Arata na Hajimari escrita por Alexiel Suhn


Capítulo 3
Genjitsu


Notas iniciais do capítulo

É sempre bom lembrar que InuYasha e seus belos personagens não me pertencem *chora rios*

Desejo a todos uma ótima leitura. eeeeeeee.... BOA PÁSCOA A TODOS COM MUITO CHOCOLATE *----*~~



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Dedico este capítulo a todos os meus amigos e amigas, leitores e leitoras que estejam acompanhando esta trama de Sesshoumaru e Rin.

 

Boa Páscoa a todos.

 

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Arata na Hajimari

 

 

 

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Capítulo III: Genjitsu.

 

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Sinopse: Você já amou tanto a ponto de esquecer tudo o que há em sua volta? Já amou tanto a ponto de querer fugir de sua realidade? Já amou tanto a ponto de criar esperanças em algo inacreditavel?

 

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Os raios do sol adentravam as janelas de vidro fazendo a pequena criança, adormecida, franzir a testa, incomodado com a luz, virando-se bruscamente acertando com o pé os tubos que faziam Rin respirar.

 

- Não, Haku. – Rin estremeceu sentindo sua energia oscilar quando os batimentos diminuíram e os outros aparelhos começaram a bipar fortemente em alerta.

 

Sesshoumaru levantou-se devido aos barulhos aproximando-se de Rin rapidamente, algo que foi interferido por um grupo de enfermeiros e médicos que entraram trazendo máquinas e medicamentos empurrando-o para se afastar do leito.

 

- Verifiquem os batimentos e as doses dos medicamentos. Rápido. – Kouga ordenou para que todos agissem, foi olhando para o aparelho de oxigênio que notou estar desligado.

 

O médico fora rapidamente até o aparelho e colocou os tubos novamente em seu lugar, fazendo com que o abdômen de Rin se mexesse ao respirar “normalmente”.

 

Hakudoushi estava no chão, ao lado do leito da mãe, estava pasmo, estático. Tentou segurar a mão do pai, que o ignorou completamente. Sesshoumaru nada demonstrava, estava totalmente inerte a qualquer movimento ou som que poderia estar em sua volta, seus músculos contraiam-se involuntariamente a grande descarga de adrenalina que teve. A imagem de Kouga apareceu em sua frente, com aquele sorriso cansado que tinha, devido à grande carga de serviço, mas o homem de orbes dourados simplesmente não o enxergava, naquele momento, Sesshoumaru Taishou estava perdido.

 

- Sesshoumaru, não se...

 

Kouga simplesmente não pudera continuar, Sesshoumaru simplesmente virara-se e  saíra do quarto fechando a porta atrás de si, deixando não apenas sua mulher, mas também Hakudoushi que tentou alcançá-lo, contudo o pai já havia sumido.

 

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Com a criança no colo, Kouga pegou com a outra mão o telefone da recepção do hospital e digitou alguns números. No outro lado bipou algumas vezes até atenderem.

 

- Alô. – o homem da outra linha parecia meio entediado quando atendeu o aparelho.

 

- InuYasha? – perguntou Kouga já reconhecendo a voz do amigo.

 

- Sim. Quem fala? – InuYasha perguntou bocejando no outro lado da linha, enquanto lia uma grande papelada sobre a mesa.

 

- Cara de cachorro, como você é lento. – Kouga riu quando ouviu um rosnado do outro lado ao ter falado o velho apelido do amigo de infância.

 

- Lobo fedido. O que é que tais aprontando hein? Me” ligando do nada. – já mais animado o homem largara a papelada e ficara mais atento a ligação.

 

- Acho que temos um problema aqui. – Kouga disse meio sem graça olhando a criança, que havia sido pega por algumas enfermeiras para brincar.

 

- Ai ai. Algo de grave com Rin? – perguntou InuYasha tentando adivinhar o que havia ocorrido.

 

- Acho que um pouco pior. – Kouga começara a contar o que havia acontecido, apenas ouvindo as exclamações de surpresa vinda do outro lado, até por fim suspirar ao terminar de falar.

