Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2: Todos Amam Um Palhaço


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora... estava em semanas de prova e estudando feito louca... Continuem lendo por favor e mandando reviews!!!Bjsss...^.^



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Medford, Wisconsin.

Em um parque de diversões, crianças se divertem brincando alegremente nos brinquedos. Várias atrações estão lá para divertí-las, como um cuspidor de fogo, vendedores de balões, malabaristas e palhaços.

- Deus, odeio palhaços. – diz um homem a sua esposa. – Eles me dão arrepios.

- Ela gosta deles. – diz a esposa que vê a filha rindo e gostando da brincadeira dos palhaços.

Em seguida os três entram em uma fila de um dos brinquedos.

- Última volta, Nora. – diz a mãe. A menina olha ao redor e vê outro palhaço. Este está afastado dos outros, olhando fixamente para ela, mas com um uma expressão nada animadora. Nora dá um sorriso e acena com a mão para ele. O palhaço devolve exitante.

- Olha mãe, outro palhaço. – diz Nora. A mãe dá um sorriso na direção que a filha aponta, mas o palhaço não se encontra mais lá.

- O que está tentando fazer? – pergunta a mãe com um sorriso. – Está tentando assustar seu pai?

- Querida... – começa ele. Nora lhe dá um sorriso, mas olha sem entender de novo para onde o palhaço estava.

Depois de um tempo, já escuro, os três entram no carro e pegam a estrada para ir para casa. Nora olha pela janela um pouco cansada de tanto que se divertiu, mas em seguida vê o mesmo palhaço de antes no acostamento, olhando para ela e acenando de novo.

- Olha mãe, o palhaço. – diz Nora. A mãe olha pela janela com um sorriso. – Já passou.

Em casa, já cansados, os três vão dormir. Nora entra em seu quarto, põe o pijama e deita em sua cama. Ela ouve um barulho, se levanta com receio, mas vai até a janela, abre a cortina e lá em baixo, no quintal, se encontra o palhaço de antes. A menina dá um sorriso para ele, desce as escadas de fininho, para seus pais não ouvirem, vai até a porta de entrada que é de vidro, acena para o palhaço que lhe devolve outro aceno, sorri e abre a porta. Nora lhe estende a mão, o palhaço dá a sua para a menina e ela o guia para dentro da casa.

...

Nessa mesma noite, mas bem afastado dalí, Sam, Dean e Jane cremam o corpo de John no meio de uma floresta. Dean e Sam, olham com lágrimas nos olhos o corpo do pai. Jane apenas olha fixo sem chorar.

- Antes dele... – começa Sam. – Ele disse alguma coisa? Qualquer coisa?

Jane olha para os lados exitante.

- Não. – ela responde. – Nada.

Por fim uma lágrima cai em seu rosto.

...

Uma semana depois.

No ferro velho atrás da casa de Bobby, Dean tenta salvar o Impala, fazendo alguns reparos mecânicos. Jane apenas olha encostada em outro carro. Sam se aproxima.

- Como está indo com o carro? – pergunta ele.

- Devagar. – responde Dean.

- Precisa de ajuda? – pergunta Sam.

- Você? Embaixo do capô? – pergunta Dean com um sorriso irônico. – Eu passo.

- Mais alguma coisa, então? – pergunta Sam.

- Para com isso, Sam. – diz Dean saindo de debaixo do carro.

- Com o que? – pergunta Sam sem entender.

- Pare de perguntar se preciso de algo. – responde Dean nervoso. – Pare de perguntar se estou bem. Estou bem... Sério.

- Está bem, Dean. – diz Sam. – Estamos no Bobby há mais de uma semana e não mencionou o papai nenhuma vez.

- Você está certo. – diz Dean se virando para ele, enquanto limpa algumas peças. – Venha cá. Vou por minha cabeça gentilmente em seu ombro, talvez possamos chorar, nos abraçar, até mesmo dançar uma música lenta.

- Não me trate como criança, Dean. Papai está morto. – diz Sam nervoso também. – A Colt já era. E parece bem provável que o demônio esteja por trás de tudo isso.Você está reagindo como se nem tivesse acontecido.

- Parem vocês dois! – grita Jane se aproximando. – Só estão piorando as coisas. Brigar não vai trazer o John de volta, vocês sabem disso. Temos que ter calma agora e pensar no próximo passo.

- É só que o Dean não diz nada. – continua Sam.

- O que quer que eu diga? – pergunta Dean aumentando o tom de voz.

- Diga algo! Certo? – diz Sam. – Qualquer coisa! Não está com raiva? Não quer se vingar? E tudo o que faz é vir aqui todos os dias e se enfiar debaixo daquele maldito carro.

- Vingança, hein? – pergunta Dean.

- É. – diz Sam.

- Parece ótimo. Tem alguma pista onde o demônio esteja? – pergunta Dean a ele e se vira em seguida para Jane. Ela não responde. – Conseguem decifrar as pesquisas do papai? Porque eu não consigo. Vocês sabem o que fazer quando finalmente o acharmos? Não, espere. Como você disse, a Colt já era... Mas tenho certeza que acharão outra forma de matá-lo. Não temos nada, entenderam?

- Eu posso matá-lo. – diz Jane. – Eu vou fazer isso.

- Seus poderes ainda não são o suficiente. – diz Dean. – Ele pode nos ajudar em muitos aspectos, mas não em tudo e você sabe disso, Jane. Então por enquanto a única coisa que eu posso fazer é trabalhar nesse carro.

- Sam, o que achou? – pergunta Jane nervosa, olhando para ele de repente. – Você veio aqui nos mostrar, certo?

- Sim. – responde ele e tira o celular de John do bolso. – É um dos telefonemas antigos do papai. Levou um tempo, mas consegui decifrar o código. Escutem isso.

Sam põe no viva-voz.

- John, é a Ellen, de novo. – diz uma voz de mulher na linha. – Não seja teimoso, você sabe que posso ajudá-lo, me liga.

- Esse recado foi gravado há 4 meses. – diz Sam.

- E ele nunca escutou? – pergunta Dean. – Quem é Ellen? Ela é mencionada no diário do papai?

- Não. – responde Sam. – Mas rastreei o número e tenho o endereço.

- Vou perguntar ao Bobby se podemos usar um dos carros. – diz Jane se afastando.

...

Um tempo depois os três chegam a um bar no meio da estrada e saem do carro.

- Que humilhação. – diz Dean. – Isso é carro de mamãe viciada em futebol.

- Era o único carro que o Bobby tinha pegando. – diz Jane.

- Olá? – pergunta Sam do lado de fora.

