Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 19
Limites




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Com os olhos fechados, Takao tentava pegar no sono, mas nem o calor do corpo de seu marido o acalmou naquela noite. E não fora apenas o acontecido com seu filho ou o estado em que um de seus amigos chegou ao pronto socorro naquela tarde. Não, era algo muito mais preocupante, agora que seu filho estava dormindo tranquilo no quarto ao lado, e Furihata tinha passado por suas cirurgias sem maiores complicações: Seu casamento.

Midorima estava a cada dia mais frio e distante, os ciúmes e responsabilidades pesando no seu olhar, e o menor não conseguia lembrar quando tudo começou a mudar entre eles. Ambos sequer se tocavam agora, os beijos, que antes eram fogosos e cheios de paixão, tinham esfriado a ponto dele preferir não recebe-los mais. E o fato de não aceitar os beijos de Shintarou só tinha piorado as coisas entre eles.

Quando tinham se olhado cúmplices por última vez? Quando seu corpo tinha se incendiado de desejos com apenas uma frase dita, pela voz rouca e provocante, pelas palavras cheias de segundas intenções de seu marido?

Seu paraíso estava ruindo e, entre lágrimas amargas, Kazunari se perguntou como poderia reverter tal situação. Ele estava chorando de madrugada, com Midorima ao seu lado, mas sentindo-se tremendamente só. Levantou-se em silêncio e desceu à cozinha, levando seu celular. Precisava fazer algo e só uma pessoa lhe vinha à mente, a única à quem podia pedir ajuda naquele momento. Uma pessoa experiente em quem confiava. Ele estava no limite e precisava de conselhos.

– Takao?

– Senpai, me ajude... Por favor.

====3====

O suor que escorria pelo corpo do menor só excitava ainda mais o ruivo, fazendo sua ereção doer dentro das calças que ainda usava. Kagami queria dar prazer ao seu esposo até que o sol nascesse no horizonte. Estava tão frustrado por não ter sido quem salvara sua sombra do perigo, que achava que tinha o dever de compensar Kuroko. Hikaru estava dormindo no seu quarto, a porta do quarto do casal estava trancada e o de cabelos azulados estava tentando controlar seus gemidos, com o rosto corado. Era adorável.

– Ta-Taiga... - a voz e os dedos hesitantes do menor fizeram uma tentativa de parar as ações de seu amado, mas foi em vão. Sem o mínimo de controle sobre seu corpo, Kuroko retorceu-se sobre a cama, gozando na boca de Kagami. Este engoliu tudo, lambendo o membro de seu amado para limpá-lo, enquanto o outro ofegava, mergulhado no pós-orgasmo. O corpo pálido já tinha algumas marcas escuras deixadas pelo maior, e a visão delas o vez estremecer.

– Tetsuya, eu... Não vou conseguir me controlar - confessou, olhando para seu esposo com desejo. Este se remexeu sobre os lençóis, com um sorriso ladino, e abraçou o ruivo pelo pescoço.

– E desde quando eu quero que se controle?

– Você tem que se levantar amanhã, ou Hikaru ficará preocupado...

– Se eu não puder levantar, você poderá ficar comigo e com Hikaru.

– Essa ideia é muito tentadora, Tetsuya...

– Fique comigo amanhã, Taiga. Se for trabalhar, eu... Eu vou...

– Shhh, shhh, está bem - sua mão acariciou o rosto de Kuroko, tentando acalmá-lo. - De qualquer forma, eu mesmo ia pedir dispensa amanhã. Estou frustrado por não ter sido eu a tirar vocês dois de lá.

– Você vira um tigre descontrolado quando se trata de mim ou de Hikaru...

– Eu sei! Mas eu queria te-los salvado, vocês são minha responsabilidade.

– Eu deveria me ofender, mas amo quando você fica possessivo...

– Oh, sério? - com um sorriso malicioso, Kagami passou os dedos no pescoço marcado de chupões do outro, se reposicionando entre suas pernas. - Então eu irei marcar você inteiro.

– O que está pensando em fazer, TaigAAAAAAAH~

====3====

– Durma bem, Kouta - a voz suave de Kasamatsu soou pelo corredor e a porta do quarto do pequeno se fechou. Os olhos dourados de seu filho o acalmava, em especial depois daquela situação tão perigosa pela qual passaram mais cedo. Esteve tão desesperado, apenas a ideia de seu pequeno machucado o atemorizava. Não pensou em seu Kouta morto, não suportaria a dor de apenas imaginar tal coisa. Ao fim do corredor, Kise atravessava a sala como um raio. - Aonde vai a esta hora?

– Senpai! - o de cabelos escuros olhou desconfiado, se encostando na parede. Seu marido só o chamava dessa maneira quando estava nervoso ou ansioso para algo. - Akashicchi me chamou para ir ao hospital.

– Aconteceu algo com Furihata ou Masaki? - o loiro se aproximou rapidamente dele e depositou um selinho em seus lábios.

– Não sei, mas se o Akashicchi chama...

– Você vai - Yukio suspirou. - Tome cuidado.

– Claro - sem dizer mais nada, Ryouta saiu da casa.

Se esticando, Yukio decidiu banhar-se. Tinha sido um dia longo e cheio de preocupações, só queria descansar... O som de uma mensagem chegando ao celular alertou Kasamatsu, que voltou rápido até a sala. Kise havia esquecido o celular, então provavelmente era Akashi perguntando onde o loiro estava. Ao pegar o celular, estava disposto a responder ele mesmo ao ruivo, mas terminou encarando aquela mensagem. Ou melhor, toda a conversa que antecedia aquela última mensagem.