 

- Não acredito que Sesshoumaru perdeu a cabeça, aquele idiota. – InuYasha disse mais para si do que para Kouga. – Estou indo buscar meu sobrinho, Kouga. – ele terminou de falar passando a mão pelos cabelos igualmente prateados, de Sesshoumaru.

 

- Eu agradeço. Até daqui a pouco, InuYasha.

 

- Até.

 

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InuYasha levantou-se afrouxando a gravata e começou a andar na direção da porta. Pelo que o médico havia dito, Sesshoumaru simplesmente sumira, deixando o carro no estacionamento do hospital, a mala que havia levado e, claro, não menos importante, o filho também. “Maldito bastardo”, pensou InuYasha com a mão na maçaneta.

 

Estava tão absorto no assunto que não teve reflexo suficiente quando a porta abriu-se rapidamente adentrando, toda estabanada, uma Kagome feliz.

 

- Inu, tenho novidades para contar. – ela disse sorrindo enquanto olhava pelo escritório tentando encontrar o noivo – Ué!? Onde está? – ela coçou a cabeça interrogativamente.

- Aqui. – Kagome ouviu a palavra como um rosnado num ranger de dentes.

- ... – ela puxou a porta para si e se deparou com um InuYasha de cara vermelha, devido a pancada da porta e se duvidasse mais alguns segundos sairia fumaça pelas orelhas dele – Isso lá é lugar para se esconder?

- Kagome. – InuYasha esfregou o nariz certificando-se de que ainda existia um ali – Estamos com problemas. Sesshoumaru sumiu e deixou Hakudoushi sozinho no hospital.

- Mas... o que?! – os olhos azuis celestes da mulher se arregalaram em espanto com o que InuYasha havia dito – Tem certeza que é Sesshoumaru, seu irmão?

- Sim. Kouga me ligou avisando. Hakudoushi está com ele, só não pôde trazê-lo, pois está de plantão. – agora InuYasha olhou para sua noiva notando o quão linda era, não importava quantas vezes olhava para àquelas bochechas rosadas e seus lábios de perfeição, simplesmente a mulher de longas madeixas negras o fazia delirar todos os momentos em que colocava seus olhos nela – Já disse que está linda hoje?

- Sabe que não me importo de ouvir isto sempre né?! – ela retrucou sorrindo sem jeito.

- Que bom, pois nunca irei cansar de falar. – ele disse dando meio sorriso enquanto botava as duas mãos atrás da nuca para a apoiar – Mas enfim, tenho que ir arrumar as besteiras que Sesshoumaru fez. Quer ir comigo?

- Sim. – ela comentou ajeitando a bolsa e o acompanhando – Quem diria que um dia você seria o certo da cabeça.

- ... – InuYasha apenas estreitou os olhos com o comentário dela, as vezes Kagome simplesmente era tão insensível com ele – Féh!!

 

Enquanto dirigiam para o hospital conversavam a forma como o que acontecia com Rin afetava diretamente Sesshoumaru. Ficara claro aos dois que se a esposa morresse parte do meio-irmão se esvairia também e era isto que começavam a temer.

 

- Inu, o que acha que Sesshoumaru vai fazer se Rin não se recuperar? – perguntou Kagome olhando a rua.

- Sinceramente? Nunca vi Sesshoumaru perder o controle da situação. Desde quando éramos pequenos ele já era o egocêntrico e chato que até hoje é, mas realmente não faço a mínima idéia do que possa acontecer. – InuYasha respondeu ligando a seta da direita para logo em seguida fazer a curva já avistando o hospital logo a frente.

- Espero que Rin acorde logo, precisa colocar Sesshoumaru nos eixos.

- É... eu quem o diga. – InuYasha sorriu, mas não de uma forma feliz, estava preocupado com o irmão e o que poderia acontecer de agora em diante.

 

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Quando passaram pela porta automática do hospital viram Hakudoushi rindo divertidamente com Izayou sendo observados por Kouga, este último estava sentado apoiando os braços nos joelhos, enquanto ria com as gostosas risadas do menino.

