Warrior escrita por Erika Anjos


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha do YouTube kkkkkkkkkkkkkk
Então gente está aí mais um capítulo, eu espero que gostem, eu ia postar na terça-feira, mas fui fazer minha tatuagem e acabei tento que reescrever metade do capítulo.



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Bella

A sexta-feira chegou e as passagens estavam na mão, Edward estava tão animado quanto Anthony, Olívia está a imparcial, parecia que de fato não queria ir. Cogitei a possibilidade de cancelar com os Black, mas Anthony estava tão animado que preferi não cancelar, eu estaria com ela e tudo ficaria bem.

Ainda eram 6 da manhã o sol começava a dar sinal de aparecer, conversei com Damon e ele deu a sexta-feira de folga já que eu tinha bastante horas extra dentro, as malas estavam arrumadas e aglomeradas na porta, Olívia estava sentada assistindo filme na televisão e comendo seu cereal enquanto Anthony estava em seu quarto terminando de se arrumar e verificando se não estava esquecendo nada

Estava arrumando os documentos necessários, quando olhei Olívia distraída olhando para televisão, notei que estava sem o aparelho auditivo. Cheguei ao seu lado e ela assustou-se.

— Cadê seu aparelho auditivo, filha? – disse apontando para meu ouvido.

Enquanto falava Olívia olhava para meus lábios no intuito de compreender melhor o que eu falava. Ela encolheu os ombros em sinal de que não sabia e voltou a olhar para a televisão.

Estava levantando para ir atrás de seu aparelho auditivo quando o interfone toca, era provavelmente Edward. Não estava errada.

— Está tudo pronto? – perguntou assim que adentrou a casa.

— Quase, calma da tempo, o vôo será 8 da manhã o check in já foi feito, é só chegar mais cedo para não correr o risco de perder o vôo. -disse. - Me ajude a procurar o aparelho auditivo de Olívia. – Pedi.

Edward caminhou até o sofá onde Olívia estava sentada e a encheu de beijos lhe dando bom dia. Minha filha sorria e coçava onde a barba que estava crescendo no rosto de Edward roçava.

— Cadê seu aparelho auditivo, meu amor? – perguntou para ela e Olívia fez o mesmo gesto.

Edward me olhou e revirei os olhos e caminhei em direção do quarto de Olívia.

— O que aconteceu? Fiz alguma coisa de errado pra você revirar os olhos? – Perguntou enquanto me ajudava a procurar.

— Eu já tinha feito aquela pergunta, se ela tivesse respondido não teria pedido ajuda para procurar. – revirei os olhos.

— Ela tinha que perder logo hoje. – falou enquanto abria as gavetas.

— Você não percebeu que ela não quer ir? Ela está insegura. – falei enquanto olhava debaixo da cama.

— Pensei que ela já estivesse bem com a viagem, passamos a semana conversando com ela.

— Ela eu criança Edward, ela pode até concordar na hora, mas depois elas tendem a mudar de ideia.

— Eu vou conversar com ela. – Ele disse saindo do quarto.

Eu continuava procurando o objetivo quando ele entra no quarto com Olívia no colo, um sorriso no rosto e o aparelho auditivo na mão.

— Onde estava? – perguntei chegando perto deles.

— Estava com ela, mas papai conversou e está tudo certo, não é? – disse fazendo cócegas nela que sorriu e se encolheu no colo do pai.

A viagem estava sendo tranquila, devido ao fato do voo ser pela manhã logo Olívia dormia juntamente com Anthony, tentei cochilar, mas estava sendo impossível. Havia 4 anos que não encontrava os Cullen, havia 4 anos que não pisava em Nova York.

Respirei fundo e olhei meu celular e de acordo que os minutos passavam, mais nervosa eu ficava. Não queria ter que encontrar com os Cullen, mesmo tento dito a Edward que não os queria no aeroporto, eu sabia que eles estariam lá. Não queria ter que pisar em Nova York novamente, aquela cidade não era mais a minha casa e não era a casa dos meus filhos, principalmente Olívia, ela nunca havia pisado lá, foi apenas concebida.

Quando o piloto informou para apertamos os cintos e se preparar para o pouso o meu coração parecia que sairia pela boca, cheguei a me arrepender de ter aceitado vir a essa bendita festa. Talvez Edward tivesse percebido meu nervosismo e colocou sua mão sobre a minha que estava repousando sobre o encosto do acento, sorri para ele e retirei minha mão.

