Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty
Segunda vez no dia. Masaki ainda não conseguia acreditar que já tinham sido dois ataques em menos de 24hs. Por que queriam tanto machucar ele e seus amigos? Por que queriam prejudicar tanto assim seu pai? Sim, porque se algo acontecesse com alguém ali, seu pai se culparia pelo resto de sua vida. E sua sala era a única que ficara presa ali, no segundo andar. Aquele andar só era usado quando os professores faziam reuniões ou quando o equipamento para mostrar slides era necessário. Como a aula se trataria sobre cuidados com a segurança, Kuroko e Momoi-sensei tinham preparado material especial que precisaria daqueles equipamentos.
Era óbvio que ambos adultos estavam se esforçando para manter a calma e pensar em uma saída, mas todos ali pareciam saber: estavam cercados. Paredes, grades e fogo impediam seu escape. E agora, o que fariam? Noa o abraçava por trás, tremendo um pouco, mas mantendo-se calmo.
— Masa-chin. Eu estou com medo...
— N-Não seja medroso, Noa – foi a resposta de Seitarou, que abraçava um choroso e desesperado Kouta. Não que o outro não estivesse com medo, mas, assim como Masaki, era mais fácil para ele manter-se forte quando tinha alguém pra cuidar.
— Mas Tarou-chin, as meninas já começaram a tossir... – agora que o maior mencionava isso, os garotos perceberam que era verdade. Na verdade, Masaki também tossira duas ou três vezes. Mesmo com a porta fechada, a fumaça continuava entrando ali. E o pano molhado em seus rostos não estava conseguindo filtrar suficientemente o ar.
— Eu não quero morrer! – chorava Kouta, que acabou levando um golpe na cabeça de Seitarou.
— Não vamos morrer, seu tonto. Já ligaram para os bombeiros e Kuroko-sensei disse que eles vão chegar logo – enquanto Seitarou continuava a tentar consolar Kouta, de seu jeito bem peculiar, Yoshiki se aproximou.
— Os bombeiros já chegaram, olhem – ao olhar para as janelas, viram o final da longa escada vermelha do carro dos bombeiros. Então um cara apareceu, com uma ferramenta estranha, e pediu para que se afastassem da janela. Todos obedeceram e o bombeiro logo começou a cerrar as grades.
Momoi suspirou, aliviada pela ajuda que chegara, mas logo foi alertada com o grito dos pequenos. O fogo começara a passar pelas beiradas da porta de madeira, deixando marcas pretas cada vez maiores nesta. As crianças se afastaram ainda mais da porta, muitas chorando e a maioria das garotas tossindo bastante. Dos meninos, apenas os menores em tamanho tossiam. Uma mão apoiou-se no ombro da mulher, que ao virar-se encontrou um sorriso reconfortante.
— Confie nos bombeiros, Momoi-san. Logo sairemos daqui – o de cabelos azuis claros segurava seu filho no colo. O pequeno olhava maravilhado o trabalho do colega de seu pai. Mas ele queria que seu pai estivesse ali, onde estava seu pai? – Hikaru...
— Mãe? – o ruivo olhou para o maior e recebeu um sorriso deste também.
— Você sabe que o papai fica alterado quando se trata de nós, não é? – Hikaru sorriu um pouco ao ouvir isso. Como sempre, nem precisava falar para que o outro o entendesse. – Tenho certeza que ele estará nos esperando lá embaixo.
O pequenino assentiu e Momoi ficou olhando para ambos. Que linda família Kuroko tinha formado com o homem que amava, e a rosada não podia evitar se alegrar por ele. Antes que pudesse pensar mais nisso, um barulho forte a fez se virar e gritar. A porta tinha sido consumida pelas chamas e desabara, mostrando o fogo que se alastrava pelo corredor. As crianças gritavam e choravam, tossindo no meio da fumaça que agora entrava sem restrições na sala.
— Droga! HEY VOCÊS! ANDEM LOGO, O FOGO CHEGOU AQUI! – gritou o bombeiro para seus colegas, tentando terminar seu trabalho de cerrar as grades da janela o antes possível.
— As meninas... Elas precisam de ar – sussurrou Masaki, respirando com certa dificuldade, olhando para Noa, que assentiu, mesmo chorando. Soltando o ruivo, o garotinho correu até Kuroko.
— Masa-chin quer que... – Noa tossiu umas três vezes. - Que as meninas fiquem no fundo da sala, perto da outra janela e os meninos na frente delas, por causa do ar – Kuroko olhou bem para ele e assentiu.
— Ótima ideia. Momoi-san – a rosada se virou para ele e, depois de ouvir a ideia, concordou. Não demorou para que se organizarem perto da janela do fundo, o mais longe possível das chamas. Estas já manchavam as paredes da sala e a fumaça tornava difícil sequer enxergar algo. Talvez a ajuda tivesse chegado tarde demais...
Enquanto isso...
— NOAAAAAAA! – na rua da escola, Himuro se debatia nos braços de Murasakibara, gritando, chorando pelo seu pequeno bebê. E ele não era o único. Takao tinha perdido as forças nas pernas, e Midorima se viu obrigado a ajoelhar-se com ele, ambos chorando. Kise tinha tentado se aproximar mais da escola, mas foi detido por Yukio, que o segurou pela mão. Estava tão desesperado quanto Kise, mas se meter no trabalho dos bombeiros só pioraria tudo, e o loiro pareceu entender isso no olhar azulado do outro. Sakurai tremia, chorando e abraçado a Aomine, que gritava com Kagami, irritado por este não estar trabalhando para socorrer seu pequeno. Este também respondia aos gritos, muito mais frustrado que o moreno por não lhe ser permitido trabalhar num caso onde sua família, seu amado e seu filho, corria perigo mortal. A irritação de ambos era a maneira que tinham para liberar seu desespero e preocupação.