 

- Mãe?! – InuYasha questionou ao vê-la – Que faz aqui?

- Oras, meu filho, não faça perguntas como esta. Vim pegar Hakudoushi. – a mulher sorriu pegando a mão do neto e se levantando – Kouga fez a gentileza de me avisar sobre o que havia ocorrido. Como você sabe, sua mãe não teria coragem de ficar em casa.

- Entendo. – InuYasha concordou. Em seguida cumprimentou Kouga, que logo se levantou para cumprimentar o amigo – Como vai, Kouga?

- Um pouco atarefado, mas retirando isso tudo esta correndo perfeitamente. – Kouga respondeu apertando a mão de InuYasha – E você, meu amigo?

- Com a situação de Rin e Sesshoumaru acredito que um pouco agoniado.

- Eu entendo isso. – ao terminar de falar Kouga escuta um chamado de emergência para uma cirurgia – É me parece que os meus momentos de sossego acabaram. – sorriu coçando a nuca, hábito que tanto o médico quanto InuYasha acabaram pegando um do outro.

- Boa sorte com os ossos, lobo fedido. – InuYasha zombou do amigo que havia decidido medicina ao invés do curso de direito.

- Antes isso do que ficar cheirando papéis. – Kouga retrucou já se virando para se retirar – Tchau, Kagome. Izayou-sama foi um prazer revê-la. – e em segundos ele já havia adentrado as portas do hospital.

 

Izayou e Hakudoushi se juntaram a InuYasha e Kagome e os quatro foram até o carro da mais velha para conversarem sobre o que iriam fazer, ou pelo menos esta era a intenção inicial.

 

- Mãe, a senhora dirige? – InuYasha perguntou ao se sentar no banco do passageiro do carro de Izayou totalmente surpreso.

- Meu filho, sou velha, mas ainda estou em minha plena sanidade mental. – ela respondeu ajeitando-se no banco do motorista – Bem que prefiro Jyaken dirigindo, mas ele estava de folga hoje.

- Verdade. – InuYasha olhou pelo parabrisa e suspirou – O que faremos com Sesshoumaru?

- Acredito que devemos, primeiro, acha-lo não? – opinou Kagome do banco de trás com Hakudoushi no colo.

- Sim. Kagome está certa. – imediatamente Izayou pegou seu celular e discou o número da casa do enteado. Tocara diversas vezes até ser atendido, podendo ouvir uma voz ofegante do outro lado – Kaede?

 

- Senhora, Izayou. – Kaede reconhecera de imediato a voz da outra – Perdoe-me a demora, estava no jardim.

 

- Não se preocupe, Kaede. Perdoe-me a urgência, mas Sesshoumaru por algum acaso já chegou em casa?

 

- Sesshoumaru-sama e o menino Hakudoushi não voltaram desde a noite passada, senhora. Iam passar algum tempo com Rin-chan. – ela respondeu tomando um pouco mais de fôlego, estava velha demais para sair correndo – A senhora precisa de algo?

 

- Não minha amiga. Apenas me retorne se caso Sesshoumaru chegar, pode ser? – perguntou Izayou com certo tom de preocupação.

 

- Claro, senhora. – era óbvio que Kaede notara que havia acontecido algo, trabalhava há anos com a família – Aconteceu algo, Izayou-sama?

 

- Parece-me que Sesshoumaru está precisando de alguém para faze-lo sair do poço. – respondeu Izayou com um sorriso triste.

 

- Entendo. – claro que Kaede sabia à que se referia – Se ele aparecer ligarei para a senhora.

 

- Agradeço Kaede. Até logo. – Izayou se despediu.

 

- Até mais, senhora.

 

Balançando a cabeça para os lados Izayou fechara seu celular e olhava para InuYasha em tom de desespero.

 

- Vamos encontrar ele, mãe. – InuYasha a incentivou – Irei procura-lo nos pontos que ia com Rin e depois vejo entradas em hotéis. Você e Hakudoushi vão para sua casa. O que acha, Haku? Passar um tempo comendo sorvete da vovó?

- Onde ta o papai? – perguntou o menino que nada entendia o que estava acontecendo.

