Warrior escrita por Erika Anjos


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Vocês sabem como são sensacionais?
Obrigada pelos comentários, amei todos. ♥



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EDWARD

Acordei e elevei minha cabeça para poder olhar o horário e o mesmo marcava 16:00, joguei meu corpo de volta para o conforto da cama e enterrei meu rosto no travesseiro e o apertei.

Virei de peito para cima e passei minha mão pela cama atrás de meu telefone e havia várias ligações de um número que me era familiar, o mesmo não estava salvo, porém, eu o conhecia bem. Era número de Bella. Para ela ligar-me só poderia ser uma coisa séria. Estava pronto para retornar a ligação quando vi sua mensagem.

Franzi a testa ao lê-la. Eu poderia imaginar bem seu tom de deboche falando cada palavra, ela costumava fazer isso quando estava zangada. Se fosse outros tempos eu a teria respondido da mesma maneira e provável que causaria mais uma briga, como umas das tantas que já tivemos.

 Retornei a ligação, chamou algumas vezes e quando está prestes a cair na caixa postal ela atendeu.

— Bella. – disse ela

Aquela voz encheu meu coração que o fez perder uma batida, eu havia me programado para não sentir isso mais por Bella, toda vez que nos falávamos dava logo um jeito de desligar, isso quando não brigávamos por coisas sem sentido. Nosso assunto era apenas Anthony e quando eram coisas graves, pois alguns recados vinham de Thony.

Não havia uma só vez em que não me referia a Bella de forma grosseira, ela em forma de defesa também fazia o mesmo, então evitávamos contato.   

— Bella, é o Edward você me ligou e mandou aquele mensagem, Anthony foi casa com sua amiga, ele ainda não chegou? – estava preocupado, Bella ainda achava que Thony estava comigo, que tipo de pai eu sou que dá o filho na mão de uma desconhecida. Eu que deveria levá-lo para casa.

— Chegou, eu esqueci de lhe avisar. Me desculpa. – Ela parecia nervosa.

— Ai que bom, por um momento pensei ter feito uma besteira. – Eu estava aliviado.

— Que seria?

— Ter entregue meu filho pra uma pessoa má.

— Roselie é de confiança. Porém no quesito desconhecida você está certo, você não a conhece. – Eu não sabia o  que falar, afinal, eu realmente entreguei meu filho a uma estranha.

De repente ouvi um barulho e logo em seguida um choro, meu coração gelou.

— Bella, o que foi isso? – Ela não me respondeu, então, deduzi que ela havia largado o celular. Continuei a chamando em vão. Eu estava nervoso.

O choro estava alto e pude ouvir a voz de Bella falando “Eu falei para você não pular ali, Olívia, isso acontece quando você não me obedece, tá vendo como dói?”. Então era Olívia que havia se machucado. Continuei chamando por Bella. Podia ouvir minha filha pedindo desculpa entre soluços de choro.

— A ligação ainda está aqui. Edward? – Eu estava nervoso, antes eu estava deitado e agora estava sentado na cama.

— Bella, o que aconteceu?

— A minha filha caiu?

— Como?

O choro não havia parado apesar de estar mais baixo.

— Coisa de criança. – Ela disse simplesmente, tive a sensação de que ela não queria falar de Olívia para mim.

— Ela caiu como? Ela está bem?

— Ela estava pulando do sofá e caiu, bateu a cabeça. – Quando Bella falou o ocorrido Olívia voltou a chorar, em sinal claro de dengo. Ouvi Bella falando com ela: “Para de dengo”. Aquilo me fez sorrir.

— Ela está bem?

— Está sim, só terá um galo bonito na testa.

— Coloca gelo. – O que falei era óbvio, ela cuida das crianças e sabe o que fazer.

— Está tudo resolvido, ela tá bem.

Ficamos um tempo sem falar, eu não queria desligar e estranhei o fato de Bella não ter cortado logo o assunto.

— Eu vou desligar, Edward. – Ela parecia ter ouvido minha mente.

— Eu posso ir aí?

— Como? – Ela parecia surpresa.

— Ir na sua casa ver meus... Anthony, ver o Anthony.

Bella pareceu pensar, pois não respondeu de imediato.

— Mas hoje?

Senti pela sua voz que ela não queria que eu fosse.

— Sim. Eu quero vê-lo. – Tudo que eu queria era falar em plural. Eu queria ver a minha menina. Minha princesa.

