Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 33
Il gioco degli scacchi


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEEEEE!

Tenho que começar essas notas agradecendo, como sempre, vocês! Os comentários, as teorias, os questionamentos, as confuões ksksksksksks tudo tão lindo! Aquece meu coração ver o feedback de vocês!! Chegamos aos 101 favoritos, estamos caminhando para os 500 leitores e, graças à linda Buba, LDA está com mais uma recomendação! Muito obrigada, Buba, de coração! ♥ ♥ ♥

Obrigada a cada um de vocês por todo esse amor! Estou muito chorosa por estarmos na reta final, e aviso desde já que é capaz das minhas notas serem maiores do que o último capítulo em si ksksksksksk muita emoção, gente! Obrigada!

Vamos aos negócios agora! Hehehehehe Esse capítulo e o próximo estão recheados de esclarecimentos. Aqui, veremos o pensamento do Ernesto fazendo toda uma retrospectiva do caso, e, no seguinte, mais esclarecimentos rsrsrs [e, claro, o graaaaaaaande momento está chegando!!] Espero que gostem, de verdade! ♥

Ah, coloquei os flashbacks em itálico!

Boa leitura ♥

► PLAYLIST
https://www.youtube.com/watch?v=tNx1y8AXZxw&list=PLm_bv0SbG68UdaGyxvje2S6Vyd79Z5tmc

*Il gioco degli scacchi = O jogo de xadrez



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O quê? — os lábios do garoto Potter tremiam como se, subitamente, estivesse enfrentando uma nevasca, e a expressão de Scorpius deixava claro como a recém-conquistada esperança de paz parecia ser tirada a força por uma horda de dementadores. 

— Você está detido — repetiu, fazendo um pedaço de pergaminho levitar em sua frente. — E tem o direito do silêncio. 

— Como pode achar que Alvo tem algo a ver com isso? — Scorpius, incrédulo, se pôs na frente do amigo, segurando a varinha ao lado do corpo com a ponta dos dedos. 

— Senhor Malfoy, eu peço, por gentileza, que saia da frente do senhor Potter e me permita fazer o meu trabalho.

Trabalho? — ele deu risada, engolindo as lágrimas que começavam a encher seus olhos. — A última coisa que você está fazendo é o seu trabalho, Ernesto, sabe por quê? Enquanto está aqui brincando de auror, o McLaggen está solto. Você não está fazendo o seu trabalho. Você está fazendo uma grande merda. Se tem alguém que deveria ser detido, esse alguém certamente é o McLaggen. 

— Até que se prove ao contrário, Alvo Severo Potter está detido. Caso não queira ter o mesmo destino, por favor, saia da frente. 

— Scorpius… Vai ficar tudo bem — Alvo pôs as mãos no ombro de Scorpius, começando a andar em direção a Ernesto. — Os ingredientes das duas poções que Rose tomou eram meus, no final das contas, e qualquer bruxo de respeito deve responder por suas responsabilidades. Como eu sei que não fiz nada de errado, tenho certeza que isso só não passa de um grande mal entendido. 

Scorpius ficou sem reação, assistindo o melhor amigo ser levado enquanto a casa inteira era preenchida pelo choro ensurdecedor de Leo no andar de cima. Os passos de Roxanne ecoaram depois de um ranger de porta, como se tentasse acalmar o bebê de alguma forma. Quando os aurores aparataram com Alvo, ele demorou alguns minutos sentado num degrau da escada, olhando a rua deserta através da porta escancarada. O que estava fazendo errado?   

A mesma pergunta ecoava na mente de Alvo, e tudo ficou mais confuso quando aparatou no Quartel General dos Aurores, tudo vazio e apagado. Não era um lugar desconhecido; mesmo contra a vontade de Harry, ele e James vez ou outra perambulavam pelo local para brincar de esconde-esconde nas vezes em que tinham de acompanhá-lo quando eram pequenos. Os móveis continuavam os mesmos, as paredes, a placa dourada que indicava a sala de seu pai no fim de um corredor de mármore negra. 