- Ele foi chamado para uma reunião de emergência, Haku. – Kagome se adiantou sorrindo para o menino.

- Hakudoushi vai ficar com a vovó, então? – o menino inclinou a cabeça para o lado acreditando no que Kagome havia dito.

- Você gostou da idéia? – Izayou virou-se no banco dianteiro para poder olhar o neto nos olhos.

- Sim, Hakudoushi gostou. -  o menino sorriu mostrando os dentinhos de leite para a avó.

 

Depois disso InuYasha e Kagome despediram-se de Izayou e foram para o outro carro, enquanto a mais velha seguia com o neto para a própria casa esperando notícias.

 

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Após o anoitecer InuYasha aparecera na casa da mãe, simplesmente cortara seu coração ao ter que dizer que não achou o meio-irmão quando Izayou abaixou a cabeça fungando ao tentar esconder a preocupação.

 

- Sesshoumaru não é burro, mãe. Só deve estar tentando se acalmar. – InuYasha sentou-se ao lado da mais velha abrançando-a.

 

Ficaram ali, no sofá bege, Hakudoushi dormia no quarto da avó, mas como uma mãe preocupada ela simplesmente não conseguira sair do lado do telefone para o caso do enteado ligar.

 

O dia amanheceu e InuYasha abre seus orbes dourados até um bocejo vim para o fazer se espreguiçar longamente, esticando bem os braços. Olhou para o lado e viu Izayou adormecida, no mesmo lugar em que haviam ficado na noite anterior. O filho não pôde evitar de passar a mão sobre os cabelos negros com alguns fios brancos da mãe.

 

- Ah! Sesshoumaru, se você não aparecer teremos sérios problemas. – disse InuYasha para si mesmo.

 

Como se as “preces” do meio-irmão houvesse se realizado o telefone soara forte e rapidamente num “trim-trim” agitado. Por reflexo Izayou ergue sua cabeça e antes mesmo de InuYasha poder atender ela já se encontrava com o aparelho em mãos.

 

- Sesshoumaru, filho? – perguntou ela ao atender.

 

- Senhora Izayou. – ouviu-se a voz aflita da governanta da casa do enteado falando aos sussurros do outro lado da linha.

 

- O que houve, Kaede? – Izayou perguntou em espanto ao tom da outra.

 

- Sesshoumaru.

 

- O que tem ele, mulher? Aconteceu algo? – passou a mão nos olhos agora que estava completamente acordada e atenta.

 

- Entrei no quarto do menino Sesshoumaru e lá estava ele. – a mulher respirou profundamente – Ninguém o viu entrar, senhora. Mais parecia um fantasma dentro do quarto. Está com todas as janelas e cortinas fechadas. Está tudo escuro.

 

- Kami-sama. E ele lhe falou algo? – perguntou aflita.

 

- Nada, senhora. – respondeu Kaede ainda aos sussurros.

 

- Estamos indo até aí. Não permita que ele saía. – Izayou terminou desligando rapidamente o telefone e olhando para InuYasha aturdida – Estava em casa.

- Vamos então, mãe. – InuYasha já estava se preparando para sair.

- Deixe-me arrumar o Hakudoushi. – a mulher saíra correndo escadas acima para acordar o neto.

 

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Quando chegaram, Kagome estava esperando junto de Kaede. InuYasha havia ligado à noiva, que mora a alguns quarteirões dali no Templo Higurashi, para que pudesse ajudar com Hakudoushi, enquanto a mãe e ele tentavam falar com Sesshoumaru.

 

- Tentei falar com ele, mas parece que está em outro mundo. – Kaede iniciou o que havia ocorrido detalhando a forma decadente em que o enteado estava.

- Vamos tentar falar com ele. – InuYasha se pronunciou já entrando na casa.

- Cuidarei de Hakudoushi. – Kagome falou quando viu a criança sair do carro.

- Ficarei aqui com você. – falou Kaede – Isto é entre eles. – terminou olhando Izayou entrar junto do filho e irem subir as escadas.

