M i m escrita por Daniel Aronte


Capítulo 4
Casos


Notas iniciais do capítulo

Esse poema contém linguagem chula, apologia ao sexo e violência.
Se não gostar desse estilo de leitura, não leia.



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CASOS

Já tive um affair,

Dois ou três.

Só dou sorte

Com caras casados.

E com mulheres

O negócio é mais embaixo.

Em meus casos,

Sempre fui a outra.

Sempre sou a outra.

A vagabunda, a vadia,

Aquela que maridos fodem quando o casamento é falido.

Mas eu já me acostumei,

Ser a outra é a coisa que melhor sei.

Sou uma demônia,

Sou fruto do mal,

Sou movida por vingança.

Sou uma mulher de casos.

Sou aquela que você despreza,

Mas seu marido faz questão de dizer entre os amigos

Que pegou e fez de jeito.

E juntos,

Eles dão risos.

Muitos.

Da sua cara.

De corna.

E eu rio junto,

No meu lugar.

Da sua cara

Por todas as vezes que ficou olhando para mim,

A me julgar.

E quando o sangue pingar em sua testa

E seu marido estiver morto acima de você,

Preso no teto,

Lembre-se da vadia aqui.

Pois eu fui a última

Com quem ele fodeu.


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Notas finais do capítulo

A partir daqui, os poemas ficaram mais pesados, envolvendo mais o que esse envolve, sendo uns mais pesados que os outros.



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