O Retorno dos Antigos escrita por João Victor Costa


Capítulo 7
Mundo de Respostas - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

O Capítulo foi dividido em duas partes porque ficou muito grande. Boa leitura!



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Chris tocou a campainha mais uma vez, imaginando que tipo de situação aquilo poderia ocasionar. Ganhar um animal carnívoro e altamente letal de estimação não era exatamente o que ele tinha em mente como uma possibilidade.

Pensou que talvez ninguém estivesse ouvindo e ficou com receio de tocar a campainha do interfone mais umas dezenas de vezes até que ele percebesse que seu pensamento de que ninguém se encontrava presente estava correto.

Talvez ele simplesmente não devesse estar ali, e sim sentado na frente de seu computador, criando a identidade visual da empresa de móveis de sua vizinha, enquanto era julgado negativamente, pelo seu irmão a cada olhar.

Chris gostava do irmão Garret, mas as coisas eram complicadas. Garret trabalhava fazendo manutenções em restaurantes e lojas do tipo, coisa que Chris nunca gostara muito, e queria que o irmão mais novo seguisse os mesmos passos.

Mas isso não aconteceu e certamente não iria acontecer.

Garret nunca o apoiara na vida. Parecia querer fazer de tudo para que Chris desistisse de seu sonho de designer gráfico, julgando negativamente tudo o que ele fazia, o que realmente era um saco. Parecia que Garret não enxergava o que estava fazendo. As vezes Chris queria gritar bem alto algo como “Eu não quero ser que nem você!”, mas era equilibrado demais para fazer isso.

Era um libriana, obviamente. Não que alguém se importasse muito com isso. A parada de espíritos estelares também era algo complicado.

Mas, de certa forma, fora graças ao seu irmão que ele aprendera sobre todas aquelas histórias.

Quando Chris era mais novo, seu pai John fora assassinado e nunca encontraram o culpado. Antes disso, John havia ensinado a seus dois filhos, Henry e Garret, os mais velhos, sobre os “antigos mitos”, que era como as pessoas os chamavam atualmente.

John havia conseguido um dos poucos exemplares existentes do livro “Histórias de Teceu”, dado a ele pelo seu pai (avô de Chris). O livro era da época em que o Conselho da Magia fora dispensada e todos os livros da biblioteca - que não tinham sido furtados por algumas pessoas que eram contra aquela decisão dos doze líderes de Teceu da época pós-guerra - foram destruídos pelas chamas. Muitos dos exemplares de livros como aquele foram salvos, escondidos cuidadosamente na casa de seus donos, das frequentes inspeções que castigaram as cidades durante os primeiros dias, que foram os mais turbulentos até todos finalmente se renderem àquela decisão.

Garret então aprendera sobre os espíritos com o pai e passara tal conhecimento para o mais novo. Já Henry, o mais velho dos três, não era muito fã daquelas histórias, o que já ocasionara diversas discussões entre eles. Henry era considerado o desgosto do parte de John, também por querer ser algo que ele não queria. Resolveu então sair de casa um tempo depois que o pai morrera. Desde então, não costumava os visitar, mas Chris entendia a decisão do irmão que ele pouco conhecera. Ele entendia como ele se sentia. Sabia como era os outros quererem que ela fosse algo que não queria.

Chris tocou a campainha do interfone mais uma vez e, dessa vez, logo após um pequeno estalo com um ruído de estática, ele pôde ouvir a voz formal de um homem de meia idade do outro lado.

— Olá. - falou a voz. - Posso ajudá-lo?

Chris hesitou por um momento. Katy era uma hospedeira, ele sabia. Sua presença ali poderia ser comprometedora, apesar de ninguém estar lhe prestando muito atenção naquele momento. Talvez o homem encobrisse a presença da garota, quando ele lhe perguntasse por ela, mas resolveu fazer isso mesmo assim.

— Olá. - disse ele. - Meu nome é Chris. Eu queria saber se Katy está.

