Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá cupcakes.
Eu fiquei de castigo o/
Sem computador o/
Para compensar, fiz um capítulo bem especial.
Para dar o clima, coloquem essa música: https://www.youtube.com/watch?v=UprcpdwuwCg
Se chama Heatens, realmente recomendo que leiam ouvindo essa música no repeat.
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“Quando você se torna um caçador?

Quando queima seu primeiro cadáver?

Quando mata seu primeiro lobisomem?

Quando corta a cabeça de seu primeiro vampiro?”

 

As paredes eram altas, o lugar era grande, fazendo ecoar todas as palavras que ali eram proferidas e gritos de dor excruciantes.

— Podem me ameaçar o quanto quiserem, eu não traio meus irmãos. – Sam tirou uma seringa de dentro da bolsa – E nenhuma dor que vocês me façam passar vai mudar isso.

Gabriel olhou para o outro lado enquanto o caçador enfiava o objeto com o sangue de um morto no pescoço do vampiro pela 3ª vez naquela manhã. Estava impaciente. Aquela era, provavelmente, a quinta hora, consecutiva, em que estavam lá dentro, tentando arrancar respostas.

Se tivesse que ficar por mais tempo, sem resultados, iria surtar.

 

“Quando salva alguém?

Perde alguém?”

 

— Sam, eu não acho que...

— Não, pela vigésima vez, eu não vou parar. Nós tentamos do seu jeito com ele há horas e ele quase fugiu.

O loiro encostou a cabeça na porta que dava para o lugar onde o vampiro se encontrava. Haviam achado uma espécie de galpão um tanto distante para que pudessem interrogar sem que fossem atrapalhados.

Sam estava furioso. Quando voltou ao beco e viu o estado em que Gabriel se encontrava, sentiu seu sangue ferver. Carregou-o até o carro e dirigiu o mais rápido que pode até achar um lugar calmo e deserto para que pudesse fazer o que precisava. O arcanjo estava em um estado nada mais que deprimente.

Injetou a primeira seringa assim que saiu do veículo, levando o vampiro e o prendendo numa saleta fechada que havia dentro do lugar. Logo em seguida, tratou de Gabriel, limpando sua ferida com álcool, o que resultou num belo aperto em seu braço, pela dor repentina, e fez um curativo. Ele não havia conseguido dormir aquela noite, não que precisava, estava a 220 por hora.

 

“Para alguns caçadores, geralmente os que começaram a alguns meses, ou até mesmo anos, ele se resume a isso.

Se você perguntar para qualquer um dos novatos, eles irão te responder que foi durante uma luta incrível, um momento de glória para si mesmo e seus iguais. Momento do qual eles podem se vangloriar na viagem de volta.”

 

— Onde eles estão?! – cravou a faca que estava usando no braço dele. O vampiro sorriu, os dentes ensangüentados expostos.

— Você sabe o que eles vão fazer quando chegarem aqui? Vão pegar a sua garota, vão te estraçalhar na frente dela, enquanto se deleitam com o sangue fresco. – ele levantou o olhar, encarando Sam nos olhos. – E nenhum de vocês vai me matar, sabe por quê? Porque não tem coragem disso. Precisam da minha informação.

Gabriel se aproximou, tirando o facão da mão de Sam.

— Correção: Precisávamos. – disse Gabe, passando o dedo levemente pela lâmina – Qual o propósito de mantermos alguém que não vai nos dar nada? – deu a volta, ficando atrás do vampiro, posicionando a arma – Suas últimas palavras?

— Você não tem cor-

E no segundo seguinte, sua cabeça rolava até seus pés. Gabriel passou por cima dela, jogando o facão em cima da mesa.

— Tem outro jeito, quando terminar ai, venha.

Saiu, deixando o caçador pra trás e entrou no carro.

 

“Os novatos realmente não entendem muita coisa. Não passaram pelo pior ou pelo melhor ainda.

E nós, experientes, não podemos ajudar. Porque eles precisam crescer, amadurecer, errar.”

 

x

 

Dean bateu levemente a porta do carro enquanto saia. Não queria maltratar sua Baby, nem alarmar ninguém de que estavam ali. O lugar em volta era deprimente. Um casebre caindo aos pedaços no meio do nada. Tinha que admitir, talvez a garota não estivesse tão errada quanto imaginava no início... Como ela se chamava mesmo? Lhe soava tão familiar. Talvez realmente valesse a pena ajudar ela...

Cas se apressou em sair também, cheiro de natureza e solo molhado invadiu seus sentidos. A terra fofa afundou sobre o peso de seus sapatos. O vento uivava em seus ouvidos, a escuridão quase lhe cegava, sendo quebrada somente pela luz da luz. Um uivo ao longe fez suas pernas gelarem, até que respirasse fundo para se acalmar, não era a primeira vez que caçava uma criatura, não iria dar pra trás agora.

