Enquanto Seu Madruga e Lorenzo tentam descobrir como Carl e Adam conseguiram tirar aquelas fotos sem serem vistos, todos ficaram pensativos, tentando descobrir como a pessoa que publicou essa matéria nos jornais falsos descobriram todas essas informações. Claro que para eles, com certeza essa pessoa ouviu tudo escondida, mas quem seria ela e por qual motivo teria feito isso? Vingança? Brincadeira de mal-gosto? Não se sabia.

Mas Dona Florinda era a única que não se importava com isso. Insensata como sempre, ela se lembra de que o Professor Girafales havia combinado de visitá-la naquele dia, mas ela não conseguiu avisá-lo que a vila foi vendida e por isso, ela agora estava morando em outro lugar.

–Não se preocupe Dona Florinda, é só a senhora ligar pra ele e dizer o que aconteceu e que está aqui nessa casa.- disse Dona Clotilde.

–Eu sei, mas ele já deve estar a caminho da vila.- respondeu ela.

–Por isso mesmo, ligue pra ele o mais rápido possível e avise. Talvez ele ainda esteja se arrumando para ir lá.

–Será mesmo?

–Claro que sim.

–Está bem.

E assim Dona Florinda fez, ligou para o Professor Girafales e contou que a vila fora vendida no dia anterior e ela não conseguiu avisar.

–E onde a senhora está agora Dona Florinda?- perguntou ele pelo telefone.

–Não muito longe da vila, anote o endereço sim?- ela disse, então ele pegou um papel e uma caneta e anotou. Assim que ele terminou, percebeu que já vira essa mansão antes, porém, ele nunca sequer chegou a entrar, apenas passou na frente. E lá foi ele, com seu buquê de flores para dar de presente para Dona Florinda, como sempre.

Assim que ele chegou, tocou a campainha:

–Já vai.- disse Carlitos, já que Lúcio não podia abrir a porta.

Ao abrir a porta, Carlitos estranhou um pouco, pois nunca vira aquele homem na vida, quem seria ele?

–Olá.- disse o professor.

–Olá, o que deseja?- falou Carlitos.

–Tem uma dama que está morando aqui nessa mansão, e eu gostaria muito de falar com ela.

–Dama?

–Sim, a mais bela mulher, a mais divina, a mais maravilhosa, a incomparável...- ele disse, hipnotizado, mas deixou Carlitos irritado.

–Fala logo quem é!

Mas ele nem precisou responder, pois logo Dona Florinda apareceu na porta, pois ouvira a campainha.

–Professor Girafales.- disse ela.

–Dona Florinda.- disse ele.

–Que milagre o senhor por aqui.

–Vim lhe trazer este humilde presente.

–Flores outra vez? Será possível?- falou Quico, chegando na sala.

–O Mestre Linguiça!- espantou-se Chaves ao ver o professor lá.

–Tá tá tá tá tá!- exaltou-se o professor.

–Acalme-se professor.- disse Dona Florinda.

Nesse instante, a campainha tocou de novo e Carlitos abriu mais uma vez.

–Com licença, desculpe atrapalhar aí, mas eu preciso entregar isso para vocês.- falou o homem, era o jornaleiro mais uma vez.

–Você já nos deu o jornal de hoje meu senhor.- falou Carlitos.

–Eu sei, mas essa matéria é nova.

E aí, Carlitos pegou o jornal sem muito interesse, mas quando olhou para saber do que se tratava, levou um susto ao ver que o homem do jornal estava bem ali na sua frente.

–Ei professor sei lá quem, por quê não me disse que era famoso?- disse ele.

–Eu? Famoso?- o professor ficou confuso.

–Sim, sua foto está aqui no jornal, olhe.

Ao ver a matéria, Professor Girafales ficou completamente chocado. Aquele jornal mostrava uma foto dele olhando para uma modelo famosa que estava saindo de uma limousine e entrando em uma mansão também, mas era uma mansão diferente da mansão de Lúcio.

–Puxa professor, você conhece ela?- perguntou Chaves, vendo a foto no jornal.

