Percy Jackson e a Volta ao Passado escrita por MartaTata


Capítulo 6
6. Fui possuído, desafiado e quase morto em apenas um capítulo.




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“ – Perseu Jackson!”.— Gritou Hefesto, à frente de uma fogueira de uns dez metros. A mesma criava imagens com o fumo de vários Deuses e histórias de Semi Deuses. O campo estava todo reunido em peso, e assim que o mesmo me chamou, o murmurar das pessoas extinguiu- se e eu levantei- me. Hefesto suava, não pelo calor da fogueira, mas sim pelos nervos da quantidade de pessoas a olharem para ele. – “Venha, Semi- Deus. Explique a sua história. Se ela for convincente e tiver provas, acreditaremos em ti; Caso contrário…”.

 

Engoli em seco. Não queria que Hefesto terminasse a frase. Tinha de ser convincente e totalmente certo nas palavras que fosse escolher. Eu sei que tenho de conseguir.

 

Andei lentamente, enquanto todos se desviavam para eu passar. Alguns que estavam em pé, sentaram- se, enquanto em fiquei ao lado de Hefesto. Rachel, a única que sabia de tudo, sorria para mim, confiante. Ela encontrava- se na primeira fila de semi- Deuses, e agradeci por isso, já que se precisa- se, pediria apoio.

 

Mais atrás, encontrava- se Annabeth, séria e totalmente concentrada. Parecia estar a calcular cada parte de mim e do que se passava em volta. Ao contrário de muitos semi- Deuses com défice de atenção, hiperatividade e dislexia, ela tinha, mas conseguia concentrar- se com uma facilidade imensa; Então se o assunto fosse para ser estudado ou para saber mais, a filha de Atena usava os seus olhos cinzentos demasiado calculistas e estudava tudo, de uma ponta à outra. Eu admirava- a muito, e esse aspeto poderia ser bastante impressionante, mas ao mesmo tempo era assustadoramente gélido, vindo de uma linda semi- Deusa cheia de vida.

 

“ – Não faço ideia de como vos convencer”. – Comecei, meio atrapalhado. – “E o mais provável é querem- me matar quando isto acabar, mas eu vou explicar tudo, parte por parte. Perguntem o que quiserem, falem aquilo que quiserem; Mas por favor, acreditem”.

 

“ – Comece então, Percy”.— Afirmou Hefesto.

 

Expliquei tudo – Falei sobre ser filho de Poseidon, deixando- os todos confusos; disse sobre o plano de Chronos e como ele conseguiu fazer uma lavagem cerebral (por culpa minha) para eu conseguir salvar Poseidon e Tyson, o meu irmão ciclope; descrevi o campo como era antigamente, de que Rachel era, na verdade, o oráculo. Decidi esconder sobre Annabeth ser minha namorada, a morte de Luke e que Chronos reviveu no corpo dele, por precaução. Já era demasiada informação num dia, imaginem se conta- se tudo. Contei igualmente sobre a guerra contra Chronos, de que eu o derrotei, que nos unimos para salvar o campo, com os Deuses.

 

Quando terminei a história, todos olhavam para mim, calculando cada milímetro dos meus gestos e palavras. Olhei para Rachel, e esta devolveu um olhar alegre, como quem diz: “Fizeste um ótimo trabalho!”.

 

Depois, olhei para Luke – O tipo estava demasiado chocado para falar. Não o censuro; Estavam todos assim. Grover parecia que tinha visto um fantasma.

 

Finalmente, depois de passar os olhos em todas as caras conhecidas, arranjei coragem e olhei para Annabeth, igualmente sem palavras. A boca estava levemente aberta, fazendo os seus lábios terem um brilho especial à luz da fogueira. Admito que tive vontade de a beijar, mas contive- me.

 

“ – E tens alguma prova para acreditar- mos em ti?”. — Perguntou Annabeth, retirando as palavras das mentes de todos. Senti um arrepio frio pelo corpo. Como raios ia provar tudo aquilo?!

