POV’S Tiger

Ah, meu deus, eu nunca mais vou poder falar com a Lively! Eu vou esganar o Wolff e o Blake, picá-los pedacinho por pedacinho, transformar seus restos em pó e jogar suas cinzas num abismo profundo por terem feito isso comigo!

Depois que eu saí de perto de Lively, Wolff e Blake, fui, desesperado, atrás de Bolt e Hunter, procurando “refúgio”. Bolt me olhou com uma cara estranha, a testa franzida.

–Qual é o problema, Tiger?-perguntou o garoto arco-íris-você parece abalado e...por que você está com as bochechas tão vermelhas?

Coloquei as mãos sobre o rosto e constei que eu realmente eu estava em chamas.

–Hã...um pequeno...incidente ocorreu...-falei.

Bolt ergueu uma sobrancelha.

–Esse “pequeno acidente”, por acaso, envolve, eu não sei, a Lively?-questionou meu amigo.

Eu assenti de leve. Bolt riu.

–Então, me conta o que aconteceu-pediu ele.

–Eu tive um acesso de ciúmes ao ver o Wolff e ela abraçados-contei- mas foi um acesso de ciúmes pequeno!

Os olhos rosa de Bolt diziam “Ah, claro, com certeza foi um... “pequeno acesso de ciúmes”...”.

–O.k., talvez não tenha sido tão pequeno assim...-admiti, constrangido.

Bolt só abriu um sorriso misterioso.

–Olha, eu vou te contar uma coisa-disse ele- uma coisa bem óbvia: Lively e Wolff não tem relações amorosas. Eles são como irmãos!

Bufei.

–Vou confiar em você-falei, desconfiado.

Bolt riu.

–Bem, agora que você já desabafou, poderia começar a se arrumar pra festa de hoje-convidou meu amigo-sabe, você poderia chamar Lively pra dançar ou algo do gênero, pois, como dizem, Paris é a “Cidade do Amor”!
–Achei que Paris fosse a “Cidade das Luzes”- comentei.

–É a cidade das duas coisas-disse Bolt-bem, agora, vá se arrumar! Seu terno está no banheiro masculino.

–Certo, obrigada, Bolt-agradeci.

Me dirigi ao banheiro a passos apressados. Encontrei um terno preto numa sacola, uma camisa social branca, gravata cinza, calças pretas e sapatos sociais pretos. Entrei num dos boxes do banheiro e me troquei. Saí do boxe e me olhei no espelho, abotoando a camisa social. Então, ouvi um som estranho, vindo das tubulações de ar. Franzi a testa e olhei para a saída de ar do banheiro. Nada. Não havia nada. Que estranho. Dei de ombros.

Terminei de me arrumar no mesmo momento em que Bolt entrou junto com os outros garotos. Todos foram se arrumar. E todos usavam ternos pretos, com diferenças só nas gravatas, sendo a de Bolt azul, a de Wolff roxa, a de Hunter branca e a de Blake preta. Ninguém parecia muito confortável nos trajes, inclusive eu. Os sapatos eram desconfortáveis e duros, a camisa era calorenta, o terno não ajudava, a gravata apertava o pescoço.

Wolff se olhou no espelho e fez uma careta de desagrado.

–Argh, eu estou...ah, cara, eu nem sei mais como eu estou!-reclamou o lobo cinzento-não se parece nem um pouco comigo!

Bolt se olhou no espelho.

–Essas roupas são tão sem-graça!-reclamou garoto de asas.

–Bolt, você tem sorte-comentei-ainda tem esses seus cabelos coloridos pra destacar! E Wolff tem os cabelos azuis!

Bolt revirou os olhos. Blake olhava para seu próprio reflexo no espelho em estado de choque, sua expressão estando um misto de terror, desagrado e “como eu vim parar aqui?”, tudo junto.

–Pelo menos o meu conjunto é preto-murmurou o lobo negro para si mesmo, tentando ver o lado bom da coisa.

–Venham, vamos logo começar a festa!-disse Hunter, empolgado.

Saímos do banheiro. A noite iria começar.

POV’S Ballon Boy

Então, os novatos iam dar uma festa? Eles nem me convidaram, que bando de traidores! Acho que a garota raposa não gostou de eu tê-la chamado de “Foxy”. Deve ter sido isso, ninguém que ser chamado de “Foxy”, é um palavrão feio.

Eu estava nos dutos de ventilação, que davam no banheiro masculino. Vi o bando de garotos novatos, incluindo dois estranhos lobos, um branco e um preto, se arrumando lá dentro (não contem que eu os vi se trocando, eles iriam entender errado!). Ouvi o lobo branco chama-los para a festa. Eles saíram do banheiro.

Rastejei pelos tubos de ventilação até chegar a uma saída de ar que dá direto na caixa de Marionete. Ele estava lá dentro, costurando alguma pelúcia estranha. Abri a saída e me espremi para sair dali. Então, caí. Gritei. Marionete olhou para cima e me viu caindo; seus olhos se arregalaram, confusos.