 

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Ambos subiam as escadas em silêncio, apenas ouvindo o barulho que seus sapatos faziam em atrito com os degraus. Começaram a andar em direção ao quarto e para Izayou aquilo simplesmente fez seu coração apertar, não sabia o que fez isto, mas estava tão temente ao que poderia acontecer.

 

Izayou abriu a porta olhando para dentro do quarto e simplesmente a visão parecia lhe fazer temer.

 

As janelas estavam fechadas e as cortinas também, havia uma escuridão meio fúnebre ali, não  apenas pelo fato de não haver luz, mas pela forma que encontrou o enteado. Ele estava sentado na poltrona, o cotovelo sobre o apoio, enquanto seu rosto se apoiava na mão, seu rosto estava impecavelmente sério, contudo as olheiras o denunciava da noite mal dormida e parecia olhar algum ponto perdido no pé da grande cama de casal.

 

- Sesshoumaru? – Izayou entrou no quarto sendo seguida de InuYasha que esboçou igualmente uma cara de espanto, afinal o meio-irmão nunca ficara daquela forma nem quando o pai havia falecido – Filho?

 

Silêncio.

 

- Meu amor. – a mulher abaixara-se um pouco tocando os cabelos prateados tentando algum contato visual, algo totalmente em vão – Olhe para mim, meu bem.

 

O meio irmão observava Sesshoumaru, o mais velho sempre fora de suprimir sentimentos, por isso apreciava o silêncio quando algo que não era de seu agrado acontecia. Algo que Izayou não havia notado, e InuYasha esperava que não notasse, era a forma de como o músculo do irmão se contraía, aquilo era estranho. Parecia que Sesshoumaru havia, simplesmente, surtado e o corpo não agüentava mais o que a mente havia suportado por tanto tempo.

 

- Rin não gostaria de vê-lo assim, Sesshy. – Izayou tentou aborda-lo desta forma.

 

Por alguns momentos, ao ouvir a pronúncia do nome de Rin, Sesshoumaru esboçou a reação de fechar os olhos e massagear a área entre os olhos, pelo menos era um início, ou pelo menos era o que Izayou pensava, até o enteado simplesmente voltar a sua anterior inércia.

 

InuYasha viu a mãe estremecer quando, ao tocar o braço de Sesshoumaru, sentiu os espasmos de seus músculos fazendo-a arquear as sobrancelhas. Ela baixou os olhos e o mais novo ouviu o fungar baixo da mãe. Izayou tentava controlar o nó que havia criado na garganta deixando uma lágrima escorrer e manchar a calça do filho.

 

- Sesshoumaru!!!! – InuYasha alterou sua voz da porta, algo que foi ouvido por toda a casa.

 

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- Venha, Haku. – chamou Kagome acenando para a pequena criança – Eu empurro você no balanço.

- Hai, Kagome-sama. – o pequeno menino saiu correndo na direção da mulher, enquanto Kaede o seguia calmamente com os braços cruzados.

 

O menino sentou-se sobre o acento e segurou-se nas cordas, que estavam amarradas em fortes galhos de uma grande árvore no jardim, enquanto Kagome o empurrava levemente para o balanço ir e voltar.

 

- Está gostando, Haku? – perguntou Kagome, sorrindo, quando viu a criança fechar os olhos sentindo o vento tocar-lhe a pele alva e fazer seus cabelos prateados mexerem-se, nem parecia ter cinco anos.

- Sim, Kagome-sama. – o pequeno respondeu rindo pelo fato de estar indo tão alto – Mamãe uma vez disse pro Hakudoushi que se fecharmos os olhos enquanto estamos no balanço podemos sentir o céu.

- Ah é? E você está sentindo? – perguntou a mulher que sorriu ao ver o menino balançar a cabeça afirmativamente.

 

- Sesshoumaru!!!!!  - Kagome ouviu a voz de InuYasha se estender por todo o jardim fazendo-a virar o rosto na direção da voz.