— Não existe ninguém aqui com esse nome, Senhor. - disse Bernard do outro lado da linha, o que era mentira, já que Katy havia chegado há menos de uma hora atrás, sem parar de falar sobre a paz e os estúpidos líderes representantes das capitais.

Chris pensou a respeito daquilo. É claro que o homem estaria mentindo. O que ele esperava? “Ah, meu nome é Chris, quero ver uma garota chamada Katy que ninguém sabia que existia na sua mansão e que certamente tem poderes incríveis. Talvez alguma coisa com as plantas ou o vento, sei lá. Ela está?” “Sim, claro! Pode entrar”.

Com certeza que não iria dar certo, mas não desistiria facilmente..

— Eu sei que ela está ai e eu realmente aposto que possa haver alguma pessoa curiosa de olho em vocês, já que ninguém nunca viu essa garota por aqui, mas eu não sou esse tipo de pessoa. - ele olhou em volta, certificando-se de que não havia ninguém por perto e encarou a câmera de segurança na parede, no canto, pela qual o mordomo o observava. - Algumas pessoas daqui me conhecem. Se você quiser uma história para contar para contar a qualquer um que desconfie de vocês, ela é minha… Hm. Colega de trabalho que está fazendo algumas visitas para conversar sobre a empresa na qual vocês pretendem abrir ou algo do tipo. Sei que Katy está aí. - disse ele sem ter nenhuma certeza disso. - Por favor.

Chris esperou pela resposta durante alguns longos segundos. Ele já estava pensando em dar meia volta, quando a resposta não veio do interfone, mas sim acompanhada com o som da porta com sua trava elétrica sendo destrancada.

— Eu vi a reunião e o espírito do Destino. - disse Katy. - Eu não imaginava que tudo o que vinha acontecendo de mal aos hospedeiros por parte da Cavalaria e de todos ou outros fosse causados por causa de uma maldita reunião. Os líderes das nações queriam isso. Eles sabiam o que iria acontecer.

Chris observava atentamente a garota e seus belos cabelos castanhos ruivos, imaginando tudo o que ela passara, o que o fez se sentir péssimo pelo fato de não poder ajudá-la de alguma outra forma além de fazer com que ela não sofresse sozinha.

Katy lhe contara sobre Minerva, a loja de doces, o espírito Dáo Shigar, a casa de campo na décima segunda capital e o outro hospedeiro que conhecera, que a fez dormir em uma visão profunda sobre o passado.

Chris sabia uma parte da história, mas duvidava que o que sabia seria superior ao que Katy vivenciara. A forma como ela descrevera foi como se realmente estivesse lá. Coisas que apenas uma pessoa que estivesse lá saberia.

— Foram um bando de idiotas egoístas. - disse Chris, tentando minimizar um pouco os sentimentos de raiva de Katy. Sentimentos conflituosos. Katy teria colocado um adjetivo bem mais ofensivo que idiotas egoístas.

— É foram mesmo. Não foi a melhor decisão que poderiam fazer, eu acho. - disse ela pensando no líder da Capital do Cosmos, pedindo desculpas aos hospedeiros no final. - Mas eu não os culpo por isso. Pode até ser compreensivo.

Compreensivo sim. Eles queriam se salvar de mais guerras ocasionadas pela interferência dos espíritos no mundo material, mas ignoraram completamente uma pequena frase que deveriam ter feito a si mesmos.

“Não faça aos outros o que não quer que seja feito à você.”

Mas a balança havia pesado mais. Os “outros” eram bem mais leves que o “vocês. A população de um bilhão e meio de pessoas valia muito mais que um pequeno grupo de centenas de hospedeiros.

Eram apenas números.

— Quem é você? - perguntou Chris, olhando nos olhos de Katy.

— O que? - indagou Katy, estranhando aquela pergunta vinda de um garota que ela conhecera no dia anterior (Sim, muita coisa havia se passado em apenas um dia) e que agora estava lhe fazendo uma visita.

— Quem é você? - repetiu. - Sabe, a resposta longa.

Aquela era uma pergunta que o garoto costumava fazer para a maioria das pessoas que conhecia. Quando elas respondiam com apenas com o nome delas, o que faziam da vida ou alguma dessas informações que se encontram em uma ficha policial, ele dizia que queria a “resposta longa”.