-  Tem alguém aí? – pergunta Dean na janela. – Ei.

- Fala. – diz Sam.

- Me traga... – começa Dean.

- Claro. – diz Sam sem ao menos deixá-lo terminar e lhe joga uma arma. Em seguida os três entram no bar, totalmente vazio, com as luzes velhas piscando. Eles andam a procura de alguém.

- Olhem. – diz Jane e aponta um homem deitado em cima de uma mesa de bilhar.

- Ei colega. – diz Dean, mas o homem nem acorda. – Acho que esse não é a Ellen.

- Pois é. – diz Jane. Em seguida eles ouvem um barulho em outro cômodo. Sam olha e vai até lá. Jane senta em cima do balcão de bebidas e Dean olha ao redor. De repente uma arma é apontada para as suas costas.

- Deus, espero que seja um rifle. – diz Dean olhando para Jane que abre um sorriso.

- Não, só estou feliz em vê-lo. – diz uma garota segurando o rifle e a destravando. – E você... Não se mexa.

- Não estou... Eu entendi. – diz Jane ainda sorrindo. – Mas, você errou em uma coisa.

A garota olha para Jane como quem não entende.

- Quando se aponta um rifle para alguém... – começa Jane. – Não se aponta nas costas dele.

- É verdade. Fica bem mais fácil de fazer... – diz Dean e de repente se vira, tirando a arma da mão da garota e tirando as balas de dentro dela. – Isso.

Em seguida a garota dá um soco forte no rosto de Dean. Jane surpresa dá risada.

- Jane... Porque não me dá uma mãozinha aqui. – pede Dean. – Por favor?

- Eu não vou me meter nisso. – diz Jane ainda rindo.

- Sam, preciso de ajuda aqui. – grita Dean para o irmão.

- Desculpe, Dean. Não posso agora... Estou meio ocupado aqui. – diz Sam saindo do outro cômodo com uma mulher apontando uma arma em suas costas.

- Meu Deus, foram derrotados por uma mulher e uma garota. – diz Jane rindo mais.

- Espera... Sam? Dean? – pergunta a mulher atrás de Sam. – Winchester?

- Sim. – respondem os dois juntos.

- Filho da puta. – diz a mulher.

- Conhece eles? – pergunta a garota atrás de Dean.

- Acho que eles são filhos de John Winchester. – diz a mulher. Jane, Dean e Sam se olham. Em seguida a mulher dá risada e abaixa a arma. – Ei, eu sou Ellen e essa é a minha filha Helena.

- Oi. – diz a garota também abaixando seu rifle.

- Você não vai bater em mim denovo, vai? – pergunta Dean a ela. Jane dá risada, Dean olha para ela nervoso. Ellen e Helena olham para Jane sentada em cima do balcão. Ellen pega gelo.

- Aqui. – diz ela entregando o gelo a Dean.

- Obrigado. – agradece ele pondo-o em seu nariz.

- E... Quem é você? – pergunta Ellen a Jane. Esta para com a risada e faz uma expressão séria.

- Meu nome é Jane. – ela se apresenta. – Prazer em conhecê-las.

Ellen e Helena lhe dão um pequeno sorriso.

- Jane é namorada do Sam. – diz Dean. Ellen dá um sorriso para Sam que olha para os lados envergonhado. – Está acompanhando a gente, mas enfim... Você ligou para o nosso pai dizendo que poderia ajudar. Ajudar em quê?

- O demônio, é claro. – responde Ellen. Jane, Dean e Sam se olham surpresos. – Fiquei sabendo que ele o estava encurralando.

- Perdi uma matéria na revista ‘’Caçadores de Demônios’’? – pergunta Dean. – Quem é você? Como sabe sobre tudo isso?

- Ei, eu apenas dirijo um bar. – diz Ellen. – Mas centenas passam por aqui de vez em quando... Incluindo seu pai muito tempo atrás. John já foi quase da família.

- Porque ele nunca falou de você? – pergunta Dean.

- Isso vocês vão ter que perguntar a ele. – diz Ellen. Jane olha para baixo e Dean e Sam olham para os lados.

- Então porque exatamente precisamos da sua ajuda? – pergunta Dean.

- Não me faça nenhum favor. Se não querem minha ajuda, beleza. – diz Ellen. – Não deixem que a porta bata no bumbum de vocês quando sairem.

Os três se olham.

- A única coisa que eu não entendo é... – começa Ellen.

- É porque eu não sou normal. – responde Jane sem deixá-la terminar. – Essa é a resposta para a sua pergunta.

- Como sabia o que... – começa Ellen.

- Li sua mente. – responde Jane. Ellen a olha por um tempo, mas dá risada. Helena faz o mesmo. Jane a olha, estica seu braço para ela.

- Jane... – começa Sam. Em seguida esta faz um gesto com a mão que faz o rifle nos braços de Helena virem direto para ela, até suas mãos. Ellen e Helena arregalam os olhos. Ellen aponta sua arma para Jane que dá um sorriso.

- Calma, não vou machucar vocês. – diz Jane. – Nunca faria isso.

- Jane é diferente. – explica Dean.

- Diferente como? – pergunta Ellen sem tirar os olhos dela.

- Eu tenho poderes. – diz Jane. – Eu sou...

- Ela é especial. – intervém Dean.

- Eu sou filha de um demônio. – conta Jane. – E sim... É sério.

Ellen e Helena olham para Dean e Sam que confirmam com a cabeça.

- E o que ela está fazendo aqui? – pergunta Helena. – Porque não nos matou ainda?

- Porque eu não sou que nem o meu pai. – responde Jane. – Ele matou a minha mãe e eu quero vingança.

- Podem acreditar... Ela está do nosso lado. – diz Sam. – A mãe dela era humana... Então ele metade-metade... Metade humana e metade demônio.

- É um romance totalmente impossível esse de vocês. – diz Ellen ainda espantada. – Mas John não enviaria vocês se... Ele não enviou vocês?

Jane, Sam e Dean se olham exitantes.

- Ele está bem, não está? – pergunta Ellen.

- Não. – responde Sam.

- O demônio que seguíamos o pegou antes que ele pudesse pegá-lo. – continua Jane.

- Sinto muito. – diz Ellen chocada.

- Está tudo bem. Estamos bem. – diz Dean.

- Sério... Eu sei o quão eram apegados a ele. – continua Ellen.

- Sério, madame. – diz Dean. – Estamos bem!

- Se podem ajudar... Toda ajuda é bem vinda. – diz Sam.

- Não podemos. – diz Ellen. – Mas Ash pode.

- Quem é Ash? – pergunta Sam.

