Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá meus cupcakes!
Então, vamos explicar o porque da minha demora. Eu dei uma olhada na fic, no caminho que ela estava seguindo, e acontece que eu não fiquei satisfeita e decidi andar com as coisas, porque ela estava se tornando muito massiva e não estava sendo guiada para onde eu queria, admito que eu fiquei um pouco perdida, então, dessa vez, eu decidi começar a parte da brincadeira que realmente interessa. Estamos nos movendo para outros ares, amores.
Dei uma mudada nos gêneros que ela se enquadrava, acho melhor darem uma olhada, para não se surpreenderem depois ;)
Mais uma coisa, gostaria de avisar que a fanfic será, provavelmente, até o capítulo 25, ou seja, a partir de agora, the game is on...
Agradeço a todos que continuam me aturando!



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O Bunker estava silencioso. Não era para menos, afinal eram 2 e 45 da manhã, nenhuma alma em sã consciência estaria acordada, exceto talvez por bêbados, viciados em internet e apaixonados, mas novamente a frase se aplica, ninguém em SÃ consciência faria isso.

Dean estava sentado na cozinha, os braços sobre a cabeça, praticamente largado na cadeira com a testa recostada na mesa. Seus olhos pesavam, sua cabeça já doía de tanto pensar e ele tinha certeza que estava ferrado. Não conseguiu dormir naquela noite, não com o anjo assombrando-lhe os pensamentos. Toda vez que fechava os malditos olhos, sua mente lhe traia, fazendo-o voltar para momentos compartilhados com o mesmo, sendo assim, ele preferia manter-se bem acordado.

Tomou mais um gole da bebida que tinha em mãos, nada com um teor alcoólico muito alto, não queria perder noção que estava fazendo. Ele tinha que parar e confrontar os sentimentos, finalmente admitidos, e pensar então no que deveria fazer. A solução mais óbvia a se tomar era, claramente, agir como sempre, como se ele não tivesse notado nada demais, como se ele não se abalasse toda vez que Castiel o encarava de uma forma que ele tinha certeza que podia ver até sua alma, como se não se sentisse extasiado com o cheiro que podia sentir vindo dele quando estavam próximos demais, tal como aconteceu horas atrás sentados no Impala; ou ficasse mais feliz quando sabia que veria o mesmo. Dean desejou que o chão se abrisse e o engolisse ali mesmo, era tão mais complicado lidar agora que sabia o que estava acontecendo.

Ele, porém, não era o único a não dormir naquele lugar. Se passasse entre os corredores de parede firme,  chão bem limpo e cuidado e iluminação razoável, em direção aos quartos, seria facilmente recebido por uma luz vinda do último quarto do corredor, em que o outro loiro da casa se encontrava.

Deitado, Gabriel ainda estava acordado, já havia tentado dormir e não conseguira, testando se seus poderes já haviam voltado, mas sem um resultado agradável. Bufou, virando-se de lado na cama. Não estava sentindo sono, pelo contrário, sentia-se entediado. Passado alguns minutos encarando a parede bege de seu quarto, a agonia de ficar parado finalmente o venceu, fazendo-o andar de um lado para o outro, quase arrancando os próprios cabelos depois de alguns minutos de inquietação, parecia que o mundo estava rodando mais devagar e as horas passando preguiçosamente só para provocá-lo.

Queria fazer tudo agora, resolver todos os problemas, falar o que precisava ser dito, fazer o que precisava ser feito. Levantar, agir, sentir que estava fazendo algum coisa de útil com aquele tempo. Mas eram três horas da manhã, inferno! Não poderia fazer nada a esse horário. O que estava acontecendo com ele que não conseguia deitar a porcaria da cabeça no travesseiro e dormir?! Chutou a cômoda com raiva, numa tentativa de se acalmar, se arrependendo logo depois.

— MERDA! – gritou o palavrão, sentando-se na cama, acariciando os dedos avermelhados, os olhos cheios de lágrimas de dor. Fora estupidez, sabia que aconteceria algo assim, estava descalço!

Pegou o travesseiro e atochou na própria cara, abafando um berro de frustração, com seus dedos ainda latejando fortemente.

— Se continuar assim vai acordar o Cas, e olha que ele está em um dos primeiros quartos. – a voz de Sam se fez presente no quarto, mas Gabriel continuava com o rosto afundado no travesseiro branco.

— Eu te acordei? – Sam quase não entendeu o que o arcanjo disse, dado o abafamento providenciado pelo objeto, mas sorriu leve mesmo assim.

— Já faz um tempo. – entrou mais no quarto, encostando a porta atrás de si e recostando-se no beiral da mesma. – Não consegue dormir?