— Tudo bem. Que horas?

— Eu só vou me arrumar e comer alguma coisa.

“Mãe, cadê o papai Damon?” eu não podia acreditar no que ouvi, eu demorei a acreditar que minha filha estava se referindo a outro homem como pai. Meu coração se apertou e quis chorar.

— Edward, só um momento. – Senti que voz de Bella ficou nervosa.

“Filha é tio Damon, não é papai Damon” a voz de Bella saiu sussurrada, provável para que eu não ouvisse.

— Damon é pai dela, quem é Damon? – Eu estava nervoso, queria chorar.

— Quem Damon é ou deixa de ser não é da sua conta. – Bella se defendeu como fazia e eu sabia que a conversa pacífica havia acabado.

— Eu estarei indo aí daqui a pouco. – desliguei.

Sabia que não tinha o direito de falar desse jeito com ela, porém sabia que continua a conversa dali as coisas iam ser piores. E provável que não veria Olívia e Anthony hoje.

Ouvir aquilo da boca de Olívia foi como uma avalanche de sentimentos, eu não sabia se sentia raiva, tristeza, mas uma coisa eu sei decifrar bem, frustração, eu estava em uma vida frustrada, eu vivia nessa vida desde que aquelas fotos malditas chegaram em minhas mãos e com elas perdi tudo. E pela primeira vez eu senti medo, muito medo, medo de não conseguir nada de volta e medo de perder a única coisa que me restava, Anthony.

Lágrimas desceram por meus olhos, meu pulmão ardia, tentava respirar porém estava difícil, meu coração palpitação a 100 por hora, por um momento senti que teria um infarto. Fiquei tonto e sentei na beira e cama, inspirei e expirei lentamente, ondas de frio e calor passava por meu corpo. Passava a língua pelos lábios, pois minha boca estava seca.

Tremendo e com o aparelho na mão mandei um SMS para Bella “Me desculpa pela forma que desliguei”.  Esperei um SMS de retorno porém não veio. Respirei fundo e levantei, meu corpo estava dolorido como se estivesse com febre, sentei em uma mesinha que havia no quarto e baixei a cabeça e respirei fundo e meu pulmão se comprimiu. Eu estava assustado.

Fiquei sentado na mesinha por alguns minutos até que estava mais calmo, a fome havia passado, levantei devagar e caminhei até o frigobar e peguei uma garrafinha de água, a tomei toda lentamente, a respiração ainda não estava muito bem e meu coração ainda palpitava acelerado. Caminhei para o banheiro, me despi e me banhei, apenas de toalha caminhei em direção às malas, ainda não havia colocado as roupas no closet do hotel, peguei uma calça jeans escura e uma camisa vermelha de manga, dobrei a manga até o cotovelo, na frente do espelho tentei arrumar meu cabelo, porém sabia que ficaria no lugar apenas até secar. Agora começa o primeiro dia do resto dos meus dias.

Saí do quarto de hotel com a sacola de presente na mão, caminhei para o elevador, cheguei ao Térreo e cumprimentei a recepcionista com aceno de cabeça e ela me devolveu com um sorriso, ao sair do Hotel chamei um táxi e entrei, lhe entreguei o endereço e escorei no banco. Ainda não me sentia muito bem, estava suando mesmo não tendo motivo, não estava um dia quente, mas suava, minhas mãos estavam lisas, minhas mãos tremiam, minha boca seca, mas não era de sede, meu coração não acalmava um só minuto.

Chegando ao meu destino peguei o taxista e parei em frente a um portão de ferro, a casa era simples e muito bonita, o bairro não era chique, porém não era bairro pobre. Apertei o botão do interfone e Bella liberou minha entrada.

Do outro lado da porta estava a mulher mais linda que um dia pude conhecer, ela estava mais velha, mas em nada afetou sua beleza, seus cabelos estavam mais brilhoso, sua pele mais corada e seus olhos, seus lindos olhos de chocolate derretido, eu queria voar em cima dela e lhe abraçar ou só simplesmente sentir sua pele macia.

Bella me informou o quarto de Anthony e quando passei por ela o seu perfume fez-me arrepiar inteiro, o ar faltou em meus pulmões e pisquei os olhos, caminhei por sua sala e me deparei com a cena que me partiu inteiro: Olívia no colo de um homem. Ele me encarou e fiz o mesmo, minha vontade era de pegar minha filha e levá-la comigo, porém perderia a razão então só o encarei e espreitei meus olhos para ele, essa cena não duraria muito, agora ela tem a mim e não é um cara qualquer.