- Ash! – grita Ellen. Em seguida, o homem deitado em cima da mesa de bilhar acorda assustado.

- O que foi? – pergunta ele, olhando para todos os lados. Ash é um homem de porte médio, cabelo bem comprido e claro, barba mal feita e seu hálito fede a álcool. – Já é o fim do expediente?

- Esse é o Ash? – pergunta Sam sem acreditar.

- Ele é um gênio. – responde Helena confirmando com a cabeça. Ash vem até eles e senta em uma mesa. Dean joga o diário de John na mesa.

- Só podem estar brincando. – diz Dean com uma risada irônica. – Esse cara não é gênio. Ele é o carregador de instrumentos dos Lynyrd Skynyrd.

- Gostei de você. – diz Ash depois de dar um sorriso à Dean.

- Obrigado. – agradece ele com um sorriso irônico.

- Vamos dar a ele uma chance. – diz Jane olhando bem para Ash. Este a olha de cima a baixo.

- Eu gostei de você também. – diz Ash com um sorriso malicioso. – E muito.

Sam faz menção de se levantar, mas Dean põe uma mão em seu ombro o impedindo.

- Certo... Vamos lhe dar uma chance. – diz Sam.

- Essas coisas são anos de trabalho do papai. – diz Dean empurrando o diário de John para Ash. – Vamos ver como você se sai.

Ash folheia as páginas do díario.

- Essa baboseira nem é verdade. – diz Ash. – Ninguém localiza um demônio assim.

Dean e Sam se olham.

- Nosso pai sim. – diz Sam.

- São resumos de paramétricos estatísticos. Espectro cruzado. – diz Ash vendo umas folhas jogadas entre o diário. – Co-relações. Quero dizer, caramba! Tem sinais, presságios, se conseguir localizar eles, localiza o demônio. Tipo falha nas colheitas, tempestades elétricas. Já foram atingidos por um raio? Não é divertido.

- Pode localizá-lo? – pergunta Jane.

- Com isso. Acho que sim. – responde Ash a ela. – Vai levar um tempo. Me dêem... 51 horas.

Ash pega os papéis junto com o diário e se afasta.

- Ei, cara. – diz Dean.

- Sim? – pergunta Ash se virando para ele.

- A propósito, gostei do corte de cabelo. – diz Dean.

- Seriedade pura na frente e só diversão atrás. – diz Ash com um sorriso e recomeça a andar.

Helena com um pano na mão entra no balcão para limpá-lo. Dean a segue com os olhos. Jane olha uma pasta ao lado de um rádio de polícia em cima de uma mesa afastada.

- Ellen? – chama Jane. – O que é aquilo?

- É um ra.... – começa Ellen.

- Não o rádio, a pasta. – interrompe Jane. Ellen ainda um pouco assustada por saber que Jane pode ler mentes pega a pasta.

- Eu ia dar isso a um amigo, mas... – diz ela. – Pode olhar, se quiser.

- Obrigada. – agradece Jane e tira os papéis de dentro da pasta onde está escrito ‘’ Gente Assassinada. Ninguém foi deixado vivo’’.

Sam se aproxima dela para olhar também.

- Como sua mãe entrou nessa? – pergunta Dean a Helena.

- Meu pai. Ele era caçador. – responde Helena. – Ele faleceu.

- Eu sinto muito. – diz Dean.

- Faz muito tempo. Eu era só uma criança. – diz Helena. – Sinto muito pelo seu pai.

Dean dá um pequeno sorriso para ela.

- Então... Temos 51 horas para matar. – diz Dean. – Talvez devêssemos...

Jane ouve os pensamentos de Dean e revira os olhos enquanto dá uma risada sarcástica.

- O que foi? – pergunta Sam.

- Nada. – responde Jane e da um beijo em Sam. – Só coisas da minha cabeça.

Sam dá um sorriso para ela que lhe devolve outro.

- Quer saber? – pergunta Dean. – Deixa para lá.

- O que? – pergunta Helena curiosa.

- Nada. Só lugar errado na hora errada. – responde Dean.

- Pensei que ia me passar umas cantadas sem graça. – comenta Helena com um sorriso. Dean dá uma risada. – A maioria dos caçadores que passam por aquela porta pensam que podem me comer em troca de uma pizza, 6 cervejas e rapidinho já estão desfrutando.

- Que bando de safados. – diz Dean fingindo estar indignado.

- Você não é. – diz Helena.

- Acho que não. – diz Dean. Helena o olha desconfiada.

- Dean... Vem ver uma coisa. – pede Jane. Dean se levanta da mesa e se aproxima do balcão onde ela está.

- O que foi? – pergunta Dean.

- Alguns assassinatos não muito longe daqui. – responde Sam.

- Ellen ouviu rumores que parece que estão sendo assombrados. – comenta Jane.

- E daí? – pergunta Dean.

- E daí que nós vamos dar uma olhada. – diz Jane. Dean a olha. Sam dá um sorriso.

...

Já de noite, os três dirigem pela estrada.

- Só pode estar brincando. – diz Dean dirigindo. – Um palhaço assassino.

- Ele deixou a filha ilesa e matou seus pais. – comenta Sam olhando a reportagem em um recorte de jornal.

- Na verdade, os despedaçou. – diz Jane.

- E a família estava em um parquinho de diversões naquela noite? – pergunta Dean.

- Isso. – confirma Sam. – O parquinho Cooper.

- Agora sabemos que estamos lidando com um palhaço psicótico de parquinho. – diz Dean.

- A polícia não tem pistas concretas. – diz Jane. – E todos os empregados estavam desmontando as barracas. Todos tinham um álibi.

- E a garota disse que viu o palhaço sumir na frente dela. – comenta Sam. – A polícia diz que é trauma, é claro...

- Acho que sei o que está pensando, Sam. – diz Dean. O irmão o olha. - Porque tem que ser palhaços?

- Dá um tempo. – diz Sam revirando os olhos.

- Achou que eu não iria lembrar, não é? – pergunta Dean dando risada. Sam o olha nervoso. – Você ainda foge chorando toda vez que vê o Ronald McDonald na televisão.

- Pelo menos eu não tenho medo de voar. – diz Sam.

- Acidentes de avião. – explica Dean também nervoso.

- E parece que palhaços matam. – diz Sam.

- Chega! Vocês dois me dão dor de cabeça. – diz Jane massageando os lados da cabeça.

- Esses tipos de assassinatos já aconteceram antes? – pergunta Dean.

- De acordo com os registros de 1981... O circo dos irmãos Bunker... Do mesmo Jeito. – responde Sam. – Aconteceu 3 vezes em 3 locais diferentes.

