Meu Assassino Favorito escrita por Ruan


Capítulo 3
Capítulo lll


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem, eu confesso! Não consegui organizar o meu tempo e acabei não postando o capítulo o mais rápido que pude ): Enfim, estou de férias. Leiam as notas finais e boa leitura!



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Estou parada no meio do nada.

Bem, não completamente. Árvores me cercam , cujos galhos movimentam-se no mesmo ritmo que o do vento, fazendo com que algumas folhas secas caiam no chão, um pouco próximas do lugar onde estou. Reconheço algumas espécies de flores, graças aos meus livros das aulas de biologia. Begônias, algumas rosas e outras até mesmo douradas. Orquídeas, preenchidas por uma cor entre azul forte e roxo. E por mais incrível que possa parecer, também há briófitas, que é uma espécie de flor que pode nascer nos pequenos locais em que nenhuma outra consegue se desenvolver, como em rochas e pedras. São bonitas e coloridas.

Ao olhar para baixo, percebo que meu corpo está coberto por um vestido muito simples, cujo tecido fino é branco. O manto que cobre as minhas costas corresponde com a mesma cor. Sua calda forma um circúlo ao meu redor. Ao movimentar meus pés, a grama roça minha pele e instantaneamente, gosto da sensação. Percebo que meus cabelos estão mais compridos e ondulados do que normalmente. O vento parece brincar comigo, atingindo meu rosto com várias rajadas.

Algo se move em cima da minha cabeça e me afasto rapidamente. Grito devido ao susto. Ao olhar na direção de origem, vejo um pássaro preto que voa para longe. Os raios de sol incomodam a minha visão e por um momento, tudo fica meio embaraçado. O ritmo do meu coração está disparado e posso sentir meus pulmões sendo esmagados dentro do peito. Droga. Não gosto de me sentir impotente ou assustada.

Ouço o barulho de algo se movimentando entre as árvores e meu olhar cai na mesma direção. Ao mesmo tempo que minha visão está voltando ao normal, consigo distinguir a silhueta de uma pessoa. Demoro alguns segundos para voltar a enxergar e quando o faço, minha mente tenta encontrar explicação para o que está acontecendo e devido a essa razão, não consigo raciocinar direito.

Parado em meio aos arbustos, encontra-se um menino de cabelos loiros, com os fios quase brancos. Seus olhos cinzas estão me fuzilando de forma ameaçadora. Ele está trajando um terno todo preto, como se estivesse pronto para ir a um velório. Suas mãos encontram-se posicionadas no bolso da calça social.

Eu o reconheço imediatamente.

Draco.

Não consigo pronunciar uma palavra. Por vários segundos, apenas sustentei o seu olhar e não sei o que por quê não tomei uma atitude. Não encontro o sorriso brincalhão em seu rosto. Entre nós, resta somente o silêncio da floresta.

E então, lentamente, ele move os seus braços e tira as mãos do bolso. Devido ao meu estado de estupor, não noto que Draco olha apavorado para as suas mãos, em um gesto que parece me convidar para fazer o mesmo. Tenho várias perguntas na minha mente e ao mesmo tempo, todas parecem desaparecer no mesmo instante em que procuro por uma resposta. Por que tenho aquela estranha sensação, como se algo estivesse extremamente errado?

Até que eu olho para as mãos de Draco.

E as encontro cobertas por um liquido em escarláte, que desliza pelos seus dedos e cai na grama logo em seguida.

Sangue.

Oh, não.

E então eu acordo.

Meu coração está disparado e fica um tanto difícil de respirar. Rapidamente, me sento no lugar onde eu estava deitada. Minhas mãos estão posicionadas em algo macio e ao olhar para baixo, encontro meu lençol verde, todo amassado. Ótimo. Fico um pouco mais tranquila ao saber que estou no meu quarto. Os fios do meu cabelo estão grudados na nuca e minha regata gruda na pele, devido ao calor que se faz na casa de madeira. Argh. Pequenos raios de sol adentram no comôdo através da fresta da janela. Olho para a minha comôda a procura do meu celular e o encontro sem batéria. Dessa forma, não sei dizer que horas são. Sinto uma dor incômoda no meu braço direito e a ignoro, pois estou pensando em outros assuntos mais importantes enquanto observo os diversos livros espalhados pelo piso de madeira.

Como fui parar no meu quarto?

Puxo os fios de meu cabelo que atrapalham a minha visão para trás e pouso minha mão na cabeça. Uma fisgada preenche meu cerébro quando tento me lembrar dos acontecimentos da noite passada. Lembro vagamente de estar com o Rony. E... Ahn, sim, os corpos. E então... Fiquei com vontade de vomitar e fui para trás de um trailer para me esconder.

Mais nada.

Não consigo lembrar.

Levanto da minha cama o mais rapído possível e fico tonta por alguns segundos. Tenho que me escorar na parade quando o mundo parece girar ao meu redor. Assim que a sensação passa, corro para a cozinha e sinto o cheiro de bacon e ovos mexidos. Rony e Harry estão na mesa, tomando café da manhã. Ambos me olham de cima a baixo quando pareço me materializar ali.