O dia correu depressa, mais rápido do que realmente gostaria. Haviam preparado tudo para aquela hora, pesquisado sobre o cara, carregado as armas com as balas de prata e juntado informações suficiente para saber que era ele o lobisomem que caçavam. Também tinham deixado a menina para trás, era perigoso demais pra ela entrar em campo sem experiência, e dois caçadores eram mais que o suficiente. Castiel tirou sua arma da cintura, se aproximando da entrada da casa. A subida estava desgastada, a porta retalhada, as janelas quebradas e um cheiro insuportável lhe subia ao nariz, substituindo cada vez mais o bom odor da natureza ao seu redor enquanto se aproximava.

— Cas! – Dean sussurrou – Olhe... – apontou pro chão em frente a porta – Parece que alguém não estava muito feliz, não é?

Marcas de garras enfeitavam o piso, fundas e feias, talhando na madeira uma bela recepção para qualquer um que fosse maluco o suficiente para ir até lá. Dean abriu a porta, com cuidado, arma em punho, olhando em volta antes de dar o sinal para que Cas entrasse atrás de si, e o moreno assim o fez.

Cautelosamente passaram de cômodo para cômodo, prestando atenção em cada canto, cada lugarzinho mínimo em que ele talvez pudesse estar encolhido. A tensão aumentava a cada passo, a casa estalava enquanto andavam, alguns grunhidos ecoavam distantes.

Castiel segurou sua arma mais firmemente em frente a porta que dava para o porão. Não, até aquele momento não haviam encontrado nada além de marcas de garras pelas paredes. Segurou a maçaneta devagar, olhou para Dean significantemente e girou-a de maneira vagarosa, evitando o barulho. Abriu a porta completamente e... Nada, nem ninguém. Apenas um lugar muito escuro e empoeirado, cheio de prateleiras que não se conseguiam ver até chegar a dois palmos de distância.

Estranhou, desceu os degraus, mas parou quase assim que começou. Um rosnado, baixo, mas não tão distante, foi ouvido por ambos. Sentiu Dean agarrar-lhe o ombro, parando-o e passando a frente. O  cheiro agora era nauseante, mas até ali, não havia nem sinal do lobisomem.

Até o momento que o pé de Dean topou em algo. Segurou a respiração involuntariamente, apontando a lanterna para baixo, somente para encontrar uma caixa chia de fitas cassetes. Castiel sentiu suas pernas se firmarem no lugar, lhe permitindo andar novamente. Saíram do porão, mais tensos do que nunca. Não havia nem sinal dele, só sabiam que estava ali... E uma estranha sensação de estarem sendo observados... Continuaram a andar pela casa.

 

x

 

Sam entrou furtivamente em mais uma saleta do hospital abandonado qual os vampiros usavam de lar, Gabriel atrás de si, ambos empunhando facões no local silencioso. O cheiro de sangue impregnava o ar. Sangue e metal, muito, tanto que chegaria a embrulhar o estômago de um alguém normal. Mas era algo até bem típico para o caçador. Essa era só mais um ninho, mais um vampiro, mais uma noite de caçada.

Haviam decepado 9 vampiros até ao presente momento, sem contar com o do galpão que haviam prendido, e se surpreendera com a agilidade de Gabe, que agora se encontrava quase mais que recuperado. Ele se movia com rapidez e precisão, separando a cabeça do corpo em um movimento só. “O que alguns milhares de anos de treinamento não podem fazer, não é, Sammy?”, Gabriel lhe falara minutos atrás. Nem dava tempo de reação. E Sam, Gabe observou, mantinha o ritmo, acompanhando-o, trabalhavam surpreendentemente bem juntos.

Mais dois vampiros apareceram, suas velocidades não tão excepcionais quanto a dos anteriores, mas ainda assim rápidos o suficiente para aparecem num flash em sua frente. Antes que Sam ou os próprios vampiros pudessem processar alguma coisa, Gabriel já havia golpeado o da esquerda com a base da faca em seu crânio e empurrado a lâmina contra seu pescoço. O caçador então partiu para o segundo, que parecia quase espantado, surpreso, talvez e cortou-lhe a cabeça.

— Seis a cinco Sammy – Gabe cantarolou – Sete se você contar o do galpão. – ele balançou a cabeça em negatividade sarcasticamente, os cabelos presos num coque firme – Estou te dando uma surra.

Estavam agora entrando no que provavelmente seria a última sala. Esse seria, talvez o lugar perfeito para que os vampiros agissem. Ele possuía agulhas, canos, bolsas vazias, macas, e, principalmente, espaço.

