Minha avó continuava a mandar cartas fazendo planos, eu tentava fazê-la acreditar que estava muito ansiosa para pô-los em prática.

A cada dia que passava meu amor por Alvo aumentava e minha angustia também. Minha avó não aceitaria muito bem a minha decisão de não levar seu plano adiante, então teria que descobrir um meio de salvá-lo mantendo nós dois vivos.

- Sarah? – voltei pra realidade com o som da sua voz me chamando. – Você está com algum problema amor? Está tão avoada hoje.

Olhei para aqueles olhos verdes que eu tanto amava, eles estavam cheios de preocupação comigo.

- Não Alvo. Estou bem. Só estou meio avoada mesmo, a terceira prova está muito próxima, e eu fico com medo de algo ruim acontecer.

Meus olhos começaram a se encher de água apenas por imaginar algo ruim acontecendo a ele.

Suas mãos foram para a minha face e pegaram uma lágrima que deslizava por minha pele.

- Amor, relaxa. Vai dar tudo certo. – ele sorriu para mim me deixando um pouco menos temerosa. Era fascinante o tanto que o som da sua voz me acalmava.

Ele se inclinou para me beijar. O beijo dele era a melhor coisa que eu podia ter, estava sempre necessitada dele. Meu corpo ardia em chamas com seu toque, e não conseguia pensar em nada melhor que suas mãos e suas caricias sobre mim.

Nossos beijos começaram a ficar furiosos, em um nível que se não parássemos logo teríamos que procurar um lugar escondido, porque logo nossas roupas estariam fora.

Nunca havia me imaginado assim até encontrar ele, fazendo despertar tudo isso em mim.

Quando estávamos começando a nos levantar pra procurar um lugar afastado, ouvi uma pessoa correr em nossa direção.

- SARAH. – me afastei do Alvo e olhei quem estava me gritando. Era a Amy.

- O que foi Amy? – perguntei indo até ela.

- É a Susan. – suas faces estavam muito brancas e ela parecia que iria desmaiar.

- O que houve com ela? – perguntei já esperando o pior.

Ela pegou em minha mão me afastando de Alvo, o que fosse que estivesse acontecendo ele não poderia saber.

- É noite de lua cheia, e ela sumiu. – ela levantou a mão me mostrando um vidro cheio de poção.

- Isso não é... – comecei.

- É sim. Ela não tomou a poção.

Minha face deve ter refletido a dela em palidez. Comecei a ficar desesperada.

- MAS QUE DROGA. – gritei.

Alvo veio até nós.

- O que houve Sarah? – perguntou preocupado.

- Não é nada Alvo. – disse tentando tranquilizá-lo, mas minhas feições não pareciam nada bem, então estava surtindo efeito contrario.

- Como não é nada? Vocês duas parecem fantasmas de tão brancas. – ele estava ficando desesperado.

Amy abriu a boca para falar quando foi interrompida por Charlie.

- Amy. – ele disse sorrindo e dando um selinho nela. – O que houve? – perguntou logo que viu nossas expressões.

- É o que estou tentando descobrir. – disse Alvo irritado.

Charlie parecia estar ficando preocupado.

- Não é nada. – dissemos nós duas juntas.

Charlie nos encarou por um tempo ainda preocupado, mas virou para falar com Alvo.

- Você viu o Josh? Ele saiu com a Susan e ainda não voltou, temos que terminar um trabalho.

Meus olhos e de Amy se arregalaram e nossas feições ficaram mais brancas que já estavam.

- Merda dupla. – consegui dizer.

Alvo e Charlie olharam para mim, enquanto Amy sofria um ataque.

- O que vamos fazer Sarah? – ela me perguntava desesperada.

Eu não sabia o que fazer.

- Vamos ter que falar com alguém. – disse.

- NÃO. NÓS NÃO PODEMOS. – ela gritou desesperada. – Nós sempre conseguíamos resolver isso sozinhas Sarah.

Podia ver seus olhos enchendo de água.

- Mas nunca teve outra pessoa envolvida além de nós três Amy. Tenta entender.

Ela não sabia mais o que falar.

- AGORA JÁ CHEGA VOCÊS DUAS. – Alvo gritou tendo nossa atenção. – O que está acontecendo? – perguntou entre dentes.

Olhei para Amy sem saber o que fazer.

Ela acenou com a cabeça. Não havia outra alternativa, eles teriam que saber.

- Charlie, Alvo. – comecei.

- O quê, Sarah?

- Susan é um lobisomem. Ela foi mordida quando pequena. – eles me olharam com olhos arregalados. – ela sempre é contida com uma poção, mas às vezes ela se esquece de tomar, ou a dose é muito pequena e ela se transforma mesmo assim.

Dei um tempo para eles assimilarem a informação.

- Hoje é noite de lua cheia. – Amy continuou. Ela levantou o mesmo frasco que havia me mostrado.

- Ela não tomou a poção. – Alvo disse baixinho.

- Não. – respondi. – e o pior e que ela está desaparecida.

Olhei para os dois que ficavam encaram a Amy e a mim.

- Junto com o Josh. – Charlie conseguiu dizer.

Acenei confirmando.

- Merda super dupla. – Alvo disse com olhos arregalados.