Olhei para as crianças e elas continuavam dormindo, quando o avião finalmente pousou e os passageiros foram autorizados a levantarem eu acordei Anthony e Olívia que resmungou um pouco, mas logo estava mais esperta.

Pedi que Edward se encarregasse de pegar as malas na esteira enquanto eu ficava com as crianças. Eu não tinha mais para onde fugir, estava Anthony e Edward logo a frente com as malas e Olívia e eu vínhamos atrás, caminhávamos em direção ao portão de embarque.

Logo que saímos eu pude ver Anthony correr e abraçar Esme e logo em seguida ser carregado por Carlisle enquanto Alice dava pulinhos e ia em direção a Edward para lhe abraçar.

Olhei para Olívia e continuei a andar em direção ao grupo Cullen, quando enfim eles se deram conta da minha presença ele esperaram eu chegar mais próximo. Tudo que queria era sair dali com minha filha.

Mantive um pouco de distância, Alice estava a com a mão na boca nos olhando, Edward chegou próximo da gente e se abaixou perto de Olívia, Esme sorrindo veio logo atrás do filho .

— Bella, como você está, querida? – perguntou chegando perto.

Antes que ela fizesse menção de me abraçar, estendi a mão para ela. E menti respondendo que estava ótima.

Ela não precisava saber que a presença de todos ali estava me incomodando, que a energia do local juntamente com as lembranças pesavam em meus ombros. Preferi simplificar as coisas e dizer que estava ótima.

— Essa aqui é a sua avó, Esme Cullen. – Disse apontando para Esme que estava abaixada em sua frente.

— Você é ainda mais princesa do que na foto. Minha princesa Olívia Cullen . – disse chegando perto de Olívia que recuou, enviando que a mão da mais velha a tocasse.

— Swan, você errou meu nome, sou Olívia Swan. – Disse minha filha se escondendo atrás de minhas pernas.

Mesmo Edward entrando com processo dereconhecimento de paternidade tudo aquilo ainda era novo. Olívia tinha apenas meu nome em sua certidão, ela era apenas Swan, era Olívia Swan que a chamavam e não Cullen.

— Está tudo bem, meu amor. – Edward disse para Olívia que franziu a testa.

— A vovó é boa Olívia, não precisa ter medo. – Disse Anthony chegando perto da irmã.

Olívia acuou ainda mais, estava claramente desconfortável, esperava ela começar a chorar quando apertou ainda mais minha perna.

— É melhor não forçar. – me intrometi e peguei-a no colo.

Ela se encolheu e deitou a cabeça em meu ombro. Dava para notar que ela estava bastante desconfortável.

— Quem é aquela dali? – sussurrou Olívia que quase não compreendi.

— Quem meu amor? – perguntei baixinho.

— Aquela dali. – disse apontando o dedinho gordinho em direção a Alice.

— É Alice, sua tia filha. – Edward que escutava conversa lhe respondeu.

— Eu não gosto dela. – disse Olívia sincera e com a testa franzida.

Mesmo nossa conversa sendo baixa Esme ouvia o que falávamos e sorriu quando ela perguntou de Alice e murchou em seguida com a resposta de Olívia.

— Você não gosta dela, mas você nem conhece ela. – Edward respondeu Olívia.

— Conheço sim, ela fazia cara de mal pra mim, eu não gosto dela. – Olívia voltou a deitar em meu ombro.

Talvez não fosse nenhum segredo para os Cullen o quanto Alice havia tomado as dores do irmão, estava tão certa que Olívia não fazia parte da família que não escondia seu repúdio com a criança.

— É melhor deixar esse encontro pra outra hora, estamos cansados e é melhor irmos para o hotel. – disse querendo sair logo daquele local.

— Não ficarão na mansão conosco? – Esme perguntou a Edward.

— Eu ficarei em minha casa com Anthony e Bella ficará no hotel com Olívia.

— Mas isso não tem cabimento, temos quarto suficiente em nossa casa e na sua também. – Esme retrucou.

— É decisão minha senhora Cullen, eu decidi ficar em um hotel com minha filha, Anthony decidiu ficar com vocês, mas meu intuito em Nova York não é visitar os Cullen e sim a festa de casamento dos Black. – lhe respondi fria.