Eu deveria ter caído com tudo e ter me machucado, mas, por sorte, Marionete amorteceu minha queda. Meu amigo gemeu.

–Sai de cima de mim, Ballon Boy!-reclamou ele.

Me levantei de cima de Marionete. Meu amigo se ergueu facilmente e começou a desamassar a roupa, enquanto resmungava baixinho. Ele me olhou de cara feia.

–O que foi dessa vez, Ballon?-perguntou Marionete.

–Ah, eu estou aqui pra avisar que vai ter uma festa-contei-e eu quero muito ir, mas não posso fazer isso sozinho, por isso, quero que você vá comigo!

Ele cruzou os braços.

–Você quer que eu te leve pra uma festa?-repetiu ele.

Sorri de modo adorável e assenti.

–É isso mesmo!-concordei.

Marionete coçou o queixo.

–Hum, deixa eu pensar, não!-disse Marionete, enfatizando a última palavra-definitivamente, não!

–Mas...mas...por favor!-implorei.

–E por que eu iria?-questionou Marionete.

Suspirei. Eu precisava de um plano. Então, uma luzinha se acendeu na minha mente. Coloquei as mãos atrás das costas e suspirei de modo decepcionado.

–Ah, tudo bem...-falei- eu irei sozinho...eu só achei que você gostaria de ver a sua amiga de novo, sabe? Aquela loira...

Marionete piscou, parecendo interessado agora.

–Você se refere a... a Âmber?-perguntou ele cautelosamente.

–Sim, ela mesma-concordei- mas tudo bem, você deve estar ocupado. Eu entendo, pode voltar a costurar a sua pelúcia nova...-falei, apontando para o boneco. Só que, aí, eu notei que não era um boneco; era uma boneca, de cabelos loiros compridos, vestidinho, sapatos e olhos azuis e orelhas e cauda de lobo brancas. Era a tal da Âmber. Marionete estava costurando uma pelúcia daquela garota.

Encarei meu amigo.

–É ela?-perguntei, pegando a pelúcia.

Marionete corou subitamente e tomou o boneco de minhas mãos e o guardando em sua caixa.

–Venha, vamos logo a essa festa-ele cortou rapidamente, tentando mudar de assunto.

Bati palmas de alegria e o puxei pela manga de seu casaco vitoriano. Fomos seguindo para a festa. Aquilo ia ser demais.

–Ah, nós vamos pegar alguns amigos no caminho-acrescentei.

Marionete me olhou com uma cara estranha, então, deu de ombros e me seguiu.

POV’S Toy Bonnie

Eu estava comendo uma pizza com Toy Freddy, a Toy Chica e a Toy Mangle quando Ballon Boy e Marionete apareceram na nossa sala.

Toy Chica sorriu.

–Olá, garotos-cumprimentou ela- sentem-se e comam com a gente!

Marionete balançou a cabeça, dizendo “não”.

–Estamos satisfeitos, obriga...-começou Marionete.

–Fale por você, eu estou com fome!-cortou Ballon Boy, aquele garotinho oferecido e esfomeado.

O garoto dos balões se sentou ao meu lado e Toy Chica lhe serviu um imenso pedaço de pizza de calabresa e um grande copo de refrigerante. Ballon Boy sorriu. Acho que ele tem uma queda por minha amiga. E ela versão antiga dela, Chica. E por qualquer ser vivo que use saia, vestido ou shorts curtos.

Olhei para Toy Chica e percebi que ela parecia e não a parecia com Chica, sua versão antiga. Toy Chica tinha cabelo loiros medianos, com uma presilha preta em forma de “X” numa mecha, pele clara, bochechas rosadas e olhos azuis com maquiagem roxa. Vestia um top branco (estilo “Maid”, sabe?)de mangas curtas amarelas com a frase “LET’S PARTY”, suspensórios rosas ligados ao seu short rosa curto com babados amarelos, meias- calças pretas, botas amarelas com laços rosas, meias brancas. Usava também um lacinho rosa no pescoço e luvas pretas de motoqueiro.

Toy Freddy era mais semelhante ao Freddy original. Tinha cabelos castanhos um pouco mais claros que o de Freddy, olhos azuis e bochechas rosadas. Usava uma camiseta social branca com três botões pretos, colete marrom da cor do cabelo com mangas até os cotovelos, sendo as mangas brancas com linhas finas marrons, calças pretas e sapatos pretos, com um cinto marrom e uma tira saindo dele, também marrom. Usava também uma cartola preta, uma rosa cor creme meio amarelada no colete e uma gravata borboleta preta no pescoço. Tinha orelhas e cauda de urso da mesma cor do cabelo.

