Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 14
Capítulo 14: Nascido Num Signo Ruim




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Na estrada, abaixo de um viaduto, Dean, Gi e Jane andam de um lado para o outro aflitos. Dean tenta desesperadamente ligar para Ellen.

- Ellen. – diz Dean quando ela atende. – Sou eu de novo. Alguma chance de você ter notícias dele?... Eu juro, é como se estivéssemos procurando pelo meu pai de novo. Tô ficando doido aqui... Não, liguei pra ele milhares de vezes, só cai na caixa postal. Não sabemos pra onde ele foi ou porquê. Sam sumiu do nada. Espera aí.

Dean atende outra chamada.

- Sammy? – pergunta ele. Jane e Gi olham ao mesmo tempo para o celular. – Onde diabos você está? Você está bem? Ei, se acalma...

- Deixa eu falar com ele. – diz Jane se aproximando de Dean com a mão estendida, mas este não a entrega o celular. – Dean!

- Onde você está? – continua Dean. – Ok, fique aí. Estamos a caminho.

Os três entram no Impala e seguem pela estrada até Twin Lakes, onde param no estacionamento de um motel e o adentram a procura de Sam. Eles param na porta do quarto 109 e batem na porta.

- Sam, somos nós. – diz Dean preocupado. Jane sem nem pensar abre a porta e entra no quarto às pressas indo até Sam que está sentado na cama, no meio do quarto, e o abraça forte.

- O que você estava pensando? – pergunta Jane passando a mão pelos cabelos dele. Ela sente que há algo de errado com ele, mas o fato de encontrá-lo são e salvo, a faz nem se importar. – Estávamos preocupados com você... Você sumiu, Sam.

- Eu sinto muito. – diz ele com uma expressão triste e vazia. Em seguida ele olha para o irmão. – Oi, Dean .

- Você está sangrando. – diz o irmão se aproximando dele e pegando suas mãos ensanguentadas. Jane que nem havia notado o analisa e vê que sua blusa por baixo do casaco de couro marrom também está ensopada de sangue.

- Meu Deus. – diz ela passando a mão pela mancha.

- O que aconteceu com você? – pergunta Gi, o fazendo se sentar novamente na cama.

- Acho que não é meu sangue. - comenta Sam com eles.

- Então de quem é? – pergunta Dean.

- Não sei. – responde ele.

- Sam, o que diabos aconteceu com você? – pergunta Jane se sentando ao seu lado.

- Eu... – começa ele olhando os outros três em volta. – Eu não lembro de nada.

Dean, Gi e Jane arregalam os olhos para ele.

...

Depois de um tempo, Dean e Gi voltam para o quarto com sacolas cheias de comida.

- Conseguiram descobrir alguma coisa? – pergunta Sam que ainda estava sentado  na cama com o rosto entre as mãos e com Jane ao seu lado.

- Bom... – começa Gi enquanto Dean põe as comidas em cima da mesa de canto. – Você se hospedou há dois dias sob o nome de Richard Sambora.

- E olha que a parte mais assustadora dessa onda toda é que você é um fã do Bon Jovi. – diz Dean com um sorriso de canto de boca.

- Dean , não é hora pra graçinhas. – diz Jane a ele.

- Foi mal. – pede ele e olha novamente para Sam. – Seu quarto tem estado tranquilo. Ninguém notou algo fora do normal.

- Quer dizer que ninguém me viu andando por aí coberto de sangue? – pergunta Sam se levantando e começando a andar de um lado para o outro.

- É. – responde Gi.

- Então como foi que eu cheguei aqui? O que aconteceu comigo?

- Não sabemos. – responde Dean. – Mas o que importa é que você está bem. O resto a gente pode resolver.

- Sério? – pergunta Sam sarcasticamente. – E se eu machuquei alguém? Ou pior?

- Sam. – interrompe Jane. – Não aconteceu nada, ta? É impossível.

- E se for isso o que o papai te avisou? – pergunta Sam a ela.

- Ei, ei. – diz Jane sem querer ouvir mais. – Não vamos nos precipitar, ok?

- Sam, não sabemos o que aconteceu e temos que tratar isto como qualquer outro caso. – diz Dean a ele.

- Qual é a última coisa que você se lembra. – pergunta Gi em seguida.

- Nós quatro naquele quarto no hotel a Oeste do Texas. – responde Sam. – Eu sai pra comer hambúrguer e...

- Oeste do Texas? – pergunta Gi. – Isso foi há uma semana, Sam.

- É isso. – diz Sam. – Quando me dei conta estava sentado aqui, ensanguentado. Sinto como se não tivesse dormido por um mês.

- Reconstitua seus passos. – diz Dean. – O gerente disse que você saiu ontem a tarde e não te viu voltar.

 Em seguida Jane se aproxima da janela do quarto e abre a cortina, encontrando a maçaneta dela também com sangue.

- Ei. – Ela os chama. Os três se aproximam. Eles saem pela janela e param nos fundos do estacionamento do motel. Jane se vira para Sam. – Reconhece alguma coisa?

- Na verdade não. – responde ele. Os quatro continuam andando e encontram garagens fechadas uma do lado da outra. – Esperem... Acho que estive aqui.

- Você se lembra? – pergunta Gi.

- Vagamente, mas me parece familiar, sabe?

Dean se aproxima das garagens.

- Tente aquela. – Sam aponta para a segunda garagem, Dean se aproxima dela e encosta no cadeado que prende a porta. Jane começa a se aproximar.

- Espera. – diz Sam a parando e põe as mãos nos bolsos do casaco, encontrando uma chave e a entregando ao irmão em seguida. Dean abre a garagem, onde um fusca velho se encontra parado.

- Por favor me diga que você não roubou isso aí. – diz Dean. Jane abre uma das portas do carro e encontra mais sangue no volante. Em seguida ela olha para o banco de trás, onde vê uma faca também toda ensanguentada. Ela os mostra a faca.

- Acha que eu usei isso em alguém? – pergunta Sam a ela.