Esme ficou vermelha e um silêncio reinou.

— Nós trouxemos o seu carro, assim você pode levar elas para o hotel. – Esme disse ainda constrangida.

Chegou perto de Olívia e beijou sua bochecha, decidi não intervir, minha filha passou a mão no local como se limpasse, o rosto da mulher se contraiu em tristeza, mas em nada aquilo havia me afetado.

Carlisle entregou a chave para Edward e se aproximou de nós.

— Sejam muito bem vindas. Foi um prazer conhecer essa princesa. – Disse e passou a mão nos cabelos de Olívia. – Sou muito sortudo de ser avô de uma princesa como você. – Olívia virou o rosto.

Carlisle voltou para perto da esposa e filha. A mais nova dos Cullen abraçou o pai e chorou.

— Vamos dar um tempo a elas. Filho melhor levá-las para o hotel, devem estar exaustas. – disse Carlisle. – E você garoto, vai ficar com sua mãe ou vai conosco? – Perguntou passando a mão na cabeça de Anthony.

Era perceptível o clima tenso que se instalou entre nós, Anthony me olhou e perguntou silenciosamente se poderia ir com eles e eu assenti.

Os Cullen se afastaram e caminhei para o carro com Edward, para minha surpresa havia uma cadeirinha infantil no veículo, coloquei Olívia sentada e sentei no banco ao lado do motorista, Edward entrou no carro e permaneceu calado, também nem fiz o favor de pronunciar uma palavra.

— Não precisava falar daquele jeito? – quebrou o silêncio.

— Como? – me diz de desentendida.

— Falar daquele jeito com minha mãe. – Falou por fim.

— Ahh Edward me poupe, eu não falei nada demais, se eu soltar as coisas que estão entaladas aqui a situação ficaria pior, não faço essas coisas por causa principalmente de Anthony. – Falei exaltada.

— Minha mãe não merecia sua grosseria, já não bastava a rejeição de Olívia?

— Grosseria? Ahhhh pelo amor de Deus, eu não fiz nada. Sobre Olívia, não precisou que ninguém falasse nada a ela, ela sempre sentiu que sua família não prestava, principalmente sua irmã. – disse por fim.

— Isabella seu problema é comigo, não desconte isso na minha família, principalmente meus pais. Minha mãe desde que viu foto de Olívia soube que era sua neta, inclusive tentou mostrar isso a mim, mas na época eu estava cego, desconte sua raiva em mim e em Alice, mas meus pais não tem nada a ver com isso. – Disse sério enquanto olhava para frente.

— Impressionante, avós tão amorosos, mas nunca ligaram para saber se ela estava bem, nunca chegaram e perguntaram se ela precisava de alguma coisa já que o pai ingrato só pensava em sentir raiva da gente...

— Cala a boca Isabella, eu não vou discutir com você na frente de Olívia. – Falou alto enquanto olhava pelo retrovisor.

Não havia me dado conta que Olívia estava no carro conosco, tudo que menos queria era que Olívia presenciasse brigas, principalmente entre Edward e eu.

Olhei para o banco de trás e minha filha estava calada e com os olhos arregalados em sinal de medo. Toquei em sua perna para tranquilizá-la.

Fiquei calada o resto do caminho, porém sentia minhas bochechas quentes, estava estampada a raiva em meu rosto. Chegamos no hotel em frente ao central park e Edward nos acompanhou até o quarto.

Olívia correu para a janela e admirou a vista que dava direto ao Central Park.

— Olha que bonito mamãe. A gente vai poder ir lá? – Perguntou enquanto apontava encostando o dedo na janela.

— Vamos sim, só vamos terminar de organizar tudo e então nós vamos. – Olívia dava pulinhos.

— Está bom o quarto?

Deixei Edward encarregado da viagem, ele havia comprado as passagens e escolhido o hotel, usaria o meu cartão para bancar a estadia no hotel, mas Edward fez questão de se encarregar de tudo.

— Não precisava ser em frente ao Central Park – Disse.

— Olívia gostou da vista. – disse apontando para a criança sentada admirando a vista da janela.

— Você vai ficar com a gente no Park, papai? – perguntou animada.