– Olá, Bela adormecida. – Rony sorri carinhosamente, enquanto mastiga algo.

Ele é sempre muito querido pela manhã, pois pode fazer a primeira refeição do dia. Acho que se meu amigo fosse portador de algum pecado capital, seria a gula. O garoto come como um porco. Talvez até mais. E mesmo assim, permanece magro. Odeio isso, não parece justo. Balanço minha cabeça para os lados, confusa. Essa não é a minha preocupação no momento, mas sim a de descobrir como parei em minha cama, no meu quarto. E, principalmente, o que aconteceu enquanto eu estava vomitando atrás daquele trailer.

– Eu voltei para casa com vocês? – Pergunto rapidamente. Não me importo que eles pensem que sou uma louca. Afinal, são os meus melhores amigos e conheço todas as suas manias estranhas.

Instantaneamente, os dois assumem expressões de puro divertimento. Recebo aquilo como um gesto muito inapropriado vindo da parte deles. Céus, como podem achar graça? Eles provavelmente sabiam de algo que eu não estava a par.

– Então, digamos que você bebeu além da conta ontem. – Harry é o primeiro a responder, tomando um gole do seu suco.

Bebi? Qual é. Eu nunca tomei bebida álcoolica além da conta, nem ao mesmo tive ressaca em minha vida toda! E tenho certeza que um dos sintomas, é a sensação de desconforto na barriga e dor de cabeça. Não sinto nenhum dos dois. Apenas uma pontada no meu cerébro toda a vez que tento me lembrar de algo. E tontura. Sinais típico de amnésia.

Rony toma a frente, estufando o peito.

– Olha, Mione, você provavelmente estava um pouco bebada desde que abraçou eu e o Harry no momento do acidente. Tive certeza que você não estava falando coisa com coisa quando observavá os corpos e formulava uma das suas teorias loucas. E então, você correu para vomitar lá para trás. – A medida que ele fala, minha mente assimila os acontecimentos e eu consigo lembrar. – E quando voltou, estava muito pior. E então, te trouxemos para casa e você desmaiou na cama.

Fico confusa. Tenho certeza que eu não estava bebada quando abracei os meus amigos pensando que encontraria seus corpos em meio aos cadáveres e muito menos, quando corri para vomitar. Isso não foi culpa do álcool, e sim do cheiro de morte que praticamente emanava dos corpos. Por um momento, fiquei furiosa com os garotos. Eles me conhecem há muito tempo, como podem concluir uma coisa dessas?

Ao invés de brigar, fico curiosa para saber outra coisa.

– Por quanto tempo fiquei atrás do trailer?

Os dois param de mastigar para pensar por alguns instantes, até que Harry responde:

– Cerca de quarenta minutos.

Lanço um olhar mortal para os dois. Como eles não podem suspeitar de nada? Quer dizer, sua amiga desaparece por quarenta minutos depois de um acidente horrível que envolveu diversas mortes em um parque de diversão, e quanto ela volta, parece meio bebada. E o que você faz? A leva para casa, a deixa na cama e não se questiona sobre os acontecimentos. Bem, eu não posso culpá-lós. Nunca gostei de dar satisfação sobre os meus afazeres.

Dou as costas para os eles e volto para o meu quarto, pois preciso de tempo para pensar. Sei que meus amigos estão pensando que estou em meu período feminino. Mas, infelizmente, nada daquilo faz sentido. Fico frustrada porque não me sinto capaz de encontrar as respostas necessárias. Preciso de tempo. E um pouco de descanso. Na verdade, não. Quero descobrir o que aconteceu.

Ao chegar no meu quarto percebo um movimento estranho do outro lado da minha cama, em direção do pequeno guarda roupa. Ah, não. O que é dessa vez? Penso instantaneamente. Será que é algum bixo que entrou ali? Que não seja um rato, por favor.

Lentamente, deito de bruços na minha cama e sigo em sua direção.

Quando olho para o piso de madeira, fico surpreendida com o que encontro.Nem em um milhão de anos eu poderia me imaginar em uma situação dessa.

Tem uma pessoa deitada ali. Ou melhor, dormindo, pois seus olhos fechados e a respiração lenta confirmam todas as minhas suspeitas. Está sem camisa e usa apenas um calção apertado. Quando encaro o peito definido, sei que se trata de um menino. Ao olhar mais para cima, me deparo com os fios louros e os lábios bem definidos. Suas pálpebras abrem lentamente e reconheço os olhos cinza.

Só poder ser brincadeira! Parece que o destino quer mesmo que eu encontre esse desagradável.

Draco.


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Notas finais do capítulo

Só posso dizer que me diverti demais escrevendo esse capítulo, até porque as ideias estão fluindo e já estou conseguindo engajar a minha história. O que vocês acharam? Gostaram? Então, não deixem de comentar, pois isso acaba atribuindo animo para escrever, ein.
Gente, eu to de férias e quero adiantar alguns capítulos, o que vocês acham? Talvez três ou dois capítulos por semana?
Aguardo respostas nos comentários.
ABRAAAAÇOSS,
Ruan.



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