- Não estou achando nada. – responde ela com uma expressão vazia. Em seguida ela limpa suas digitais no casaco e taca a faca no banco traseiro novamente. De repente ela vê um maço de cigarros e os mostra também.

- Ok, agora isso é perturbante. – diz Dean apontando para o maço e se vira para o irmão. – Sam, não pode ser você. Tem que ser outra pessoa. Uma pessoa que fuma mentolados.

- Olhem. – diz Gi chamando atenção deles enquanto pega um pequeno papel no chão do banco da frente. – Um recibo de gasolina... Algumas cidades daqui.

...

Um tempo depois eles param no posto de gasolina indicado pelo papel.

- Ok, o recibo é para 37 litros da bomba número 2. – diz Dean a eles. Sam olha para todos os lados. – Já está tendo alguns arrepios? Alguma sensação de Deja-vu?

Sam faz que não com a cabeça.

- Talvez alguém lá dentro lembre de você. – diz Jane olhando a loja de conveniência. – Vamos.

Os quatro saem do Impala e vão em direção a lojinha.

- Você, vaza daqui agora. – diz o vendedor para Sam quando eles entram e pega o telefone. – Estou ligando para os tiras.

- Está falando com ele? – pergunta Dean apontando para o irmão.

- Sim, estou falando com ele. Esse idiota entrou aqui ontem bêbado, pegou uma cerveja maltada e começou a virar.

Os quatro olham para o vendedor sem entender.

- Esse cara? – pergunta Dean novamente apontando para Sam e se vira para o irmão. – Você está bebendo licor de malte?

- Não depois dele ter jogado a garrafa na minha cabeça. – interrompe o vendedor.

- Você tem certeza que foi ele? – pergunta Jane ao vendedor também apontando para Sam.

- Eu to falando em alguma outra língua? – pergunta o vendedor irritado.

- Eu sinto muito se eu fiz algo. – pede Sam constrangido.

- É o seguinte. Conte a sua história andando, chapa. – diz o vendedor não dando a mínima. – A polícia estará aqui em 5 minutos.

- Espera. – pede Jane em seguida. – Sam, vai esperar no carro, ok?

- Mas, eu não... – começa Sam.

- Vai esperar no carro! – manda Jane novamente. Sam sai em seguida da loja. Jane se vira novamente para o vendedor. – Só queremos conversar com você, está bem?

Em seguida o vendedor põe o telefone no gancho.

- Quando ele saiu ontem, para qual caminho ele foi? – pergunta Jane.

- Por quê não pergunta a ele? – pergunta o vendedor com um sorrisinho a ela.

- Porque eu estou te perguntando. – responde Jane se aproximando dele com um olhar nervoso.

- Bom... Seu amigo não pagou pela bebida ou os cigarros que acendeu ilegalmente. – responde o vendedor imediatamente.

- Espera... Você o viu fumando? – pergunta Dean.

- Sim. O cara é uma chaminé.  – ele responde. Dean olha para o irmão do lado de fora que desvia o olhar.

Dean pega sua carteira e tira umas notas, as entregando ao vendedor.

- Isso deve cobrir o que ele pegou. – diz.

- Isso me faz recordar... – diz o vendedor olhando as notas. – Ele levou dois maços de cigarro.

Dean nervoso tira mais algumas notas da carteira e entrega ao vendedor.

- Mas você só vai aceitar de um maço. – diz Jane pegando o dinheiro antes dele.

- Claro. – diz o vendedor a olhando nos olhos. – Ele foi pro norte, rota 71, fora da cidade.

- Ótimo. – diz Jane com um sorrisinho irônico para ele e sai da loja com Dean e Gi atrás.

- O que faremos? – pergunta Gi.

- Ir na direção que o vendedor nos indicou e ver se Sam se lembra de algo. – responde Jane. Em seguida os quatro entram no Impala e seguem pela rota 71.

Já a noite eles continuam na estrada.

- O que está havendo contigo, Sam? – pergunta Dean a ele. – Fumando, jogando garrafa nas pessoas. Isso parece mais comigo do que contigo.

Em seguida Sam arregala os olhos.

- Dean , bem aqui. – diz ele. – Vire naquela estrada.

- O que? – pergunta Dean sem entender.

- Não sei como eu sei, apenas sei. – diz Sam. Em seguida Dean entra por uma estradinha e segue reto. No final dela, eles encontram uma casa. Os quatro se aproximam da esntrada e uma luz acende em seus rostos.

- Quem quer que more aqui não gosta de surpresas. – diz Gi a eles. – Deveríamos bater?

- Acho que sim. – responde Sam. Gi o bate duas vezes na porta. – Olhem.

Os outros três se aproximam dele e vêem a janela a sua frente toda quebrada.

- É por isso que os tiras não apareceram. – diz Dean. – Um lugar como esse, você pensaria que teria um alarme.

Jane vai até o lado da casa e encontra a caixa de eletricidade com os fios do alarme cortados.

- Tem razão. – diz ela. Em seguida os quatro entram na casa com suas lanternas e olham por todos os lados. Jane entra no escritório da casa e encontra um homem jogado no chão. Dean se aproxima e mexe o corpo com o pé.

- Ligue a luz. – pede Dean se ajoelhando ao lado do corpo. Sam vai até a parede e acende. Dean vira o corpo de barriga pra cima e vê a garganta do homem cortada com sangue por todo o chão.

- Eu fiz isso. – diz Sam com uma expressão triste.

- Não sabemos ainda. – diz Jane a ele, mas friamente.

- O que mais vocês precisam? – pergunta Sam. – De que outra forma vocês explicam o carro, a faca, o sangue.

- Sei lá, Sam. – diz Jane nervosa a ele. – Por quê você não nos diz?

Sam a olha sem entender sua reação fria com ele.

- Mesmo que tenha sido você, temos certeza que teve um motivo. – diz Dean tentando aliviar a tensão.

- Você deve ter tentado se proteger desse homem... Tipo, legítima defesa. – diz Gi a Sam.

- É esse cara devia ser um desgraçado filho da mãe. – diz Dean. – Alguma coisa assim.

Este passa a mão pelos bolsos do casaco do homem.

- Ele não tem nenhuma identificação.

