POV’S Miana

Era uma menina coelha.

Ela tinha pele clara, meio amendoada. Seus olhos eram negros, de pupilas brancas. Tinha cabelos negros presos em marias-chiquinhas longas, e sua franja era branca. Vestia uma camiseta social feminina preta acinzentada, de mangas arregaçadas até os cotovelos, com um colete preto sem mangas por cima. Usava uma gravata borboleta preta e tinha um broche de um coelho negro no colete. Utilizava calças e sapatos pretos, e tinha um avental da cor da camisa amarrado a cintura. Também trajava luvas de motocross pretas. Tinha orelhas e cauda negras de coelha. Uma guitarra estava em suas costas.

Encostada na parede casualmente, ela estava de braços cruzados, seus olhos negros nos encarando com um olhar indagador.

Humpf, eu não quero outra coelha; ela pode querer ficar com o meu Bonnie-senpai! Instantaneamente, agarrei o braço de Bonnie.

—Quem é você?-questionou Conor, confuso, de testa franzida- meus sistemas de segurança notaram a aproximação deles-ele apontou para o nosso grupo- mas não havia sequer sinal seu...

A menina nos encara com seus olhos vazios.

—Isso não vem ao caso-retrucou ela, ríspida- eu estou aqui para oferecer a minha ajuda por ordem de Shadow Bonnie, meu irmão-explica ela- aliás, meu nome é Shadow. Shadow Bonnie Girl.

—Bem, eu sou Freddy- apresenta-se Freddy, cauteloso- este é Bonnie, Miana, Blake, Hunt...

—Não é necessário formalidades e apresentações-corta a coelha negra de maneira abrupta- eu sei quem vocês são...

—Como sabe quem somos?-pergunta meu irmão.

—Eu sei de tudo e muito mais-diz Shadow B.G., naquele tom desconfiado e rude- sei quem são, o que procuram e que sabem dos segredos de Fazzbear. Só me respondam se querem a minha ajuda ou não- ela é curta e direta.

Todos olhamos para Freddy, nosso líder. Ele hesitou por um momento, pensando, até que soltou um breve suspiro.

—Aceitamos sua ajuda-responde o urso, por fim, hesitante.

Shadow B.G. dá um sinistro sorriso.

—Ótimo. Pelo visto, é um rapaz esperto-elogia ela sarcasticamente- sigam-me, sim?

Ela desaparece nas sombras, deixando grande parte de nós aturdidos. Conor murmurava consigo mesmo que precisava comprar um sistema de segurança contra viagens nas sombras.

Saímos da sala de Conor e vimos Shadow B.G. no final do corredor. Ela olha para todos nós, antes de sumir nas sombras mais uma vez.

Ficamos nesse estranho jogo de “Caçar a sombra”, até que paramos no “Almoxarifado”. Entramos cuidadosamente e encontramos um danificado animatronic coelho dourado. Ele conversava com o “Freddy Africano” e com um “Bonnie Afrodescendente”, além de mais uma menina.

A menina tinha cabelos longos cor-de-rosa, com olhos da mesma cor e pele clara. Vestia uma saia rodada rosa, uma blusa branca de mangas bufantes, com um casaco preto por cima. Usava botas de cano alto brancas.

O coelho detonado de ouro abriu um sorriso. Megumi desceu as escadas na frente e o abraçou, antes de começar a conversar rapidamente com ele. Michael e Anne acenaram para o coelho dourado, que acenou de volta amigavelmente.

—Spring?-chamou Toy Bonnie ao meu lado, alegre.

Spring deu um leve sorriso, mesmo com a face danificada.

—Olá, pessoal-cumprimenta ele, com a voz rouca- a quanto tempo...obrigada, Shadow Girl...aliás, já conhecem a Lovely?

A menina de cabelo rosa acena alegremente.

A Shadow B.G. nada responde. Apenas some nas sombras e aparece entre o Freddy escuro e o irmão Bonnie preto.

—Chega dessas balelas desnecessárias-corta o Bonnie negro- vamos logo direto ao assunto!

—Seja mais civilizado, meu caro Shadow-repreende Shadow Freddy. Então, sorri amavelmente para todos nós-lamento as maneiras rudes de meu amigo, ele é um pouco ignorante e as vezes tende a ser um completo bárbaro estúpido...

—Morda a língua, Fazzfuck!-resmunga Shadow Bonnie.

—Quietos!-sibila Spring, furioso- agora, sentem-se todos. Vamos explicar o que é necessário...

Todos obedecemos o irritadiço coelho dourado e nos sentamos. Alguns sentam no chão, outros se sentam em velhas caixas, outros se penduram no teto e esperam pacientemente. Spring está encostado na parede, visível a todos os presentes.

—Bem, como já sabem, a grande maioria de nós não passa de almas de pessoas mortas-começa Spring, já esfregando sal na ferida. Sal só não, pimenta também- Charlie e Víncent foram os responsáveis por estarmos mortos. Há um mero meio de libertarmos nossas almas: devemos matar quem nos matou ou profanou nossos corpos mortos. Assim, nossas almas estarão livres...

—Mas não queremos ser “almas livres”, marujo!-exclama Foxy-queremos nossas vidas de volta!

—Vocês querem coisas demais...-reclama Shadow Bonnie.

—Shadow Bonnie, meu caro, mantenha essa matraca fechada, sim?-pede Shadow Freddy formalmente.

Shadow Bonnie solta um palavrão, cruza os braços e fica em silêncio, emburrado.

—Nesse caso, se quiserem ter a vida de vocês de volta, não será necessário matar ninguém, a menos se for desejado-continua Spring- basta apenas construímos uma máquina...

—Uma...máquina?-questiona Ana- que tipo de máquina?

Spring sorri novamente.

—Ora, minha cara Schmidt, uma máquina simples-continua o coelho dourado- ela é uma cúpula semelhante a um caixão, toda blindada. É feita com tecnologia de ponta e pode regenera tecidos, sistemas e organismos humanos.

Toy Freddy engole em seco, nervoso.

—Quer dizer que essa coisa pode...-começa o urso pardo, mas para.

—Reconstituir um corpo físico-completa Spring, sorrindo brilhantemente- basta colocar o corpo morto de cada um nessa máquina e pronto! Corpos novos em folha! Quanto a suas almas presas, bastas realizar um pequeno ritual de magia negra que está no diário da família Fazzbear e elas irão voltar para seu corpo de origem...

—Isso é...sinistro...-observa Jéssie.

—Mas é necessário, minha querida-afirma Spring- e aquele Dr. Frederick pode ajudar... mas bem, chega de papo, está quase amanhecendo! Voltem para seus lugares, faltam apenas cinco minutos!

E com isso, saímos correndo da sala, deixando Spring ali sozinho com os Shadows malucos.

Uma nova chama de esperança se acende.