O arcanjo tirou o travesseiro do rosto e negou, jogando-se para trás na cama. E seus dedos do pé continuavam a doer fortemente. Sam sorriu com a cena, Gabriel parecia uma criança às vezes. Pensou um pouco, será mesmo que deveria ajudá-lo? Deu mais uma olhada no mesmo, que parecia desesperadamente solitário... Não faria mal nenhum, faria?

— Vem comigo, eu conheço uma coisa que ajuda em noites de insônia. – Gabriel levantou a cabeça assustado, como? Tinha ouvido direito? Havia ele perdido a cabeça? Sinceramente, nem o próprio Winchester sabia exatamente o que estava fazendo, mas não foi preciso falar duas vezes, uma vez que o outro já estava a acompanhá-lo.

Abriu a porta de seu quarto assim que chegaram em frente a ela e deu espaço para que o outro pudesse entrar, fechando-a logo em seguida. Pegou um controle preto na cômoda, ligando a televisão.

— Já ouviu falar de House of Cards?

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Sua visão embaçada e dor na parte de trás da cabeça denunciavam que havia sido nocauteada. Por quem, então? Olhou em volta. O lugar onde se encontrava parecia um tipo porão escuro e úmido, as paredes não possuíam nenhum papel ou textura, só cimento, o mesmo que o chão. Uma fraca luz vinha de uma velha lâmpada a óleo acima de sua cabeça. Sangue escorria de sua boca e nariz, seus olhos lutavam para conseguir identificar alguma coisa naquele lugar. Sentiu sua cabeça mais leve e a falta de seu longo cabelo se fez presente, haviam o cortado malmente batido, rente a nuca, mas mechas ainda incomodavam, fazendo-a sentir prurido.

Uma coisa se mexeu na escuridão, uma forma irregular que Katie não conseguiu identificar. Estreitou os olhos, se esforçando mais do que poderia.

— Quem é você? – ela gritou fracamente para o que não sabia, sua garganta doendo a cada respiração, tinha alguma coisa de errado com seu corpo – O que quer comigo?

Uma risada grave surgiu, irreconhecível a seus ouvidos, seguido de um arrepio que subiu da base até a ponta de sua espinha. Ela estava com medo. Suas mãos foram amarradas a parte de trás de uma cadeira de metal e seus pés, as pernas da mesma, as cordas machucavam seu pulso e tornozelos, sendo presas com tamanha força. Sabia que se se remexesse demais, as mesmas cortá-los-iam.

Decidiu, por fim, esperar o que a nova voz tinha a lhe dizer, tentando manter o controle sobre suas próprias expressões e reações. Um objeto fino, feito de prata, passou por entre seus dedos, surpreendendo-a, desaparecendo tão rapidamente quanto havia chegado.

— Nós temos uma proposta pra você – uma segunda voz surgiu, diferentemente da outra, essa era menos altiva, submissa até, como se seguisse palavras de um script. – Na verdade, é a única coisa que pode fazer com que você saia viva daqui.

Katie hesitou, seus músculos se retraíram na cadeira. Era terrível a sensação de falar com algo que só se tem a voz de guia.

— Ora, Vincent, não seja mal-educado, cadê seus modos? Mostre-se para nossa pequena companheira.

Um jovem então emergiu das sombras, a pele tão pálida quanto a neve que cairia lá fora em outra estação; os olhos cinzas e sem vida lhe encaravam atentamente, mas não esboçavam nenhuma reação; o cabelo negro curto e bagunçado caia-lhe sobre a testa, como se não se importasse em penteá-los, e provavelmente não se importava mesmo; como roupa, lhe cabia um conjunto social inteiramente preto, composto por uma blusa de botões que havia tido as mangas dobradas, um jeans e um sapato social comum muito bem engraxado. Parecia ser algum tipo de assistente confiável da outra voz, por estar bem vestido e aparentemente sozinho naquele lugar com ela.

— Nós queremos os anjos. – ele disse com a voz calma e sem emoção – Queremos a graça deles. – Katherine sorriu ironicamente.

— E exatamente por que vocês pensam que podem me convencer?

— Porque – a voz obscura disse – assim que nós conseguirmos poder o suficiente para o feitiço, seremos capazes de abrir os portões do paraíso. – houve uma pausa – Você sabe quem se encontra lá no momento, pequena Katie? – fez uma careta de desgosto ao ouvir seu nome ser chamado por tal pessoa. – Seus pais.

Os olhos arregalaram-se tanto que poderiam sair das órbitas.

— E se eu te dissesse que, se nos ajudar, vou fazê-los voltar a vida? Continuaria com essa arrogância toda? – engoliu em seco, sentira tanta falta deles que daria o mundo para vê-los novamente. – Tudo o que você tem que fazer, é me trazer a graça daqueles dois anjos com os Winchester. Bem simples, não é?

