Forever Young - Jorge e Margarida escrita por HeyTheNerd


Capítulo 2
Capítulo 2 - Um Abraço Reconfortante




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P.O.V Margarida

Acordei hoje dando bom dia para o sol, para os pássaros, e para as plantas. Mas, quando fui dar bom dia para o relógio...

AH, MEU DEUS! TÔ ATRASADA!

Me vesti e desci as escadas correndo, peguei um pão e minha mochila. Já ia saindo, quando lembrei de uma coisa.

– Tia Cris! - Chamei.

– Diga, Margarida. - Ela veio em minha direção.

– O dinheiro para a apostila de português.

– Ah, claro. - Ela disse.

Ela procurou alguma coisa nos bolsos do avental.

– Desculpa, Margarida, mas...

– Tudo bem, tia. Sei que estamos sem dinheiro. - Eu suspirei. - Posso emprestar a apostila de algum colega. Até.

– Até. - Ela disse.

Então corri para não me atrasar.

2 Horas Mais Cedo

P.O.V Rosana[Mãe Do Jorge]

Já faz uma semana que o Jorge não sai daquele quarto. Ele não está indo mais para a escola, e as notas dele estão péssimas.

Claro que as notas dele são o de menos, e que o mais importante é ele, mas mesmo assim...

– Assim não dá, Rosana! O Jorge precisa sair! - Alberto dizia.

– Mas você precisa entender, Alberto! - Eu disse.

– Entender o quê? Ele nem nos contou porque se trancou no quarto!

Então, contei tudo a ele.

– Poxa... - Ele disse.

– Viu?

Então, ele sobe as escadas e bate na porta do quarto do Jorge.

P.O.V Alberto[Pai De Jorge]

– Jorge?

– Sai daqui, pai, por favor. - Ele disse quase em um sussurro.

– Por favor, filho, abre essa porta, eu quero conversar com você.

Passou alguns minutos.

Então, ele abriu.

Ele ainda estava com a roupa da semana anterior. Seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, ele tinha olheiras.

Me contive para não repreendê-lo.

Entrei em seu quarto, me sentei em uma cadeira e ele se sentou em sua cama.

– Jorge. - Comecei. - Sua mãe me contou porque está assim. E o que eu tenho para te dizer, é que você sempre vai sofrer rejeições em sua vida. Não importa como seja. Você já sofreu demais, filho. Saia desse quarto, vá para a escola, seja feliz.

Ela parecia estar pensando.

– Desculpe, pai. - Ele disse depois. - Mas estou melhor aqui.

– Se não for por bem, é por mal. - Disse Rosana, que tinha acabado de chegar ao quarto. - Jorge Cavalieri, eu já suportei demais isso. Você vai voltar para a escola hoje e tenho dito!

– Mas, mãe, você não pode fazer isso comigo.

– Posso sim. Posso tanto, que eu sou sua mãe. Agora vai tomar um banho!

Jorge bateu os pés e cerrou os punhos.

– Pai, você não vai fazer nada?!

– Desculpe, Jorge. Mas sua mãe está certa.

Ele viu que não tinha escolhas, pegou uma toalha e foi para o banheiro, relutante.

– Rosana, precisávamos mesmo ser tão duros?

– Só assim, ele aprende.

No Carro

P.O.V Jorge

Ah, que ódio! Vou ter que voltar para aquela escola de ricos, ver a idiota da Maria Joaquina.

O que eu fiz pra merecer isso?

Estava com raiva, até que prestei atenção na rua. Espera aí... Essa não é a rua da escola.

– Pai, onde estamos indo?

– Ah. Como você estava muito chateado com a Maria Joaquina, resolvi mudar você de escola.

Abri um enorme sorriso.

– E onde fica essa escola?

– É ali.

Ele apontou pra um prédio meio caído.

Paramos em frente a ele.

Desci do carro.

– M-mas essa é a escola do bairro.

– Exatamente. Boa aula. - Ele disse e saiu calmamente.

Bufei e entrei.

P.O.V Margarida

Por sorte, consegui chegar antes de fecharem os portões.

– Bom Dia, seu Raimundo! - Eu disse pro vigia.

– Bom Dia, pequena flor! - Ele respondeu.

Sorri e fui até minha sala.

P.O.V Jorge

Fazia cinco minutos que a aula havia começado, e alguém bate na porta.

"Provavelmente deve ser algum menino irresponsável que chegou atrasado." Pensei.

Mas quando a professora abriu a porta, essa idéia foi pelos ares.

P.O.V Margarida

Não acreditava no que estava vendo. Parecia um anjo.

Ele tinha cabelo loiro, usava uma camiseta de mangas, um casaco e um jeans.

Percebi que ele também me olhava. Ele deu um sorriso, e ruborizei na hora.

– Vejo que está cansada, Margarida. - A professora disse. - Deve ter corrido muito, está vermelha.

Todos riram, menos ele.

– Sente ali atrás do Jorge Cavalieri, por favor. - Ela apontou para o garoto.

– Sim, professora. - Dei um pequeno sorriso, mas por dentro estava pulando de alegria.

P.O.V Jorge

A menina se sentou atrás de mim e eu pude ver o quanto ela era bonita, de perto.

Passaram os primeiros tempos de aula, e tocou o sinal do recreio.

– Não se esqueçam, que depois do recreio eu vou recolher o dinheiro da apostila de português. Podem ir.

Logo todos saíram e percebi que a menina se encolheu.

– O que foi? - Pergunto.

– Não trouxe o dinheiro, minha tia não tinha.

– Sua tia? Mas e seus pais?

Ela se encolheu mais ainda.

– Eles morreram...

Ela começa a chorar.

– Desculpa, não foi minha intenção te fazer chorar, por favor, para.

Mas ela continuou chorando.

Então eu a abracei com força.

Aos poucos, ela foi se acalmando, e retribuiu o abraço.

P.O.V Margarida

Eu não queria sair daquele abraço, mas precisava mostrar pra ele que eu não era uma menina indefesa que precisava de proteção.

Então, eu o afastei lentamente e parei de chorar.

– Desculpa. - Eu disse.

– Não tem problema. E quanto a questão do dinheiro, pode deixar que eu pago pra você.

– Sério? - Perguntei, com os olhos brilhando.

– Claro.

Então eu lhe dei um beijinho na bochecha e sussurrei em seu ouvido.

– Obrigada.

E fui para o recreio.


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