Era noite, o método de Gabe, que consistia em basicamente procurar locais  prováveis e eliminar um por um, havia levado o dia inteiro. O hospital estava escuro, vampiros não precisavam de luzes na noite, por isso, a sua única fonte de luz eram as lâmpadas que frustrantemente não paravam de falhar. Sua lanterna havia ido quando um vampiro havia pego-os de surpresa na entrada, ela se estraçalhou na cabeça dele.

E abriram a porta. Era pior que imaginava. Mais ou menos 14 ou 15 pessoas se encontravam ali, desacordadas, sentadas em cadeiras, pálidas, todas com uma bolsa de sangue ligada a si por uma agulha espetada no braço. Eles pareciam a beira da morte.

— O que acharam da minha pesquisa? Minha ninhada. – uma voz masculina e grossa ecoou pela sala, vindo de nenhum lugar em particular – Ou ex-ninhada... É uma excelente ideia, eu sei. Eu tiro o sangue deles, pego o que preciso, e então, os transformo em meus filhos. Claro que temos algumas perdas, um são fracos demais, porém, os que sobrevivem são extremamente úteis e leais, são dois em um, sabe? Prático – a voz ficou ligeiramente agressiva, os dois olharam em volta, procurando de onde ela vinha – Oh, não, não, vocês não vão me achar, eu já estou bem longe daí. É uma das vantagens de ter caixas de som e câmeras por todos os lugares. – falou entredentes – Mas eu não gosto de visitas inesperadas, menino Winchester. A séculos, se marcava uma reunião com camponeses e tochas para isso. Eu podia montar um comitê apropriado para a sua vinda. Infelizmente, tudo o que pude oferecer foram algumas das minhas crias recentes.

O interfone começou a falhar.

— Quem é você? – Gabriel se posicionou firmemente no lugar, tal como sua voz.

— Ora menina insolente, sou seu anfitrião. Aproveitem seu pequeno prêmio de hoje, nenhuma dessas pessoas teve chance de se tornar meus filhos, uma vez que, infelizmente, saí as pressas. Leve-as, mas não se esqueça: – a voz estava sombriamente mais grossa – Isso não acabou ainda.

Sam e Gabriel se olharam, haviam topado em algo maior do que o previsto.

 

x

 

Não pode morder, não pode morder, não pode morder. Ele ainda nem havia visto a cara do lobisomem, só sabia que estava atrás de si e aquilo definitivamente não era bom. Ele não conseguiria vencê-lo numa corrida, muito menos numa luta corporal. Sua melhor chance era sua arma. Sim, sua arma, que havia caído quando entrou na frente de Cas para protegê-lo das garras. Haviam saído da casa, a criatura se espreitava na escuridão, era tão negro quanto a noite.

Aquilo não era um lobisomem. Não era mesmo. Tinha pelos, se assemelhava a um cachorro- não, a um lobo. Não havia visto nada igual antes. Mas seu instinto lhe falava que não era amigável.

 

Nós, os mais antigos, responderemos sem hesitar”

 

— Cas, você está com a sua arma? – Dean perguntou, sua voz saiu firme e baixa, felizmente

Castiel assentiu, murmurando um sim bem baixo enquanto encarava nos olhos a besta. Estava costa a costa com Dean, frente a frente com a criatura.

 

“Não é em nenhum desses momentos de adrenalina”

 

— Você vê ela? – a arma apontada diretamente para o animal, dedo no gatilho, ele não queria atirar, não conseguia. – Cas!

— S-sim. – engoliu em seco

Dean suspirou, e a criatura se mexeu para frente devagar. Castiel podia ver seus dentes pontiagudos, sua boca salivante, seus olhos pretos perfurando sua alma. Um predador caçando sua presa.

 

“É quando você sente a coragem de fazer o que é certo, nem que na verdade, esteja apavorado.”

 

— Atire. – o anjo retesou, só tinha uma chance – Cas atira! – tinha que esperar, a besta se aproximava cada vez mais, os membros se mexendo como se fossem feitos para isso, e realmente eram. O dedo do gatilho se firmou, os olhos finalmente encontraram e focaram enfim o ponto crucial da cabeça do monstro. Engoliu o sentimento de fraqueza que sentia desde o início daquilo tudo goela a baixo – CAS!

Um barulho forte de disparo foi ouvido, seguido por um baque ao chão.

 

“Nesse momento, você faz o que precisa, custe o que custar, você bota a vida dos outros acima de si mesmo e de seus medos.

É isso que te torna um caçador”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado cupcakes, me perdoem pela demora, vou tentar não fazer merdinhas em casa XD
Kissus kissus,
Até mais.