Toy Mangle não se parecia nada com Foxy. Ela tinha cabelos brancos curtos, com um laço rosa na cabeça. Tinha um olho dourado (única semelhança com Foxy) e o outro negro, completamente preto, que contrastava com sua pele clara e bochechas rosadas. Usava uma blusa branca social, um laço rosa no pescoço, terno rosa com mangas compridas listradas de branco e rosa, shorts pretos com uma linha rosa na ponta, meias listradas de rosa e branco e sapatos pretos com saltinhos rosa. Tem um animal de estimação, o Endo, um robozinho estranho meio maluco de olhos esbugalhados, mas que Mangle amava. Era uma raposa branca.

Eu também não parecia nada com Bonnie. Enquanto ele usava roxo, eu usava azul. Meus cabelos são azuis (como meu rabo e orelhas de coelho), minha pele é clara, tenho olhos verdes e bochechas rosadas. Visto uma camiseta branca como a de Toy Freddy, com a diferença que minha camisa tinha mangas compridas brancas com finas linhas azuis., com um casaco azul e preto de mangas curtas, calças e cinto preto e sapatos azuis. Eu tenho uma guitarra vermelha, como a de Bonnie, o meu “Old”.

Nós não conversamos muito com nossos “Olds”. Quer dizer, as crianças gostam tanto da gente quanto deles, e agora não havia a rixa por eles quase terem sido jogados fora por nossa causa, mas, mesmo assim, nós não interagimos muito. Menos Mangle, ela e Foxy acabaram ficando muito amigos. Tanto que minha amiga o chama de “Foxy-Senpai”. Acho que ele gosta quando ela o chama assim.

Saí de meus pensamentos quando Ballon Boy arrotou ao meu lado depois de sua refeição. Torci o nariz.

–Desculpe-pediu Ballon Boy.

–O que te traz até nós?-perguntei, curioso.

–Eu queria chamar vocês pra ir a uma festa que os novatos elaboraram-disse Ballon Boy.

Toy Freddy piscou, confuso.

–Espere, eu ouvi direito?-perguntou meu amigo-você disse...novatos?

Ballon Boy assentiu, com um sorrisinho de contentamento.

–Sim, você ouviu direito-afirmou o garoto dos balões- chegaram novos animatrônics!

–Quantos?-perguntou Mangle.

Ballon Boy começou a contar nos dedos em silêncio.

–Hum...sete...é, sete animatronics novos-disse Ballon Boy-bem, vocês vão pra festa ou não?

Olhei para meus amigos. Eles sorriram.

–Claro, por quê não?-disse Toy Chica-espere um segundo, vamos nos trocar!

Cinco minutos depois, estávamos prontos. Toy Chica usava um vestido tomara que caia amarelo com detalhes rosas e saltos pretos e Mangle usava um vestido de alças finas rosa, com saltos pretos. Eu e Toy Freddy usávamos ternos e sapatos pretos, eu com uma gravata azul e Toy Freddy com uma gravata vermelha.

–Estamos prontos-anunciei.

Ballon Boy sorriu.

–Então, vamos lá!-apressou ele.

Seguimos Ballon Boy, ansiosos.

POV’S Golden Freddy

Novatos, não é? Interessante. Eu apenas vi os caixotes chegarem, mas não vi quem eram eles. E Freddy não quis revelar muito sobre eles. Então, só havia um jeito: descobrir por conta própria.

Eu estava na cozinha, procurando algo para comer, quando ouço vozes vindas do corredor. Espio um pouco e vejo os Toys, Ballon Boy e Marionete conversando animadamente, todos vestindo traje a rigor. Franzi a testa; para onde eles iam, tão arrumados assim?

Saí de meu esconderijo e fui até eles de modo furtivo. Cheguei por trás e pigarreei. Eles pularam de susto e se viraram para mim. Dei um sorrisinho.

–Olá-cumprimentei-onde estão indo?

–A uma festa!-falou Toy Chica, animada.

–Ah, uma festa, é?-repeti, curioso-interessante...

–Sim, os novos animatronics decidiram festejar-comentou Toy Bonnie- vamos lá, dar as boas-vindas a eles!

–Os novos animatronics?-aquilo estava interessante. Era o momento ideial-eu ouvi falar deles. Eu estou tão curioso para vê-los. Posso ir com vocês, se não for muito incômodo?

–Claro que pode!-disse Toy Freddy, sorrindo.

Ah, mas que bando de crianças inocentes.

–Esperem um segundo-pedi-vou só me trocar e já volto!

Ainda bem que eu sempre tenho roupas reservas para ocasiões especiais. Fui pra cozinha, vesti um terno preto, calcei sapatos escuros, coloquei minha gravata dourada. Voltei até o grupo. Marionete assobiou.

–Você foi rápido-comentou Marionete.

Sorri.

–Ah, eu não quero me atrasar-respondi-estou muito empolgado...

Eles sorriram e eu os segui. Agora, nem Freddy pode me parar.