Depois de instalarem as câmeras e as escutas na casa de Carl e Adam, Seu Madruga e Lorenzo decidiram fazer algo para se distraírem e esperar os dois entrarem em casa, assim que eles entrassem, o computador deles filmaria e salvaria tudo, depois era só eles conferirem.

Algumas horas se passaram e logo Seu Madruga chamou Lorenzo, que estava no jardim atrás da mansão, para ver as gravações:

–Acho que finalmente poderemos desmascarar aqueles dois idiotas.- disse Seu Madruga.

–Vamos lá ver então.- falou Lorenzo.

E quando Seu Madruga mostrou a Lorenzo as gravações, o papagaio ficou pasmo com o que ouviu. Realmente ele estava certo, foram mesmo Carl e Adam quem haviam feito as matérias falsas, mas Lorenzo não sabia que seu plano daria tão certo.

–Então eu estava certo desde o começo, foram eles mesmo.- disse Lorenzo.

–Exatamente. E eles conseguiram enganar a todos direitinho.

–Não mais, agora mesmo nós levaremos tudo isso lá pra sala e colocaremos para todo mundo ver, inclusive o Robson.

–Vamos sim.

E mesmo com medo da presença de Robson lá na mansão, Seu Madruga levou todos os equipamentos para a sala e enquanto posicionava tudo, Lorenzo falou:

–Vai preparando tudo aí que eu vou chamar todo o pessoal pra vir aqui assistir.- falou ele e Seu Madruga concordou.

Ele foi então até os quartos e gritou:

–ATENÇÃO, TODOS NA SALA AGORA!!!- ele gritou das escadas que davam para o corredor e depois desceu de novo. Em cinco minutos, todos estavam lá na sala.

–Vai passar um filme romântico?- perguntou Laura.

–Não Laura!- falou Maria Joaquina.

–Algum de vocês podem aproveitar para irem chamar o Robson também?- pediu Lorenzo.

–Eu vou.- disse Nikolai.

–Também vou.- falou John.

Enquanto os dois foram até a casa de Robson, Seu Madruga garantiu que não iria iniciar o vídeo até ele chegar:

–Mas o que está havendo? O que o senhor quer tanto nos mostrar Seu Madruga?- perguntou Dona Clotilde.

–É o seguinte: o Lorenzo e eu descobrimos quem foram os responsáveis pelas matérias falsas, foram Carl e Adam, os vizinhos do lado. Só que não tínhamos provas contra eles e então, decidimos colocar câmeras e gravadores na casa deles para desmascará-los. Então, queremos mostrar para vocês o que eles disseram no vídeo.- explicou Seu Madruga.

–Ai que bom, vamos desmascará-los finalmente.- disse Dona Florinda.

–Coloca logo esse vídeo pra rodar!- falou Alícia.

–Não, temos que esperar o Robson chegar.- disse Lorenzo.

–Estou aqui.- falou Robson, entrando na casa.

Então, todos assistiram as gravações de quando Carl e Adam estavam juntos fazendo uma nova matéria falsa, além de que, antes do vídeo, foi mostrada a mesa deles com vários jornais.

–Essa matéria vai fazê-los arrancarem os cabelos.- disse Carl.

–É verdade, mas quero só ver a cara deles quando verem isso.- falou Adam.

A conversa entre eles, parecia bem animada, eles nem desconfiavam que estavam sendo espionados. Quando todos acabaram de ver o filme, ficaram completamente chocados com o que viram.

–Ah, mas eles vão me pagar!- disse Robson, levantando-se bruscamente.

–Espera Robson, aonde você vai?- perguntou Seu Madruga.

Todos seguiram Robson até a casa de Carl e Adam, mas devido ao medo, só puderam descobrir o que aconteceu quando viram o mesmo entrar na casa dos trambiqueiros e dar neles uma surra bem grande, assim como fez com Seu Madruga.

Quando acabou, Robson esfregou as mãos e falou:

–Se vocês continuarem publicando jornais falsos, dá próxima vez a surra será pior!- ameaçou Robson.

Em seguida, Seu Lúcio chamou uma ambulância, que chegou em dez minutos e levaram Carl e Adam para o hospital, pois estavam muito feridos. Enquanto os enfermeiros levavam eles para a ambulância, Lorenzo e Seu Madruga adentraram a casa pra retirar todas as câmeras e o gravador que colocaram dentro da casa pra pegarem de volta.

Quando chegou no portão da casa dos trambiqueiros, Seu Madruga ainda tentou passar despercebido, mas Robson o segurou pelo braço:

–Seu Madruga, me desculpe por ter batido em você daquele jeito. Eu não fazia ideia do que esses dois aprontavam esse tempo todo tá?- disse ele.

–Tudo bem Robson, acho que qualquer um faria a mesma coisa.- respondeu Seu Madruga.

Em seguida, apertaram as mãos como um pedido de desculpas.

No dia seguinte, todos já estavam mais tranquilos por finalmente descobrirem quem havia publicado aquelas matérias falsas, até Dona Florinda fez as pazes com o Professor Girafales. Estavam todos na cozinha, tomando café. Depois, foram cada um para seu canto, aproveitarem o dia.

Depois de um tempo, Kokimoto está na sala, tentando assistir televisão, mas não consegue.

–Nossa, que tédio que está aqui.- ele reclamou com ele mesmo.

–Falando sozinho Koki?- disse Paulo, entrando na sala.

–Nada não Paulo. É que eu estou entendiado aqui, porque não tem nada de interessante na tevê. Vamos aprontar com o Cirilo novamente pra ver se eu saio do tédio?- falou ele.

´Não, valeu.

Kokimoto ficou chocado com a recusa de Paulo.

–Não? Por quê não Paulo?- perguntou ele.

–Ah, porque eu não estou mais a fim de aprontar.

