A cozinha estava vazia naquela manhã, as panelas estavam empilhadas, o silêncio reinava no bunker, pelo menos até um Sam, exausto, aparecer arrastando os pés em direção a cafeteira, tinha passado a noite inteira pesquisando e ligando para caçadores. O que Zadimus havia falado antes de Dean atacá-lo havia ficado em sua cabeça. Não demorou muito até que achasse coisas estranhas acontecendo, ele só não entendia como não tinham percebido toda essa movimentação antes. Eles tinham tropeçado em algo que eles nunca tinham visto, além do lobisomem que Dean e Castiel haviam encontrado que era diferente de todos os outros que eles haviam encontrado.

Os caçadores que conhecia tinham lhe contado sobre uma alcateia, forte demais para ser parada, estranha demais para saberem com o que lidavam realmente. Suspirou frustrado, servindo-se do café pronto. Ao que as pistas indicavam, eles iam para uma cidadezinha pacata na ponta do mapa, chamada Beacon Hills, mas era só isso que tinha até agora. Jogou-se na cadeira, se esticando sobre a mesa. Como era cansativo!

Sentiu duas mãos subirem por suas costas até os ombros, fazendo quase que uma massagem, e seus músculos instantaneamente relaxaram. Ele se recostou, dando mais espaço pras mãos se moverem.

— Você está se esforçando demais pra quem acabou de voltar de um caso. Além de estar deliberadamente me ignorando – sussurrou a voz baixinha em seu ouvido. – Descobriu alguma coisa pelo menos? – o caçador negou com a cabeça – Entendo… – mordeu a ponta da orelha de Sam, fazendo com que o mesmo suspirasse. – Se você for comigo agora pro quarto, e não se empolgue, eu vou fazer você dormir antes que desmaie de uma vez, eu te ajudo com as pesquisas, sim? Duas mãos extras bem que podem ajudar não é? – falando isso, desceu as mãos para o tórax do moreno, que deu uma risada breve.

— Achei que ia me levar pra dormir. – Gabriel deu a volta na cadeira, o puxando pela mão para que se levantasse para acompanhá-lo.

— E vou, mas nada me impede de tirar uma casquinha.

Sam passou os braços por Gabriel, o abraçando, era bom ter alguém que o lembrasse dessas coisas, pra variar. Lembrou-se das noites em claro que passava com seu irmão, um querendo ficar acordado mais tempo que o outro, claro que, só quando a situação pedia extrema urgência, Dean, não era muito de pesquisas.

— Vamos Samsquach, vou falar com algumas pessoas que eu conheço também, talvez começar a cobrar uns favores? Estou a séculos colecionando devedores – sorriu travesso enquanto entrava no quarto e fechava a porta.

Falando em Dean, ele ainda não havia nem ao menos levantado. Estava confortável e quentinho demais para que quisesse sair de lá. Seus braços envolviam um corpo, não qualquer corpo; suas pernas se entrelaçavam com outras, não quaisquer outras; ele podia sentir seus batimentos cardíacos baterem em harmonia com os do seu anjo. Beijou o pescoço de Castiel, sentindo este se arrepiar por debaixo de si. As mãos buscaram uma a outra para se entrelaçar e a outra se ocupou em mexer nos cachinhos pequenos que o cabelo do anjo, não, homem a sua frente formavam.

— Bom dia – sua voz saiu rouca e baixa, do jeito que sabia que o arrepiava toda vez e, quase que imediatamente, sentiu mais um tremor passar. Sorriu quando o moreno lhe sorriu, abrindo os olhos, se acostumando com a claridade ainda.

— Bom dia – Castiel repetiu o que ele disse.

E eles poderiam ficar ali pra sempre. O mundo poderia explodir lá fora que não atingiria eles, não em seu pequeno casulo de felicidade, porque finalmente Dean sentia que estava onde deveria estar, e ele gostaria de pertencer àquele momento para eternidade.

Mas esse era só o começo...

 

"Um macaco no teclado poderia criar um bom começo.

Pode estragar o começo, mas finais são impossíveis.

Você tenta arrumar cada detalhe, você tenta arrumar todas as pontas soltas, mas você nunca consegue.

Os fãs sempre vão reclamar. Sempre haverão falhas.

E sendo esse o final, é sempre indicado adicionar alguma coisa.

Estou te falando, eles são uma árdua dor de cabeça.

Sem dúvidas, finais são difíceis.

Mas então de novo...

Nada acaba realmente, acaba?"


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Notas finais do capítulo

Um beijo no coração de vocês!



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