— Eu não resisto quando ela me chama de “papai”. – falou baixinho para mim enquanto caminhava em direção a Olívia. – Queria muito, mas vou aproveitar e ir para a empresa resolver algumas pendências. – Expliquei a ela.

— Eu quero ir com você, posso? – Perguntou mais animada ainda.

— Se sua mãe deixar. – disse e direcionou os olhos para mim, semicerrei os olhos para ele.

Aqueles 3 dias prometia ser mais desgastantes do que esperava. Bendita a hora que decidi vir para Nova York agradar um velho amigo.

 

Edward

 

Com autorização de Bella levei Olívia até a empresa, sei muito bem que ali não era lugar de criança, mas eu também queria exibir minha filha a todo mundo.

Queria dar espaço a Bella também, durante todo percurso até Nova York ela estava desconfortável, inquieta, dava para notar a preocupação, tentei conforta-la tocando em sua mão, porém ela tirou no mesmo minuto.

Não podia negar eu estava chateado por tudo que aconteceu com minha família no aeroporto, imaginava uma cena diferente, imaginava uma recepção diferente vindo de Olívia. No fim, eu não podia culpa-la, eram todos estranhos para ela e Bella não estava errada ao dizer que fomos negligentes ao que se tratava de Olívia.

A culpa mais uma vez invadiu meu coração, que tipo de homem eu me tornei? O que sempre Bella disse “independente do que aconteceu entre ela e eu Olívia era apenas uma criança”. O que eu fiz com minha menina?

Olhei pelo retrovisor e minha criança olhava pela janela atenta a tudo que passava por ela. Me peguei pensando como seria se Josh não tivesse falado nada. Ela não estaria aqui, não estaria no meu carro, não estaria na minha vida.

Uma fisgada atingiu meu coração, eu não via mais minha vida sem ela, não conseguia imaginar ela tão distante de mim.

— Quando voltarmos podemos pegar Anthony e ir ao Central Park. – Disse chamando atenção de Olívia.

— Podemos? E a mamãe? – Perguntou um tanto preocupada.

Só então me dei conta que pela primeira vez estava totalmente sozinho com Olívia, longe de tudo que era familiar para ela.

Não estávamos em sua casa, nem com seu irmão e mãe, nem mesmo estávamos no seu Estado. Pela primeira vez estava sozinho com minha filha e não havia me dado conta de que ela poderia estar com medo.

— Mamãe ficou no hotel, mas assim que pegarmos Anthony ela vai nos encontrar no Central Park, está bem ?

Ela assentiu com a cabeça.

Chegamos no prédio, peguei Olívia no colo e entramos. Subi pelo elevador executivo e parei direto no meu andar. Todas as pessoas que passavam olhavam o que me deixou um pouco desconfortável.

— Senhor Cullen, não sabia que estava na empresa. – Disse ajeitando sua postura.

— Vim resolver algumas pendências antes de voltar a Chicago, poderia levar aqueles contratos com os novos fornecedores até minha sala? Quero dar uma olhada neles pessoalmente. – Disse sério.

— Sim senhor, levarei agora mesmo. E essa princesa? Alguma afilhada? – perguntou sorrindo para Olívia.

— Minha filha, essa é Olívia, minha filha com Bella. – Deixei claro e saí andando em direção a sala.

Entramos em meu escritório e coloquei Olívia no chão. Ela girou olhando cada canto do espaço.

— Que sala grande papai, é aqui que você trabalha?

— Sim, sou dono do prédio todo junto com seu avô. – disse e ela abriu a boca em um “O”.

Ela estava escorada na grande janela de vidro que ficava posicionada atrás de minha cadeira, estava tão concentrada olhando as pessoas que nem queria atrapalhar, depois ficou sentada no sofá desenhando.

Fiquei por volta de 2 horas analisando os papéis e assinando outros que nem havia me dado conta do tempo passar até meu telefone vibrar em cima da mesa, era minha mãe.

— Meu filho, onde você está? Queremos saber se irá almoçar conosco. – só então me dei conta de que já era quase 12:30 e Olívia estava com o lanche que Bella deu a ela assim que saímos do hotel.

— Estou na empresa com Olívia, vou levá-la pra almoçar aí.

— Você acha que é uma boa ideia? – Perguntou minha mãe preocupada devido a cena no aeroporto.