Sua casa não era tão grande quanto a que vivíamos, mas era bem aconchegante e organizada, apensar te ter um criança pequena. As paredes em tom amarelo iluminava o local, nas paredes quadros com fotos, mas um quadro me chamou atenção, dois desenhos infantis, um eu conhecia bem, era de Anthony quando bebê, porém o outro desenho me era desconhecido. No desenho de Anthony consistia em ele, Bella e eu, no outro desenho consistia em Thony, Bella, Olívia e Damon. Para Olívia essa era sua família, o choro veio a garganta, mas não o deixei cair. Volteo a caminhar e cheguei a frente do quarto de Anthony e bati na porta, ouvi um “entra”.

— Pai? – Anthony sorriu e correu para me abraçar. – Pai, você está bem?

— Estou. Por quê?

— Você está pálido. Está doente?

— Eu estou bem. – Menti. Eu não estava bem. – Por que está aqui trancado?

— Damon está aí. – Disse revirando os olhos.

— Então ele que é o Damon?

— Sim.

Então era esse cara que eu estava deixando tomar o meu lugar. Não mais.

— Trouxe para você. – tirei de dentro da sacola um jogo de vídeo game.

— Obrigado , pai. – Thony me abraçou feliz.

— O que tem aí? – perguntou curioso.

— Um presente para sua irmã.

— Sério? Você está acostumando com ela, estava na hora. – Se ele soubesse da verdade, do quanto eu fui imbecil todo esse tempo.

Anthony estava jogando vídeo game e lhe fiz companhia, eu me divertia jogando também.

BELLA

Deixei Olívia brincando na sala enquanto fui atender o aparelho celular que estava tocando, antes de atender a mandei parar de pular no sofá, não havia visto quem ligava e atendi sem olhar para ver quem era. Me surpreendi com a voz, era a voz de Edward. Eu esperava alguma frieza, porém não veio. Ele sempre fazia questão de mostrar o desgosto de falar comigo, mas dessa vez seu tom estava diferente. Conseguimos manter uma conversa civilizada por tempo que me surpreendeu, isso não acontecia há 4 anos.

O que me surpreendeu foi seu interesse no bem estar de Olívia quando caiu, algo estava muito estranho em seu comportamento, não confio em Edward, das duas uma ou ele quer se fazer de sonso para se aproximar e dar um jeito de afetar Olívia ou ele sabe de alguma coisa. Porém essa hipótese foi por água a baixo quando ele ficou insinuando que Damon era mesmo pai de Olívia. A paz estava muito demorada. Quando ele desligou na minha cara que a raiva ficou ainda maior. Como eu pude ser casada com ele?  

Bateram na porta e com Olívia no braço caminhei para atender, Damon estava do outro lado da porta, dei espaço para que pudesse entrar, ele passou por mim, mas não se distanciou enquanto eu fechava a porta.

— Por que minha filha está chorando? – Aquilo foi o gatilho para mim.

— Para de chamá-la de filha Damon. – Eu estava zangada.

— Calma, Bella. O que aconteceu?

— Eu não quero mais você a chamando de filha.

— Você sabe como a considero minha filha. – agora quem estava se exaltando era ele. – Ela, você e Thony, apesar de ele não gostar de mim, vocês são as pessoas importantes na minha vida, eu vi ela crescer, eu tenho amor por ela sim, afinal, eu estive aqui desde o início.

— Não teremos essa conversa na frente dela. Eu só estou pedindo para você parar, pode fazer isso por mim? – Olhei em seu olhos azuis

Não tem porque negar, Damon sempre chamou atenção por sua beleza, seu cabelo escuro destacava seus lindos olhos azuis, seu queixo quadrado lhe deixava charmoso, suas sobrancelhas arqueadas lhe dava aquele ar de zangado, mas quando sorria conseguia ficar mais lindo, ele sabia encantar qualquer mulher com seu sorriso de canto de boca.

Olívia ainda se mantinha quieta no meu colo, apenas uma queda a fazia ficar quieta.

— Me dê ela aqui, estou com saudade. – passei Olívia que foi sem pestanejar para seu colo. – O que é isso na testa dela? - Damon olhou-me com as sobrancelhas arqueadas.

— Ela acabou de cair, ela estava pulando no sofá e acabou caindo e batendo a testa.