Ernesto fez um sinal para que Alvo o seguisse até uma porta de madeira, onde já havia entrado quando para prestar depoimento, há alguns meses. Ao chegar lá, deu de topo com seus pais e tios. 

— Você não estava indo para Manchester? — foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça no instante em que seu pai lhe abraçou. — Como veio tão rápido? Você já sabia que isso ia acontecer? Vocês não deveriam estar no supermercado? — as orbes verdes de Alvo pareciam querer saltar óculos afora ao ver seus tios ali, parados, como se nada estivesse acontecendo. 

— Senhor Potter, respire fundo, sim? Você não vai pra Azkaban por guardar asfódelo em pó no seu malão, embora não seja algo lícito, tampouco dentro de Hogwarts, mas… Acalme-se — a voz de Ernesto tinha um tom levemente debochado. O homem deu a volta na mesa e ocupou sua cadeira giratória, respirando fundo. 

— Temos algumas coisas para explicar para você — Harry disse, guiando o filho até o assento na frente do auror. — Ernesto, na verdade, tem. 

— Você vai desaparecer por alguns dias, ou semanas, ou o tanto de horas necessárias para que tudo corra seguindo o planejado, como se estivesse detido. Seu pai vai te levar para Manchester com ele para você sumir das vistas alheias e quando seu retorno for oportuno, você ficará sabendo. 

Desaparecer? — engoliu a seco. — Não estou sendo preso, então?

— Não — Ernesto pigarreou. — Por enquanto, você está sendo apenas um peão. 

No grande jogo que, aos poucos, Ernesto Macmillan armou, só lhe restavam duas peças no tabuleiro: Alvo e Scorpius; caso não conseguisse avançar as casas sem o inimigo notar, sua rainha estaria em risco e o xeque-mate poderia ter um preço alto. 

Os anos como auror de casos menores lhe rendeu experiências boas e ruins o suficiente para saber que, na maioria das vezes, era melhor escolher abordagens com baixo dano e alta eficácia. Desde julho, quando o inquérito fora aberto, ele se via em desvantagem, principalmente devido aos protagonistas da trama. De um lado tinha seus colegas de trabalho que não conseguiam passar um dia sem tocar no assunto, do outro tinha um oponente estranho e desconexo. Nada fez sentido para ele, pelo menos não até perceber que uma peça importante lhe havia sido tomada. 

Fazem doze dias que a minha filha não acorda e achamos que ela está enfeitiçada. Queremos abrir um inquérito

Você sabe o protocolo muito bem. Casos menores são burocráticos e não podemos fazer nada quanto a isso. Recomendo que procurem um medibruxo e me tragam uma declaração de — Scorpius colocou o papel sobre a mesa de mogno. Ernesto sorriu, deslizando com os dedos para a ler. — Essa mesmo. Para seus devidos fim, Draco Malfoy atesta o estado de Rose Weasley como de caráter de encantamento. Interessante — girou em sua cadeira. — Devo dizer que ele tem um bom desempenho reconhecendo magia negra. É um pouco estranho pensar que ela está presente nos conflitos do dia a dia, eu sei. Contem a história

Segundo os depoimentos que havia tomado, tudo começou após uma visita ao vilarejo de Hogsmeade, quando Rose chegou a ir para a Ala Hospitalar devido a uma incessante dor de cabeça e ânsia de vômito, crédula de que seus sintomas eram relacionados aos cupcakes de amora selvagem da Madame Puddifoot. 

— Bom dia, Madame Pomfrey. — saudou assim que a senhora entrou em seu campo de visão, logo caminhando em sua direção.

— Rose Weasley! Não me diga que o seu irmão quebrou de novo o braço!

— Por enquanto não. — Rose sorriu. — O problema é comigo desta vez.

— Diga, então.