 

“ – Ah… Depende, o que querem que eu faça para provar?”. – Perguntei, meio esperançoso que fosse fácil.

 

“ – Dizes ser filho de Poseidon, certo?”. – Afirmou Luke, enquanto eu acenei positivamente com a cabeça. Depois, o filho de Hermes continuou. – “Eu gosto de ti, Percy, mas espero que entendas a minha preocupação e espanto sobre esta situação… Então, significa que consegues controlar a água?”.

 

Ah, isso é fácil, pensei. Se fosse apenas isso para provar a todos que esta era a verdade, era mais simples do que eu pensava.

 

“ – Isso não basta”. — Disse uma voz, no meio da multidão. Todos começaram a falar entre si, enquanto eu arrepiei ao ouvir aquela voz. – “Prova com algo mais… Convincente!”.

 

“ – Ares.”.— Murmurei, olhando com raiva para o Deus. Todos se levantaram e ajoelharam, enquanto ele passava, menos Hefesto e eu, deixando todos chocados. O Deus avançou até nós. – “Que mau rever- te”.

 

“ – Igualmente, miúdo.”— Respondeu o Deus da guerra, ficando frente a frente comigo. Ares estava na forma humana, mas não o impedia de ter uns dois metros, claro. Eu sempre fui alto, mas mesmo assim ficava uns vinte centímetros mais baixos, já que Ares era um dos Deuses mais baixos. – “E o respeito, onde está Jackson?”.— Perguntou num tom frio.

 

“ – Por ti? Nenhum”. — Respondi no mesmo tom, com um sorriso de canto. – “Pela tua cara, creio que acredita na minha história, certo?”.

“ – Bem, não posso negá- la como falsa, mas também não a considero correta.”— Afirmou o Deus, encolhendo os ombros. Ele possuía uns óculos de sol, mas mesmo assim observava- se o fogo selvagem no seu olhar gélido.

 

“ – Então, diga o que está mal, Deus sem cérebro!”.— Ameacei, já sem paciência. Acho que passara das marcas, mas também não me importei muito; os olhares chocados de toda a gente valeu a pena o risco. A cara da Annabeth fora a melhor, pensei. Consegui impressioná- la de uma forma idiota, já que ela parecia ter visto um fantasma.

 

“ – Como ousas chamar- me isso, semi- Deus ingrato…?”. — Perguntou lentamente, retirando os óculos de sol e olhando- me nos olhos com um fogo mais selvagem que o normal. Hefesto não teve qualquer reação ao ver a cena, apenas mantinha as suas mãos ocupadas com alguma máquina, sem tirar os olhos de mim e Ares. Como é que o tipo consegue construir algo sem olhar para isso?

 

“ – Ingrato?!”.— Gritei de indignação, deixando uma gargalhada de raiva e descontrolada sair. – “Eu fui vosso peão por inúmeras vezes, Ares! Eu quase perdi a vida milhões de vezes! Eu perdi tudo o que tinha – amigos, conhecidos, família – até a minha namorada!”. – Olhei rapidamente para Annabeth e para a multidão, que ficou ressentida com a palavra “namorada”. Coloquei a mão no bolso, sentindo a Anaklusmos, acalmando- me de imediato. O som das ondas do mar e o cheiro a maresia invadiram a minha mente e corpo, deixando a raiva passar, enquanto me calei. Ela ajudava- me a pensar e acalmar. Acho que a espada não fora a única dádiva que aquela caneta possuía; O meu pai deve ter- me dado igualmente a calma e conforto do mar. – “Eu não sou, nem nunca fui ingrato, Ares. Salvei o monte Olimpo, e pretendo fazê- lo de novo. E por isso, farei qualquer coisa para provar que estou a dizer a verdade; Nem que te tenha de derrotar de novo”.

