— Bom dia amor!— escuto a voz de Peeta e sinto seus lábios no meu pescoço.

— Porque acorda tão cedo? Parece um velho!— ainda estou com sono, trabalhei no artigo ate de madrugada e quando me deitei, Peeta não deu sossego.

— Cedo? Já passa do meio dia e, vou te mostrar quem é o velho!— ele faz cócegas e, puxa o lençol deixando meu corpo nu exposto.

— Para de me olhar assim, não é hora. Cadê o Nick? —meu príncipe estava engatinhando pelo chão, mas assim que escutou minha voz ficou de pé se apoiando na cama. Rapidamente coloco minha camisola e o pego

—Bom dia príncipe!— esta todo suado, de tanto ficar para lá e pra cá, mas uma gostosura, não me canso de beijá-lo.

— Com ele é todo amor e beijinhos. Comigo é toda grossa e ainda me chama de velho! — reclama Peeta mordendo meu braço.

— Pare de ser reclamão, você ganhou beijos de mais, madrugada a fora e, esse baixinho aqui só esta me vendo agora!— digo me defendendo

— Agora é assim dona Katniss, vai regrar seus beijos? Tudo bem! Vou fazer o mesmo, se quiser beijar essa boca aqui vai ter que implorar. — diz ele se fazendo de vitima. Começo a rir bem alto, até Nick me acompanha e digo - Além de velho, está caduco escutando coisas e, outra, duvido você ficar sem me beijar. Não consegue! Assim como eu! – me aproximo cada vez do seu rosto e, penso que vai me beijar, mas se afasta - Já disse que vai ter que pedir!- diz indo para o banheiro, bufo irritada. Vamos ver quem vai pedir.

O almoço na mãe de Peeta é divertido como sempre, todos estão presentes, até a entojada da Glimmer compareceu e, tentou ser simpática comigo na frente do primo, mas ela não me engana, sei que não me suporta e tenho prazer de dizer que o sentimento é recíproco. No decorrer da tarde fizemos planos de passar o quatro de julho na praia e, até Effie se animou para ir dessa vez. Já eu fiquei encarregada de chamar Johanna e Clove para nos acompanhar, pois Cato nos viu juntas no restaurante italiano dias atrás e ficou bastante interessado na baixinha e ainda fez propaganda de Johanna para Marvel.

Depois de tanto foliar Nick estava exausto, mas queria continuar brincando e brigava com o sono, e quando faz isso fica mais manhoso que o normal e nessa hora somente eu consigo acalmá-lo. Como Peeta estava jogando não sei o que com os rapazes e, não quis interrompe-lo para irmos para casa. Effie me conduziu para o antigo quarto dele, onde já tinha um berço, pois ele contou que quando voltou com Nick a Nova York, passou algumas semanas aqui, antes de se instalar no apartamento. Enquanto meu príncipe dorme, fico olhando os antigos objetos de Peeta, álbuns de sua infância, troféus dos campeonatos de Beisebol, fotos do baile de formatura e uma retrato com o pai, de quando estava com uns dois anos. Eu achava que ele era parecido com Effie, mas estava enganada, é idêntico ao Sr. Mellark, o cabelo, os olhos, o formato do rosto, o nariz, uma verdadeira copia, assim como Nick é de Peeta, exceto pelos cabelos escuros.

— Ele teria adorado te conhecer!— diz ele me abraçando por trás, nem tinha notado sua aproximação.

— Eu também! – na conversa que tivemos ontem, ele contou também sobre sua relação com o pai, como eram apegados, e como foi a reconciliação. Disse que nunca quis se afastar totalmente da empresa. Que quando voltou da Itália, sua intenção era se manter lá, mas, houve um grande mal entendido que gerou toda a confusão na época. E sempre que fala do pai fica sensível e emotivo, por isso o abraço e mudo de assunto - Ainda esta em greve de beijos?— pergunto e espalho beijos na curva do seu pescoço.

— Não se você pedir pra acabar? - diz ele

— Vai sonhando! Quantos anos você tem mesmo? -  digo

— O que custa? Podemos engolir o orgulho de vez em quando. Deveria praticar, vai te fazer bem! — diz ele se sentindo vitorioso, saio dos seus braços, deito na cama e informo a ele que, quem vai começar a praticar vai ser ele, quando eu começar minhas greves. E imediatamente começa a me beijar, diz que a greve era só uma brincadeira para descontrair, sair da monotonia. Recuso a me dobrar, mas sabe o meu ponto fraco e persiste nos carinhos, até que não consigo mais resistir. Assim que Nick acorda nos despedimos de todos que ainda estavam, mas não vamos direto pra casa, ficamos no parque próximo ao prédio, pois Nick dormiu muito, e quando faz isso custa a pegar no sono a noite, então precisamos deixá-lo cansado. O parque é enorme, possui muitas arvores, um pouco deserto até, se fosse no Brasil, não iria de jeito nenhum. Mas aqui é bem comum e seguro, já vi gente dormindo. Coisa que não consigo. Peeta e eu revezamos nas brincadeiras, e quando chega minha vez de descanso, sento abaixo de um arvore, fico observando os dois e decido fazer o que eu já deveria ter feito a muito tempo. Contar sobre eles a minha família! Sem muita cerimônia disco o numero de casa, chama uma, duas, mas não atende. Tento novamente e nada.

