Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá meus cupcakes! Não disse que ia voltar?
Enfim, espero que gostem do capítulo, foi feito com muito amor e carinho ♥
Imagem do cap: https://media.giphy.com/media/2GsxyXNmVxFsc/giphy.gif



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659667/chapter/10

Definitivamente, ele precisava daquele drinque. A boate estava cheia, as luzes piscando, o clima alucinante, as paredes em vermelho e preto, a música alta ribombando em seus ouvidos. Era perfeito para um vampiro caçar, ninguém notaria se uma pessoa ou duas sumissem no meio da multidão, apesar da audição sensível deles. Ele trajava um jeans preto, camisa cinza de alça fina e uma jaqueta preta por cima. Sentado ao bar, Gabriel se permitiu esquecer todo o resto e se concentrar somente no trabalho. Arrumou o cabelo para ver melhor num coque sem prendedor e se levantou, com a bebida na mão. Ainda não havia encontrado o cara que estavam procurando, Sam havia mostrado uma foto de como ele era, o mesmo também estava procurando. Se espremendo, foi abrindo caminho entre as pessoas. Ele não se incomodava com o ambiente, era relaxante até. A música, que era conhecida por ele, com fundo eletrônico e letra francesa, o fazia ficar animado como não estivera em meses, quase o distraindo e fazendo com que deixasse passar um casal agarrado na parede e um cara ao lado, o observando. Ele iria continuar seu caminho quando  viu o porte do homem. Cabelo castanho escuro, alto, pálido, com o nariz achatado e olhos sagazes, que eram reconhecíveis tanto na foto quanto ali, mesmo sobre a influência das luzes, e a pinta no canto esquerdo superior da testa, quase invisível pela franja, Gabriel soube que era ele.

Pegou seu telefone, abrindo as mensagens, fingiu estar distraído, encostando-se na parede, notando o olhar sobre si. “Achei ele. Saída de emergência em 10 minutos. Me espere lá.”, digitou e enviou.

Deu mais um gole pequeno em sua Bloody Mary que havia pedido em homenagem, lançando um olhar para o tal homem, que o encarava com olhos estreitos, interessado. Sorriu-lhe de canto e se aproximou calmamente. Ele se inclinou quando Gabriel chegou perto, para que pudesse ser ouvido.

— Te achei bonita ali, sabia? Mas nunca te vi por aqui – Gabriel sentiu vontade de revirar os olhos, ele já havia conquistado alguém com isso? – É nova na cidade?

— Se eu não soubesse não teria vindo. – pensou numa desculpa rápida – Estou de passagem, volto para o Campus amanhã, meus pais moram por aqui.

— Faculdade, hã? E o que uma garota como você faz por aqui há essa hora? – disse ele.

— Garotas têm o direito de se divertir sozinhas a noite, não concorda? – Gabriel levantou uma sobrancelha.

— Completamente – concordou sorrindo falsamente – E que tipo de diversão você procura? – Gabriel rondou o lugar com os olhos, demorando um momento para responder, torcendo para que Sam já estivesse lá na saída, já que o cara não parecia disposto a ficar conversando.

— Nenhuma que esse lugar consiga a oferecer. – voltou seu olhar pra ele, que a encarava intensamente. “Provavelmente pensando que vai ter um banquete fácil”.

— Talvez eu possa dar um jeito nisso, que tal vir comigo? – Gabriel sentiu seu estômago revirar. Não, definitivamente, aquela ideia não o agradava.

Ao invés de se negar, pensou no ninho de vampiros esperando que ele levasse o sangue da noite. Se não fosse ele, seria outra pessoa, que com certeza não saberia se defender. Ele havia pesquisado sobre o que acontecia ali, aquela colônia já havia matado dezenas de pessoas, incluindo crianças.

— Claro – o vampiro desencostou da parede – Que tal terminarmos um drink antes? Ajuda a se soltar, não acha? – disse, numa tentativa de ganhar tempo.

— Excelente ideia.

Deu novamente um gole pequeno, sentindo o olhar dele na área exposta do seu pescoço. Ele já havia estado com vampiros antes, sabia que ele estava observando o fluxo do sangue na veia aorta em seu pescoço, era o ponto favorito da maioria deles.

— Vem muito aqui? – puxou assunto, puxando a atenção dele de volta ao seu rosto. Ele concertou a postura, lançando-lhe um olhar sedutor.

— Freqüentemente – botou a mão em seu rosto, levantando-o pelo queixo – Mas nunca achei tal beleza.

Forçou um sorriso e logo depois terminou sua bebida, virando o resto de uma vez. Se Sam não estivesse lá, ele iria se virar.

— Vamos? – chamou, sorrindo.

Ele acenou com a cabeça e, poucos instantes depois, já estavam saindo porta a fora, que dava para a parte de trás da boate. Alguns casais se agarravam por ali, era ainda muito movimentado. Sentiu uma mão subir pela sua cintura, segurando firmemente.

— Vem, eu conheço um lugar bem menos movimentado – sentiu a respiração dele em seu pescoço.

Concordou, deixando-se guiar, não podia atacar ele tendo testemunhas, ou vice-versa. Ele virou entre um beco e outro até achar um completamente deserto. Assegurando-se que estavam sozinhos, virou Gabriel de frente para si, segurando seus pulsos, empurrando-o contra a parede de forma violenta.