Em seguida Jane vai até um armário em uma das paredes e o abre encontrando todos os tipos de armas profissionais presas em ganchos, uma do lado da outra. Todos arregalam os olhos.

- Puta... – começa Dean boquiaberto. Acima das armas há várias pesquisas sobre criaturas conhecidas por eles. – Velho, esse cara é o Unabomber.

- Ou um caçador. – diz Jane.

- Eu matei um caçador? – pergunta Sam.

- Vamos descobrir. – diz Gi apontando para uma câmera no teto acima da porta.

- Aqui está. – diz Dean apertando play no vídeo. Eles vêem Sam lutar contra o caçador, agredí-lo brutalmente e em seguida cortar sua garganta. Dean pára o video dando um close no rosto de Sam.

Um tempo depois, Gi, Jane e Dean limpam o escritório o máximo possível para rastros não serem encontrados.

- Como apaga isso? – pergunta Dean ao irmão apontando para o vídeo no computador. – Sam, anda, preciso da sua ajuda.

- Eu o matei, Dean. – diz Sam triste. – Invadi a casa e o matei.

- Seja quem for esse cara, ele é um caçador. – diz Dean. – Ou seja, outros caçadores virão procurar pelo seu assassino. Ou seja, temos que cobrir nossos rastros, entendeu?

- O nome dele era Steve Wondel. – diz Sam com um papel nas mãos. – Isso é uma carta da filha dele.

Jane se aproxima deles, pega a cpu e taca no chão, a destruindo. Os outros três a olham assustados. Ela joga um pano pra Sam.

- Limpe suas digitais e aí vamos embora. – diz Jane e vai em direção a porta.

Um tempo depois os quatro entram novamente no quarto do motel de antes.

- Ok, dormimos um pouco e depois deixamos esse lugar pra trás. – diz Dean a eles. Sam continua olhando pra os lados preocupado e Dean o olha. – Sabemos que isso é ruim, ok? Você tem que sair dessa Sam.

Sam não diz nada.

- Diga alguma coisa. – pede Dean nervoso.

- Dormimos um pouco e partiremos pela manhã. – repete Sam ironicamente. – Assasinato, Dean. Foi o que eu fiz.

- Talvez. – diz Gi a ele. – Não sabemos... Pode ser um metamorfo novamente.

- Fala sério, vocês sabem o que foi. Viram a fita. Não houve brilho nos olhos e nem distorção.

- Sim, mas não era você, ta bom? – continua Dean. – Pode ter sido você, mas... Não foi você.

- Bom... Eu acho que foi. – diz Sam. Gi se aproxima de Jane que se encontra encostada na janela, vendo o estacionamento lá fora.

- Não vai dizer nada? – pergunta Gi a ela.

- Não tenho o que dizer, sinceramente eu... – diz ela olhando em seguida para Sam que também a olha com uma expressão triste. – Não sei o que dizer.

- Você está desapontada comigo. – diz Sam a ela. – Eu não te culpo, eu fiz muita coisa que não devia.

- Do que você está falando? – pergunta Jane.

- Pelas últimas semanas, eu tenho tido umas sensações. – responde Sam.

- Que tipo de sensações? – pergunta Dean.

- Raiva, ódio... E não consigo parar. Só fica pior. A cada dia fica pior.

- Nunca nos disse isso. – diz Dean.

- Não queria assustar vocês. – responde Sam.

- Excelente trabalho nisso. – diz Dean levantando da cama.

- O Demônio de Olho Amarelo... – começa Sam. – Vocês sabem que ele tem planos pra mim e que ele transformou outras pessoas em assassinos também.

- Ninguém pode te controlar senão você. – diz Dean.

- Não é o que parece, Dean. – diz Sam. – Parece que não importa o que eu faço, mas gradativamente estou me tornando...

- No que? – pergunta Jane o interrompendo nervosa e se aproximando.

- No que fui destinado a ser. – responde ele também se levantando da cama e se aproximando dela. – Eu tenho que enfrentar o que eu sou. Papai tinha razão. Foi por isso que ele te disse, se chegasse mesmo a esse tempo...

- Cala a boca, Sam. – manda Jane.

- Jane... Você prometeu à ele. Você me prometeu. – diz Sam. Jane dá um sorriso irônico e se afasta dele, mas se vira novamente em seguida.

- Não. – diz ela. – Olha... Temos que descubrir o que está acontecendo, ok? Tem que ter um jeito, certo?

- Tem... Tem sim. – diz Sam, se aproxima novamente dela, quase boca com boca e a entrega sua arma. – Não quero machucar mais ninguém. Não quero te machucar.

- Sam... Você não vai. – diz Jane pondo suas mãos no rosto dele. – Sejá lá o que for isso, você pode lutar.

- Não, não posso. – diz Sam ainda lhe entregando a arma. – Não para sempre. Agora pega essa arma, você tem que fazer.

Jane apenas o olha surpresa. Sam pega sua mão e põe a arma nela.

- Sam, você não sabe o que está fazendo. – diz Dean. Gi se aproxima deste e segura fortemente em seu braço, assustada.

- Você sabe que eu fiz de tudo pra manter você a salvo. – diz Jane.

- Eu sei. – responde Sam também assustado e inquieto. Jane tira os olhos da arma e o olha.

- Então você sabe que eu não consiguiria fazer isso. – diz ela. – Não posso te matar, Sam... Eu preferiria morrer.

Em seguida Jane taca a arma na cama e se afasta dele.

- Não... Você vai viver. – diz Sam pegando a arma na cama e olhando em seguida para o irmão e para Gi. – Todos vocês vão.

Os três o olham sem entender.

- Vocês vão viver para se arrepender disso. – diz Sam e em seguida os ataca. Ele dá um soco com a arma no rosto de Dean que cai desmaiado no chão. Gi dá um grito assustada e corre pra trás de Jane. Esta apenas o olha Sam sem nenhuma expressão.

- Sua vez de cair. – diz Sam se aproximando dela com um sorriso. – Você sabe que seus truquezinhos não funcionam comigo, não é?