 

Antes mesmo de qualquer desastre acontecesse Kagome olhou urgentemente para Kaede, que entendeu seu pedido e ocupou seu lugar empurrando Hakudoushi no balanço, enquanto a mulher de madeixas negras corria para dentro de casa, subindo os degraus de dois em dois, ela sabia, sabia perfeitamente que InuYasha poderia sair da calmaria para a violência num piscar de olhos.

 

Adentrou o quarto rapidamente a ponto de ver o noivo atirar-se contra Sesshoumaru, que se mantinha na poltrona.

 

- Qual o seu problema? – InuYasha segurou o irmão pela gola da camisa forçando-o se erguer da poltrona – Responda, maldito! – InuYasha simplesmente desferiu um soco na boca de Sesshoumaru e o mais velho simplesmente ficara com o rosto voltado na direção que havia recebido o golpe, enquanto um filete de sangue lhe escorria no local atingido.

 

InuYasha ficou por alguns segundos aturdido, Sesshoumaru nunca recebera um golpe dele sem revidar ou sem nem ao menos desviar, era por isso que o irmão era o melhor na academia de Toutousai, enquanto o outro simplesmente era o único que conseguia se manter algum tempo lutando com o homem que agora estava a sua frente, era sempre o mais velho que o vencia nos torneios e nos treinos.

 

- Eu vou ter que socar sua cara para acordar? – InuYasha voltou ao normal voltando a segurar o irmão mais uma vez.

- Saía daqui, InuYasha. – Sesshoumaru pela primeira vez havia dado sinal de vida segurando o meio-irmão igualmente pela gola e o empurrando para trás, fazendo o mais novo bater contra o guarda-roupa – Saíam. Todos. – o mais velho voltou a frieza e impassibilidade que sempre teve.

- Oras, seu... – InuYasha se recompôs e mais uma vez partiria para cima de Sesshoumaru.

- Não, InuYasha. – Kagome o segurou pelo ombro fazendo-o parar – Já chega. Ele não nos quer aqui. Tem direito ao espaço dele.

- Mas não tem o direito de fazer nossa mãe sofrer. Muito menos Hakudoushi, seu idiota. – InuYasha falou apontando para Sesshoumaru, enquanto Kagome e Izayou continuavam a segura-lo.

- Deu meu filho. Deixe seu irmão descansar. Será melhor assim. – Izayou olhou para Sesshoumaru e sorriu – Pense melhor, meu filho. Se não se importar ficarei aqui por hoje. – ela e Kagome foram empurrando InuYasha para fora do quarto, enquanto a mais velha observava Sesshoumaru voltar ao seu lugar na poltrona passando a mão no canto da boca, para tirar o excesso de sangue.

 

- - -

 

Rin estava sentada sobre a cama, os lábios se mantinham entreabertos. Ele, Sesshoumaru, Taishou Sesshoumaru, acabara de alterar a voz. Não era uma novidade as constantes brigas com o meio-irmão, mas... até mesmo Izayou acabara sendo envolvida. Eram poucas as vezes que ela se lembrava do marido enfurecido e isso simplesmente a fazia estremecer.

 

- Humanos são estranhos. – Kikyou falou ficando ao lado de Rin, quando a outra virou-se surpresa pela vinda da shinigami.

- Sentir raiva não me ajuda, não é? – perguntou Rin voltando a olhar para Sesshoumaru.

- Nem um pouco. – a ceifadora respondeu vendo a outra suspirar, um ato desnecessário na visão de Kikyou.

- Por que amá-lo? – foi a pergunta que surpreendeu Rin – A energia dele é tão fria e vazia, não compreendo o que sente por ele.

- Não sei lhe explicar. – Rin comentou voltando seus olhos para o teto, enquanto coçava a nuca pensativa com a pergunta.

- Porque falar de oscilações de energia tornar-se-ia tão inexplicável? – Kikyou olhou Sesshoumaru, parecia mais com uma estátua de mármore do que com um ser humano.

- Sentimentos não se explicam, eles são sentidos. – Rin falou sonhadoramente tocando o peito aonde deveria estar seu coração, mas algo a intrigou fazendo a mulher olhar para a shinigami – Kikyou-sama não sente?

- E deveria?