- Espera um pouco. – diz Jane. – Um espírito geralmente fica preso num local específico. Uma casa ou cidade. Já esse... Fica de cidade em cidade, de parquinho em parquinho.

- Um objeto amaldiçoado, talvez. – diz Dean. – Um espírito pode se ligar a algo num parquinho que fica para lá e para cá.

- Ótimo. Jogo de busca paranormal. – diz Sam.

- Esse caso foi idéia de vocês. – reclama Dean. – A propósito, porque pularam nesse trabalho tão rápido?

Sam e Jane se olham.

- O que é que tem? – pergunta Sam.

- É mais você, Sam. – diz Dean. – Você não é assim. Pensei que você evitava demônio como o diabo foge da cruz.

- Sei lá... Acho que pegando esse trabalho, é o que o papai gostaria que fizéssemos. – comenta Sam.

- Papai iria querer? – pergunta Dean.

- Sim. – responde Sam. – E?

- Nada. – diz Dean ainda sem acreditar.

...

No parque de diversões, um pai junto com o filho entram na casa mal assombrada, a porta é uma boca de palhaço que ri assustadoramente. O garoto nem liga, apenas joga seu gameboy como se nada mais importasse.

- Olha isso! – diz o pai apontando para os bonecos de  monstros que tentam assustá-los dentro da casa. – Evan,olha! É assustador.

- Pois é, pai... É assustador. – diz Evan desanimado e sem tirar os olhos do jogo.

- Olha aqui. – diz o pai mostrando potes com bebês ainda em formação dentro. – Eu estava certo, esse lugares me davam calafrios.

De repente um boneco do diabo aparece o assustando com uma risada maléfica. O pai dá uma risada para o boneco. O garoto levanta a cabeça e vê um palhaço lhe acenando com a mão. Olha para o pai que ainda sorri para o boneco do diabo e olha novamente para o palhaço que não está mais lá.

- Evan. – diz o pai, vendo uma expressão séria no rosto do filho. – O que foi?

- Eu vi um palhaço. – responde Evan. Seu pai lhe dá um sorriso.

- Não tenha medo de palhaços. – diz ele. – Eles são legais e amigáveis, certo? Vamos indo.

Mais tarde, Evan e o pai vão para casa, estão totalmente cansados. O pai já dorme junto com sua esposa na cama.

- Pai, pai. – sussurra Evan o acordando.

- Evan, o que foi? – pergunta ele coçando os olhos.

- Você tinha razão... Ele é meu amigo. – responde o menino. O pai se espanta ao ver que o filho está de mãos dadas com um palhaço a sua frente. Em seguida o palhaço lhe abre um sorriso e ele berra.

...

Na manhã seguinte, Sam, Jane e Dean chegam ao parque de diversões.

- Olhem só. – diz Dean. – A polícia.

Os três vêem dois policiais falando com os palhaços do parque e saem do carro.

- Esperem aqui. Vou ver o que eu consigo descobrir. – diz Dean e se afasta. Sam e Jane encostam na grade de um dos brinquedos e esperam. Em seguida, uma mulher baixinha, enrugada, vestida de palhaço se aproxima deles e os olha. Sam pega na mão de Jane que continua olhando para a mulher. Ela lhes dá um pequeno sorriso e se afasta.

- Tiveram uma boa conversa com ela? – pergunta Dean que se aproxima em seguida. Sam ainda segura a mão de Jane.

- Mais assassinatos? – pergunta ela.

- Mais dois ontem a noite. – responde Dean. – Foram despedaçados. E um garotinho estava com eles.

- E ele dedurou o palhaço. – deduz Sam. Dean e Jane o olham. – O que?

- Sim, um palhaço que some sem deixar pistas. – diz Dean.

- Procurar um objeto amaldiçoado é como procurar agulha em um palheiro. – diz Sam. – Pode ser qualquer coisa.

- É melhor do que desistirmos do EMP, temos que examinar tudo. – diz Dean. Jane se sente como se nem estivesse alí.

- Oi. Eu existo, lembram? – diz ela nervosa acenando na cara deles. – Eu posso saber com os meus poderes qual é o objeto. Quando eu olhar para ele, eu vou saber na hora.

- É verdade. – concorda Sam. – Com o EMP chamaríamos muita atenção.

- Então teremos que nos camuflar no ambiente. – diz Dean olhando para uma barraca, onde os trabalhadores ficam. Os três entram nela. Um homem com óculos de sol atira facas em um alvo de dardos. Todas bem no meio.

- Com licença. – diz Dean. – Estamos procurando pelo Sr. Cooper. Ele está?

- O que é isso? Um tipo de piada? – pergunta o homem retirando os óculos, o que mostra sua deficiência visual. Jane o olha com uma expressão séria, alguma coisa lhe diz que tem alguma coisa errada alí.

- Deus. Desculpe. – pede Dean.

- Acha que eu não daria tudo para ver o Sr. Cooper? – pergunta o homem. – Ou o Pôr-do-Sol ou qualquer coisa?

- Dá para vocês darem uma ajudinha aqui? – sussurra Dean para Jane e Sam.

- Na verdade não. – diz Jane com um sorriso.

- Ei, Barey, há algum problema? – pergunta um anão entrando na tenda com uma bengala na mão.

- Sim, esse cara odeia gente cega. – diz o homem a ele.

- Não, eu não odeio. – diz Dean rapidamente quando nota o olhar nervoso do anão.

- Ei colega, qual é o seu problema? – pergunta este.

- Nada, é só um pequeno mal entendido. – diz Dean recuando.

- Pequeno? – pergunta o anão e aponta a bengala para Dean. – Seu filho da puta!

- Não.Não.Não. Alguém pode me dizer onde o Sr.Cooper está? – pergunta Dean rapidamente com medo. Sam e Jane dão risada. – Por favor?

...

- Vocês escolheram uma hora e tanto para se juntarem a nós. – diz o Sr.Cooper depois de um tempo quando ele se reúne com os três em seu escritório. – Sentem-se.

Sam, Jane e Dean vêem tres cadeiras, duas normais e uma com desenho de palhaço como encosto. Jane e Dean correm e se sentam nas normais. Sam os olha com um sorriso sarcástico e se senta na de palhaço.

- Tivemos muita encrenca com o pessoal local. – continua o Sr.Cooper.

- Como assim? – pergunta Jane.

- Algumas pessoas foram assassinadas. – responde Cooper. Sam tenta não encostar no encosto de palhaço e Dean o olha com um sorriso de quem está gostando. – A polícia sempre vem aqui primeiro. Bom... Já trabalharam em circo antes?

