Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 19
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Estão curtindo bastante o fim de semana? Espero que sim. Rsrs.
Bem, gostaria de agradecer a Agent Daisy Johnson pela recomendação da fanfic, muito obrigada. E desejar como sempre uma boa leitura, esse capítulo será mais leve, podem ficar tranquilxs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654754/chapter/19

Pov Marie

–Você está exagerando. Não teria coragem. Otávio volte aqui. Falei aumentando meu tom de voz.

–Estou cansado de você. Passei do meu limite de tolerância. Você irá assinar o divórcio sim. Pode ficar com a casa. Não ligo. Faço tudo para não ter que passar mais um minuto com você, uma pessoa fria e egoísta.

–Pensa direito.

–Já pensei bastante e o que pude concluir é que você sempre foi uma amarga. Como pude permitir que entrasse tanto na minha vida?

–Otávio. Você sabe muito bem o que irá acontecer se for embora.

–Sei. Faço o que quiser. Conte toda a verdade para Helena, porque você nunca se importou com ela, duvido que um dia a amou como filha ou qualquer coisa. Disse saindo e batendo a porta com força.

Otávio entendeu na mesma hora o que havia acontecido na cozinha e é claro ficou furioso com aquilo, se trancando no quarto com uma garrafa de vinho seco, e descendo um tempo depois gritando que queria o divórcio.

Não vai ser fácil querido. Você não vai me deixar mesmo. Repetia para min mesma até que começasse a acreditar que poderia ser verdade, mas o que parecia é que desta vez tinha sido a gota d’agua para ele.

Todos sempre me julgaram, mas não sabiam o quanto era difícil viver na sombra da minha irmã. A filha mais bela, inteligente, o orgulho da família. Desde a nossa infância sempre demonstrou ter um futuro promissor, vencia campeonatos, concursos, tirava notas excelentes e sempre era a mais jovem a participar de alguma coisa, como o jornal do colégio quando entramos no segundo grau e ela tinha se tornado o repórter principal logo de cara.

Com os garotos não era diferente, todos ficavam aos seus pés, mas havia um em particular que torcia para que isso não acontecesse, Otávio, minha paixão platônica. O que não foi possível porque logo assumiram um relacionamento no final do ensino médio, casando-se um ano depois.

E foi no período em que ela descobriu que estava grávida que acabei sabendo de uma péssima notícia, eu era estéril e não havia nenhuma possibilidade de ter filhos. Fiquei profundamente triste e isso parecia um crime diante de tanta felicidade do jovem casal. Então resolvi acompanhar minha irmã durante toda a gestação como um meio para amenizar minha dor, o que acabou não ajudando em nada.

Helena quando nasceu me apeguei a ela na mesma hora, e só por isso continuei ajudando minha irmã que ficou doente tempos depois do parto e morreu quando a menina tinha seis meses de vida.

Otávio ficou arrasado na época e não tinha nenhuma condição emocional para cuidar da filha, então eu me mudei temporariamente para casa dele e fiquei tomando conta de Helena como se fosse minha. Ele ficou quase dois anos de luto e quando a criança começou a me chamar de mãe...

–Mummy. Ela balançava os bracinhos me chamando.

–Helena eu não... Olhei para Otávio sem saber o que fazer.

Ele respirou fundo e pegou Lena no colo.

–O que foi querida? O que quer de sua mãe? Fiquei surpresa na hora, mas depois falei concordando com aquilo.

–O que gostaria de sua mãe, minha linda?

–Tô com fome. Mummy faz minha sopa.

–Claro querida.

Concordamos naquele dia que eu seria uma mãe para ela e que nunca falaríamos da minha irmã. Sendo que, oficialmente iríamos contar que eu e o pai dela estávamos separados, mas isso não aconteceu porque acabamos envolvidos depois de um tempo.

Casamos e Otávio conseguiu dar um jeito de mudar a certidão de nascimento. Minha mãe nunca concordou com aquilo, mas depois acabou guardando, depois de muita insistência, todas as coisas relacionadas a minha irmã e concordado em não falar nada.

Confesso que usei nosso segredo para controla-lo durante todos esses anos, mas pelo que vejo isso não será mais possível.

“Você tirou minha filha de min mais uma vez. Eu não posso mais suportar isso. ”Veio a voz de Otávio na minha cabeça.

Pov John

Como pude ter feito isso com ela. Não há um dia que eu não me arrependa de tê-la abandonado. Como deixei a raiva tomar o controle sobre min? Mas, infelizmente é o que sempre acontece comigo, basta uma pequena faísca e eu entro em combustão.

Meu pai está certo. Eu tenho que mudar, não posso mais viver me descontrolando por aí, se isso continuar machucarei realmente alguém um dia.