"Nós ainda não terminamos de conversar, Kise"

"Ainda quer conversar sobre isso? Pensei que já tivéssemos falado tudo o que queríamos"

"Você sabe que ainda não resolvemos aquilo"

"O que eu sei é que você deveria estar com sua família, não conversando comigo"

"Eles já estão dormindo, Kise. E eu quero conversar com você"

"Não falaremos disso por mensagem, Aominecchi"

"Venha me encontrar"

"Agora?"

"Sim"

"Onde?"

"No lugar de sempre"

"Irei assim que Yukiocchi dormir"

"Eu já estou aqui. Invente alguma desculpa e venha agora"

"Você é louco"

"Sim, eu sou"

"Vou colocar um casaco e irei, me espere, Aominecchi"

"Já estou esperando há muito tempo, Kise"

O celular deslizou entre os dedos sem força de Yukio. Kise tinha mentido para ele. Fora se encontrar com Aomine e não com Akashi, para conversar algo importante... No lugar de sempre. Há quanto os dois se escontravam? Há quanto tempo Kise o estava enganando com Aomine? Quando ele tinha se tornado insuficiente para seu marido?

Não era bobo, tinha percebido como Kise ficava meio perdido após qualquer contato com Aomine, mas nunca lhe passou pela cabeça que tudo chegaria a esse ponto. Num dia como aquele, onde ele e Sakurai mais precisavam de calma e carinho para dormir tranquilos, seus maridos saem às escondidas para conversar... E sabe-se lá o que mais.

– Mãe? Você tá chorando? - a voz suave de Kouta o supreendeu e ele percebeu que o celular espatifara no chão. O barulho tinha alarmado seu pequeno, que ainda estava nervoso depois de tantos acontecimentos. - Tá tudo bem, mãe?

– Sim. Sim, querido, estou bem - secando o rosto e pegando o celular do chão, Yukio se aproximou de seu filho. - Só lembrei do medo que senti quando você estava naquela escola em chamas.

– Eu tô bem, mamãe, não chora - o pequeno se aproximou e pegou-o pela mão. - Hoje vou dormir com você, pra você não ter medo, mamãe.

Kasamatsu quase desabou em prantos, se ajoelhando e abraçando seu pequeno filho com força.

– Meu Kouta... Eu te amo tanto, meu filho.

Como Kise era capaz de dar as costas para eles e se aventurar com outro? Por que o homem que lhe deu aquele anjinho de olhos dourados, agora o atirava na humilhação de ser... Traído? =

====3=====

Himuro abriu a porta em silêncio, acendendo a luz da sala de seu apartamento. Não demorou para Murasakibara entrar carregando Noa em seus braços.

– Coloque ele na minha cama, ele vai ficar impossível de acalmar se estiver sozinho quando acordar.

O arroxeado nada disse, apenas obedeceu. Depois de cobrir seu filho com um lençol, ele se retirou do quarto, procurando pelo menor. O encontrou na cozinha, colocando um pedaço de bolo de nozes em um pratinho.

– Você não comeu doce algum desde esta tarde. Akashi não vai brigar com você se comer um pedaço antes de voltar pra ele...

– Aka-chin me disse para ir ve-lo pela manhã, acho que ele vai dormir no quarto onde Masa-chin está internado.

– Akashi deve estar detonado... Primeiro, Kou-chan desapareceu por mais de um mês, sem nenhuma pista para seguir. Depois, invadem a casa dele para sequestrar Masaki. No mesmo dia, a escola das crianças pega fogo e nossos pequenos são os que mais ficam em perigo, e o filho dele... Cai do segundo andar. E então Kou-chan aparece, como se tivesse saído do próprio inferno...

– Aka-chin é forte - sentando, o arroxeado começou a comer o bolo. - Ele dirige bem seus sentimentos.

– O que quer dizer? - Himuro acabou por se sentar ao seu lado.

– Aka-chin vai direcionar todos esses sentimentos ruins pra outro lugar. Em vez de ficar deprimido, Aka-chin vai...

– Alimentar o ódio que sente por quem machucou Kou-chan.

– E o Masa-chin. Mesmo que o incêndio tenha sido uma fatalidade, Aka-chin vai culpar aquele que o está perseguindo.

– Entendo... Você realmente sabe muito sobre o Akashi - comentou o de cabelos pretos.

– Sim. Passei muitos anos com ele. O bolo está uma delícia, Muro-chin.

– Obrigado, Atsushi. É melhor você ir descansar agora - Himuro se levantou, pegando o pratinho do outro e botando na pia. - Akashi não costuma gostar de atras... - o garoto foi interrompido por um golpe na mesa. Ao olhar para Murasakibara, acabou dando um par de passos para trás, assustado. Isso porque o mais alto parecia muito irritado.

– Pare de falar do Aka-chin sempre que estamos sozinhos. -

Mas... Você...

– Quantas vezes vou precisar repetir para que você acredite em mim? - o maior se aproximou de Tatsuya, apoiando as mãos no armário atrás deste, deixando o garoto preso entre seu grande corpo e a pia. - Vou ter que provar isso à você? - E antes de que pudesse reagir, seus lábios se uniram num beijo.

No início era apenas um selinho, mas logo este foi evoluindo lentamente até o ponto de estarem se beijando com paixão no meio da cozinha. Quando suas bocas se separaram, ambos ofegavam. Murasakibara segurou o menor pela cintura, impedindo que se afastasse e colou suas testas.

– Eu amo você, Muro-chin. Já lhe disse isso mais de uma vez desde que me contou sobre porque desapareceu.

– Mas eu...

– Já chega, Muro-chin. Eu cansei de esperar para estar com você e o Noa-chin para sempre. Esta vez, eu não... Não suportaria que outra pessoa concerte o que eu quebrei - o titã segurou o queixo de Himuro, olhando-o com intensidade. - Me deixe fazer isso, Muro-chin, me aceite de volta.

– Atsushi...


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