–Que bicho te mordeu?

–Nada, eu só não quero mais aprontar.

–É só por isso mesmo ou tem mais outro motivo?

–Não, é só por isso mesmo. Eu não quero aprontar mais.

–Então tá.

E assim, Kokimoto desligou a televisão e saiu da sala, completamente abismado com o que acabara de ouvir de Paulo.

À tarde, quando o sol estava começando a enfraquecer seus raios e ficar calor, Lorenzo estava escondido em uma árvore no jardim porque estava cansado de ficar dentro daquela gaiola. Precisava sair um pouco, respirar o ar puro do lado de fora. No entanto, Professor Inventivo autorizou e ele foi. Quando ele chegou na árvore, ficou lembrando dos momentos mais felizes da vida que levava com Professor Inventivo antes de entrarem nessa mansão. Não que ele estivesse odiando aquela mansão ou que ele não se adaptara muito bem lá. Pelo contrário, ele se adaptou bem e gostou muito da mansão, mas sentia falta da vida passada.

Suas lembranças pararam de passar em sua mente quando ele ouviu uma voz perto dele, era Kokimoto.

–Mas que droga Paulo. Como ele pôde me abandonar assim? Agora como eu vou me divertir aqui nessa mansão enorme?- dizia o japonês.- Agora, ele não quer mais aprontar com ninguém. Ah, mas ele vai ver só.

Lorenzo, curioso como sempre, desceu para "ajudá-lo."

–Ei Kokimoto, o que houve com você?- disse ele, fingindo não ter ouvido nada.

–É o Paulo. Desde que ele chegou aqui nessa mansão, ele se aproximou muito daquela turma da vila e agora passa todo o tempo que pode com eles e não quer mais aprontar com ninguém junto comigo.

–Jura? Que mancada do Paulo.

–Eu sei, o que eu vou fazer agora?

–Muito simples: precisa achar um novo aliado pra fazer essas brincadeiras.

–Ah é? E aonde eu vou arrumar um substituto para o Paulo?

–Serve eu?

–Você? Mas você é somente um papagaio.

–Eu sei, muita gente diz isso, mas não sou um papagaio qualquer. Eu posso fazer coisas que papagaios não podem fazer.

–Tipo o quê?

–Ler, por exemplo.

–Sabe ler mesmo?

–Claro. Foi lendo as placas de trânsito que consegui fazer meu dono chegar até essa mansão maneira.

Kokimoto ficou meio desconfiado no começo. Como um papagaio como Lorenzo poderia ser seu aliado em travessuras? E como podia saber ler também?

–Olha, não precisa aceitar se não quiser tá?- disse Lorenzo.- Eu só estou te oferecendo uma parceria, seremos como você e Paulo, mas se não quiser, eu entendo.- disse Lorenzo.

–Ok, aceito a parceria. E qual vai ser nossa primeira travessura?- perguntou ele.

–Vem comigo, é bem simples.- disse Lorenzo.

E então, os dois voltaram para a sala e foram em direção ao telefone da mansão, onde Lorenzo vê o telefone fixo da casa.

–Bom, agora preciso que você pegue o telefone e coloque-o na minha direção para que eu possa falar, minhas patas são curtas pra isso.- disse ele e Kokimoto obedeceu.

Depois, Lorenzo pensou em um número de telefone qualquer e começou a fazer uma ligação e logo Kokimoto percebeu que o que ele queria era passar trotes.

–Alô?- falou Lorenzo, imitando a voz do Chaveco.

–Alô, quem fala?- disse uma mulher do outro lado da linha.

–Sou Chaveco, prazer.

–O prazer é todo meu, quer falar com quem?

–Com você mesma.

–Então, o que você quer me falar?

–Não, só liguei pra dizer que eu te amo e que, apesar de não ser astronauta, posso te fazer chegar ao céu.

–Como disse?

–Isso mesmo gata, eu te adoro e te quero muito.

Mas naquele momento, ouviu-se a voz da mulher um pouco baixa falando com outra pessoa e logo em seguida, uma voz masculina entrou nos ouvidos do pobre papagaio.

–Escuta aqui seu babaca, quem você pensa que é pra dar em cima da minha namorada desse jeito?- disse a voz masculina.

–Quem eu sou? Um ser humano como qualquer outro, com braços, pernas, cabeça e cérebro.- respondeu Lorenzo, sarcástico enquanto Kokimoto tapava a boca pra segurar o riso.

–Estou perguntando quem te deu o direito de paquerar minha namorada assim!- a voz estava começando a se exaltar.

–Oras, eu tenho esse direito. Faz tanto tempo que ganhei o livre arbítrio para fazer o que eu quiser.

–Ah é? Pois se você continuar assim, vou pegar você!

–Pegar? Por acaso você tá pensando que tá falando com quem?

–COM VOCÊ, SEU TONTO!! Vou te bater até minhas mãos ficarem ardendo!

–Ah sim? Pois saiba que eu sou um homem corajoso e não tenho medo de você.

–Onde você mora hein, seu safado?

–Moro na *********. Por quê?

–Você vai ver agora com quem está se metendo, idiota! Tchau.

Assim que a ligação acabou, Lorenzo e Kokimoto começaram a rir.

–Cara, isso vai dar uma confusão daquelas bem engraçadas, HAHAHAHAHA!!- disse Lorenzo.

–Pode crer Lorenzo, quero até ver como isso vai acontecer.- disse Kokimoto.

–Calma aí, tem mais ligações ainda.

E foi assim que os dois passaram o resto do dia, passando trotes para outras mulheres compromissadas ou se não fossem compromissadas, eles faziam uma cantada sem graça pra ela para que aquilo desse uma confusão enorme. A pergunta agora era: teria como ajudar Chaveco a escapar?