Unidas pelo Sangue escrita por All StarCherry


Capítulo 2
O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Como prometido ai esta,
espero que gostem



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Cap.:2 O começo de tudo

Já faziam dois anos que tínhamos sido adotadas por um tal de Roger, que dizia ser irmão de minha mãe  ou seja, meu tio, eu não sei se ele queria que acreditássemos nisso ou não, mas é que sempre nos diziam ter os cabelos dela e eu os olhos....

E bem, ele não tinha nenhuma semelhança conosco. Ele tinha o cabelo encaracolado ruivo, mais para vinho e estava sempre com um chapéu.

No início ele era até presente, mas logo ele veio com essa coisa de “viajar a trabalho” e nunca mais voltou. Ele nos mandava cartas com dinheiro para comer e pagar as contas, mas nunca havia qualquer informação sobre o remetente.

Não tínhamos muito o que reclamar realmente, ele era rico e o apartamento em que havia nos deixado era ótimo. Tinha praticamente tudo.

- Aléxis... a voz de Luna por poucos segundos tomou minha mente, mas meu corpo recusava-se a se mexer. Aléxis...! novamente sua voz tornou a irromper meu sono, eu franzi o cenho tentando manter ao máximo aquela sensação levemente quente e gostosa entre a cama e o meu corpo. Aléxis! ela insistiu mais uma vez.

- Hum? foi tudo que eu consegui responder ainda grogue.

- ALÉXIS ACORDA!!

- Só mais 5 minutos, Luna...

- Aléxis, já são 6 horas – ela falava com aquela voz de anjo – e eu estou com fome – ela completou com um beicinho e com cara de cachorro sem dono foi quando novamente eu me deixei levar pela maravilhosa sensação entre minha cama e eu... Nossa, de repente ela ficou tão macia... e tão quentinha... Já está dormindo de novo? Acorda, sua chata – Luna balançou um tanto desesperadamente meu ombro  – eu estou com fomeeee...

- Ai, Luna, você tem que aprender a cozinhar, viu? – e eu já me sentava em minha cama. – Aí vai parar de me encher o saco e fazer sua própria comida.

- Se eu aprender começou ela pensativa , não vou mais precisar te acordar?

- Não – conclui.

- Então não quero aprender nunca, Luna tinha um brilho nos olhos – a sua comida é muito boa, Aléxis – "Que fofa..." pensei, pude sentir meus olhos brilharem, mas o que veio a seguir estragou tudo – além de que eu não resistiria ficar sem te encher.

- Ora sua... – ela apenas sorriu traquinas quando joguei meu travesseiro em seu rosto  e fizemos uma briga rápida de travesseiros.

- Anda logo Aléxis, são 6h15.  Luna me jogou um último travesseiro no rosto.

- Já arrumou suas coisas?  bocejei levemente.

Luna endireitou-se sentada na cama.

- Já. respondeu orgulhosa.

- Arruma a minha mochila então foi tudo que disse antes de passar por ela. 

- Por que eu sempre tenho que fazer isso? – ela disse fazendo manha

- Porque se não eu não faço o café da manhã.

- Tá bom, tá bom, estou indo!

Eu me arrumei e já tinha o café feito, eram exatamente 6h20. É, eu sei, eu me arrumo rápido. Era um café básico, leite, ovos e torradas. Não nos levem a mal, ou nos achem estranhas, mas nós tomávamos leite puro.

Era uma das poucas coisas em que concordávamos...

- Então... já arrumou?

- Já tá aqui sua mochila – ela disse pondo-a em uma das cadeiras.

Levamos 10 minutos para comer tudo. Eu esperava Luna escovar os dentes, já havia escovados os meus.

- Rápido! Como demora! – isso era impressionante, não importava se ela acordava primeiro, eu estava sempre na frente dela.

- Já vou..! – dizia ela com voz de choro

- Ele já está lá em baixo!

- Ele sempre está lá em baixo! – ela retrucou

Depois que nosso “tio” foi embora, ele deixou um empregado com a gente, o John.

O John é um cara muito legal, ele é nosso motorista e esta sempre de cap, uma blusa social e calças. Nunca entendi o por quê dele usar cap, ele sempre dizia algo como “Eu fico mais profissional e também é o meu emprego”.

Ele tem 20 anos, pelo menos foi isso que nos disse.