— Melhor que levá-la pra comer em qualquer lugar.

— Não esqueça de avisar Bella que está trazendo-a aqui.

— Pode deixar.

Só depois de encerrar a ligação que notei duas mensagens de Bella perguntando se estava tudo bem.

Não tinha como negar, Bella era a melhor mãe do mundo, não tinha outra pessoa melhor para ser a mãe dos meus filhos. Enquanto eu era o pai que se esforçava para ser o melhor, ela era a mãe que não precisava de muito para ser considerada a melhor mãe do mundo. Fazia o que fosse necessário para o bem estar e segurança das suas crias.

Mandei mensagem dizendo que estava saindo do escritório e levando Olívia para almoçar na mansão, no início ela de opôs, mas disse que não queria levar Olívia para comer qualquer coisa na rua e só então ela autorizou que eu levasse-a até a casa dos meus pais.

Chegando na mansão com Olívia no colo, entrei pela sala e estavam todos sentados assistindo algum jogo de baseball na televisão.

— Olha quem chegou. – Minha mãe chegou perto beijando meu rosto. – Posso beijar você? – perguntou a Olívia.

— Huum. – Olívia negou escondendo o rosto em meu pescoço.

— Está tudo bem filha, não precisa ficar com vergonha. – disse passando a mão em suas costas.

— Vamos almoçar família, Edward já chegou com a princesa. – Minha mãe se distanciou chamando todos para mesa.

— Peguei a cadeira de quando Anthony era pequeno para Olívia. – disse meu pai apontando para a cadeira de criança.

— Olha filha, essa cadeira era do seu irmão quando era do seu tamanho.

— Legal. – Olívia sorriu e olhou para o irmão.

O almoço ocorreu tranquilo, ninguém forçou nada com Olívia, apenas pegava meus pais ou Alice olhando-a como se a qualquer momento fossem pegar e aperta-la.

— Olha papai, o passarinho na florzinha. – Olívia apontou e balançando as perninhas na cadeira.

— É o beija-flor, filha. Eles ficam no jardim.

— Aqui tem jardim? – perguntou animada.

— Tem sim, minha flor. – Minha mãe respondeu.

— É igual aos do desenho animado?

— Não sei se é igual ao desenho animado, mas é muito bonito. – disse minha mãe.

— Eu posso ver? – Perguntou olhando para mim.

— Só depois que terminar de comer. – disse.

— Já terminei. – respondeu empurrando o prato.

— Não Olívia, termine de comer tudo e aí depois quando todos terminarem vamos ver o jardim. – Lhe respondi sério e trazendo o prato mais próximo dela.

Minha mãe segurou o riso e a olhei para não sorrir na frente de Olívia.

Quando enfim todos terminaram de comer minha mãe ficou encarregada de levar Olívia ao jardim e eu as acompanhei.

— Que bonito, um monte de flores. – Olívia olhava e tocava uma por uma, completamente encantada.

— Parece que esse amor por flores ela puxou a alguém. – disse enquanto abraçava e beijava a lateral da cabeça de minha mãe.

— Meu Deus, quando vou poder pegar ela? – perguntou minha mãe com os olhos marejados.

— Vamos dar um tempo a ela.

— Meu filho, ela é deficiente auditiva? – Perguntou ela sem jeito.

— Ela nasceu com dificuldade em um dos ouvidos. Um lado é completamente saudável, mas o outro é necessário o aparelho auditivo para ajudá-la, mas não é algo que vá interferir tanto assim na vida dela. - tranquilizei-a.

— Tenho certeza que não. Ela herdou a força da mãe. – disse enquanto apertava a lateral do meu corpo.

— Eu posso levar uma flor para mamãe? – Perguntou Olívia correndo até onde estávamos.

— Até duas se preferir. – Minha mãe disse e caminhou para perto das flores com Olívia em seu encalço.

Fiquei admirando a cena. Não queria perder aquilo por nada, minha mãe e minha filha juntas tirando duas flores tão delicadas que seriam destinadas a uma pessoa tão delicada quando elas. Posso ter perdido o início da vida de Olívia, mas agora eu estaria em todos os momentos, não posso apagar o que passou mas posso reescrever o futuro. E era isso que estava fazendo.


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Notas finais do capítulo

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