Percy Jackson e a Volta ao Passado escrita por MartaTata


Capítulo 4
4. Jogo com as cartas da Morte.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso, aqui deste lado do monitor ando com umas complicações... Mas nada que me impeça de escrever!
Este capítulo era para ser totalmente diferente, mas veio esta ideia que foi melhor do que qualquer uma...!!

Vejo vocês já em baixo, my loves ♥

(Para os leitores mais esquecidos, Percy 'acabou' com Rachel no capítulo passado e foi denunciar o sonho e toda a verdade a Quíron).



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O meu dia já era confuso, mas nunca pensei que em menos de vinte e quatro horas, teria mais inimigos além do Grover, a começar por Annabeth.

Quando entrei na casa grande, a mesma estava vazia. Quíron, pelo que entendi, preparava as atividades e coordenava alguns semi- Deuses confusos e novatos.

Clarisse disse- me que Quíron estava dentro do campo de guerra, a preparar as atividades para aquela noite, onde seria realizada a captura da bandeira. Mas isso nem teve tanto espanto, ao pé da frase que a Clarisse havia dito: “Não gosto de guerras, sou demasiado delicada para isso”.

Tão delicada como um coice de mula, só pode.

Assim que vi a grande traseira de um cavalo castanho, presumi que fosse, automaticamente, Quíron, mas estava errado. Havia um bom número de cavalos, montados por semi- Deuses, a treinar. E tive de me esforçar muito para não ficar pisado antes de chegar a Quíron, que cavalgava ali no meio.

“ – Quíron!”. – Gritei, no meio de tantos semi- Deuses descontrolados que cavalgavam com vários cavalos e Pégasos. No meio desses pégasos, encontrei Blackjack a fugir de um miúdo, sendo que ninguém o poderia montar sem ser eu. Só eu conseguia, mas claro que ninguém se lembrava.

Era impossível ouvir o que quer que fosse no meio de tantos cavalos e com o barulho dos cascos. Quíron estava afastado, e para que me desse atenção… Estava difícil.

Tentei correr e desviar- me de todos os semi- deuses. Recebi insultos em grego antigo de uns (Que, sinceramente, não vou traduzir). De outros, apenas reclamações e cara de poucos amigos. Que bom, ninguém me conhece e sou odiado.

Entre eles, levei uma grande surpresa ao encontrar Luke, com a cicatriz no rosto mais vincada que o normal. Pensei que o mais fácil fosse não me cruzar com ele, já que me lembrava dela e não queria que isso acontece- se.

Mas tarde demais. Ela estava a vê- lo de longe, enquanto treinava com a faca que ele lhe deu.

Otimo, pensei. Além de ela nem saber de mim, é como se tudo o que passa- mos não fosse nada. Bestial.

Infelizmente, enquanto me foquei nos olhos cinzentos e inteligente de Annabeth, a mesma me olhou. Os seus olhos ganharam um brilho diferente por umas milésimas de segundo, pois não tive mais tempo para admirar, já que Luke me iria atropelar em momentos.

Por instinto, levei a mão ao bolso das calças, peguei na minha fiel caneta, e espada, denominada Anaklusmos. Abri a tampa, a mesma ganhou forma de uma espada e refleti a luz para Luke e o cavalo, para o mesmo travar.

Não vai dar tempo, pensei. Ele vai me atropelar antes mesmo de parar.

Larguei a espada, já que a mesma ia voltar ao meu bolso, como sempre. Deslizei pela lama nojenta com alguns presentes que nem quero saber o que são, embora seja óbvio pelo cheiro. Passei por debaixo do cavalo, já que todos os outros pararam para observar a cena, enquanto consegui parar exatamente ao lado de Quíron.

O cavalo, ainda exaltado e quase a deixar cair Luke, decidi acalmá- lo telepaticamente e funcionou, enquanto focava nos seus olhos e o mesmo obedeceu, dando tempo para Luke se segurar e sair a tempo.