Ao lado de Murasakibara, Akashi estava de braços cruzados sobre o peito e os olhos fixos ao portão do lugar. De longe, ele parecia calmo, mas era só se aproximar para notar que aquele olhar estava cheio dos mais variados sentimentos: preocupação, desespero, dor... Ódio. Aquele incêndio não era coincidência, era um aviso. E dizia mais do que claramente que seu inimigo era poderoso e astuto. Capaz de inúmeros ataques num mesmo dia, sempre com um plano B elaborado, e muito imprevisível. Qualidades perigosas, que ele mesmo continha e utilizava sem medida contra quem se atrevia a desafia-lo, mas que também eram uma fonte de alívio para o ruivo. Se o seu oponente ainda se dava o trabalho de lhe mandar avisos como esses, o castanho ainda estava vivo. Caso contrário, o aviso seria o corpo deste.
De repente, algumas crianças começaram a sair pelo portão, levadas às pressas até as ambulâncias. Todas eram meninas, mas acalmava um pouco os corações dos que esperavam notícias de seus pequenos. A cada ambulância que saía com uma dupla de garotas, outra estacionava no lugar. Solicitação direta de Midorima Shintarou ao pronto socorro, que não hesitou em disponibilizar várias ambulâncias para o caso. Alguns minutos depois, os garotos começaram a ser levados para as ambulâncias também. E logo dois rostinhos conhecidos saíram carregados por um bombeiro.
— SEITAROU!
— KOUTA!
Os gritos de Midorima e Takao se misturaram com os de Kise e Yukio. Logo, os dois pequenos estavam deitados em macas, dentro de uma ambulância, com seus pais perto deles. Só Seitarou estava consciente, chorado bastante e sujando ainda mais suas bochechas e molhando a máscara de oxigênio.
— Seitarou... Meu pequeno... – Kazunari chorava também, agarrando a mão do filho. Midorima, por sua vez, abraçava seu esposo pelos ombros, revisando uma e outra vez os equipamentos da ambulância que deveriam manter seu filho bem.
— Shhh, já passou, meu amor, já está tudo bem. Não precisa chorar mais, ele já está a salvo – Yukio repetia palavras de conforto, com um sorriso amoroso e calmo para Kise, que chorava encurvado sobre a mão de seu pequeno. Estava preocupado, mas um olhar rápido para Midorima confirmou que, se algo fosse grave ali dentro, o de cabelos verdes seria o primeiro a notar. E o primeiro que gritaria se fosse assim.
Os próximos a saírem foram Hikaru e Kuroko, o primeiro no colo do maior. Kagami se apressou em ir até os dois, mas percebeu logo o desgosto de seu esposo. Hikaru não queria sair da sala sem ele, portanto deve que sair antes de alguns alunos e Momoi. Estava aliviado por ele e seu pequeno estarem fora de perigo, mas magoado com o fato de não ter cumprido seu papel de professor até o final.
— Está tudo bem, Kuroko? – o ruivo maior pegou seu filho nos braços e beijou os lábios de sua sombra, abraçando-o logo depois.
— Hikaru... Eu pensei que...
— Shhh, vocês estão a salvo agora. Pelos deuses, estão finalmente a salvo – o maior deixou um par de lágrimas de alívio deslizar por seu rosto e Kuroko acabou chorando junto, sem conseguir mais conter suas lágrimas. Mal tinham subido na ambulância, um bombeiro saiu gritando para seus colegas.
— ESTES SÃO OS ÚLTIMOS!
E logo atrás dele vinham Momoi, Yoshiki e Noa. Himuro e Aomine dispararam para onde seus filhos estavam, com Sakurai logo atrás deles. Mas Murakibara chegou antes de todos, pegando seu pequenino nos braços e apertando-o contra seu peito. Himuro não demorou em chegar e quase arrancar o menino dos braços do pai, terminando os três abraçados. Aomine fez o mesmo que Himuro, arrancando Yoshiki dos braços de Momoi e caindo de joelhos ao chão com seu pequeno em braços, Sakurai unindo-se a ele logo depois. Só que então, a voz de Noa chamou a atenção deles.
— Desculpa! Desculpa! Desculpa! Desculpa! – aquilo assustou Himuro, que beijou o rosto de seu pequeno enquanto Aomine levava Yoshiki para a ambulância.
— Não, não foi nada culpa sua, calma, bebê, calma – enquanto o de cabelos preto tentava acalmar seu filho e o levava até onde Aomine estava, Murasakibara se virou para Momoi, que se abraçava com uma mulher de curtos cabelos castanhos.
— Sa-chin... – a chamou, e as duas se viraram de imediato, permitindo ao mais alto descobrir quem era a castanha. – Rikochin?
— Oi, Murasakibara...
— Sa-chin, Noachin estava pedindo desculpas, por quê? – de repente, o rosto aliviado da rosada escureceu e ela olhou para baixo.
— Masaki desmaiou no momento em que estávamos ajudando-o atravessar a janela... Nós... Não conseguimos segurá-lo – ela mal tinha terminado de falar, dois bombeiros saíram da escola carregando uma maca com o pequeno ruivo, ensanguentado.
Dois gritos altos e desesperados foram ouvidos, um na rua da escola e o outro em um galpão abandonado, ambos ao mesmo tempo.
— MASAKI!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Agradeço o carinho que recebo de vocês ao se dedicarem em ler minha fanfic.
Em especial às pessoas que deixam reviews, saibam que suas palavras sempre me inspiram a continuar. Até o próximo capítulo!