— Minha princesa, você não pode ficar pulando. – Olívia fez biquinho e deitou a cabeça no ombro de Damon e o mesmo passava a mão em sua costa. – Vai ficar tudo bem. Já passou gelo?

— Ela está bem Damon.

— O pa... – Olhei seria pra ele. – O Tio Damon trouxe uma coisa pra você. – Disse esse frisando a palavra tio.

— Presente? – Olívia levantou a cabeça de seu ombro e sorriu.

— Sim, mas ficou no carro, vamos lá pegar?

— Siiim. – Olivia nem parecia aquela criança triste depois de cair.

Damon a levou para pegar o presente. Ele sempre trazia algo para Olívia, cheguei a pedir várias vezes para ele parar de dar muitas coisas a ela, porém ele sempre diz que ama mimá-la. Esse era o ponto, eu não quero nenhum dos meus filhos adultos mimados, o mundo não aceita filhos mimados.

Amo ver a forma carinhosa em que Damon trata minha filha, mas isso tudo é ilusão para ela, eu não aceito que minha filha seja iludida, ela é uma criança, mas logo ideias irão se formular e então as coisas ficarão complicadas.

— Mamãe olha. – Saí dos meus pensamentos com Olívia correndo em minha direção com uma sacolinha e dentro havia uma mini boneca.

— Que linda, filha, já agradeceu?

— Obrigada, Tio Damon. – Ela voltou e o abraçou e ele retribuiu. Ele a ajeitou em seu como e ficamos assistindo desenhos animados.

Thony passou por nós sem cumprimentar Damon, o mandei voltar a dar “oi”. Sempre fiz o possível para que Thony aceitasse Damon, afinal ele é um grande amigo, porém nunca deu certo, desde o início da minha amizade com ele, Thony nunca gostou dele, sempre acreditei ser ciúme.

Alguns minutos depois o interfone tocou e eu congelei, havia esquecido que Edward viria aqui. Autorizei a sua entrada e minutos depois um som veio da porta, abri e ele estava lá.

3 anos e alguns meses sem vê-lo, Edward estava diferente, estava mais velho, não muito, mas o suficiente para se notar a mudança, ele estava pálido, seus cabelos estavam bagunçados como sempre e seus olhos estavam baixos e olheiras abaixo dos olhos verdes como se à tempos não dormisse bem. Olhar para seu rosto trouxe lembranças que lutei para superar, meu coração estava acelerado, eu estava nervosa.

— Entre. – Me esforcei para falar.

— Me desculpa por mais cedo. – Se desculpou com a voz baixa.

— Se refere a desligar em minha cara?

— Sim. – Seus olhos encontraram os meus e desviei no mesmo instante.

— Anthony está no quarto, você pode ir lá. – Lhe expliquei as direções e ele seguiu pela casa. Nunca pensei que o veria aqui, nunca esperei vê-lo novamente, ele estava diferente externamente falando, apesar e mais velho ele continuava bonito.

Enquanto Edward passou pela sala Damon o encarou e Edward não fez diferente, por um momento pensei que eles iriam voar um no outro, foram segundos tensos até que Edward seguiu a direção que indiquei.

— Mamãe o pai de Anthony está aqui. – Olívia parecia não acreditar.

— É sim, meu amor.

— Posso ir lá com ele? – Ela pediu

Sabendo que eu não queria negar isso para Olívia Damon falou.

— Fica aqui comigo, poxa você vai me deixar aqui? – Damon fez cara de triste.

— Tá bom, eu fico. – Ela abraçou ele.

— O que ele está fazendo aqui? – Damon encarou-me sério.

— Olha o tom que fala comigo. – Não deixaria ele elevar a voz comigo.

— Anthony não foi para a casa dele? O que ele está fazendo aqui?

— Eles vieram para a cidade e Anthony está aqui e ele está aqui para ver o filho.

— Esse cara deve ficar longe de vocês.

— Calma, ele só veio ver Anthony. Logo ele irá embora.

Ficamos assistindo desenho, porém sentia a tensão no ar, a tensão que emanava de Damon, ele não estava nada confortável, Olívia chegou a pedir para ir ver Edward, porém pedi que ficasse com Damon. Era notável que Olívia estar perto de Edward ela sentia algo diferente.

Edward passou com Anthony para a cozinha, pediu licença quando olhamos para ele quando passaram por nós.

 - Papai trouxe uma coisa para você, Olívia. – Anthony disse ignorando Damon totalmente.