Jane dá alguns passos pra trás junto com Gi que a segura pelo braço.

- Como eu não pude ver que não era o Sam? – pergunta Jane a si mesma. – É por isso que eu odeio demônios, eles me confundem.

Sam vai até ela, a pega pelo pescoço e a empurra pra parede. Jane dá um gemido de dor. Giovanna corre para o outro lado do quarto.

- Não se preocupe, eu não vou te matar. – continua ele. – Por mais que eu queira, eu não posso... O chefe não deixa.

- Se ele não te deixa me matar porque acha que eu vou voltar para o lado dele... – Jane dá um riso irônico. – Então ele tá perdendo o tempo dele, porque eu não vou, prefiro morrer.

- Quem dera se fosse eu que decidia isso. – diz o demônio e em seguida bate sua cabeça na cabeça de Jane a fazendo cair desacordada também. Por último ele olha para Giovanna que olha para os lados assustada sem saber o que fazer lhe dá um sorriso maligno e vai embora. Esta sai correndo até Dean, se ajoelha ao seu lado e o chacoalha.

- Dean, acorda. – pede ela preocupada. – Por favor, acorda!

Um bom tempo se passa até que Dean e Jane mostram sinal de vida, acordando.

- Ah, minha cabeça. – diz Dean pondo a mão nela e se sentando atordoado. Gi vai até ele novamente e o abraça forte. – Wow!

- Graças a Deus. – diz Gi com um sorriso aliviada. Em seguida Jane se levanta aos poucos e passa a mão pelo rosto fraco. – Jane! Você está bem?

- O que ele fez com você? – pergunta Jane a ela sem nem ao menos responder a pergunta. – Ele te machucou?

- Não... Nada, apenas saiu por aquela porta depois que bateu em você.

Jane olha para ela sem acreditar, mas olha para Dean em seguida.

- Dean. – ela se aproxima dele e vira seu rosto pra ela. – Você está bem?

- Na medida do possível e você? – pergunta ele.

- Bem. – responde ela e se vira para a porta em seguida. – O recepcionista está vindo cobrar dinheiro.

Logo em seguida batem na porta. Dean revira os olhos e atende.

- Passou do dia de ir embora e tenho um casal aqui que precisa desse quarto. Dean olha para o casal ao lado do recepcionista, uma garota de programa agarrada em um homem bem mais velho, empresário e provavelmente casado.

- Pois é, aposto que sim. – diz Dean a ele. – Que horas são?

- Meio dia e meia. – responde o homem.

- O cara que estava aqui com a gente, você o viu? – pergunta Dean.

- Ele saiu antes do amanhecer no seu carro e vocês deveriam ter ido com ele, porque agora terei que cobrar a mais.

- Filho da... – começa Dean, mas Jane se aproxima do recepcionista o interrompendo.

- Tem certeza que vai cobrar a mais? Isso não é nada legal. – diz ela o olhando nos olhos. – Eu pensava que você era um recepcionista muito legal.

- Eu tava brincando. – diz o homem em seguida ainda olhando nos olhos dela e dando um risada. Gi e Dean se olham. – Não vou cobrar nada não.

- Por um minuto achei que estivesse falando sério. – diz Jane com um sorriso a ele. – E nós precisamos usar seu computador.

- Claro, a vontade. – diz ele e em seguida Jane se afasta em direção à recepção com Dean e Gi atrás.

- To economizando uma boa grana com você. – diz Dean com um sorriso a Jane. Esta apenas revira os olhos e entrega o telefone atrás do balcão a Dean. Este começa a discar. – Oi, sinto muito te incomodar... Mas meu filho saiu escondido da casa ontem à noite e foi para um shoq do Justin Timberlake... O que? É, Justin é três talentos em uma só pessoa.

Jane e Dean reviram os olhos. Gi dá uma risada discreta.

- Enfim... – continua Dean. – Ele ainda não voltou e estou começando a ficar preocupado... Certo, garotos são levados mesmo, mas Sammy é um diabético e se ele não tomar sua insulina... Eu só tenho que achá-lo... Por favor, estou te implorando. Sim, estou no website nesse momento. Só preciso ativar o GPS no celular dele.

Dean põe a senha que o instrutor lhe passa e na tela do computador aparece a cidade em que Sam está.

- Isso, bem aí em Duluth, Minessota. – diz Dean. – É, é um longo caminho para ir num show. Agradeço sua ajuda.

Em seguida ele desliga o telefone.

- Bom, pé na estrada. – diz Dean ás duas.

...

Duluth, Minessota.

A noite em um bar de estrada chamado Dark Hills, Helena agradece aos últimos clientes que saem em direção a seus caminhões.

- Boa noite. – diz ela e se vira para limpar o balcão com um pano. Em seguida alguém entra no bar e ela ouve o barulho. – Desculpe, estamos fechando.

- Que tal só uma pra saideira? – pergunta Sam se aproximando. Helena se vira para ele reconhecendo sua voz.

- Você é a última pessoa que eu esperaria ver. – diz ela surpresa.

- Bom... Acho que sou cheio de surpresas. Então... Posso ter uma cerveja?

- Claro. Uma cerveja. – diz Helena enfatizando no uma. Sam dá um sorriso irônico enquanto ela pega uma cerveja na geladeira e o entrega. – Como me achou?

- É meio o que nós fazemos, sabe? – responde Sam com um sorrisinho.

- Falando em nós, cadê os outros? – pergunta Helena limpando as mesas.

- Não deu para eles virem.

- Então o que está fazendo aqui, Sam? Sei que não nos despedimos numa boa. – diz Helena.

- Certo, é por isso que estou aqui. – diz Sam tirando seu casaco de coro marrom. Helena o olha sem entender. – Queria ver se poderíamos acertar as coisas, sabe?

Em seguida ela vê uma marca vermelha no braço de Sam.

- Parece que isso dói. – diz ela.

- Não, dei uma trombada num fogão quente. – responde Sam recolhendo o braço do balcão.

- Você estava dizendo algo sobre acertarmos as coisas?