- Sim. Ano passado. – responde Sam. – Três no Texas e um em  Arkansas.

- Isso. – concorda Dean.

- Fazendo o que? – pergunta Cooper. – Controladores de brinquedo? ANS Men?

- Um pouco de tudo, eu acho. – responde Sam.

- Vocês nunca trabalharam em espetáculos antes, não é mesmo? – pergunta Cooper.

- Não. – responde Jane em seguida. – Mas precisamos mesmo do trabalho.

- É... O Sam aqui tem uma queda pela mulher barbuda. – comenta Dean apontando o irmão. Sam e Jane reviram os olhos e olham para Dean nervosos.

- Estão vendo aquela foto? – pergunta Cooper apontando um porta-retrato na parede. Os três olham. – É o meu pai.

- Você se parece muito com ele. – diz Sam.

- Ele estava no negócio. – diz Cooper. – Ele dirigia um show de aberrações humanas... Até que se tornou ilegal na maioria dos lugares. Parece que não é digno ficar expondo deformidades. Então, a maioria dos artistas sairam do trabalho honesto e passaram a apodrecer em hospitais e asilos. Chamam isso de progresso. Esse lugar é um refúgio dos rejeitados, sempre foi. Para os que não se encaixam em nenhum outro lugar.

Os três se olham como se estivessem no lugar certo para eles.

- Mas vocês três. – continua Cooper. – Deveriam ir para a faculdade. Ter uma família com quem amam. Viver de forma normal.

Dean abre a boca para falar, mas Sam é mais rápido.

- Senhor. – diz ele. – Não queremos faculdade nem normalidade. Queremos isso.

Dean e Jane olham para Sam surpresos.

- É, mas... – continua Cooper. – Isso aqui não é para vocês, eu não posso...

Jane vê que Cooper está decidido a não deixá-los trabalhar ali, vai até ele e se agacha ao seu lado.

- Olhe nos meus olhos. – diz ela. Cooper olha hipnotizado. – Você vai nos deixar trabalhar aqui, como faxineiros, não importa. Não queremos salário.

Em seguida Jane se afasta e volta a se sentar na cadeira de frente para Cooper, que pisca os olhos e olha para eles novamente.

- Bom... Eu posso apenas lhes oferecer a vaga de faxineiros. – diz Cooper. Jane concorda com a cabeça para ele. – Sejam bem vindos.

Em seguida ele sai da sala. Sam e Dean olham para Jane, que sente fortes dores de cabeça e cai de joelhos no chão.

- Jane! – diz Sam e se agacha ao seu lado. Dean faz o mesmo.

- Você está bem? – pergunta este último a ela.

- Estou bem. – responde Jane se levantando com a ajuda de Sam. – É apenas a minha cabeça que dói um pouco.

- Jane, eu já te disse, você ainda não se recuperou totalmente do acidente. – diz Dean. – Não pode forçar seus poderes, só vai te prejudicar. Eles podem drenar toda a sua energia e você pode até...

- Até? – pergunta Jane nervosa.

- Morrer. – completa Sam. – Então pare de forçá-los. Entendeu?

Em seguida, os três saem do escritório de Cooper e começam a andar pelo parque.

- Aquele lance de não querer voltar para a faculdade... – começa Dean. -... Você disse só para o Cooper ou disse por dizer?

- Não sei. – responde Sam.

- Não sabe? – pergunta Dean sem entender o irmão. – Pensei que depois que o demônio estivesse morto e tudo estivesse encerrado, você voltaria para o estado dos bundões.

- Dean. – diz Jane o repreendendo.

- Estou pensando em mudar de idéia. – diz Sam.

- Sério? – pergunta Dean surpreso.

- Acho que sim. – responde Sam. – Papai iria querer que eu continuasse com o trabalho.

- Desde quando você se importa com o que o papai queria? – pergunta Dean. – Passou metade da vida fazendo exatamente o que ele não queria, Sam.

- Desde que ele morreu, certo. – responde ele. Dean confirma com a cabeça. – Algum problema?

- Nenhum. – diz Dean inexpressivo e recomeça a andar.

- Vamos... Temos que nos trocar. – diz Jane a eles. – O parque vai lotar daqui a pouco.

...

Um tempo depois, já vestidos, os três se separam para limpar o parque. Este fica completamente lotado como Jane disse. Sam olha para todos os lado e vê crianças saindo da casa mal assombrada. Quando vê que não há ninguém, entra. Passa o EMP por tudo, mas o aparelho não apita. Não há nada ali. De repente cai uma caveira do teto, presa por uma corda. Sam que estava distraído, fica sem reação, apenas paralisado.

Dean põe o lixo que recolheu em uma caçamba verde, em seguida seu celular toca.

- Alo? – atende ele.

- Oi, cara. – diz Sam. Dean percebe a voz tensa do irmão.

- Qual o problema? Parece que acabou de ver um palhaço. – diz Dean com um sorriso.

- Muito engraçado. – diz Sam nervoso. – Foi um esqueleto, na verdade.

- Um esqueleto humano de verdade? – pergunta Dean com uma expressão séria.

- Na casa mal assombrada. – diz Sam e muda de assunto. – E se o espírito não estiver ligado a um objeto amaldiçoado e sim aos seus próprios restos mortais?

- O EMF detectou alguma coisa nos ossos? – pergunta Dean.

- Não, mas... – começa Sam.

- Olha de novo mesmo assim, falou? – pede Dean. – Eu vou procurar a Jane.

Jane em outra parte do parque varre enquanto olha para todos os lados. De repente alguém põe a mão em seu ombro.

- O que está fazendo aqui, moça? – pergunta o mesmo homem cego de antes. Quando ele encosta em seu ombro, Jane sente a mesma sensação estranha. Esse homem tem algo de errado.

- Eu estava varrendo. – responde ela com um sorriso.

- Conversa mole. – diz o homem. – Uma garota da sua idade não deveria trabalhar aqui. Deveria ir para a faculdade.

- Eu não preciso de faculdade, ficarei bem aqui. – diz Jane tentando mudar de assunto.

- Somos um grupo bem unido, não queremos estranhos aqui. – diz ele. – Cuidamos dos nossos próprios problemas. Uma menina bonita como você deve arranjar um namorado, casar, ter filhos e ser feliz.

- Isso é coisa de contos de fadas, certo? - diz Jane com outro sorriso.

- Não se você acreditar. – diz o homem com outro para ela e se afasta.

- Espera... Bonita? – sussurra Jane repetindo o que o homem lhe disse. Ela olha por onde ele se afastou, mas não o encontra mais. – Como ele pode saber disso?