Não acho que seja verdade. Ele é tão engraçado, foi nosso primeiro amigo de verdade na nova vida com o nosso tio.

Ele parece ter uns dezesseis e sempre contamos tudo à ele. Ele dirigia apenas para nós um Uragano que ele dizia ser um carro italiano.

Para mim não fazia diferença, mas era realmente bonito. Ele nos deixava sempre na porta da escola e chegava umas duas horas antes das 6h, sempre esperando por nós.

Tinha nos dado até seu telefone em caso de problemas. Ele era ou não era um cara legal?

- Então, vamos? – disse ela tirando-me de meus pensamentos

- Ah, claro – pegamos nossas mochilas e fomos em direção ao elevador, mal sabíamos quem iriamos encontrar...

Nós morávamos no oitavo andar do prédio. Era uma vista muito bonita, mas demorava demais para descer. O elevador era tão lerdo!

Entramos no elevador com um tanto de pressa, já era 6h30 e eu murmurava um “Vai, vai, vai, vai, seu elevador lerdo...”. Enquanto Luna ria baixo.

Todas as nossas manhãs eram assim, mas eu não podia parar de me preocupar. Era, de certo modo, um costume. Até que para estragar meu dia a senhorita Rodrigues entrou no elevador.

Será que eu já falei que a senhorita Rodrigues é a professora de historia do mundo na minha turma? E será que eu já contei que senhorita Rodrigues mora no mesmo prédio que eu, só que no andar de baixo?

E será que eu já contei que ela é a professora mais chata do mundo inteiro?! Ela está sempre no nosso pé. Nos enchendo o saco e cobrando mais e mais!!

Ela parece ser paga para nos vigiar.

Senhorita Rodrigues entrou no elevador e murmurou um “Não era para vocês já estarem na escola?” com aquela voz de bruxa que só ela tinha.

- Engraçado... eu ia perguntar o mesmo de você, bruxa velha!

- Ora, você...

- É um prazer vê-la, senhorita Rodrigues – Luna me deu uma cotovelada e murmurou bem baixo no meu ouvido – “Está louca?”.

Não respondi, ficamos em silêncio escutando a senhorita Rodrigues falando coisas de como eu tinha sorte por minha irmã ficar me controlando o dia inteiro, ela dizia algo como “Tem que aprender modos, o que seus pais não lhe ensinaram antes de sumir! Uma pena! Pelo menos a menor tem mais consciência... e blábláblá” coisas que eu simplesmente ignorei.

Tocar no assunto dos nossos pais sempre deixa Luna triste, isso me deu raiva e eu simplesmente a cortei.

- Com todo o respeito Senhorita Rodrigues, mas não estou de bom humor hoje para ficar escutando suas reclamações, então eu peço gentilmente que guarde isso para nossa aula – ela me olhava pasma, junto com Luna e seus olhos chorosos. O elevador chegou ao térreo – foi um prazer falar com a senhorita, mas temos que ir.  e olhei o relógio – Já estamos atrasadas.

Só peguei na mão de Luna que parecia pasma e hipnotizada, assim como a senhorita Rodrigues e sai do elevador. Luna já devia estar acostumada, afinal é minha irmã, sabe como eu sou.

Seus olhos estavam longe, por assim dizer, eles perderam seu brilho por alguns segundos enquanto a arrastava pela portaria, então ela voltou a si.

- Obrigada.

- Para quê servem as irmãs?

Já estávamos saindo da portaria e vimos John encostado no carro. Ele usava seu cap de sempre, uma blusa social e jeans como um típico adolescente americano que em um dia normal decidira usar um cap de motorista sabe-se lá por que. 

- Finalmente! –e ele pareceu reparar os olhos ainda chorosos de Luna  – mas o que que...

Eu sabia que Luna não iria querer falar nada, ela não gostava que as pessoas a tratassem como se fosse de vidro.

- Estamos atrasados – foi tudo que eu disse, e assim, ele entendeu.

No caminho ficamos quietas enquanto John dirigia, ele parou a porta da escola, eu já ia abrir a porta e sair correndo pra entrar, já que eles a trancavam assim que dava 7 horas, então o lema era “Chegue cedo ou vá para casa”, mas a porta estava trancada.

- Então vocês iam embora sem me contar nada? – John nos olhou com certa reprovação.