— Eu comi um cupcake de amoras selvagens e parece que não foi tão bom para o meu estômago, estou com uma dor de cabeça terrível e ainda sinto o gosto na boca.

— Ah, essas amoras selvagens, sempre perturbando a nossa paz. — suspirou. — Sente-se em uma das camas, querida, já vou te dar uma poção.

Com a persistência de todo o desconforto e o mal estar numa partida de quadribol, Alvo encontrou Rose no banheiro dos monitores e fez uma poção de gravidez; tendo sinal positivo, ela ingeriu uma outra poção, feita por Alvo e Scorpius, que continha inicialmente: casca de wiggentree, muco de verme gosmento, ditamno, pétalas de narciso e vagem soporífera. Contudo, Rose teve uma reação adversa à poção, quase perdendo o bebê, e nela foi encontrado por Alvo Severo Potter: asfódelo e pó de presas de cobra. 

— Rose, você está bem? — ouviu Roxanne perguntar. Ela assentiu, respirando mais fundo do que da vez anterior. Abaixou a cabeça e fechou os olhos com força na tentativa de parar com o desfocar de sua vista. — Rose?

Seu estômago parecia corroer-se em ácido, e um leve borbulho fez sua garganta coçar. Ao tossir, sua visão focou novamente e conseguiu enxergar a bancada. A tosse era profunda, sentia sua garganta sendo rasgada. Seu pergaminho caiu da mesa junto com sua pena, e Rose teve que se apoiar com as duas mãos para deixar a incessável tosse parar. Não tinha forças para sequer ir tossir do lado de fora da estufa.

— Senhorita Weasley?

Em meio a uma respiração pesada e olhos cheios de lágrima devido ao esforço dos pulmões, Rose ergueu a cabeça para encarar o professor. Seu rosto estava grudento de suor e sua boca entreaberta esperando o momento incerto da próxima tosse, que sentia estar por vir. Viu o professor deixar o livro na mesa para andar em sua direção, e colocou a mão fechada em frente a boca para tentar conter a tosse que fez todo seu esôfago arder. Ao abrir os olhos, sentiu seu corpo congelar ao ver sua mão coberta de sangue.

Não muitos segundos depois, outro rompante de tosse fez o sangue Weasley voar sobre a bancada e uma instantânea fraqueza lhe atingir as pernas.

— Professor, temos que levá-la a Ala Hospitalar.

Dias após sua recuperação, Rose começa a ingerir balas azuis de tulipas, cujo ingrediente principal consistia em doses da poção Amortentia. 

— É melhor você descansar mesmo, e tomar suas poções direito. — Ryan respondeu imediatamente, enfiando a mão dentro de sua bolsa para tirar, então, um saquinho cheio de balas azuis. — Essas balas têm a base de tulipas, dizem que se você ingerir uma por dia pode se sentir muito bem. Por isso quero dá-las para você — estendeu o saquinho, sorrindo.

— Obrigada, Ryan, de verdade — Rose sorriu e, ao vê-lo se aproximar para um abraço, desistiu de desviar de tal afeto. Apesar da rixa com Scorpius, ele estava sendo um bom amigo.

As coisas permanecem normais, na medida do possível. Contudo, as pessoas ao redor de Rose começaram a notar que havia algo errado com ela, mas atribuíram o motivo ao seu relacionamento instável com Scorpius e a recém descoberta da gravidez. 

— Eles não são, ou eu que nunca vi eles sendo, amigáveis um com o outro, o que é extremamente estranho. Não sei se são assim porque, bom, eles são estranhos de natureza… O Scorpius… Eu nunca vi eles se beijando, abraçando, ou sei lá, e a formatura foi um terror. Por Merlin, que tragédia, eles dançaram, mas a Rose estava estranha. É isso, a Rose está estranha desde depois dessas poções. Ela não é a Rose, é só uma marionete. 

— Estranha como?