 

Eu e o Deus da guerra trocá- mos olhares assustadoramente sombrios. O clima ficou tenso, descendo até a temperatura. Anaklusmos continuava no meu bolso e na minha mão, pronta para ser usada a qualquer altura; Nunca se sabe quando o nosso inimigo mortal que é um Deus da guerra e nos quer ver mortos pode atacar.

 

“ – Estás a dizer que, na verdade, já me derrotaste?”. – Perguntou o Deus, forçando uma gargalhada. Depois, os seus filhos começaram a rir, estendendo- se à multidão. Todos se riam, menos alguns conhecidos como Luke, Rachel, Annabeth e até Grover. – “Miúdo, aprende! Os Deuses não são tão fáceis de derrotar como pensas.”. – Ele parou de se rir, olhando- me com raiva nos olhos. – “Não queiras que te mate antes de salvares o mundo, Perseu”.

 

“ – Espera um momento!!”.— Gritou Hefesto, interrompendo o duelo de palavras e olhares. – “Segundo Percy, ele derrotou- te na realidade; E segundo Ares, é mentira. Então, porque não um duelo para decidir quem tem razão?”. — Sugeriu o Deus, deixando a multidão agitada. Apertei novamente Anaklusmos, amaldiçoando- me mentalmente em grego antigo. Como pude me deixar levar?!, gritei em pensamentos. Ele é um Deus, Percy! Claro que já o derrotaste mas… Não sabes se conseguirás de novo!!

 

“ – Muito bem”. – Disse, contra a minha vontade. As palavras começaram a sair da minha boca, sem serem controladas. A minha garganta não me obedecia, nem o meu corpo. — “Eu aceito a sugestão de Hefesto, Ares!! Desafia- me se tens coragem, matulão! Ou tens vergonha de apanhar à frente dos teus filhinhos?”.

 

Eu juro por todos os Deuses do Olimpo que eu não disse aquilo (Embora saísse da minha boca e eu quisesse). Uma aura de magia circulou o meu corpo, sentindo a minha energia ser drenada aos poucos, sem entendes o porquê. Só depois, entendi o que se passava. Chronos.

 

Ele estava a tentar possuir- me, como fez com Quíron. Se isso acontecer…

 

“ – O que disseste?!”. – Gritou Ares, invocando o seu bastão de basebol, feito de metal. Não podia deixar que Chronos fizesse o que queria comigo!!

 

Estás condenado, Perseu Jackson — Murmurou uma voz profunda na minha mente. Uma voz que sonhara muitas vezes.

Pensa!— Ordenei a mim mesmo, mentalmente e ignorando Chronos. – Pensa em todos os momentos felizes e em como derrotaste Chronos! Não te deixes vencer por ele!!

Lembrei- me da morte de Luke Castellan, do meu primeiro beijo com Annabeth, de todas as aventuras, quando acordei pela primeira vez no campo, dos beijos debaixo d’água que demos, do mar de monstros, o labirinto, Tyson, Grover, a minha mãe, Luke, Poseidon, Rachel. Annabeth.

 

“ – Não!”.— Gritei em voz alta, voltando a controlar o meu corpo. Desembanhei a Annaklusmos, que rapidamente perdeu a forma de caneta e ficou uma espada, quando retirei a tampa, voltando a perder o controlo do corpo. As minhas mãos apontaram Anaklusmos para o meu peito, enquanto eu e Chronos discutíamos pelo poder do corpo.

 

“ – Alguma aura está a possuí- lo!!”.— Gritou Annabeth, levantando- se e correndo na minha direção.

 

“ – Percy!!”. – Gritou Rachel bem alto, seguida de Annabeth. Ares observou a cena, sem fazer nada, mas eu entendi a mensagem: Se passares neste teste, és digno de lutar contra mim.

 

Não podia falhar. Chronos não conseguirá possuir- me facilmente. Tenho de provar que sou forte para o matar e salvar toda a gente!

 

Senti o frio do bronze celestial no meu peito, entendendo que a Tshirt do campo já fora furada. Sentia a ponta da espada atravessar- me um pouco da pele, já com umas gotas de sangue a escorrer do meu peitoral até ao chão.