- Pois é... Olha, sei como se sente em relação ao meu pai. Não posso culpá-la. Ele era obcecado, dominado pela caça e não se importava com quem fosse pego no fogo cruzado. Acho que seu pai foi incluido nisso... Mas esse era meu pai, não eu.

- E quanto ao Dean?

- Dean é mais parecido com meu pai do que eu, mas ele...

Helena revira os olhos. Sam dá um pequeno riso.

- Puxa! Você está mesmo guardando rancor dele, não está? – pergunta ele ficando mais agressivo.

Helena dá um riso sarcástico.

- Vou levar isso como um sim. – diz Sam. Em seguida Helena se afasta em direção a outra mesa. – É uma pena, porque o Dean gosta de você, mas não do jeito que você quer, porque ele já tem outra agora para se divertir. Talvez ele te veja mais como uma irmã caçula, mas... Romance está fora de cogitação.

Helena se aproxima dele nervosa. Sam dá risada.

- Ele te vê como uma garotinha escolar, sabe?

Helena desvia o olhar dele.

- Não estou tentando magoá-la, Le. Estou dizendo isso porque me importo.

- Isso é mesmo muita gentileza sua, Sam. - diz Helena ironicamente.

- Falo sério! – diz Sam e pega na mão dela. – Gosto muito de você.

- Sam, o que está havendo? Você e a Jane brigaram?É isso? – pergunta ela e tira sua mão da de Sam, mas ele a segura com força. Ela o olha surpresa.

- Posso ser mais pra você, Le.

- Talvez devesse ir embora. – diz ela não gostando mais da conversa. Sam continua a olhando intensamente.

- Ok. – ele concorda, empurra a mão dela pra longe dele, levanta do banco e vai em direção a porta.

Helena se vira para o balcão enquanto respira fundo, mas de repente Sam a agarra por trás.

- Sam, me larga! Me larga! – esperneia Helena tentando afastá-lo, mas Sam segura sua cabeça. Ela alcança uma garrafa e o ataca, mas ele é mais rápido e segura seu braço.

- Le, le, le. – diz ele e em seguida estilhaça a garrafa no balcão. Ele vira Helena e prende seus braços.

- Sam, por favor, não. – grita ela assustada. – Por favor!

Em seguida ele bate a cabeça dela na madeira do balcão e ela desmaia. Sam a segura.

- Não tinha que ser desse jeito. Ou talvez tinha. – diz ele com um sorriso.

Um tempo depois ele a amarra em um coluna e põe uma música lenta no tocador.

- O que diabos está acontecendo? – pergunta Helena acordando. – O que está fazendo?

- É aí, o que exatamente sua mãe disse sobre como seu pai morreu?

- Você não é o Sam.

- Não tenha tanta certeza. Responda a pergunta.

Helena permanece calada, Sam revira os olhos irritado, puxa um banco e se senta ao lado dela.

- Vamos. Sou eu. – continua ele a mostrando uma faca afiada. – Pode me dizer qualquer coisa, sabe disso. Responda... A pergunta.

- Ok. – diz ela nervosa.

- Ok. – repete ele ironicamente.

- Nossos pais estavam na Califórnia, Reservatório do Portão do Diabo... Estavam armando uma cilada para algum tipo de soldado do inferno. John estava escondido esperando e meu pai era a isca.

Sam ri.

- Isso é simplesmente a cara do John. – diz ele. – Aposto que ele pendurou o Bill igual a uma carne em um anzol.

Helena o olha com desprezo.

- E depois? – continua Sam.

- Aí a coisa apareceu, John ficou muito impaciente, interferiu muito cedo, deixou meu pai exposto sem proteção. A coisa deu meia volta e o matou. – responde ela com uma expressão de choro.

- Não exatamente. – comenta Sam. Helena o olha sem entender.

- O que? – pergunta ela.

- A criatura o machucou, mas não o matou. Você realmente não sabe a verdade, não é? – diz Sam e ri novamente. – Nem sua mãe deve saber.

- Saber o que?

- Bill estava todo arranhado, ele estava segurando seus intestinos nas mãos. – diz Sam. Helena desvia o olhar novamente. – Ele estava murmurando e rezando para ver você e a Ellen mais uma vez. E aí meu pai... O matou. Acabou com o sofrimento dele como um cachorro doente.

- Está mentindo! – interrompe Helena não querendo mais ouvir.

- Não estou, é verdade. Meu paizinho atirou na cabeça do seu paizinho.

- Como você poderia saber disso?

- Eu escuto coisas. – em seguida Sam crava a faca na coluna de madeira.

- Por que está fazendo isso comigo?

- Tal pai, tal filha. Você é a isca. Abra a boca. – manda Sam e amarra um pano na boca dela. – Essa é a garota.

De repente Dean , Jane e Gi entram no bar.

- Para Sam! – pede Jane a ele. Dean aponta sua arma para o irmão. Este tira a faca da  coluna e coloca perto da garganta de Helena.

- Implorei pra você me deter, Jane. – diz Sam a ela.

- Abaixa essa faca. – pede Jane.

- Eu disse que não posso lutar contra isso. Minha cabeça parece que  está pegando fogo, ok? Me matem ou eu vou matá-la!

Dean olha para Jane que mantém o olhar em Sam.

- Por favor, vocês estariam me fazendo um favor. – continua Sam. – Atira em mim, Dean! Atira em mim!

Helena olha para Dean assustada.

- Ele não vai atirar. – diz Jane a Sam. – Qual é, você sabe disso.

- O que há com vocês? Estou lhes dando a chance de me matar! – grita Sam, mas em seguida Dean abaixa sua arma e joga um líquido no irmão. Este se contorce de dor quando o líquido começa a queimá-lo.

- Isso é água benta seu demônio filho da puta! – diz Dean. Os olhos de Sam ficam inteiramente pretos. Dean joga mais água benta nele o queimando mais. Em seguida Sam corre para a janela e a atravessa, estilhaçando o vidro. Gi vai até Helena e corta a corda que a amarra com uma faca que estava em seu bolso.

- Ele estava possuído? – pergunta Helena depois que tira o pano da boca. Os três apenas a olham e saem pela janela atrás de Sam.