“ – Wow.” – Foi tudo o que recebi de um dos miúdos de Hefesto. Sorri- lhe um pouco, enquanto Quíron franziu as sobrancelhas.

“ – Posso saber o que acabou de acontecer?”. – Gritou a voz de Luke, tirando as palavras da boca de Quíron. Este andava até mim, meio com um ar de poucos amigos. Bestial, pensei, mais uma vez. O meu inimigo mortal que anda a roubar- me a namorada e o mais fixe do Campo odeia- me. Ah, sem esquecer que está cheio de excrementos de cavalo, graças a mim.

“ – Luke, desculpa pelo que aconteceu, a sério. Mas é realmente urgente, acredita!”. – Virei- ,e de imediato para Quíron, deixando um silêncio no ar.

“ – Como sabes o meu nome?”. – Perguntou novamente Luke, com um tom de voz bem mais calmo.

Eu e a minha boca grande…

“ – Oh, és o Luke, filho de Hermes, certo? Ouvi falar bastante de ti no Campo! Dizem que és um tipo porreiro e bestial. Fico feliz em conhecer- te, apesar de ser uma maneira um pouco… Imprópria!”. – Estendi a mão, olhando- o com um sorriso. – “O meu nome é Percy. Percy Jackson!”.

Annabeth, que andava até nós para saber o que se passava, paralisou a meio do caminho ao ouvir o meu nome. Os seus olhos olharam- me com um terror profundo, como se eu fosse o mau. A tensão ficou no ar ao ouvirem o meu nome.

“ – Disseste… Percy Jackson? Tipo, o nome daquele tipo, o Perseu?”. – Perguntou Luke, apertando- me a mão, tentando desabafar o clima.

“ – Exato! A minha mãe disse- me que o meu pai sempre gostou desse nome… Fico honrado por saberes disso.”. – Larguei a mão de Luke, olhando para Quíron. – “Bem, meu caro amigo centauro, temos muito que dar à língua! Vamos para a Grande Casa. Precisamos de ajustar contas.”.

O caminho foi no profundo silêncio. Quíron disse para eu tomar um banho antes de entrar, para não sujar. Eu sabia que com os poderes de Poseidon ambos poderíamos ficar limpos facilmente, embora era só ele entrar na cadeira de rodas e não sujaria nada. Porém, decidi manter segredo, ainda, até à nossa conversa.

Depois de uns dez minutos rápidos, já que era só mergulhar no mar e estaria limpo e seco, entrei na grande casa, com Quíron a organizar um jogo de cartas, como se ambos fosse- mos jogar Poker como grandes e velhos amigos.

“ – Quíron… Este assunto é bastante sério. Pode parecer de loucos, mas cada palavra que eu disser é verdade, acredite ou não. Juro pelo rio Estigue.”.

Quíron fez um gesto com a mão para me sentar à sua frente, e obedeci. Contei- lhe de tudo, começando pelo sonho e a explicar o que Chronos fizera. Depois, contei- lhe como alterara o passado e como tudo estava alterado, desde o Oráculo, que deveria ser Rachel e não a Clarisse, até à parte de que fora Luke a despertar Chronos e que morrera como Herói da antiga profecia. Contei- lhe de como era tudo, antes daquela manhã.

Ele ouviu tudo com bastante atenção, sem nenhuma reação diferente, embora na parte de Chronos e de Luke os seus olhos mudaram para um tom mais claro que os seus olhos negros, o que estranhei.

Assim que acabei a história, ele suspirou, pegando no baralho de cartas e retirando quatro cartas. Ele estendeu o baralho a mim e fez novamente o gesto com a mão, como se me convida- se a jogar. Obedeci novamente, retirando quatro cartas.

“ – Mas, Quíron, eu não sei…”.