- Jane! – chama Dean se aproximando dela. – Vamos.

- Tá. – diz ela ainda olhando por onde o homem foi.

...

- Porque demoraram tanto? – pergunta Sam a eles.

- Longa história. – responde Jane. De repente ela olha para o lado rapidamente. Sam e Dean vendo sua reação e olham também.

- Mãe, olha aquele palhaço. – diz uma menina de mãos dadas com uma mulher.

- Que palhaço? – pergunta a mãe não vendo nada. Sam, Dean e Jane se aproximam delas e olham para onde a menina apontou, mas também não vêem nada. – Vamos querida, vamos.

- A próxima vítima. – começa Jane. – Vai ser ela.

Os três se olham.

...

À noite, os três seguem a menina e sua mãe até sua casa e as vigiam do carro.

- Sabem, aquele velho cego é muito estranho. – comenta Jane. – Ele disse que eu...

- Ah, pelo amor de Deus. – diz Dean a ela. – Ele é só um pobre velho que teve a infortunidade de nascer cego.

Dean pega sua arma para destravá-la.

- Abaixa isso. – diz Sam pegando-a.

- Enquanto eu procurava pela Jane, sabem o que eu descobri? – pergunta Dean.

- O que? – pergunta Sam.

- Antes do Sr.Cooper ter o parque de diversões, ele trabalhava para os irmãos Bunker. – responde Dean. – Ele cuidava do estacionamento.

- Acha que esse espírito está ligado com algo que o Cooper trouxe com ele? – pergunta Sam.

- Algo do gênero. – concorda Dean. Jane revira os olhos se sentindo totalmente rejeitada.

- Não acredito que estamos falando sobre palhaços. – diz Dean olhando pela janela, a casa da menina. Nada acontece. O tempo passa e Dean e Sam adormecem.

De repente a luz da sala é acesa, a menina passa por ela silenciosamente.

- Ei, acordem. – diz Jane chacoalhando-os. Os dois acordam em seguida. A menina vai até a porta dos fundos e a abre, dando um sorriso para o palhaço que a espera do lado de fora.

- Quer entrar e brincar? – pergunta a menina. O palhaço diz que sim com a cabeça. A menina lhe dá a mão e o guia para dentro da casa.

Em seguida, Dean, Jane e Sam entram nela e se escodem para não serem vistos.

- Quer conhecer meus pais? – pergunta a menina. – Eles estão lá em cima.

Em seguida, Jane segura a menina que começa a gritar e Dean atira com sua arma no palhaço que cai de costas no chão. Em seguida ele começa a levantar nervoso. Dean e Sam apontam suas armas de novo para ele, mas ele some pela janela que se quebra.

- O que está acontecendo aqui? – pergunta o pai da menina assustado.

- Meu Deus! – diz a mãe apavorada.

- O que fizeram com a minha filha? – pergunta o pai nervoso aos três. – Saiam da minha casa!

Em seguida, Jane se aproxima deles, mas Sam a pega pelo braço e a puxa enquanto eles fogem às pressas.

- Mamãe, papai. – diz a menina abraçando-os. – Eles atiraram no meu palhaço.

...

Na manhã seguinte, os três deixam o carro no meio da floresta, perto da estrada e pegam suas coisas.

- Porque você me puxou? – pergunta Jane a Sam. – Eu podia ter apagado a memória deles, eu faria com que eles voltassem para cama.

- Você não aprende mesmo, não é? – pergunta Sam nervoso a ela. – Isso pode matar você. Você não está forte o suficiente.

- Eu estou sim. – diz Jane. – Não importa o que aconteça, quando for necessário eu preciso usar meus poderes e vou usá-los. Você não pode e não vai me impedir. Nem mesmo você, Dean.

Os dois irmãos se olham e a olham novamente. Jane pega sua mala e sai andando na frente nervosa.

- Você acha que viram nossa placa? – pergunta Sam vendo o irmão tirá-la do carro e guardar dentro de sua mala.

- Vou arriscar. – diz Dean.  – Além do mais, eu odeio essa maldita coisa mesmo... Uma coisa é certa.

- O que? – pergunta Sam.

- Não estamos lidando com um espírito, a pelota de sal atingiu algo sólido. – responde ele.

- Será que é uma pessoa? – pergunta Sam. – Ou uma criatura que pode ficar invisível?

- E se veste de palhaço por diversão? – pergunta Dean sem entender . – Sei não. Tem alguma coisa no diário do papai?

- Não. – responde Sam e pega seu celular.

- Está ligando para quem? – pergunta Dean.

- Talvez a Ellen e aquele Ash saibam de algo. – responde Sam sem apertar o botão de ligar. Dean olha para Jane que anda bem mais para a frente. -  Nós a irritamos.

- Nós? – diz Dean. – Foi você que disse aquelas coisas à ela.

- Ah, cala a boca. – diz Sam. – Você também deu um sermão nela no parque de diversões quando ela hipnotizou o Cooper.

- Sabem, eu posso ouvir vocês. – diz Jane. – Não importa se vocês sussurram ou não.

Os dois se olham e se dão um tapa.

- Porque será que o papai nunca falou da Ellen para nós? – pergunta Sam.

- Não sei, talvez algum tipo de desavença. – responde Dean.

- Já notou que o papai teve desavenças com todo mundo? – pergunta Sam e aperta o botão ‘’ligar’’ no celular. Dean não responde. Sam desliga o celular. – Não fique sentimental.

- O que quer dizer? – pergunta Dean.

- Digo, esse seu lance de forte e silencioso é pura merda. – responde ele. – Não é de qualquer um que estamos falando. Esse é o papai. Eu sei como se sentiu em relação a ele.

- Dá um tempo, certo? – pede Dean nervoso. – Só porque não estou compartilhando tudo como você quer que eu faça.

- Não se trata disso, Dean. – diz Sam. – Eu não ligo como você está enfrentando isso. Mas, você tem que enfrentar, cara. Sou seu irmão, certo? Só quero me assegurar que esteja bem.

- Estou bem.... Estou bem. – diz Dean impaciente. – Está bem? O próximo que perguntar se estou bem leva porrada. Esses são seus problemas, pare de jogá-los em cima de mim.

- Do que está falando? – pergunta Sam parando de andar. Jane olha para trás e para também.

- Só acho que é muito interessante essa sua obediência súbita ao papai. – diz Dean. – Você passou a vida inteira brigando com ele. Você arranjou briga com ele da última vez que o viu e agora que ele morreu você quer ajeitar as coisas?

Sam olha o irmão com raiva.

- Sinto muito, Sam. – diz Dean ainda nervoso. – Mas você não pode, é tarde demais.