- Não faça nenhuma besteira, fique atrás de mim ou do Dean. – diz Jane a Gi que anda ao seu lado ainda com a faca na mão. Dean aponta sua arma para todos os lados quando eles adentram nas docas do lado do bar.

- E aí, quem é você? – pergunta Dean se escondendo com Jane e Gi atrás de mercadorias.

- Tenho vários nomes. – responde Sam afastado deles, também escondido e apontando uma arma.

- Você tem estado no Sam desde que ele desapareceu, não é? – pergunta Jane ao demônio.

- Deveria ter visto sua cara quando pensou que ele tinha matado aquele caçador. – diz Sam se movendo. – Patético.

- Porque não nos matou? Teve várias oportunidades. – pergunta Dean. Sam tava uma caixa de madeira para um lado e corre para o outro, criando uma armadilha, mas Jane e Dean são mais rápidos e correm para o mesmo lado que ele.

- Não, isso teria sido muito fácil. Cadê a graça nisso? Isso foi um teste. – responde Sam. – Queria saber se poderia te forçar o bastante para matar Sam. Deveria ter sabido que não teriam coragem... De qualquer forma, a diversão acabou agora.

- Esperamos que tenha conseguido sua diversão. – diz Jane se movendo entre caixas. – Porque vai pagar caro com isso, pode ter certeza.

- Como? Não pode me machucar querida Jane, não sem machucar seu amado Sam aqui. Sabe, acho que vocês vão morrer... Vocês e outros caçadores que eu achar. Uma olhada nos olhos sensivos e sinceros de Sam e me deixarão entrar direto pela porta da frente.

Em seguida Sam sai por uma outra porta até o cais.

- Fique aqui. – manda Dean a Gi. Esta mesmo relutante o obedece. Em seguida ele e Jane seguem Sam. Eles olham em volta, mas não o encontram.

- Pra onde ele foi? – pergunta Dean, mas em seguida Jane se vira rapidamente e vê Sam lhes apontando sua arma. Ele atira em Dean que está destraído, mas Jane segura a bala no ar com sua mente e a faz pousar no chão.

- Você não vai ferir ninguém. – diz Jane ao demônio. Este lhe dá um sorriso irônico. – Dean, sai daqui.

- Não, eu...

- Eu mandei sair daqui!

- Ah ele não vai a lugar nenhum. – diz Sam ainda apontando a arma. – Um passo e eu acabo com ele!

- Isso não vai acontecer. – diz Jane e em seguida joga Dean no mar atrás deles. Sam vai pra cima deles, mas Jane se põe em seu caminho, o parando. Ele a pega novamente pelo pescoço e a levanta no ar.

- Por que se importa tanto com esses dois?

- Porque ELES são minha verdadeira família, não vocês!

O demônio nervoso com a resposta lhe dá um soco na barriga e a taca no mar, atirando em seguida com sua arma várias vezes na água onde Jane caiu.

...

Um tempo depois Gi e Helena começam a procurar por Jane e Dean que não voltam há um bom tempo. Elas vão até abaixo do cais, bem perto do mar com lanternas. Helena liga para o celular de Dean, mas ninguém atende.

- Ele não atende. – diz Helena nervosa.

- Dean! – grita Giovanna quando o vê vindo na direção delas. Ela corre até ele e pula em seu colo, o beijando em seguida. Dean a segura surpreso, mas não se afasta com o beijo inesperado. – Você tem idéia do quão preocupada eu estava?!

Helena permanece no lugar sem reação alguma com a ação de Giovanna. Então esta é a garota de quem Sam falou, pensa ela. Dean a olha, mas Helena desvia o olhar.

- A Jane está com vocês? – pergunta ele.

- Não, pensamos que ela estaria com você... Jane! – responde Helena, mas vê o corpo de Jane boiando na beira do mar a frente deles. Os três correm até ela e a viram, vendo o ferimento que uma das balas fez em seu braço. – Ela foi atingida.

- Jane! – grita Dean que apoia a cabeça dela em sua perna. – Fala comigo!

- Se você parar de gritar quem sabe! – grita Jane com ele. Dean dá um sorriso aliviado pra ela.  Jane se levanta aos poucos com a mão direita no braço esquerdo.

- Cadê o Sam? – pergunta Gi a ela.

- Não sei, mas tenho um palpite. – responde Jane. – Vamos.

Os três entram novamente no bar. Helena empresta uma muda de roupa seca para Jane enquanto Dean chacoalha seu casaco de couro preto tirando o excesso de água.

- Vou pegar alguns curativos para o seu ferimento, espere um segundo. – diz Helena a Jane.

- Não. – diz Jane a parando. – Não precisa. Foi só de raspão, eu to bem.

Em seguida ela se vira para Dean.

- Desculpa por ter te atirado no mar sem mais nem menos... Mas era preciso.

Dean apenas lhe dá um sorriso.

- Como sabiam que ele estava possuído? – pergunta Helena.

- Bom... Aquilo não podia ser o Sam. – responde Dean.

- Olha... Sei que demônios mentem, mas eles também dizem a verdade? – pergunta ela.

- Dizem, algumas vezes... Especialmente se souberem que vai mexer com a sua cabeça. – responde Jane.

- Por que pergunta? – pergunta Dean.

- Nada. Não tem importância. – responde Helena. Jane apenas a olha. – Vocês tem alguma idéia pra onde ele foi?

- Até agora ele tem ido atrás dos caçadores dos arredores. – comenta Gi. – Ele deve ter ido atrás de outro.

- O mais perto que conheço está em Dakota do Sul.

- Então temos que por o pé na estrada. – diz Helena se levantando de um dos bancos do balcão.

Jane dá um riso irônico.

- Você não vai com a gente Helena. – diz ela.

- É claro que eu vou. Sou parte disso agora.

-Desde quando? – pergunta Dean. Helena o olha surpresa. – Olha não sei dizer mais claro do que isso... Se tentar nos seguir vou te amarrar naquela coluna de novo.

- Só pode estar brincando. – diz Helena nervosa.