Quem é você?

Mas a maioria das pessoas o ignorava com uma risada frustrante ou não respondiam da forma que ele imaginava (também com uma risada frustrante.)

Katy pensou a respeito daquilo por alguns segundos, organizando as informações da pergunta inesperada em sua cabeça. Quem sou eu?

— Bom, meu nome é Katy Sui Bruhmar, tenho 16 anos e sou a hospedeira da Escrita. Passei boa parte da minha vida escondida em uma casa com a minha família me protegendo das pessoas que caçam os hospedeiros como eu ou qualquer outra pessoa com ligação com os “mitos antigos.” Além disso, também estavam me protegendo de meus próprios poderes, se bem que as pessoas na qual chamo de pais, embora não acho necessário mudar essa expressão, não são meu verdadeiros pais. Recentemente eu descobri que o mundo era algo bem mais cruel do que eu imaginava que fosse e que todos próximos de mim correm perigo. Eu não sei se sou forte o suficiente para ajudar significativamente na mudança do mundo, mas eu não vou deixar ninguém tirar a minha família de mim por terem me protegido. Agora estou apenas esperando o momento para retribuir a ajuda deles. Queria fazer uma verdadeira diferença no mundo.

— Uau. - disse Chris assentindo. Aquilo sim era uma resposta digna.

— Hm, e quem é você? - perguntou Katy. - Resposta longa.

Chris nunca havia imaginado alguma pessoa fazendo aquela mesma pergunta para ele que não fosse ele mesmo. Sugerindo a resposta longa. A resposta longa era uma forma de dizer quem a pessoa era, ressaltando traços de sua personalidade escondidos em meio às palavras.

Katy passara sua vida escondida, o que significava que ela não era muito experiente com coisas relacionadas às pessoas, de forma prática. Também sentia medo do que as pessoas pudessem fazer com ela ou com as pessoas que amava e ao mesmo tempo se sentia impotente por achar que não poderia os ajudar quando fosse preciso.

Foi o que Chris entendera da resposta longa da garota. Algumas pessoas a respondiam mesmo sem se dar conta do quanto não eram monótonas.

Era a sua vez de dizer quem era.

— Meu nome é Chris Ferreira Martins, 17 anos, e não tenho nenhuma razão para viver que não seja a esperança em um mundo melhor. Meu pai foi assassinado quando eu tinha quatro anos e eu mal conheço meu irmão mais velho. Por isso, moro em um apartamento com minha mãe e meu outro irmão. Ambos sabemos sobre os mitos antigos por causa do meu pai e meu pai só soube deles por causa da minha avó, através de um livro proibido com todas as histórias de Teceu. Porém, parece que minha família perdeu a esperança de ter o mundo livre como era antes.. Temos medo do que possa acontecer a todos nós e por isso eles não se importam mais. Eu ainda não desisti. Não desistiria tão fácil com algo que realmente vale a pena, como o acreditar, mas eu não sei como um simples humano, sem nenhum poder, poderia ajudar nisso tudo.

Katy avaliou mentalmente sua resposta. Ele vivia porque tinha esperanças de um mundo livre, o que não era algo muito comum entre os jovens Era algo importante que não podia ser compartilhado. Algo importante o suficiente para Chris achar qualquer outra coisa como algo insignificante, o que o tornava uma pessoa sozinha e, ainda por cima, com problemas com a família.

— Uma pessoa sem poderes, louco para ajudar o mundo e a rebelião da forma que puder e uma pessoa com poderes com medo de fazê-lo, sem saber por onde começar. - observou Katy.

— Não diga isso. - falou Chris. - tudo tem o seu tempo.

— É, mas as coisas estão mais complicadas agora. - disse ela. - Os rebeldes têm de se apressar. Deter o caçador de olhos antes que seja tarde demais.