- Por que está dizendo isso para mim? – pergunta ele.

- Porque quero que seja honesto consigo sobre isso. – responde Dean gritando. – Eu estou enfrentando a morte do papai. E você? Está?

Eles se olham por um tempo. Jane apenas os olha sem fazer nada.

- Precisamos ligar para a Ellen. – diz Sam se controlando e recomeçando a andar. Os três andam por mais um tempo. Sam desliga o celular. – Muito obrigado. Rakshasa.

- O que é isso? – pergunta Dean.

- A melhor suposição da Ellen. – responde Sam.

- É uma antiga raça de criaturas hindus. – explica Jane, parando e se virando para eles. – Aparecem em forma humana e se alimentam de carne humana. Podem ficar invisíveis. E não podem entrar em uma casa sem primeiro ser convidado.

Em seguida ela se vira novamente e recomeça a andar. Dean e Sam se olham.

- Então se vestem de palhaços e as crianças os convidam a entrar. – diz Dean.

- Sim. – confirma Jane.

- Porque não comem as crianças? – continua Dean.

- Porque elas não tem carne o suficiente para saciá-los. – responde Jane.

- O que mais você sabe, Jane? – pergunta Sam gentilmente.

- Rakshasas vivem na sujeira. – continua ela. – Dormem em uma cama de insetos mortos.

- Que... Delícia. – diz Dean com um sorriso.

- Nossa. – diz Sam enojado.

- E eles tem que se alimentar algumas vezes a cada 20 para 30 anos. – continua Jane. – Metabolismo lento.

- Faz sentido. – diz Dean. - O parquinho hoje. Os irmãos Bunker em 1981.

- Provavelmente mais antes disso. – diz Jane.

- E quem conhecemos que trabalhou nos dois circos? – pergunta Dean já sabendo a resposta.

- Cooper? – pergunta Sam.

- Ele mesmo. – diz Dean. Jane revira os olhos.

- Sabe aquela foto do pai dele? – pergunta Sam. – Parece muito com ele.

- Acha que talvez era ele? – pergunta Dean.

- Não sei. Vai saber qual era a idade dele. – diz Sam.

- Como vamos matá-lo? – pergunta Dean.

- Segundo a lenda, uma adaga feita de puro latão. – responde Jane.

- Onde vamos conseguir uma dessas? – pergunta Sam. Em seguida, não aguentando mais, Jane para e se vira com raiva para eles. Começa a se aproximar lentamente. Sam e Dean recuam um passo para trás.

- Antes de vocês dois cabeças-duras esfaquearem o Cooper. – diz Jane irritada. – Eu quero ter certeza de que é ele mesmo e não o cara errado.

- Você é detalhista demais, Jane. – diz Dean. – Assim como o Sam. Está na cara que é o Cooper.

- Ta bom. – diz Jane. – Sam, você vê se é o Cooper mesmo. Eu e o Dean aqui vamos voltar ao circo para pegarmos uma adaga de latão com o velho cego.

Sam exita, mas concorda com a cabeça em seguida.

...

Mais tarde, à noite, Dean e Jane vão até o velho enquanto Sam tenta entrar no trailer de Cooper.

- Eu tenho todos os tipos de facas. – diz o velho a eles. Jane o olha desconfiada. – Não sei se tenho uma de latão.

...

Sam pega seu canivete para cortar o colchão de Cooper, mas este entra no trailer e aponta uma arma para ele.

- O que pensa que está fazendo? – pergunta Cooper assustado.

...

- Olhem no baú. – diz o velho. Jane não tira os olhos dele enquanto Dean abre o baú. Ali dentro ele vê a mesma roupa de palhaço que o assassino usa. Dean olha rapidamente para o velho.

- Eu sabia. – diz Jane. – Era você desde o começo.

- Eu mesmo. – diz o velho com um sorriso. Em seguida seu rosto começa a deformar, mudando para o rosto do palhaço e ele fica invisível. Dean e Jane se olham rapidamente. Dean tenta abrir a porta mas está trancada. Jane olha para todos os lados atenta. Em seguida uma faca é atirada e passa de raspão neles.

- Que isso! – diz Dean. Outra faca é atirada. – Certo!

Dean arromba a porta e puxa Jane com ele. Os dois saem do trailer e continuam correndo.

- Eu disse para pararem de me puxar, eu posso cuidar disso. – diz Jane se virando para voltar.

- Ei! – grita Sam para eles. – Cooper acha que eu sou voyeur, mas não foi ele.

- Serio? – pergunta Jane mais nervosa do que nunca.

- Era o cego desde o começo. – diz Dean.

- Como eu havia dito. – diz Jane. – Mas ninguém acreditou em mim. Eu posso sentir, lembram?

- Ok! – grita Dean para ela. – Nós entendemos.

- Conseguiram a adaga de latão? – pergunta Sam.

- Não. – responde Dean. – Hoje é um daqueles dias.

- Vocês confiam em mim? – pergunta Jane os olhando nos olhos.

- Sim. – respondem os dois juntos. – Confiamos.

- Tenho uma idéia, venham. – diz ela e os três entram na casa mal assombrada. Jane passa por uma das portas, mas ela se fecha logo em seguida a separando de Dean e Sam.

- Jane! – gritam eles.

- Achem um latão, certo? – grita Jane para eles. – Não vai mudar nada se eu abrir a porta agora.

- Tome cuidado. – diz Sam.

- Eu sempre tomo. – diz Jane com um sorriso e se vira.  Ela continua andando pelos corredores e vê canos feitos de latão. Deles saem fumaças, para dar um ar sombrio na casa. Jane põe uma das mãos em um dos canos.

- Droga! – diz ela retirando a mão rapidamente. Está muito quente.

- Jane. – diz Sam e corre até ela, a abraçando.

- Onde ele está? – pergunta ela.

- Não sei. – diz Dean. – Vimos roupas andando por ai.

De repente quatro facas são atiradas, prendendo Sam e Dean em uma das paredes. Eles tentam se soltar, mas as facas não se desprendem.

- Jane! – grita Dean. – Use seus poderes para tirar o cano daí.

- Tem certeza? – pergunta ela ironicamente. – Eu aguento queimar minha mão.

- Não, tudo bem. – diz Dean . – Eu estava errado. Você só está tentando nos ajudar. Eu quero que você os use quando sentir que pode, quando estiver pronta.

Jane dá um sorriso e se vira para os canos. Ergue um de seus braços e o movimenta para cima. Um dos canos começa a se soltar e sobrevoa no ar. Outra faca é arremessada e passa a centímetros de distância do rosto dela.