— Ela me ama e odeia, se aproxima e se afasta, está feliz e triste ao mesmo tempo, fala uma coisa e em seguida volta atrás

Até a marcante noite de formatura, quando Rose desmaiou e demorou quatorze dias para acordar. Segundo Alvo, nessa data, ele, Scorpius e Roxanne estavam numa sala de poções, e Scorpius os deixou quando era a hora em que Rose voltaria da Torre do Relógio. Ao se encontrarem, ela desmaiou. 

— Quando a Rose foi encontrar o McLaggen na Torre do Relógio ele foi pra lá e depois foi embora para encontrá-la; eu e a Rox ficamos até tarde

O colar que usava, o qual era um presente de Scorpius, continha resquícios de magia negra segundo o relatório do Ministério. 

— Tanto a bala quanto a poção compartilham de uma dose proporcional da poção Amortentia inserida em fragmentos de pétalas de tulipas azuis. 

— E o que isso significa? — Ernesto girava de um lado para outro na cadeira de seu escritório, fitando com atenção o responsável pelo caso no Departamento de Mistérios. 

— A poção em si tinha dois objetivos: reduzir a força do feto e inserir uma nova forma de amor. Quando inspiramos amortentia, sentimos cheiros singulares que nos lembram a coisas e pessoas, certo? Tendo ingerido algo de cor, aroma e forma específica, como uma flor, a garota teria uma propensão a cair no efeito da poção conforme fosse reforçada. As balas são esses reforços. 

— Então, as balas deveriam deixar ela apaixonada pelo seu produtor. É isso?

— Sim.

— E por que ela não ficou assim? Apenas estranha. O garoto Malfoy disse que ela uma hora ama, na outra odeia, se aproxima e se afasta. 

— Muito provavelmente o bebê lutou contra a magia da poção. Ele não aceitou ela no corpo da mãe, porque não devia ter nada a ver com o seu pai… E um bebê nada mais é do que metades de duas pessoas, o fruto de um amor. E o amor é a magia mais poderosa que existe, Ernie. 

— É o que dizem, pelo menos. Certo. E o colar?

— Dominação de magia negra, não das melhores, mas suficiente para substituir o efeito das balas por um tempo maior sem reforço. Ela demorou quatorze dias porque quem manipulou a magia quis assim, era o suficiente. O bebê poderia ter morrido, na hipótese de passar desse período. 

— Não estou entendendo se o propósito é deixá-la apaixonada, matar ela ou o bebê. 

— As tulipas azuis que você me entregou também estavam enfeitiçadas, o aroma poderia ser tóxico ao bebê ou levar ela a fazer algo estúpido. 

— Como por exemplo?

— Sair de casa, procurar o tal McLaggen. 

— A única coisa que liga ele nesse caso é o fato dele dar as coisas para ela, mas… Em termos de manipulação de magia, ingredientes… Nada que possa lhe render alguns anos em Azkaban. 

— Quem fez a poção?

— Scorpius e Alvo. Ela foi adulterada com asfódelo e presas de cobra, e ainda tem o bônus da amortentia. 

— Adulterada por quem?

— Só Merlin sabe por enquanto, Bones — Ernesto respirou fundo. — Bom trabalho

A única forma de conseguir enganar seu oponente ardiloso, seria expor os últimos peões para que ele fosse traído pelo seu. Segundo as cartas de Roxanne, havia um traidor, e se ele traiu uma vez, trairia a segunda.  Precisava de um movimento em falso, e de preferência antes que Rose acordasse do efeito do antídoto. 

— Eu manipulei esse antídoto junto com outros colegas do St Mungus — Draco Malfoy lhe entregou um pergaminho contendo toda a bula. — Rose vai tomar antes de completar quarenta e oito horas do nascimento do bebê e, com sorte, vai acordar antes de trinta horas. 

— Com sorte?