- ... – Rin levantou-se e olhou para Sesshoumaru, fechou os olhos e abriu os braços – Porque amá-lo é sentir-me viva. – baixou os braços e deu um longo suspiro - É espera-lo na sacada, enquanto anoitece para sentir seu calor. Sentir as várias borboletas na barriga em seu toque. – ela olhou para Kikyou tão ternamente, mas a ceifadora poderia apenas olhava-a de forma vazia, como se nada estivesse entendendo – É saber que independente do momento ele estará lá. Não o amar é simplesmente impossível. – ela terminou, mas logo em seguida seu corpo se encolheu, uma forte dor havia lhe tomado, como se estivessem drenando a energia – Está doendo, Kikyou-sama.

 

A ceifadora andou até Rin e a observou por alguns instantes.

 

- Seu tempo está se esgotando, Rin. – a shinigami lhe avisou.

 

Ao receber a notícia Rin olhou a outra em desespero. Como abandonaria seu marido e filho num momento como este?

 

- Agora? – Rin perguntou atordoada, enquanto a dor, aos poucos, ia amenizando.

- Não. Este fora apenas um aviso. – Kikyou falou começando a andar na direção da parede.

- Quando irei embora? – perguntou Rin.

- Você sentirá o momento. – foi a última coisa que Kikyou lhe disse antes de sumir deixando uma Rin muito entristecida para trás.

 

- - -

 

O dia passou e terminou rápido. A família Taishou ficara na casa do filho mais velho para tentar reanima-lo, algo que simplesmente não ocorrera. Hakudoushi perguntara do pai, mas nada lhe foi respondido e ele se rendeu ao sono, mais uma vez sobre o sofá.

 

Izayou tentara levar o neto para o quarto, mas toda vez que o fazia Hakudoushi acordava e dizia que esperaria o papai chegar do trabalho. Vencida a mulher se entregou ao sono junto do neto. InuYasha decidira por fim dormir em um dos quartos de hóspedes, não queria deixar a mãe sozinha, enquanto Kagome retornara para casa

 

No meio da noite tudo parecia estar calmo. Rin saíra de perto do filho para ir observar Sesshoumaru que nem ao menos pregava os olhos em mais uma noite. Sabendo como o marido era deveria estar cogitando algo de como passaria por isto, mas o que quer que estivesse pensando, a mulher não fazia a mínima idéia.

 

- - -

 

Hakudoushi abriu os olhos lilases, esfregou-os com a pequena mão e sentou-se, observando Izayou adormecida ao seu lado. O menino saíra do sofá e começara a andar, o pai não havia chegado ainda, no pensar dele, Sesshoumaru provavelmente estivera num exaustivo dia, então, não esperaria no sofá, iria para o jardim espera-lo, como sempre fazia quando sua mãe estava acordada.

 

A criança passara pelo hall, atravessando a cozinha e saindo pela porta de trás, com acesso ao jardim. Caminhou tranquilamente até se sentar sobre a grana e olhar as estrelas brilhantes no céu.

 

- Mamãe, volta para nós. – o menino pediu as estrelas, sentindo a brisa mexendo-lhe o cabelo.

 

Passaram-se alguns minutos e o sono começava a persuadi-lo para fechar seus olhos, mas aqueles orbes lilases não queriam ser vencidos pelo sono agora. Por isso pegara sua bola para brincar. Ficava chutando-a de um lado para o outro e rindo brincalhonamente, enquanto a via quicar e saltar alto. Empolgado com sua brincadeira, escondido de todos, ele acabara chutando a bola forte demais a fazendo bater na árvore que tinha seu balanço e ricochetear para próximo da piscina.

 

Parara frente a cerca de proteção observando a bola próximo a borda da piscina. Piscara relembrando que a mãe havia lhe avisado que nunca poderia chegar perto da piscina sem ter alguém junto dele, mas o brinquedo nem havia caído na água, qual problema teria em ir pega-la?