“ – Não importa, faz aqui que te vier na mente rapaz.”. – Disse, jogando uma carta no meio. – “O inimigo nunca te irá explicar as regras de uma batalha; Tens de improvisar uma luta para tentar vencer. Se não souberes fazer isso, então o esforço dos Deuses será em vão”.

Fiquei em silêncio. Observei um oito de copas no meio da mesa redonda. Joguei um nove de espadas, sem saber o que fazer. O mesmo sorriu, jogando um Ás de copas.

“ – Como irás aniquilar a carta mais forte do baralho, rapaz? Para acabares com um inimigo invencível, recomeça o ciclo. Assim, ele será apagado e o início recomeça”.

“ – O início recomeça…”. – Repeti, jogando um dois de ouro e o mesmo olhou- me nos olhos, com um sorriso.

“ – O que queres fazer agora, jovem semi- Deus?”. – Perguntou, num tom cansativo.

“ – Quer dizer que acredita em mim?!”. – Fiquei surpreso, ignorando a pergunta dele.

“ – Não posso negar depois de uma história dessas, além de que não me lembro de nada do que aconteceu anteriormente…”. – Admitiu. – “Mas isso não explica porque Luke, que morreu, segundo a tua versão, está aqui a fazer. Talvez Chronos tenha feito isso para ele voltar a ressuscita- lo, mas seria pouco provável que volta- se a acontecer…”. – Ele tirou duas cartas do baralho, jogando uma rainha de copas.

“ – A melhor solução seria sair daqui o mais rápido possível”. – Admiti, imitando Quíron e retirando três cartas, ao invés de duas. – “Embora seja estranho de explicar que o oráculo não é a Clarisse e sim Rachel”.

“ – Havemos de encontrar uma forma. Ainda não sei como, mas ainda conseguiremos vencer isto, semi- Deus”.

Retirei mais uma carta, jogando um Ás de ouros.

“ – O ciclo recomeçou, Quíron.”. – Fiz uma pausa, libertando um sorriso travesso e malicioso; Um sorriso que nunca tivera coragem de lançar para alguém, mas que no momento alguma aura me contagiou. Estava com um olhar psicopata, com um sorriso sedento de sangue. – “Ou deveria dizer… Chronos?”.

Quíron libertou igualmente um sorriso louco e sedento de sangue. Os olhares mortais de nós os dois era como uma guerra psicopata, enquanto o mesmo lançou um dez de paus.

“ – Mais inteligente do que pensava, Perseu Jackson.”. – Admitiu com uma voz metálica que reconhecia muito bem. No momento, entendi que a aura dele estava a tentar controlar- me e entrar no meu corpo. Rapidamente levantei- me da cadeira, observando o acento da mesma negro como se absorve- se algo.

“ – Demorei para perceber, mas tu e Quíron ainda têm uma grande diferença de inteligência. Ele jamais agiria assim. Ele gosta de jogar contra Dionisio, já que é um rival à altura. Agora, ele nunca jogaria como um amador”.

“ – Tens coragem, meu jovem semi- Deus”. – Elogiou, levantando- se da cadeira de rodas e erguendo o traseiro de cavalo à vista. – “Infelizmente, o teu querido centáuro está apagado de todas as memórias de semi- Deuses a partir de… Agora”. – Este fez um gesto com a mão, deixando- me com uma horrível dor de cabeça por três segundos.

“ – Tentas- te controlar- me com a tua aura…”. – Admiti, desafiando- o com um olhar de poucos amigos. – “O que fizeste com Quíron? Nem te atrevas a tocar nele!”.

“ – A magia dos Deuses selou a tua mente… Inteligente da parte deles, infelizmente. Mas bem, não interessa. O que importa é que, sozinho e sem apoiantes, estás só e não me derrotarás”.

Mesmo antes de protestar, Chronos, no corpo de Quíron, desapareceu numa nuvem dourada.


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Notas finais do capítulo

Eu era para matar Quíron mas achei isso melhor u-u
Então, opiniões desse capítulo incrível?!