- Onde ele está? – pergunta Jane olhando para todos os lados.

- Não sei. – diz Sam. Dean vê uma alavanca que dá passagem para a fumaça nos canos e o abre mais. Muita fumaça sai de uma portinhola entre eles. De repente o palhaço aparece atrás de Jane.

- Jane! Atrás de você! – grita Sam. Jane se vira rapidamente e faz um movimento com as mãos, fazendo com que o cano sobrevoa até o palhaço e atravesse seu peito. Em seguida ele grita e se desintegra. As facas que prendem Sam e Dean se soltam e eles correm até Jane.

- Odeio casas mal assombradas. – diz Dean limpando as roupas.

Os três se olham com um sorriso.

...

Na manhã seguinte, os três se encontram no bar da Ellen.

- Vocês fizeram um ótimo trabalho. – diz ela lhes entregando três cervejas. – John ficaria orgulhoso.

- Obrigado. – agradece Sam com um sorriso.

Helena se senta ao lado de Dean e dá um sorriso para eles também.

- Sam? – diz Jane que leu a mente de Helena. Ele a olha. – Que tal se a gente for jogar bilhar?

- Claro. – diz Sam entendendo seu olhar. Os dois se retiram do balcão e se afastam.

- Então. – diz Helena.

- Então. – repete Dean.

- Vou vê-lo novamente? – pergunta ela.

- Você quer? – pergunta ele com um sorriso.

- Não vou odiar. – responde ela com outro sorriso. Sam e Jane os olham com sorrisos. Sam olha para Jane que o olha em seguida.

- O que foi? – pergunta ela com um olhar sensual. Sam se aproxima dela, a pega pela cintura e a põe em cima da mesa de bilhar enquanto a beija apaixonadamente. Seu corpo fica no meio das pernas de Jane que o rodeiam.

- Posso ser honesto? – pergunta Dean. – Normalmente daria em cima de você tão rápido que ficaria tonta. Mas... Nesses dias. Sei lá.

- Lugar errado, na hora errada. – diz Helena com um pequeno sorriso a ele.

- É. – concorda Dean.

- Está tudo bem, eu entendi. – diz ela. Dean dá um sorriso para ela. Em seguida Ash entra por uma das portas do fundo que dá para um quarto.

- Onde vocês têm andado? – pergunta ele. Jane e Sam param de se beijar e o olham. – Eu estava esperando por vocês.

- Estávamos trabalhando em um caso, Ash. – responde Sam se virando enquanto Jane o abraça por trás.

- Palhaços. – diz ela com um sorriso, mas ainda olhando Sam que lhe dá mais um beijo.

- Palhaços? – diz Ash. – Que...?

- Conseguiu algo para nós, Ash? – pergunta Dean o interrompendo.

- Achou o demônio? – pergunta Sam que se aproxima com Jane da mesa que Ash coloca seu laptop.

- Não está em nenhum lugar por perto. – diz ele. – Pelo menos sei onde poso achá-lo. Se esse filho da mãe erguer a cabeça, eu saberei. Estou nessa como um santo em merda de cachorro.

- Que? – pergunta Sam sem entender.

- Quero dizer... – começa Ash virando o laptop para eles. -... Se os sinais aparecerem em qualquer lugar do mundo, recebo o alarme... Como um alarme de incêndio.

- Posso? – pergunta Dean levantando as mãos para mexer no laptop. Ash o olha. Dean abaixa as mãos com um sorriso.

- O que foi, cara? – pergunta ele.

- Ash, onde aprendeu a fazer tudo isso? – pergunta Jane.

- MIT, antes de eu ser expulso por brigar. – responde ele.

- MIT? – pergunta Sam com um sorriso.

- Uma faculdade em Boston. – explica ele.

- Certo, você nos liga se souber de algo. – diz Dean.

- Claro, compadre. – concorda Ash. Dean dá um sorriso, mais um gole em sua cerveja e vai até a porta da frente com Sam e Jane atrás.

- Ouçam, se precisarem de um lugar para ficar, tenho camas sobrando nos fundos. – diz Ellen.

- Obrigado, mas não. – agradece Dean. – Tem algo que precisamos terminar.

- Certo. – diz Ellen com um sorriso para eles. Em seguida os três saem.

Um tempo depois no ferro velho de Bobby, Dean continua trabalhando no Impala enquanto Sam lhe passa algumas ferramentas.

- Chega! – grita Jane. Sam e Dean a olham surpresos.

- O que foi? – pergunta Sam.

- Eu sei que eu não tenho o mínimo direito de dizer isso, mas... – começa ela olhando para Dean. – Eu vi no John o pai que eu nunca tive. Nossos momentos juntos foram poucos, mas foi o que eu senti.

Dean e Sam se levantam e a fitam.

- Sam, você pode ter até brigado com ele, mas era porque você queria respostas. – continua ela. – Respostas que nem eu podia te dar. Você pode pensar que John morreu pensando que você o odeia, mas não é verdade, ele sabia que você o amava... Em todos os momentos.

Sam olha para os lados.

- Sam, o que você está passando agora não é pouco, você está sofrendo. – continua Jane. – Assim como eu e assim como você, Dean. Sinto falta dele também. E me sinto muito culpada... Muito.

- Porque diz isso? – pergunta Sam sem entender.

- Eu não estou bem! Não mesmo! – grita Jane. – Assim como vocês também não estão, mas figem que está tudo bem. Você não está bem, Dean. Você só não quer mostrar isso. Disso eu sei, não pode esconder de mim, não tem como.

Jane se aproxima de Dean e o abraça. Ele fica paralisado, sem reação.

- Eu só quero que saiba... Que você não está sozinho. – sussurra ela em seu ouvido. – Eu e o Sam estamos aqui e sempre estaremos. Vamos sempre te proteger, então pára de dizer que está tudo bem e desabafa com a gente. Seja honesto consigo mesmo. Não prenda seus sentimentos... Eles apenas vão te ferir mais.

Em seguida Jane se afasta, olha bem nos olhos de Dean, põe uma das mãos em seu rosto e dá um pequeno sorriso.

- Vou deixá-los voltar a trabalhar. – diz ela e se afasta. Sam olha o irmão que depois de um tempo pega um ferro jogado no chão e golpeia o vidro de um dos carros. Em seguida olha para o próprio carro e começa a golpeá-lo no porta-malas, fazendo um grande furo nele. Sam apenas o olha desabafar. Dean joga o ferro longe e olha por onde Jane se foi com lágrimas caindo por seu rosto.

Fim do Segundo Capítulo da Segunda T. de Supernatural


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Notas finais do capítulo

O que acharam???^.^



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