Ela abaixou a cabeça.

— O que você vai fazer quando os portões estiverem abertos? O que você quer?

— Isso, minha querida, é assunto meu, não seu. – ele deu uma risada irônica – Mas garanto que não irá afetar você ou seus amados pais. – Katherine levantou os olhos, numa última tentativa de procurá-lo novamente, sentia-se mais acordada agora. – Nem tente me procurar, minha aparência é incompreensível a seus olhos, você não poderia me ver. – um suspiro impaciente se fez presente – Irá aceitar, ou não? Temos outros meios menos ortodoxos de conseguir o que queremos.

x-x-x-x-x-x

A cabeça de Dean ainda doía quando ele ouviu o toque de seu telefone, havia adormecido na mesa da cozinha em meio a tantos pensamentos, mas ainda assim se sentia mentalmente cansado. Pegou o celular do bolso, visando o “número restrito” que piscava na tela. Se perguntando estaria o ligando ás seis e sete da manhã, atendeu, somente para ouvir a voz ofegante de uma menina do outro lado da linha.

— Dean?! Dean Winchester?! – reconheceu a voz feminina do outro lado da linha.

— Novata! Não achei que fosse ligar tão ce-

— Não há tempo para brincadeiras – foi interrompido –, por favor, me ajuda! Eu fui nocauteada, me levaram para um porão estranho, eu fugi, devo estar em algum lugar perto de Kansas. Roubei um carro pra fugir – a voz da menina parecia suplicante – e eu acho que estão vigiando minha casa. Por favor, diz que você pode me ajudar!

Sendo metralhado por informações, Dean não teve tempo de pensar direito novamente antes que sua boca falasse quase que automaticamente seu endereço.

— Oh Deus! É perto, eu chego ai em menos de meia-hora, obrigada!

O loiro saiu em disparada em direção aos quartos assim que desligou, sabendo que provavelmente ninguém havia acordado. Surpreendeu-se, porém, em dar de cara com Castiel assim que virou o corredor. O encontrão foi tão forte que acabou por cair por cima do mesmo.

Corado da cabeça aos pés, com o coração batendo a mil contra seu peito e as mãos apoiadas no chão, uma de cada lado da cabeça do outro; Dean esqueceu de repente o que iria falar, um nó apertando-lhe a garganta fortemente. Castiel, por sua vez, massageava sua testa, que recebeu grande impacto, soltando uns resmungos de dor. Um impulso de ampará-lo foi reprimido.

A primeira coisa que percebeu assim que bateu os olhos em Castiel o deixou perplexo, como? O corpo masculino coberto com as roupas usuais, o terno, o sobretudo. Oh deuses, ele havia voltado ao normal, e aquilo era demais para ele, para seu próprio bem, não agora que havia acabado de...

Demorou alguns segundos até que Dean tomasse consciência de toda a situação novamente. “Foco, controle, você veio avisar uma coisa”. E então se levantou, oferecendo a mão para que o anjo se levantasse.

— Dean, você parece agitado. – ele não podia descrever quanta saudade havia sentido de ouvir aquela voz rouca, porque nem ele tinha capacidade para tal coisa.

“—Perfeitamente compreensível após uma situação dessas” – ao invés disso, porém, respondeu: – Lembra daquela menina da missão? – Castiel assentiu, havia simpatizado com a garota, passara algum tempo conversando com ela, uma vez que a missão acabara. – ela foi ameaçada, está vindo para cá.

O moreno pareceu preocupado, ela estaria machucada?

Contou os fatos que havia recebido pelo telefone, tomando cuidado com o horário que tinha para ir recebê-la, talvez estivesse sendo seguida, não poderia saber. Imediatamente, quando terminou, foi puxado pela manga do próprio casaco por Cas até a entrada do Bunker, onde a arma que estava em sua cintura foi engatilhada.

Alguns minutos depois, uma caminhonete marrom escura muito suja surgiu ao horizonte em alta velocidade. Parando bruscamente a poucos metros de onde estavam, viram dela sair Katherine, ela, porém, não estava sozinha, um homem estranho acompanhava-a lado a lado, servindo de apoio para a mesma , que vinha caminhando mancando, lentamente, com uma careta de dor. O homem estava com as feições genuinamente preocupadas, carregando-a com o maior cuidado possível.

Foram recebidos sem suspeita e sem perguntas da parte de ninguém, o que não era característico do loiro, sempre tão desconfiado, e isso havia tornado tudo mais fácil. Os lobos na pele de cordeiro haviam entrado no rebanho sem sinal de reconhecimento, o disfarce havia dado certo até então...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, foi com muito amor que preparei para vocês ♥
Nos veremos mais cedo do que imaginam!
Kissus kissus
Até mais.