— O que -?

— Parece que o seu amiguinho se perdeu, não foi? – sentiu seu pulso doer – Acha que eu não vi vocês chegando na cidade? Nós temos olhos por toda parte. Você e seu garoto não são os primeiros caçadores a tentar nos eliminar, todos acabaram da mesma forma, comida.  Seu namoradinho já deve estar morto a uma hora dessas, meus irmãos com certeza cuidaram dele. – ele riu, a voz soava sombria aos ouvidos do arcanjo – Uma morte limpa a dele, para manter o sangue no corpo. Ele vai dar uma bela bolsa de sangue para meus irmãos. Mas você – ele segurou o rosto de Gabe com a outra mão, apertando-o – Você é minha.

Gabriel segurou sua respiração, sentiu o tempo desacelerar enquanto sua mente trabalhava. O vampiro agora tinha suas presas para fora, e se aproximava. Tentou soltar suas mãos, mas ele ainda não havia recuperado sua força por inteiro. Vendo sua resistência, socou o estômago de Gabriel, que sentiu o gosto de sangue em sua boca.

— Se resistir eu vou fazer pior. E acredite, não vai ser bonito nem para você, nem para mim, além de desperdiçar um sangue tão precioso.

As presas dele se cravaram com força em seu pescoço, causando uma dor intensa. O arcanjo tentou se manter ativo, procurando algum ponto fraco, uma falha, droga! Estava enfraquecendo, sentia isso. Onde estava Sam? Será...

De supetão, abriu seus olhos, sentindo a adrenalina tomar conta de seu corpo. Firmou suas pernas e deu uma joelhada com a maior quantidade de força que conseguiu juntar. O vampiro se afastou, ajoelhando-se no chão, segurando a parte atingida, urrando de dor. Gabriel massageou o pulso antes de lançar um soco no rosto dele. Apesar da dor, ele se levantou, acertando mais um soco em seu estômago fazendo com que cuspisse sangue, segurando em seguida o braço de Gabe, torcendo e fazendo-o virar de costas.

— Eu te disse que você-

O mesmo retribuiu com uma cabeçada, fazendo o vampiro cambalear, acertou em seguida com um chute a base de seu joelho, derrubando-o ao chão novamente. Segurando a cabeça dele com ambas as mãos, puxou-a de encontro com seu joelho, golpeando fortemente, fazendo com que ele desmaiasse.

— Idiota

Recostou-se na parede, sentindo o cansaço tomar conta de si. Havia perdido sangue, não sabia o quanto, mas era o suficiente para que ele visse sua visão se tornar turva. Fechou os olhos e sentiu-se escorregar pela parede, que definitivamente não estava em suas melhores condições de higiene para a sua ferida, mas ele não se deu o direito de ligar para aquilo naquele momento.

Ouviu passos e uma voz ao longe, fazendo com que voltasse brevemente a realidade. Abriu os olhos, vendo alguém alto se aproximar.

— Gabriel? Você está bem? – a voz conhecida de Sam o deixou mais tranqüilo. Assentiu, respondendo a pergunta – Desculpe a demora, eu tive um problema com vampiros, eles já sabem que estamos aqui.

Viu a imagem turva de Sam, ele parecia sujo de sangue, mas não era o próprio.

— Os vampiros da série que me mostrou são bem mais receptivos que esses – sorriu, ou tentou, mas estava muito cansado, ouviu o caçador rir brevemente.

Observou Sam retirar o facão da bainha, preparando para cortar a cabeça daquele.

— Não – sua voz estava rouca – Vamos continuar com o plano, ele pode nos dizer onde está o resto do ninho

— Não tem motivo mantermos ele vivo. Se não formos atrás deles, eles virão até nós, depois do que fizemos. – Gabriel pensou por momento, perguntando-se se valia mesmo a pena gastar energia sobre isso. – E podemos tomar esse tempo como vantagem.

— Você prefere ir até eles, num lugar deserto e resgatar possíveis vítimas, ou que venham até aqui, onde mais alguém pode se machucar, sweet? – disse fracamente

Sam olhou para Gabriel, estranhando, o que estava acontecendo? Ele geralmente bateria o pé e discutiria ativamente Notou então, o pescoço de Gabriel, no lado em que estava virado para a parede.

— Você foi mordido? – ele se aproximou, sua voz mostrando preocupação – Gabriel! Você perdeu sangue demais, droga, por que não me falou antes? – tentou vira-lo para si, mas Gabe o impediu.

— Amarra ele primeiro, leva ele daqui, eu vou ficar bem. Só preciso de um pouco... – murmurou sentindo-se cada vez mais sonolento, mas manteve seus olhos entreabertos para qualquer ameaça.

Sam, ainda preocupado, seguiu o que Gabriel falou, amarrando o vampiro firmemente com uma corrente de ferro, prendendo-a em seu braço e se pôs a arrastá-lo para o carro que havia trago. Gabriel ficou no breu do beco, ouvindo sua própria respiração, que agora ficava mais pesada. Lutava para se manter acordado, mas acabou cedendo ao sono e cansaço no final, esperava ao menos que Sam não demorasse tanto para voltar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, aceito críticas construtivas e que me avisem se algo estiver errado.
Kissus kissus
Até mais.