- Essa luta não é sua, é nossa. – diz Jane a ela. – Não vou me responsabilizar por outra pessoa.

- O que ela está fazendo com vocês então? – pergunta Helena apontando para Gi que olha para Dean sem saber o que falar.

- Eu também me pergunto isso todo santo dia. – responde Jane a ela. Gi olha para Jane com um sorriso sarcástico.

- Então... – começa Helena.

- Só fique aqui, ok? Sã e salva. – interrompe Jane e em seguida sai do bar com Gi atrás.

- Te ligo depois para dar notícias. – diz Dean antes de sair pela porta também.

- Não vai não. – sussurra Helena para si mesma com uma expressão triste.

...

Na estrada Dean tenta ligar para Bobby, mas Sam corta os cabos dos telefones em uma caixa do lado da casa.

- Merda. – diz Dean desligando o celular depois que ninguém atende.

Em seguida Sam bate na porta e Bobby a atende. Sam lhe dá um sorriso.

- Sam! – diz Bobby surpreso também com um sorriso.

- Olá, Bobby.

- Já faz um tempo. Entre.

Os dois vão até a sala onde há muitas estantes cheias de livros e mesas com mais livros abertos.

- O que te traz por aqui? – pergunta Bobby.

- Estamos trabalhando em um serviço aqui por perto e pensei em dar uma passada para dizer ‘oi’.

- Cadê o Dean?

- Escondido em algum lugar com uma garota e um monte de cerveja. – responde Sam dando uma olhada por tudo.

- Ela é bonita? - pergunta Bobby indo até a cozinha e pegando duas cervejas na geladeira.

- Se quer saber, ela é areia demais para o caminhão dele. – responde Sam com os olhos totalmente pretos e em seguida volta ao normal quando Bobby se aproxima e o entrega uma das cervejas.

- É bom te ver. Ao John. – diz Bobby brindando.

- Ao papai. – diz Sam com um sorriso carinhoso e em seguida eles dão um gole. De repente a boca de Sam começa a queimar e fumaça sai dela. Ele se contorce e cai de joelhos no chão. – O que você fez?

- Um pouquinho de água benta na cerveja. Sam nunca teria notado, mas você não é o Sam, não é? Não tente enganar um velho experiente como eu. – diz Bobby a ele e lhe dá um soco o fazendo desmaiar em seguida.

Um tempo depois, Dean acorda Sam, que está amarrado em uma cadeira em outro cômodo com uma lareira acesa, com um tapa no rosto. Sam abre os olhos e vê Bobby, Jane, Gi e Dean o olhando. Ele dá um sorriso sarcástico. Dean olha para cima e Sam segue seu olhar vendo desenhado no teto uma armadilha para prender demônios.

- Jane, pensei que pelo menos uma das balas iria te atingir, mas vejo que me enganei. – diz Sam a olhando. Dean olha para o braço de Jane, o arranhão não está mais ali.

- Vou arrancar esse espertinho da sua boca. – diz Jane a Sam.

- Cuidado... Você não vai querer danificar essa linda embalagem. – diz Sam com um sorriso.

- Não se preocupe isso não vai machucar o Sam, mas você por outro lado... – diz Jane e olha para Gi que tem um balde cheio água nas mãos. Esta joga a água no colo de Sam e o demônio se contorce com a queimação.

- Tá com vontade de conversar agora?! – pergunta Dean nervoso.

- Sam ainda é minha marionete humana. Vou obrigá-lo a morder suas línguas.

- Você não vai estar nele por muito mais tempo. Bobby. – diz Dean e Bobby começa a ler um livro em suas mãos, exorcisando Sam. Este começa a se contorcer de dor. – Seja lá qual plano vocês demônios estão tramando... Não vão ficar com o Sam. Tá me entendendo? Porque vou matar todos vocês antes.

Sam revira a cabeça com mais dor, olha pra cima e de repente começa a gargalhar. Bobby para a leitura e o olha. Todos o olham.

- Acham mesmo que essa é a questão? – pergunta Sam. – O plano principal? Eu to pouco me lixando com o plano principal.

Dean olha para Bobby que continua a ler em seguida.

- Opa... Parece que não está funcionando. – diz Sam quando a leitura não faz mais efeito nele. – Sabe, aprendi alguns truques novos.

Os outros se olham. Em seguida Sam abaixa a cabeça e começa a falar em latim seu próprio feitiço. O fogo da lareira se expande, as luzes piscam, a casa começa a balançar, os livros caem pelo chão.

- Não está acontecendo como imaginamos Bobby. – diz Dean a ele. – O que está havendo?

- Eu não sei. – diz o homem olhando para todos os lados. Jane se aproxima de Sam e ergue seu braço, onde há uma marca vermelha, a mesma que Helena viu no bar.

- É uma amarração! – grita Bobby a ela. Jane o olha. – É como uma fechadura. Ele está se trancando dentro do corpo do Sam.

- O que vamos fazer? – pergunta Gi olhando tudo das prateleiras cair ao seu redor.

- Eu não sei. – responde Bobby. Sam continua de cabeça baixa, mas de repente ele olha pra cima e o teto racha, fazendo com que a armadilha para demônios não funcione mais. Em seguida ele olha para Dean.

- Pronto. Assim está melhor. – diz Sam e taca com sua mente um por um nas paredes. Ele arranca com facilidade as cordas de seus braços e pernas e levanta, indo até Dean. – Sabe, quando pessoas querem descrever a pior coisa possível, eles dizem que é igual ao inferno.

Sam dá um soco em Dean que cai para trás.

- Tem uma razão pra isso. Inferno é parecido com... – continua Sam e dá outro soco em Dean. Sangue começa a escorrer de seu nariz. – Bom, é que nem inferno. Até mesmo para demônios.

Sam vai dar outro soco em Dean, mas Jane segura sua mão e o empurra para uma prateleira. Ele bate de costas na madeira e cai de barriga no chão.

- É uma prisão feita de osso, carne, sangue e medo. – continua Sam que levanta do chão. – E vocês me enviaram de volta para lá.

- Meg. – diz Jane a Sam.