- Foi a senhorita Rodrigues – soltei de uma vez.

- Nossa que mulher chata! O que ela fez dessa vez?

- Nada de mais, só o fato dela existir já me irrita. – disse com o habitual de indiferente. Sempre deixei mais que claro meus sentimentos por ela, afinal, vou fazer o que? Ela me odeia, eu a odeio... É recíproco. Negar pra que? Ela também não nega, só me trata de modo mais "amável" na escola por que pode descontar em minha notas aquela...

- Luna, esquece essa mulher!  – John cortou a linha de meus pensamentos – Não ligue para o que ela fala! Sabe que é tudo mentira...

- Ela tem razão...  – Luna o cortou – eles nos abandonaram.

Provavelmente John ia dizer alguma coisa bastante madura que demoraria cerca de 20 minutos, mas nós não tínhamos esse tempo então eu simplesmente peguei a mão de Luna e disse:  – Não importa – e procurei seus olhos com os meus –, vou estar sempre ao seu lado, para o que der e vier.

John sorriu e abriu as portas, já ia sair quando Luna me prendeu em um abraço.

- Para o que der e vier?

- É... para o que der e vier...

- Não quero ser chato, mas... já vão fechar os portões.

Isso foi o suficiente pra sairmos correndo como desesperadas gritando “Espera aí! Eu já estou indo!”.

Luna e eu éramos muito conhecidas na escola, não que esteja me achando. Mas isso era verdade. Eu tinha acabado de ficar solteira, o que fazia com que muitos me cantassem e não quanto sei quanto a você, mas eu adoro isso.

Já Luna era sempre solteira, nunca namorou, nem beijou, não que eu não tenha permitido. Sempre a incentivei, mas ela dizia algo como: “Tem que ser com alguém especial”. Tinham alguns corajosos e outros galinhas que ainda insistiam em chamá-la pra sair. Às vezes ela até aceitava o convite, mas nunca saia como eles queriam.

Assim que chegamos procuramos um conjunto de cadeiras vazia. Achei um conjunto vazio em um canto da sala e enquanto caminhava até lá escutei coisas típicas como: “Que isso”, “Senta aqui”, “E aí, Aléxis?” ou então alguns suspiros, não entendia muito bem o que eles viam em mim, mas estava me acostumando com isso...

Sentei em uma das cadeiras e Luna ao meu lado. Ela estava vermelha. Provavelmente lhe disseram coisas parecidas enquanto me seguia. Luna era assim, tão delicada, tão... fofa. É eu sei minha irmã é fofa.

Tivemos aula de Química, Física, e blábláblá, ou seja, aulas que decidi ignorar e então tivemos aulas de mitos gregos, as únicas aulas em que me concentrava e conseguia acompanhar, pelo menos enquanto ele falava, já quando nos mandava ler... é outra historia.

Luna também amava essa aula junto com o professor. Ele se chamava Nicolas, era muito legal e realmente sabia dar aula. Ele tem uns 24 anos, mas aparenta ter 17, tem o cabelo cacheado em um castanho avermelhado e sempre está de boné.

Isso é um tanto estranho, mas ele é tão legal que ninguém reclama disso.

Logo depois da aula de Mitologia Grega tivemos aula de que?

Adivinha! Pois é! Se você acha que tivemos aula de Historia do Mundo está totalmente certo.

Não sei porquê, mas quando o professor Nicolas saia de sala e deu de cara com a Senhorita Rodrigues ela o olhou feio e murmurou um “Bom dia, Nicolas” ele a olhou com um tanto de medo e saiu correndo pelo corredor.

- Bom dia, pivetes. – como sempre ninguém a ouviu, simplesmente a ignoraram. – CALADOS! – e imediatamente todos se sentaram. – O Trabalho em cima da mesa. – e foi passando recolhendo os trabalhos

Ela nos havia mandado um trabalho de 1000 palavras sobre a Segunda Guerra Mundial. Luna e eu havíamos feito 2000 palavras, estávamos satisfeitas com nós mesmas.

Tudo bem, admito que devo ter escrito 500 das 2000, mas não me leve a mal. Luna sabe que eu tenho muito dificuldade nisso, não que ela não tenha, ela tem e muito. Mas Luna quer ser escritora quando crescer, ela tem muita imaginação e sei que um dia vai conseguir.