Katy também havia mencionado esse detalhe para Chris. Minerva havia conversado com ela sobre Sig, o hospedeiro líder da Cavalaria (o que é uma ironia, de certa forma), estar planejando invocar o espírito de uma bruxa capaz de lançar um feitiço para controlar todos as mentes humanas mais fracas, fortalecido com os pensamentos negativos das mesmas. Pessoas fáceis de serem manipuladas - o que representava a maioria da população.

— Como é o seu poder? Como ele funciona?

Katy ficou meio surpresa. Era a primeira pessoa perguntando sobre o seu poder e ela teve prazer em lhe contar. Já não tinha mais dúvidas de que poderia confiar no garoto, embora Bernard ainda parecesse olhar para os dois com cara feia.

— Eu chamo a minha magia de Escrita Sólida. Tenho o poder de tornar real tudo o que escrevo, embora eu não consiga controlar muito bem isso. Nessa casa não há absolutamente nada que eu possa usar para escrever. Sabe, para prevenir que eu cause algum desastre.

Chris entendeu. Imagina que desagradável transformar sua própria casa em uma bomba atômica, por exemplo.

— Por isso você não costuma usá-la muito?

— Sim. As vezes eu até tenho medo de perder esse poder, como se fosse algo que eu deveria estar sempre praticando. Mas quando eu penso nas palavras, eu sinto a força do meu espírito patrono. O espírito das palavras. - explicou Katy.. - Quer uma demonstração?

Chris assentiu mas ficou nervoso com seja lá o que fosse ver.

— Claro!

— Só preciso de algo para poder escrever. - disse Katy.

— Ah, eu tenho aqui.

Chis abriu sua mochila bege de alça transversal, tirou um caderno e uma caneta e os entregou à garota. Os olhos de Katy brilharam e uma corrente elétrica pareceu percorrer o seu corpo. Ela queria pular de alegria por finalmente ter aqueles objetos ao seu alcance. Mas, é claro, ela sabia que deveria tomar cuidado e evitar fazer alguma loucura.

Ela arrancou uma folha do caderno e segurou a caneta preta transparente em sua mão. Katy olhava aqueles dois objetos como Chris olhava para uma deliciosa e irresistível coxinha.

— Vamos ver o que eu posso escrever…

Ela rasgou uma pequena parte da folha, suficientemente grande para escrever uma palavra, e assim o fez.

— Invisível. - disse Katy e o papel em sua mão desapareceu. - Foi a palavra que eu usei para fugir e dançar na chuva. - A lembrança daqueles momentos fez os dois corarem e esboçarem um sorriso. - Pegue.

Chris estendeu a mão e tocou no pedaço de papel. Poderia sentir ele ali em suas mãos, mas não conseguia o ver. Era uma sensação estranha como tocar o vento, só que era com algo mais sólida.

— Isso é incrível.

Katy sorriu e rasgou mais um pedaço de papel.

— Fogo.

E os dois observaram as letras ficarem ainda mais escuras e pequenas chamas desintegrarem o papel em cinzas.

— Água.

Os dois observaram enquanto o papel se transformava em líquido e molhava o chão enquanto, segundos depois, voltava novamente à sua forma sólida, dessa vez como pedacinhos de papel onde havia gostas de água.

— Por que se transformou em papel de novo? - perguntou Chris.

— Quando as palavras mágicas são desfeitas, o seu efeito também desaparece., voltando ao seu estado normal, ou, pelo menos. - ela observou os diversos pedacinhos espalhados pelo chão. Não se assemelhavam ao papel original. Era como os tivesse batido no liquidificador e os deixados para secar. - quase isso. Com o fogo é a mesma coisa. O papel começa a queimar, mas a magia para de agir segundos depois das palavras se desintegrarem. Porém, mesmo assim o fogo continua.

— É espetacular. Você poderia tentar descobrir até quando poderia tornar realidade tudo o que escreve, Katy. - disse o garoto, fascinado. Katy nunca havia visto tão admiração em alguém. - Poderia fazer coisas ainda maiores.

— Eu não sou tão forte assim. - disse ela. - Minha magia também tem limites. Tenho poder o suficiente para, no máximo, duas palavras com um efeito que não seja muito grande. Você disse que queria ajudar o mundo. Quero lhe dar um presente.