 

Com alguma dificuldade ele abrira a cerca de acesso ao local que estava sua bola e andara calmamente. Agora que notava, no escuro aquele lugar parecia bem mais assombroso. Por isso apenas se focara em pegar a bola e voltar para casa, quando se aproximou de seu objeto de atenção, sem querer, seu pé acertara a esfera plástica fazendo-a cair sobre a superfície da água.

 

- Não. Volte aqui, bolinha. – a criança falara fazendo bico quando a viu fazer várias ondinhas na piscina ao tocar sua superfície.

 

Com medo de descobrirem que havia transgredido uma das regras da casa, Hakudoushi não queria deixar provas que estivera ali próximo, a bola estava tão perto da borda tentaria uma vez, se não conseguisse iria para dentro da casa e tudo estaria bem, quando o pai chegasse contaria o que havia acontecido e foi pensando nisso que o menino se ajoelhou sobre a superfície azulada de fibra e esticou o bracinho, enquanto se apoiava com o outro. Seus dedinhos rasparam na textura de seu brinquedo, mas não conseguia segura-lo, inclinou suas costas um pouco mais para frente e a mão que se apoiava na borda escorregara fazendo-o cair na água gelada.

 

- - -

 

Rin estava agoniada. Algo estava a deixando agitada, sentia algo dentro de si arder alertando-a, mas não fazia a mínima idéia do que seria. Andou pelo quarto chegando até a janela de vidro, observar o jardim que tanto cuidara lhe faria bem, contudo não fará o lugar que amava que a fez arregalar seus olhos.

 

- Hakudoushi. – ela pronunciou o nome do filho aos sussurros quando o viu se debruçar na piscina, aquilo era ruim, muito ruim, na visão de Rin.

 

Ela chegara até a piscina, mas no instante seguinte o filho caíra fazendo seu corpo mais uma vez estremecer, tinha medo, medo de perdê-lo.

 

- Não. Hakudoushi. – ela falou alto entrando na piscina, mas não se molhava e a água muito menos se movia ao se mexer no local para tentar amparar o filho.

 

- Não!!! Não!!! Não!!! – ela agonizava enquanto via o filho se debater na água, descendo e subindo entre um engasgar e outro. – Alguém. – ela gritou tentando tocar o filho para o manter fora de perigo, mas sua mão apenas ficava o atravessando.

 

Hakudoushi lutava persistentemente lutar, mas suas mãos apenas o faziam se afastar da borda. Abrira a boca para pedir socorro, mas a água aproveitou-se para adentrar e sufoca-lo.

 

“Mamãe.” – a criança pensou enquanto sentia descer.

 

- Pap... – tentou falar quando voltou a superfície tentando aclamar o socorro do pai.

 

Então seus braços e pernas começaram a pesar, nem ao menos seus olhos permitiam-no enxergar direito, foi onde apenas se rendeu deixando seu corpo afundar inconsciente.

 

Seu filho estava morrendo na sua frente. Seu filho estava perdendo a vida e ela simplesmente nada poderia fazer. Seu corpo tremia, sua mente entrava em desespero.

 

- Não!! Não!!! – ela fechara os olhos balançando a cabeça para os lados em angústia – Não pode. – ela fechara os punhos em raiva fazendo seus dentes trincarem e sem perceber a água movera-se sem mais alguém ter entrado – Não pode! – sua mente gritou fazendo-a segurar o filho e traze-lo a superfície do fundo. – SESSHOUMARU!!! – ela gritou e o vidro da porta quebrar-se em estilhaços.

 

- - -

 

... Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo para todos. Por mais que eu tenha dito que postaria apenas uma vez por mês, todos os dias estou conseguindo escrever um pouquinho que seja.

Perdoem-me os erros, não tive tempo de corrigi-los. Quando eu o li pensei em mais uma vez apaga-lo, mas não sei se conseguiria escrever outro O_o’’

Estarei aguardando seus reviewns para opiniões, críticas e o que mais quiserem falar. Seu reviewn é importante. XD

Respondi aos reviewns a mim, enviados, mas, contudo, porém, conquanto estou agradecendo por aqui também.

Agradecimentos à:Kiss_May_Chan, Kelen_Chama e Diinda.

Beijos.

Vênus.



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