Mesmo com essa dificuldade ela se esforça todos os dias para escrever seus contos. Luna me mandou ler alguns, até tentei, mais não consigo! As palavras simplesmente escapam do papel. Então um dia Luna leu para mim e eu sei muito bem que ela tem bastante talento.

Ela sabia que eu mal conseguia escrever 10 linhas, imagina 500 palavras! Ela não estava chateada comigo, estava feliz pelo trabalho que tínhamos feito.

A senhorita Rodrigues foi a nossa mesa, pegou o nosso trabalho e disse: – Ora, ora, Aléxis e Luna, é o trabalho de vocês? – ela deu ênfase a “vocês”, mas eu tentei ignorar.

- Sim, senhorita Rodrigues – disse Luna sorridente. –, são 2000 mil palavras

Ela pareceu surpresa e eu normalmente diria “Fecha a boca, eu quero respirar” mas me controlei.

- Minhas queridas, eu acho que vocês não entenderam.

- Hãn? – soltamos juntas.

- Era pra fazer o trabalho com um colega e vocês são irmãs, o que lhes dá certa vantagem e eu não posso dar vantagens para um aluno em especial, tenho que tratá-los como iguais.

Tratá-los como iguais? Isso só pode ser brincadeira.

- Como é que é? – juro que tentei fazer soar como uma pergunta normal, mas saiu mais como uma ameaça do que qualquer outra coisa.

- Vou lhes dar um 4,5 – e me olhou nos olhos  – acho que assim está bom.

Eu já ia pular nela e começar a lhe dar uns bons socos merecidos, mas Luna me segurou como se previsse isso.

- Obrigada, senhorita Rodrigues – ela forçou um sorriso que Senhorita Rodrigues lhe devolveu de um modo igualmente forçado, porém arrogante e foi passando as outras mesas. Luna me soltou.

- Por que você me segurou? Eu devia ter dado uns socos nela e um bom chute naquela...

- Está louca? Nossas notas em História do Mundo já são baixas, quer baixá-las ainda mais?!

- Hum! Mas admita, ela merece uns chutes bem dados naquele tra...

- Sim, eu admito, mas não quero ser reprovada.

- Hmf!

E a partir daí a aula foi um porre! Depois de tudo, quando finalmente acabou a escola ficamos um pouco com o nosso grupinho até que John nos levou para casa. Estávamos na cama fazendo os deveres de casa e fui a cozinha fazer café para não pegar no sono.

Enquanto fazia o café pensava no quanto a senhorita Rodrigues era irritante. Porra, eu escrevi 500 palavras para tirar 4,5?!

Isso não estava justo! Não ia ficar assim! Foi aí que eu soquei com raiva a parede e a luz do prédio todo falhou.

- Casetada...

- Aléxis! – Luna já choramingava

- Foi sem querer! A culpa não foi minha!

- O que você fez?! Eu estou com medo...

- Ai, caramba. – em um momento de desespero soquei a parede de novo e a luz voltou.

Olhei confusa para minhas mãos, mas não havia diferença alguma. Elas continuavam em seu tom normal, apenas estavam em um tom avermelhado pelo impacto com a parede, mas fora isso estava tudo normal.

- Pára com isso! Não é legal!  – ouvi Luna gritar do quarto.

- Não fui eu! Eu não fiz nada.

Podia ouví-la correndo em direção a cozinha, provavelmente para brigar comigo ou algo do tipo, mas então a campainha tocou.

Não pensei duas vezes e esse foi meu erro, eu abri a porta e vi uma senhorita Rodrigues me olhando com um tanto de satisfação.

- An... senhorita Rodrigues? – por que ela esta me olhando desse jeito?

- Senhorita Rodrigues! É uma honra....

- Chega desse teatrinho. – e seus olhos assumiram um tom escarlate. – Chegou a hora de vocês, semi-deusas.


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Notas finais do capítulo

Ja leu?
Deixem um comentario, uma recomendaçao, uma nota
qualquer coisa
me digam se gostaram vai
plz....
me contactem
 
Ps: Continuo talvez amanha,
amanha nao ja é de madrugada xD
continuo talvez hj dia 22
depende de quantos comentarios, notas ou indicaçoes eu rceber.... xD
é eu sou má
mais adimita q sei escrever ù.ú
vlw bjks
                       Sinceramente,
                                               Isabella



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