O Amor é Cego escrita por Marlon das fic


Capítulo 2
Escondido


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA
EH NOIS



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Quando voltamos do Haras, deixo Téo em sua casa e vou para minha casa, quando chego lá, o almoço já está pronto. Minha mãe me cumprimenta

–Oi filhinho- Ela fala toda melosa- Como foi de pesca?

–Uma Droga- Falo meio irritado, não gosto que ela me chame de filhinho, a final eu já tenho 15 anos, não sou mais nenhuma criança.

– Os peixes andam meio sumidos mesmo- Ela tenta me confortar.

– Pelo menos a água estava boa- falo com um sorriso bobo- Eu e o Téo nadamos junto.

– Vocês são inseparáveis mesmo- Ela fala dando uma risada- Tenho muito orgulho de você por isso.

– Sua mãe tem razão filho- Meu pai que estava ouvindo tudo da mesa comenta- Você é um anjo praticamente, não tem preconceitos com Téo nem nada, isso é excelente.

Dóris ficou quieta o almoço inteiro, eu acho que ela está doente, geralmente ela é a mais tagarela da família.

Depois do almoço eu vou para o meu quarto, aproveito que Dóris foi passear com a minha mãe para ficar um pouco sozinho em casa, já que meu pai foi para o Haras trabalhar.

Tranco minha porta, abro o meu armário e pego uma caixa de sapatos que está escondida entre as minhas roupas, quando abro, todas as minhas fotos que eu tirei com Téo, fotos de nós crianças, juntos, brincando, abraçados, ver aquilo me da uma vontade de ir até a casa de Téo pra poder abraça-lo, mas não posso, não posso revelar para Téo os meus sentimentos, ele se afastaria de mim, não iria querer ser amigo de alguém que vê ele mais do que um amigo.

Começo a chorar, por que minha vida tem que ser assim? Por que infernos eu tive que começar a gostar do meu melhor amigo? Meu choro é interrompido por Dóris, que bate na porta.

– Mateus, por que a porta está trancada?- Ela pergunta inocentemente.

– Eu estava dormindo- Minto- É só isso.

Escondo rapidamente a caixa com as fotos e enxugo o rosto, quando eu abro a porta, vejo que Téo está com ela

– Téo?- pergunto espantado- O que você está fazendo aqui?

– Sua mãe me convidou para jantar aqui hoje- ele responde com um sorriso- Tem problema?

–Não tem problema nenhum- Sorrio- É até melhor, sua companhia me agrada.

Dóris solta um riso debochado

– Você está rindo do que Dóris- Téo pergunta todo inocente.

– Nada demais- Ela fala entre os risos- É que às vezes eu acho que meu irmão gosta de você, ele está sempre te elogiando, isso sem contar na caixa de sapato cheia de fotos de vocês dois juntos.

–Como é?- Téo faz uma cara de espantado.

Saio correndo de casa, estou chorando, agora Téo saberá do meu segredo, saberá que eu gosto dele, vou para o meu antigo esconderijo, o porão da escola, na verdade esse esconderijo não é só meu, é do Téo também, quantas vezes a gente já matou aula ficando aqui...

Escuto alguns berros, minha mãe e Téo estão berrando pela rua a minha procura, não quero sair daqui agora, fico imaginando o que Téo irá falar pra mim quando ele me vir? será que ele não vai mais querer se meu amigo?

Pensar nessas coisas só me faz começar a chorar ainda mais, escuto alguém abrindo o portão da escola ( o porão ficava do lado esquerdo do prédio da escola) e começo a me preparar para o pior, Téo deve ter imaginado que eu estaria aqui e pediu para a diretora abrir (Ela sempre fica até mais tarde na escola, mesmo em dias de sábado, essa mulher vive pra essa escola, deveria ter arranjado outro esconderijo, queria sumir pra sempre).

Quando a porta do porão é aberta, me deparo com minha mãe, Téo e a diretora, a diretora está brava, só não está mais brava do que minha mãe, porém Téo está com um sorriso no rosto, ele deve estar se divertindo em saber que vou levar xingo.

–Tia Clara, Diretora- Ele cutuca as duas- Vocês poderiam me dar um minuto a sós com o Mateus? Preciso falar com ele.

Ele pisca para minha mãe, aquela piscada desajeitada dele, uma careta praticamente.

– Claro Téo- Afirma minha mãe- Eu estou a fim de conversar com a diretora mesmo, pra saber as notas do Mateus e da Dóris, vamos Diretora?

– Sim, claro- Ela fala com um mau gosto na voz, não vai ser agora que ela me dará uma suspensão, pelo menos- Mas você não escapou da nossa conversa mocinho.

Elas saem, e eu já estou preparado para o pior, porém nada disso acontece, Téo vem em minha direção e ele me abraça, eu fico espantado, tanto que nem consigo retribuir o abraçando também.

– Nunca mais me assuste assim menino- Ele fala com um tom de voz bravo- Você tem noção do susto que você me deu?

– Desculpa Téo- Eu falo entre o choro, esse abraço que ele me deu me emocionou- Eu fiquei com muita vergonha, a Dóris é uma boca grande mesmo.

– Vergonha de que?- Ele pergunta espantado- Só porque você tem fotos de nós dois juntos? Isso não significa nada, a Dóris que tem uma imaginação fértil e vê as coisas onde não tem.

– Então você não está bravo comigo?- Pergunto com um sorriso no rosto.

– Não tenho motivos para estar- Ele da uma risada.

Quando ele terminou essa frase, me deu um impulso tão forte, eu simplesmente o abracei como nunca o tinha abraçado antes, como Téo é mais alto do que eu, ele fez carinho nos meus cabelos enquanto eu simplesmente apertava o meu rosto contra o seu peito cada vez mais forte.

– Eu estou ficando sem ar menino- Ele estava apenas fingindo é claro.

– Drama Queen- solto ele.

– Precisamos correr- Ele fala alarmado- Não quero que você leve xingo da diretora, e talvez até uma suspensão.

– Mas se ela não me pegar agora, alguma hora ela me pega.

– Mas pelo menos não será hoje- Téo agarra no meu braço, ele está determinado a fazer isso.

Estamos correndo, sem rumo, até que uma ideia me surge.

– Téo, você ainda tem aquela sua barraca?- Pergunto com todas as esperanças do mundo.

– Tenho sim por quê?- Ele ainda não sacou que eu quero acampar.

– Vamos aproveitar que amanhã é domingo- Falo entusiasmado- Vamos acampar escondidos hoje, que tal?

– Ai Mateus- Ele passa a mão pelos seus cabelos encaracolados, ele sempre faz isso quando fica apreensivo- Não sei, e as suas roupas e outras coisas necessárias para acampar?

– É só até amanhã de tarde que ficaremos acampando- Falo com pressa- Se for pra eu voltar pra casa pra pegar roupas e outras coisas meu pai vai ficar desconfiado.

–Tudo bem então- Ele afirma- Vamos pra esse acampamento então.

Entramos o mais rapidamente na casa de Téo, pegamos a barraca e algumas frutas e bolachas para o caso da gente sentir fome, e agora sim, eu irei passar meu resto do final de semana em uma barraca, só com Téo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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