Estranhei, Edward trazendo presente para Olívia, minha filha? Ele sempre fez questão de mostrar desgosto por ela, nunca deixou Anthony falar dela e de repente ele trouxe presente pra ela. Eu tinha vontade de pegar o presente e analisar todo para ver se não era alguma maldade. Edward não seria capaz de fazer mal a uma criança de 3 anos.

— Presente? Outro presente?  – Disse Olívia saindo do colo de Damon. Eu sorri do seu jeito de falar e Damon também.

Antes que Olívia de afastasse ele a puxou e beijou bem forte sua bochecha e ela sorriu. Edward que sorria fechou a cara, e não se esforçou para esconder, porém sua feição mudou quando ela se aproximou, minha vontade era puxa-la e não deixar que se aproximasse dele.

Ele se abaixou para ficar na mesma altura já com o embrulho na mão e lhe entregou. Olívia abriu e havia uma boneca.

— Eu trouxe para você. – Edward sorria.

— Ahh, obrigada, eu já ganhei uma. – Olívia falou e na mesma hora eu fiquei vermelha.   

— Agradeça Olívia. – Eu a repreendi séria.

— Obrigada pela boneca, mesmo eu já tendo uma.

Anthony e Edward sorriram alto e eu estava com mais vergonha ainda, ela me apronta cada uma.

— Eu educo essa menina, juro. – tentei entrar na brincadeira.

— Sei que educa. Levo isso como mais que educação, é humildade. Ela já tem uma, então, para quê mais uma? Sentimento de não ser presa a coisas materiais, “se já tenho uma não preciso de outra”. É nobre. – Edward disse sorrindo para Olívia. – Você me daria um abraço?

Olívia andou até ele e lhe abraçou. Primeiro abraço entre pai e filha e meu coração acelerou, por um segundo quis chorar, por muito tempo eu sonhava com ele pelo menos perto de Olívia ou que pelo menos aceitasse ela se alguma forma e agora ele estava abraçando ela, não foi um abraço rápido, foi demorado, rolava algo mais que agradecimento ali e isso era notável.

Celular de Damon tocou e ele precisaria ir embora pois a empresa precisava dele.

— Eu tenho que ir, qualquer coisa me liga. Não confio nesse cara, te ligo mais tarde.

— Tudo bem. Vai com cuidado. – o abracei e levei até a porta.

— Seu namorado? – Edward perguntou e eu o ignorei e caminhei para a sala.

— Não. Damon é amigo da mamãe. – Olívia falou. – O que você está fazendo aqui?

— Eu vim ver vocês, mas você estava com aquele cara então fiquei com Thony.

Sentada no sofá revirei os olhos. Eu sabia que tínhamos que ter uma conversa, porém tê-lo no mesmo espaço que eu fez com que eu perdesse toda a coragem. Eu só conseguia pensar no momento certo, porém eu sabia que se esperasse pelo momento certo essa conversa não aconteceria.

Edward sentou-se no sofá com Olívia em seu colo com Anthony entre a gente, chamei Olívia para sentar comigo, mas ela quis ficar no colo de Edward. Thony estava diferente, sua expressão facial era de um leve sorriso. Cheguei a uma conclusão de ser por Edward estar em nossa casa. Thony sempre deixou claro que queria o pai conosco, mas como explicar que era uma consequência e sua escolha? Eu não colocaria meu filho com o pai.

— Bella. – O olhei e seus olhos estavam baixos como se estivesse com sono.

— Diga.

— Ehh... acho que nós... ehhh. – Foi então que lembrei como Edward era atrapalhado com as palavras quando estava nervoso, quis sorrir por Olívia ser da mesma maneira.

— Nós? Nós o que? – Arqueei um lado da sobrancelha.

— Eu queria conversar com você?

— Queria?

— Quero. Acho que nós precisamos conversar.

— Você aprontou algo Anthony? – dirigi a pergunta para meu filho.

— Eu? Não que eu saiba. Eu aprontei? – perguntou olhando para Edward.

— Não filho.

— Então essa conversa fica para depois, não iremos conversar na frente dos meus filhos.

— Você está certa. Mais tarde peço para Rose ficar de olho neles e conversamos. Eu concordo que temos o que conversar. – Minha voz não era gentio, eu estava séria. Esperar momento certo, esse era o momento, hoje era o momento.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários que amo muito. Me motiva a continuar ♥