Três Formas de Amar escrita por Mi Freire


Capítulo 19
Os medos.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo repleto de Manu + Yuri



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Eu estava quase dormindo no meio da aula quando meu celular vibrou fazendo um barulhão sobre a mesa. Todos viraram as cabeças na minha direção e eu sai da sala, constrangida e só lá fora fui ver o que era.

Kevin: Sinto sua falta.

Que desgraçado! Ele tinha que mandar mensagem justamente agora que eu estava começando a super essa história? Não era justo comigo. Aquilo me chateou muito. Ainda mais porque eu sabia que ele estava mentindo descaradamente. Na certa estava sozinho, bateu aquela carência e ele resolveu me procurar só para passar o tempo.

Eu o odeio o Kevin.

Nem acredito que já o amei algum dia.

Fiz brigadeiro de panela e me afundei no sofá a tarde inteira procurando algo interessante para assistir. Como não achei nada resolvi responder alguns comentários carinhosos dos meus leitores. Eles sempre gostavam disso.

Era muito bom pra mim saber que tinha esse retorno entre a gente. Eu gravava vídeos, eles assistiam, comentavam avaliavam o vídeo, divulgavam. O mínimo que eu poderia fazer era mostrar para eles que eles eram importantes pra mim.

Yuri: Cheguei! Vem pra cá.

Yuri era a distração que eu precisava naquele momento. Não que eu estivesse usando ele. Não é nada disso! Eu estava mesmo gostando dos nossos momentos um tanto quanto quentes e prazerosos. Yuri me fazia bem. E quando eu estava com ele eu esquecia todos os meus problemas.

Principalmente o Kevin que não se compara em nada ao Yuri.

Antes de subir, eu corri até o meu quarto, dei uma penteada nos meus cabelos, retoquei o batom, troquei de blusinhas, tirei as meias e a pantufa e calcei meus chinelos.

Yuri estava comendo alguma coisa enquanto assistia desenho animado na TV. Ele vestia apenas um short. E eu estava começando a me acostumar vê-lo sem camiseta. Aquele corpo escultural em exibição. Era difícil para mim acreditar que agora eu podia fazer proveito disso.

− O que você está comendo? – Perguntei, sentando-me ao lado dele. Olhava diretamente para a TV.

− Pipoca doce, quer? – Ele ofereceu e eu fiz que não com a cabeça. Ele pareceu surpreso com a minha rejeição.

− Estou cheia! Acabei de comer uma panela inteira de brigadeiro. – Admiti com um sorriso sem graça.

− Já li muitas vezes em alguns ligares que mulheres só comem brigadeiro quando estão depressivas. Verdade?

− Papo furado! – Menti na cara dura. – Eu particularmente como brigadeiro quando estou com fome. Não sei as outras.

Yuri riu.

A real é que eu não estava a fim de falar do Kevin para ele. Seria muito estranho, não seria? Nós tínhamos passado na etapa de Apenas Amigos para Amigos Que Transam.

Fiquei ali ao seu lado fingindo estar interessada naquele desenho bobo e infantil quando na verdade minha mente estava viajando por aí sem rumo especifico.

Peguei meu celular no bolso do meu shortinho jeans e resolvi fazer um Snap.

− Oi, pessoal. – Abri meu melhor sorriso. – Sei que andei sumida ultimamente. Mas agora estou de volta.

Depois que gravei enviei para Minha História.

− O que vocês estão fazendo de bom nessa tarde tediosa? Me contém tudo no Twitter.

Yuri me olhava com espanto.

− O que foi?

− Você sempre faz isso?

− Praticamente sim. Porque?

− Nada... Só é meio estranho.

− Não tem nada de estranho. É muito simples! Eu poderia te ensinar. Porque você não cria uma conta?

− Não! Nem pensar. Não nasci para esse tipo de coisa.

Yuri fez uma careta.

Ele estava mesmo falando sério?

Só porque ele era oito anos mais velho que eu?

− Eu não sabia que ter a minha companhia era tão tedioso assim para você. – Agora ele estava brincando. Vindo na minha direção. Seus olhos grudados na minha boca.

Larguei no celular no mesmo instante.

− Não foi isso que eu falei. – Sorri, desviando o olhar por um momento. Mas era impossível. O verde dos seus olhos eram muito hipnotizantes e convidativos.

− Ah, é? Então me explica essa história melhor porque eu não entendi.

Meu coração dava cambalhotas do peito.

Ao invés de responder em palavras, eu lhe respondi em atitudes. Puxei-o enfim para junto de mim. Deitei-me inteiramente no sofá com ele por cima. Nossas bocas já estavam grudadas e suas mãos grandes deslizando por minhas pernas e braços.

Não era preciso dizer muito nesses momentos. Nossos olhos já tinham todas as respostas que procuravam. Eu o desejava. E ele me queria. Simples assim.

Passei minhas mãos primeiros por suas costas e depois pelo seu abdômen trincando. Provocando-o algumas vezes com a ponta das minhas unhas pintadas de azul.

Em resposta, Yuri mordia meu lábio inferior.

Aquilo só poderia significar duas coisas: Ele estava gostando e queria mais. E eu estava disposta a lhe dar qualquer coisa naquele momento. Por isso pedi sua ajuda para me livrar da minha blusinha e depois do meu sutiã preto.

Yuri me olhou com admiração.

Por um segundo eu fiquei com vergonha, mas isso passou rápido quando ele voltou a sugar meus lábios.