 

“ – Chronos… Está… Controlar…”.— Consegui murmurar, baixo. Todos, sem saberem o que fazer, pareciam olhar para os Deuses na esperança de ajudarem; Porém, nem Ares nem Hefesto se mexeram. Nem os seus olhares sequer me fintavam. Captei a mensagem: Estás por tua conta nesta demanda, miúdo. – “Não… Irei… Perder…”.— Disse novamente, totalmente sem forças. Por fim, tivera uma única ideia; Que me poderia salvar.“Água… Mar”.

 

Annabeth, que captara a mensagem, gritou:

 

— O mar!! Percy disse que era filho de Poseidon! O mar vai ajudá- lo a ter forças contra Chronos!!”.

 

Todos olharam para o penhasco, em frente. A fogueira encontrava- se sempre no alto da montanha, perto de um penhasco com vedações. Infelizmente, estávamos a uns quinze metros de altura, o que parecia impossível para uma pessoa normal saltar. Menos se fosse filho de Poseidon.

 

“ – Como o levamos lá para baixo?!”.— Gritou Rachel, em pânico. Grover tremia, paralisado, sem saber o que fazer.

 

Annabeth, que viu Anaklusmos atravessar- me em breve, segurou- a com as duas mãos, na parte da lâmina e puxou- a para fora. Observei a loira com uma cara de dor, enquanto o sangue dos dedos cortados dela passava o bronze celestial da minha espada. Depois de segundos agonizantes, Rachel juntou- se à ajuda, assim como Luke, Grover e por aí foi.

 

A força eles foi superior à de Chronos, deixando a espada cair no chão. O meu corpo ficou parado, paralisado, enquanto tentei retomar o controlo do mesmo. Sem sucesso.

 

Annabeth colocou o meu braço em volta do ombro dela, e o braço dela nas minhas costas, começando a andar, com dificuldades, até ao penhasco.

 

“ – Annabeth!”. – Gritou Rachel. – “O que estás a fazer?”.

“ – O Percy… É filho de Poseidon. Ele não se vai magoar se se atirar para o mar!”. – Respondeu, já a uns cinco metros da cerca de madeira. – “Ele pode cair facilmente e conseguir expulsar a aura de Chronos!”.

 

“ – Mas até chegar à água, são quinze metros. Chronos fará de tudo para que ele não chegue lá! Ele vai matá- lo!”. – Avisou Luke, começando a correr para Annabeth, para a impedir, mas o corpo dele parou. – “Mas o que…?”.

 

“ – Não se metam nisto”. – Avisou Hefesto, observando a cena. Ninguém se conseguia mexer, sem ser os Deuses, Annabeth e Chronos no meu corpo (O que não ajudava no peso para Annabeth me transportar).

 

“ – Desculpa, Luke…”.— Murmurou a loira, olhando- o tristemente. – “Mas preciso de ajudar o Percy. Pelo futuro”.

 

Annabeth atirou- se pelo penhasco abaixo comigo, ouvindo gritos dos Semi- Deuses desesperados e de Luke em pânico, sem se poderem mexer.

 

“ – Annabeth…”.— Murmurei, sentindo o cheiro da maresia ficar próximo de nós. Caiamos a alta velocidade, enquanto o vendo passava pelos nossos corpos. Ela abraçou- me com força, olhando com os seus olhos cinzentos brilhantes para mim. – “Tu vais…”.

 

“ – Morrer? Provavelmente”.— Admitiua jovem, com um sorriso. – “Mas estamos nisto juntos, certo... Cabeça de algas?”.

 

Mesmo antes de responder, ouvi o impacto de um corpo na água, acima de mim, enquanto eu já caía para o fundo do mar, com os olhos a fechar.


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Notas finais do capítulo

CARA ESSE FINAL FOI IMPROVISADO MAS FICOU DEMASIADO BOM ATÉ PARA MIM SCRR AMEI SHIPPEI



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