— Pra quem esta ligando?— pergunta Peeta se deitando e apoiando a cabeça no meu colo

— Para sua sogra, mas não atende. Acho que já podemos ir, ele brincou bastante! - enquanto recolho os brinquedos e objetos que trouxemos, Peeta leva Nick para se limpar, pois esta só terra.

— Oi Katniss, que bela surpresa! — não respondo, tudo o que consigo fazer é dar um passo para trás e encará-lo.

— Você esta linda, como tem passado? como sabia que estava aqui, não pode ser coincidência, isso esta passando dos limites.

— O que esta fazendo aqui Kevin? O que quer comigo? Já disse pra me deixar em paz! - isso  é perseguição

— Eu só queria falar com você! Me desculpar pelo outro dia!— se desculpar?

— Ok ta desculpado, mas não quero falar com você, não quero te ver, por favor entenda! – olhos para os lados e com um súbita aflitiva urgência percebo que estamos sozinhos, é sempre assim, espera o melhor momento para dar o bote.

— Não precisa ter medo Kat, sabe que nunca a machucaria, não sabe? Aquele dia, eu me descontrolei e, você também não foi uma boa garota - diz ele dando um passo a frente e tenta pegar no meu rosto.

— Não toca em mim, é melhor você ir embora. Peeta não vai gostar de te ver aqui e se ele for pra cima de você eu não vou conte-lo! - assim que escuta o nome de Peeta, sua doce feição se transforma em uma careta de raiva

— Esse cara só esta te usando pra cuidar do filho dele Katniss, não percebe? Ele colocou até detetive atrás da mãe do garoto. Assim que encontra -la, vai te dispensar - do que ele esta falando?— Mas eu te quero, te quero desde o primeiro dia que te vi naquele bar. Me da uma chance!-  Bar? A única vez que fui em um bar foi no meu primeiro dia aqui. Me desespero a concluir que ele esta me perseguindo desde então. Aquele dia na praia, não foi a primeira vez...é um maluco!

— Do que você esta falando?— grito com ele

— Como imaginei, você não sabia do detetive! Ele esta te enganando kat. Mas eu não faria isso com você! Eu te amo, não consigo passar um dia sem te ver, sem sentir seu perfume, mas só isso não esta sendo suficiente, eu preciso de tocar! Não consigo mais suportar ver aquele cara te tocando, te beijando a todo momento, eu me seguro pra não acabar com ele todas as vezes que estão juntos. Não desperdice seu amor com aquilo. Eu posso te fazer feliz, nós podemos viajar o mundo como você sempre quis, podemos assistir seu filme preferido, admirar o por do sol juntos, igual aquele dia, ou fazer o que você quiser fazer. Eu te amo! – a cada palavra que sai da sua boca eu me recuo mais, não estou conseguindo raciocinar, é muita informação, é muita loucura.

— Você é louco, é doente!— é tudo que consigo dizer

— Não diz isso! Não deveria ter dito isso— diz em um tom ameaçador, chegando cada vez mais perto, a cada passo seu eu recuo ate que encontro a raiz da arvore e em seguida o tronco, estou encurralada! Seguro as bolsas com tanta força que minhas mãos doem, quando tenta me tocar, é automático, bato nele com a bolsa e saio correndo o mais rápido que consigo. Não olho pra trás, não sei se esta me perseguindo, até que me choco com uma pessoa.

— Senhora tudo bem?— é o guarda do parque, e só agora olho pra trás, mas não o vejo, quando volto a olhar para frente, enxergo Peeta e Nick se aproximando e tudo que faço é correr para seus braços.

— O que foi amor? esta tremendo Não consigo falar, só consigo chorar. Ele não insiste e, nos leva para casa. Assim que chego vou direto para o banho, Peeta me da um calmante e pede que eu descanse. Algumas horas depois, acordo com ele me beijando e sussurrando inúmeras vezes que me ama.

— O que aconteceu? Esta me assustando! — prometi a ele que não esconderia mais nada e, confesso que não quero esconder, quero sua proteção. Conto tudo o que Kevin disse, sobre o bar, sobre sua obsessão em me perseguir, cada detalhe. Imediatamente Peeta sai do quarto dizendo que tem um conhecido na policia e precisa fazer uma ligação. Fico pensando, sobre ele ter afirmado tão convictamente que Peeta esta me enganando, que colocou um detetive atrás da tal da Jully. Não! Peeta não faria isso, ele me ama, eu sinto nos seus beijos ou quando estamos fazendo amor. O Kevin só quer deturpar, minha relação. É um invejoso, e não vou deixar nada e nem ninguém atrapalhar minha felicidade.