— O que? - perguntou Chris. - Um presente?

Katy havia pensado nessa possibilidade. Uma palavra especial para ele.

— Aham. É uma palavra única.. - afirmou Katy. - Essa sua mochila é resistente?

Chris não entendeu muito bem o motivo daquela pergunta, mas respondeu mesmo assim.

— Aham. É minha favorita. Por quê?

— Você vai ver.

Katy pegou a mochila e Chris observou enquanto ela escrevia alguma coisa no interior dela com sua caneta.

— Espero que dê certo. Quero que saiba que você não está mais sozinho. - disse ela. - E não estou falando apenas de mim.

Chris nunca havia recebido um presente tão incrível na vida. Quando Katy pegou a caneta e começou a escrever em sua mochila que seu irmão Henry lhe dera, imaginou que a garota transformaria sua mochila em algo mágico (esperando que esse algo não fosse fogo) e não se decepcionou.

A princípio, ficara boquiaberto e assustado até, mas rapidamente se acostumou. Afinal, não era todo dia que se ganhava um leopardo espiritual de estimação.

— Isso é extraordinário, Katy. - disse enquanto o animal o rodeava. O rodeava como um gato muito grande, com pelos brancos com pintas escuras. Ele viu o espírito sair da própria bolsa em uma espécie de nuvem preta e branca e se materializar como o leopardo. Quando o tocou, hesitante, pareceu altamente real, mas ao mesmo tempo, algo que vinha de outro mundo, o que de certa forma era verdade.

Katy sorriu enquanto observava o mais novo amigo brincar com o mais novo bichinho de estimação. Aquilo exigiu um bocado de sua força e o preço de cinco dias de vida, com base no dízimo do deus do Tempo. Katy havia lido sobre aquele tipo de magia e sabia como fazê-la. Ao contrário do que muitos pensavam, todos tinham acesso àquela magia, se acreditassem Pagar uma quantidade de dízimo para o deus supremo do Tempo (que correspondia ao tempo de vida) ou o deus supremo do Espaço (que correspondia em dor física), em troca de algum pedido. Havia os pedidos mais simples, que era os mais baratos, por assim dizer, e os pedidos mais complexos, que além dos altos preços, precisavam obedecer algumas outras normas. O pedido de Katy estava mais ou menos no meio entre os simples e os complexos. Ela pediu apenas um fortalecimento daquelas duas palavras que escrevera. Ela não era tão forte com seus poderes e aquele pequeno sacrifício era o suficiente para a magia dar certo. Não se arrependeu.

— É um leopardo espiritual. É uma magia antiga e uma das poucas coisas que me lembro da época em que estive na escola, antes de eu vir morar aqui. Você deveria dar um nome para ele.

— Acho que vou chamá-lo de Alex..

— É um bom nome. - afirmou Katy.

— Sim. Mas como assim um leopardo a faz lembrar da escola?

— Ah, sim. É que, na época, eu invocara um leopardo sem querer, que causou o caos na sala de aula durante alguns segundos antes de desaparecer. Lembro-me disso vagamente. Acho que foi nessa época que resolveram que era melhor eu sumir também.

— Não deve ter sido fácil para você. Sabe, todos esses anos… Mas obrigado. - agradeceu ele, acariciando os pelos do leopardo, que o olhava com seus impressionantes olhos amarelos. - Obrigado mesmo. Ah, e o que exatamente você escreveu na minha mochila?

— É uma palavra antiga, criada por um dos mais poderosos hospedeiros da escrita. A palavra é Atmaya Patray

Chris pegou sua bolsa e a examinou.

— Ah, essa história…

Aquelas palavras fizeram o garoto entender parcialmente o que acabara de acontecer. Era uma palavra usada por um antigo hospedeiro da Escrita para ajudar seu amigo a guardar e ter controle sobre um espírito.

E não era um espírito comum, por assim dizer.

O primeiro e único espírito guardado naquelas palavras até então era o espírito da Morte...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem! Comentem!

"Quem é você?"



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