Quando ambos já estávamos sem roupa, seus movimentos foram intensos dentro de mim. Eu não sabia se me agarrava ou sofá ou a ele, implorando por mais.

Chegamos juntos ao ápice. E como o sofá era pequeno para nos dois deitarmos, eu me sentei e me cobri com uma almofada. Já ele não tinha vergonha nenhuma de sua nudez. Yuri era experiente e seguro de si mesmo. Eu não.

Não sei qual era o meu problema, mas a mensagem do Kevin passou voando pela minha mente naquele exato momento. Eu deveria estar distraída com o homem maravilhoso sentando ao meu lado, mas na verdade eu estava pensando no meu ex-namorado.

Quão idiota eu sou?

− Japonesa, você está chorando? – Yuri perguntou, olhando para mim com curiosidade

Eu funguei, levando a mão até o meu rosto. Nem eu tinha me dado conta de que estava chorando.

− Não é nada. – Tento secar as lágrimas. – Esquece isso. – Tentei sorrir. – Que tal irmos para o segundo round? - Perguntei brincando.

Yuri me afastou com uma expressão séria.

− Não, eu não vou transar com você nesse estado. Olha só para você! Aconteceu alguma coisa?

Não tinha para onde correr. Era tarde demais! Maldita hora para chorar e pensar no ex-namorado, Manuela.

− Recebi uma mensagem do Kevin hoje de manhã. – Resolvi dizer, mas sem olhar para ele de tanta vergonha. − Ele dizia sentir a minha falta. Eu sei que é mentira! Nem sei porque eu estou chorando por isso.

Yuri não disse nada. Mas estava me olhando. Eu podia sentir! Nunca me senti tão exposta. Tentei cobrir meu corpo nu com os meus próprios braços. Não deu muito certo.

Yuri pegou minha blusinha e me entregou.

Eu a coloquei rapidamente.

− E você, sente falta dele? – Ele perguntou. Não deveria ter perguntando. Só me fez chorar ainda mais.

− O problema é que eu não sei! Eu gostava tanto dele e ter levado um segundo chute na bunda não foi fácil. Eu tento me convencer de que foi melhor assim. Tento abrir meus olhos e enxergar que ele não era a pessoa certa. Nunca foi. Mas não está sendo nada fácil. Eu tento ser forte, mas...

Caio no choro, sem conseguir terminar.

− Você o ama. – Disse Yuri com convicção.

− Não! Eu não o amo. – Olho para ele desesperada. A visão um pouco turva por causa das lágrimas. – Eu já amei. Mas não amo mais. Acredite em mim! Eu não o amo mais.

E como se eu tivesse que provar isso não só para ele como também a mim mesma, eu monto em cima dele, seguro seu rosto e o beijo com desejo, sentindo o gosto amargo das minhas lágrimas em nossos lábios.

Pensei que Yuri iria me rejeitar. Me chutar para longe assim como todo mundo faz. Mas não. Ele retribuiu o beijo na mesma intensidade, com o mesmo desejo.

Suas mãos apertaram minha cintura com força.

É nós começamos tudo de novo, com a mesma ardência de todas as outras vezes anteriores.

Porque eu ainda não sabia dizer se era possível ser mais ardente do que já tinha sido.

Ficamos ali no sofá grudados um no outro a tarde até o anoitecer. Para nossa sorte Helena não deu as caras. Deve ter ido direto para o meu apartamento tirar proveito do Lucas.

− Posso dormir aqui hoje?

− Claro que pode. Você sempre pode.

Tomamos banho juntos e fomos para o seu quarto. Yuri me ofereceu uma de suas camisetas, mas dessa vez eu recusei e preferi dormir nua mesmo. Eu não tinha mais motivos para me envergonhar diante dele. Não depois de tudo.

Yuri correu até a cozinha, esquentou um pouco de macarrão para a gente e voltou para o quarto com os pratos.

Nós jantamos ali mesmo em cima da cama.

− Lucas nunca deixa eu comer no quarto. – Revelo e faço uma careta. − Ele diz que eu sujo tudo e que depois as formigas vão aparecer e me morder toda. Sendo assim, eu prefiro não arriscar. Tenho pavor de formigas!

− E do que mais você tem pavor?

De perder o Lucas para sempre?

Não! Não vou abrir meu bocão outra vez.

− Tenho medo de bichos peçonhentos no geral: cobras, aranhas, escorpião, baratas, ratos de rua. E de alguns insetos também: formigas, grilos, mariposas, besouros.

− Você tem medo de praticamente tudo então!

− Ei, não é verdade. Eu não tenho medo de borboletas, por exemplo. Elas são tão lindinhas!

Yuri soltar uma gargalhada.

− Acho que já passou da hora da gente dormir. Chega de papo por hoje. – Ele leva nossos pratos vazios até a cozinha, mas depois volta para me envolver com seus braços fortes. – Boa noite, Japonesa. Sonha comigo.

Estendo o braço e apago o novo abajur.

− Pode deixar.

Fecho meus olhos e durmo tranquilamente.

Naquela noite sonho que o Kevin aparece para me buscar, mas Yuri o impede e o enche de porradas. Kevin saí correndo com rabinho entre as pernas e nunca mais volta.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curto, mas só para mostrar mais como anda se desenvolvendo a relação entre o Yuri e a Manu para quem anda torcendo por eles. Amanhã tem mais! Comentem :)