— Não é uma tentativa, Ernesto, pode dar alguma coisa errada no processo. Se tudo der certo, nada relacionado aos encantamentos vai surtir efeito no metabolismo dela. É o que antídotos fazem. Mas durante essas horas, ela e o bebê estarão magicamente debilitados. 

— Estou com um plano em mente, talvez essa seja a isca que precisamos. 

— Alguém precisa ficar com ela. 

— Vou falar com os Weasley, embora eu sei quem pode servir de guardiã

Por isso, quando Harry foi embora do Quartel dos Aurores junto com o filho e os Weasley voltaram para casa, Ernesto sentia-se à beira de um colapso nervoso. Verificava seu relógio de pulso contando as horas restantes de seu prazo, olhava para a porta de sua sala na expectativa do seu convidado de honra aparecer. 

[...]

Fazia alguns minutos que Hermione e Ronald tinham chegado do supermercado. Ambos estavam na sala, junto com Scorpius, que chorava tão alto quanto seu filho. Sentado no sofá, com os cotovelos apoiados nas pernas, a cabeça entre as mãos, dava para ver suas lágrimas caindo pesadas e sentir com ele o tanto que seu coração estava partido. 

Scorpius não sabia o que pensar, ou dizer, ou fazer. Não era mais possível achar recursos dentro de si mesmo para superar aquele momento ruim, estava cansado de ter de passar por cima de si mesmo por tantas vezes consecutivas. Estava difícil suportar a pressão de ter engravidado uma garota, a situação nublada em que ele e Rose tinham se metido, toda a narrativa de envenenamento; quase perdeu seu filho, quase perdeu a garota que amava, quase perdeu tudo. E, para completar, seu melhor amigo estava sendo detido por algo que não lhe dizia respeito, a única pessoa capaz de permanecer ao seu lado durante as tempestades mais tenebrosas não estava ali. Não era justo, tampouco iria resolver o problema. 

— Scorpius… — Hermione passava a mão pelas costas do rapaz, carinhosamente. 

— Por que é tão difícil… perceber que... foi o McLaggen? — na tentativa de respirar, ele foi embalado novamente pela sensação angustiante em seu peito. — Alvo não tem... nada... a ver com isso. 

— Nós vamos dar um jeito nisso. 

Que jeito? — olhou para ela, tentando segurar seu choro. 

— Sempre tem um jeito, Scorpius — foi Ronald quem disse, sentado na mesa de centro. Ele fechou os olhos com força a medida em que o choro de Leo ficava mais alto. — Por Merlin, Hermione, por que esse choro todo?

— Vou lá com a Roxanne — ela depositou um beijo no ombro do rapaz e passou a mão pelos cabelos suados antes de se levantar. Os dois ficaram em silêncio por um longo instante. 

— Harry já deve estar no Quartel à essa altura — o rapaz assentiu, fungando. Ao passar as mãos pelo rosto, contendo-se, inspirou o máximo de ar numa falha tentativa de sentir-se melhor. 

— Eu preciso fazer uma coisa. 

— O quê?

— Mandar um patrono avisando o Adam. Eu não sei onde ele se meteu, mas tenho certeza que essa picuinha dele e do Alvo não é importante agora. Ele precisa saber. 

— É… Tem razão. Vou pegar um copo de água com açúcar pra você.

Aos poucos, Scorpius conseguiu se recompor; suas bochechas queimavam como se estivesse num sol ardente de verão, os ombros tensionados, e o nariz entupido. Pegou a varinha para conjurar o patrono, tendo a sua melhor e mais recente lembrança feliz preenchendo a mente: Rose com Leo nos braços, olhando para ele como se fosse seu bem mais precioso, porque de fato era. 

Quando finalizou seu feitiço, bebeu o copo de água que Ronald segurava e inspirou profundamente. Já fazia minutos que Hermione havia subido para ver o bebê e ele ainda chorava desesperadamente, o que aumentava a sensação de desesperança no coração de Scorpius. Rose estava no quarto, deitada, dormindo num sono profundo, mesmo com um barulho capaz de acordar a casa inteira; pensar na pior possibilidade poderia não ser o indicado no momento, mas era inevitável não ter o corpo tomado por um arrepio tenebroso quando imagens de um futuro sem Rose lhe perturbavam. 