- Não. Não sou mais ela. Agora sou o Sam... Seu queridinho Sam, agora é só meu.

Jane se enfurece e manda Sam agressivamente para uma das paredes o deixando cair novamente no chão.

- Nossaaa... Te deixei nervosa, amor? Mas você não vai machucar seu precioso Sam, não é?

Jane apenas o olha sem se mover.

- Ah, quase me esqueci. – diz Sam. – Eu vi o John por lá. Ele disse ‘como vai?’. O que me mantinha forte era que eu subiria algum dia e depois iria torturá-los com delicadeza como tirando as asas de um inseto. Mas o que quer que eu faça com você, Jane... Não é nada comparado com o que você faz consigo mesma, não é? Posso ver nos seus olhos que você sabe que não vai ganhar essa batalha... Você vai desistir.

- Cala a boca. – manda Jane se aproximando.

- Vocês são inúteis. – continua Sam. – Não conseguiram salvar o John... E lá no fundo sabem que não podem salvar o Sam. Eles teriam se saído melhor sem vocês.

- Mandei calar a boca! – grita Jane e segura Sam pelo pescoço, agora ela o levantando no ar. De repente Gi corre até eles, pega o braço de Sam e encosta um ferro com a ponta ardendo de quente na marca vermelha. Em seguida Sam grita e uma fumaça preta sai por sua boca fugindo pela lareira. Bobby, Jane,Dean e Gi olham a fumaça com olhos arregalados.

- Tá melhorando. – diz Jane a Gi com um sorriso. – Bom trabalho.

- Se eu quero ajudar, tenho que começar a lutar também. Ainda o mais depois que aquela garota perguntou o porquê de eu estar com vocês. Me senti ridícula naquele momento. – diz Gi se referindo a Helena.

- Ela não disse por mau. - diz Jane. Gi a olha sabendo que isso não é verdade. Em seguida Jane olha para Sam que começa a acordar. Este abre os olhos assustado, olhando tudo ao redor. Ele põe a mão no machucado do ferro que Gi lhe fez.

- Sammy. – diz Dean ao irmão. Sam olha para todos surpreso.

- Perdi algo? – pergunta o verdadeiro Sam. Em seguida Dean dá um soco no rosto do irmão que geme de dor. Dean cai para trás fraco. Gi vai até ele e o segura. Jane se aproxima de Sam e se agaicha à sua frente.

- É você mesmo? – pergunta ela.

- Sim. – responde ele com a respiração ofegante. Jane abre um grande sorriso e lhe abraça forte. Sam a abraça mais e em seguida a beija apaixonadamente com um sentimento de saudade, como se eles não se vissem há anos. Bobby entrega uma bolsa de gelo a Dean que a põe no rosto. – A propósito, você está mesmo com um mau aspecto, Dean.

- Digo o mesmo pra você. – responde o irmão. Sam lhe dá um sorriso.

- Senti sua falta. – diz Jane a Sam. Este a beija de novo.

- Eu também. Muita.

Bobby se aproxima deles com uma expressão apreensiva.

- O que foi, Bobby? – pergunta Dean a ele.

- Vocês já ouviram falar de um caçador chamado Steve Wondel?

Os outros quatro o olham.

- Por que pergunta? – pergunta Dean.

- Fiquei sabendo de um amigo que Wondel está morto. Assasinato na sua própria casa. Sabem de alguma coisa sobre isso?

- Não sr. Nunca ouvimos falar do cara. – responde Dean por eles.

- Dean. – diz Sam a ele.

- Ótimo. – diz Bobby a eles. – Deixem desse jeito. Os amigos do Wondel estão procurando por alguém ou algo para enforcar. Eles não vão diminuir o ritmo para ouvir a razão. Entendem o que estou dizendo?

- Bom... É melhor pormos o pé na estrada. – diz Jane se levantando do colo de Sam e o ajudando a se levantar.

- É... Se o Sam se lembrar de onde estacionou o carro. – diz Gi com um sorriso.

- Levem isso. – diz Bobby lhes entregando mandingas. – Vão repelir possessões. Aquele demônio ainda está a solta. Isso vai detê-lo de voltar para dentro de vocês.

- Isso parece um pouco safadeza, mas valeu. – agradece Dean fazendo graça.

- De nada. – diz Bobby com um sorriso. – Tomem cuidado, ok?

- Você também. – diz Sam a ele. Dean devolve a bolsa de gelo para Bobby e ele e os outros três o seguem para fora da casa.

...

 Na estrada, os quatro permanecem em silêncio por um tempo.

- Você está bem? – pergunta Dean ao irmão depois de um tempo, mas Sam não responde. – Sam... Sam é você aí dentro?

- Eu estava acordado por alguns instantes, Dean. Eu me vi matar Wondel com minhas próprias mãos. Vi a luz apagar de seus olhos.

- Deve ter sido horrível. – diz Dean.

- Não é essa a questão. Eu quase mutilei a Helena também, mas não importa o que eu fizesse, nem você, nem a Jane me matariam.

- Não era você, Sam. – diz Jane a ele. – Como poderíamos te matar?

- É... Dessa vez. E quanto a próxima vez?

- Sam, quando o John me disse que eu poderia ter que te matar era somente se eu não pudesse lhe salvar. – diz Jane. – Mesmo que seja a última coisa que eu faça, eu vou te salvar.

- Nós vamos. – diz Gi a ele. Eles a olham. Dean começa a dar risada sozinho.

- O que foi? – pergunta Sam a ele.

- Nada. – responde Dean ainda rindo.

- Dean, o que foi? – insiste Sam.

- Velho, tinha uma garota dentro de você por uma semana. – responde Dean e dá mais risada. Sam ri junto. Jane e Gi reviram os olhos com sorrisos irônicos. – Isso é muita safadeza.

Fim do Décimo Quarto Capítulo da Segunda Temporada de Supernatural.

...


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Notas finais do capítulo

Eu sinto muito por todo esse tempo sem escrever... mas eh que ultimo ano de ensino medio eh fogo!!!*--*
Por favor continuem lendo e comentando!!!
Bjaaaao!!! XD