Flashback

Havia acabado de ter uma daquelas brigas durante o jantar com meu pai e sai descontrolado de casa. Disquei o número de Helena e assim que ela atendeu, eu disse.

–Preciso te ver, por favor venha me encontrar naquela pracinha perto de sua casa.

–Tudo bem. Estarei lá em menos de dez minutos.

Ela já estava lá quando eu cheguei e assim que me viu veio em minha direção.

–Você está bem John?

–Eu pareço bem para você? Disparei grosseiramente.

–Calma John.

–Eu não quero ficar calmo. Gritei chutando uma lata de lixo que tinha perto, fazendo ela ficar assustada, se afastando de min. –Droga Helena! Isso foi uma péssima ideia. Vai embora daqui. Falei tentando me controlar.

–Não. Ela disse docemente e veio andando até min, pegando minha mão com receio e beijando em seguida. –Estou aqui por você John. Segurou a outra e deu um beijo também. –Não me mande embora, porque... eu te amo... e nada mais me machuca do que te ver assim. Ela passou seus braços pelo meu corpo em um abraço e encostou sua cabeça em meu peito. Estava triste, chorando baixinho.

Fiquei sem reação no momento, mas logo a envolvi em meus braços e beijei o topo da sua cabeça já controlado. –Eu também te amo querida, e nada mais me machuca do que te ver assim. Me desculpe.

Abri minha carteira e peguei a foto da minha filha. Olhei para aquela imagem e sussurrei uma promessa.

–Sarah tentarei ser o melhor pai do mundo para você querida, e quanto a você Helena, veremos o que o futuro nos reserva. Segunda feira irei procurar uma ajuda profissional.

Pov Helena Ocean

–Steve, era para você ter pegado o caminho da direita. Disse preocupada.

–Fique tranquila. Está tudo certo. Falou mal contendo o riso.

–Steve não é hora de rir. Vamos ficar perdidos no meio do nada e você só fica ai rindo. Daqui a alguns metros tem um retorno. Falei apontando para a placa, mas ele passou direto.

–Helena, calma.

–Mas vamos ficar perdidos. Eu não faço a mínima ideia para onde esse caminho irá me levar.

–Eu sim. É surpresa.

–Mas já está anoitecendo.

–Exatamente.

Quando o céu já estava completamente escuro e se podia observar as estrelas claramente, Steve parou o carro e pegou uma pequena câmera do porta luvas.

–Vem Lena. Acorda a Sarah e me siga.

–Ok. Meu amor, acorda.

–O que foi mamãe? Perguntou coçando o olho e bocejando.

–Steve quer nos levar a um lugar.

Caminhei por cerca de cinco minutos com Sarah em meu colo e quando me dei conta não acreditava no que estava vendo. Era uma entrada de floresta iluminada por vagalumes.

–Um passarinho me contou que alguém estava bem zangada e triste que eu poderia trazer essa pessoa aqui, será que eu fiz bem? Steve falou no meu ouvido.

–Acho que você fez mais que bem. Disse sorrindo em resposta. –Obrigada, eu não imaginava um fim melhor para esse dia.

–Aproveite então. O que achou Sarah? Ele perguntou apontando para o lugar.

–Eu amei. Posso tentar pegar as estrelinhas mamãe?

–Claro meu amor. E a coloquei no chão.

–Se importa? Steve falou apontando para a câmera que estava em sua mão.

–Não. Fique à vontade e depois me manda umas cópias.

–Pode deixar.

Ele tirou várias fotos da Sarah tentando alcançar os vagalumes quando parou de repente e tirou uma minha.

–Steve! Eu não estava preparada.

–Eu não poderia perder essa. Tinha uns vagalumes no seu cabelo.

–Sério? Deixa eu ver.

–Ainda não. Falou e tirou mais fotos enquanto eu andava em sua direção.

–Me dá a câmera, por favor. Disse um pouco manhosa e sorrindo.

–Não terminei ainda Helena. Você terá que esperar. Falou rindo.

–Não mesmo. Tentei pegar, mas ele levantou o braço com o aparelho e por mais que eu pulasse não alcançava. Virou a câmera em minha direção e tirou fotos das minhas tentativas.

–Steve para! Falei um pouco alto.

–Algum problema? Se manifestou um guarda que apareceu na hora.

–Só um. Steve falou e eu fiquei surpresa. –Poderia tirar uma foto nossa?

–Claro. Respondeu o guarda em um tom de voz mais amável.

Steve segurou Sarah com seu braço direito e me envolveu com o outro.

–Digam xis. O guarda falou brincalhão tirando três fotos de vez. - Aqui está. Vocês formam uma linda família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo bem curtinho, mas o que acharam? Será que John vai mesmo tomar juízo?
E essa sessão de fotos?
Steve sempre sendo um fofo.
Rsrs.
Uma boa semana para vocês.