Junto com Ronald, eles foram até onde Hermione andava de um lado para o outro, calmamente, com Leo no colo. O choro era mais alto, agudo e pior de perto. 

— Não seria bom chamar o seu pai, Scorpius? — Roxanne, sentada na poltrona, perguntou. Tinha uma mamadeira na mão e a expressão desolada. — Por Merlin, isso não deve ser normal. Faz muito tempo. 

— Ele deve estar sentindo que Rose não está aqui — se nem Scorpius sabia lidar, quem diria um bebê de nem três dias de vida. — Por que não pega ele um pouquinho? 

Prontamente, Scorpius assentiu, e com toda a delicadeza possível pegou o bebê que tinha o rostinho vermelho de tanto chorar, lágrimas escorrendo sem parar. Segurou firme com um braço, para que pudesse tocar as mãozinhas fechadas com a ponta do dedo indicador. 

— Por que você está chorando, Leo? — perguntou, iniciando o suave balançar para acalmá-lo. — O papai está aqui. Você lembra que eu falava, todas as noites, que eu sempre ia estar do seu ladinho? — levou alguns minutos para que o bebê diminuísse o choro para conseguir ouvir a voz de Scorpius. — A mamãe só está dormindo… Já já ela vai acordar… Mas eu, o vovô, a vovó e a tia Rox vamos ficar aqui com você… É, nós vamos… 

Depois de várias voltas pela casa, conversas e uma mamadeira, Leo parou de chorar e adormeceu nos braços de Scorpius. 

Embora ver seu filho dormindo tranquilamente fosse gratificante, o rapaz não teve uma boa noite de sono, e o dia seguinte provou que as coisas tinham uma tendência a ficarem ainda piores. 

Passava das cinco horas da tarde quando a campainha da casa tocou. 

— O que faz aqui? — Scorpius perguntou ao se deparar com Ernesto Macmillan na porta. Ele tinha uma feição tranquila, os olhos com um brilho suspeito. 

— Posso entrar?

— Infelizmente a casa não é minha para que eu negue — rispidamente, deu-lhe passagem, logo acompanhando-o até a sala. 

— Peço desculpas, Scorpius, por tudo que aconteceu ontem, mas acredite quando eu digo que foi necessário.

— Necessário? Francamente, como que deter o Alvo pode ser necessário?

— Quando pensamos num contexto amplo, às vezes deixamos escapar algumas coisas… Sempre comparo as minhas investigações à tabuleiros de xadrez, e cada parte esquecida é um peão que eu negligenciei — pigarreou, acomodando-se no sofá. — Alvo foi esse peão-chave que me levou ao meu peão quase perdido. Ou, na linguagem de Roxanne, Alvo foi o rei de ouro que me levou até os valetes… Na verdade, ele fez com que um valete viesse até mim. E eu estou aqui para te deixar ciente do que deve fazer quando o valete de paus bater na sua porta. 

 


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Notas finais do capítulo

Acho que o mais icônico dos comentários foi: "eu suspeitei do Alvo uma vez, mas agora eu não acredito que seja ele!" ksksksksksksks Poucas leitoras defenderam o nosso lindinho Potter, coitado! Outra coisa, eu percebi que no cap anterior muitos não se atentaram à questão dos reis e dos valetes das cartas...

Agora me digam: qual é a do Ernesto? Qual é o plano dele?

Provavelmente no próximo fim de semana tem o cap 34, meu Merlin amadooo!! Estou muito ansiosa, scrrrrr!

Acho que está mais na cara quem são os valetes, né? Quero as atualizações das teorias na minha mesa ksksksksksksksks

Um grande beijo para vocês! ♥ ♥ ♥