–Professor Girafales, mas como pôde?- perguntou Dona Florinda, com os olhos marejados.

–Eu não sei Dona Florinda, eu nunca vi essa mulher na minha vida, nem passei ao lado de limousine nenhuma hoje.- disse o professor.

–Para de mentir, tem essa foto como prova!

–Então essa foto só pode ser uma montagem, porque isso nunca aconteceu!

–Crianças, vamos sair daqui, deixem eles discutirem sozinhos.- disse Carlitos, levando Chaves e Quico pra longe dali. Quando eles subiram as escadas, viram Seu Madruga saindo do quarto. E ele, ao ver Carlitos segurando os meninos que estavam pálidos, resolveu perguntar:

–O que houve Carlitos? Por quê estão assustados assim?

–É que a Dona Florinda e o Professor Girafales estão tendo uma discussão lá embaixo por causa de uma foto que ele julga não ter tirado, mas ela não acredita. Aí eu resolvi trazer os meninos para o quarto pra eles conversarem melhor.- respondeu Carlitos.

–Foto? Que foto?

–Uma em que uma modelo está saindo de uma limousine e o professor aparece no fundo olhando pra ela.

Ao ouvir aquilo, Seu Madruga ficou chocado. Por mais que ele conhecesse bem o Professor Girafales e soubesse que ele seria capaz de olhar para outras mulheres quando não estivesse com Dona Florinda, como ele já tinha feito algumas outras vezes na época em que moravam na vila. Porém, quando Carlitos entrou no quarto dele com os meninos, Seu Madruga se lembrou de que isso poderia ser mais uma falsa matéria feita por Carl e Adam.

Assim, ele saiu de seu quarto e foi para o quarto de Professor Inventivo, que continha um laboratório secreto escondido atrás de um armário, mas nem ele nem ninguém sabia. Porém, Lorenzo ficava em uma gaiola presa por um prego ao lado do armário. Então, ele aproveitou que o professor estava em seu laboratório para entrar bem devagar no quarto e foi na direção da gaiola falar com Lorenzo.

–Lorenzo, preciso de uma ajuda sua!- disse ele, libertando Lorenzo da gaiola e colocando-o no braço.

–Pode falar o que é.- disse Lorenzo.

Então, Seu Madruga contou o que aconteceu, sobre o jornal e a confusão que isso deu. Assim que acabou, Lorenzo deduziu:

–Bom, eu não sei se é mesmo uma foto montagem, mas se for, com certeza foi obra de Carl e Adam, nós precisamos achar uma maneira de desmascará-los logo antes que isso dê mais confusões e todos acabem indo embora daqui.- disse o papagaio.

–Mas como vamos arranjar provas contra ele?

–Espere um pouco.

Então, Lorenzo foi até a mesa de cabeceira da cama de Professor Inventivo e pegou várias mini-câmeras e um gravador. Depois, ele colocou tudo numa sacola e entregou para Seu Madruga.

–Agora vem comigo.- disse ele e os dois foram para o jardim, a discussão entre a Dona Florinda e Professor Girafales já havia acabado, mas ambos estavam tristes pelo ocorrido. Assim que chegaram no quintal da frente, Lorenzo e Seu Madruga ficaram escondidos, esperando Carl e Adam aparecerem.

–Agora, só precisamos esperar até que esses dois saiam para buscar mais informações para os jornais falsos e assim que saírem, você pula o muro, instala as câmeras e o gravador na casa deles e aí sim, eles estarão desmascarados.- disse o papagaio, ao ver que a luz da janela do quarto deles estava acesa e com o ventilador de teto ligado.

–Grande ideia Lorenzo. Nossa, estou impressionado como um papagaio como você consegue ser tão esperto.- admirou-se Seu Madruga.

–Acho que como eu sou o mascote de um cientista, devo ter sido superdotado, não é mesmo?

–Com certeza. Para ter um plano tão bom desses.

–E falando em plano, acho bom começarmos a agir, eles estão saindo. Abaixa, rápido!

E realmente, depois de abaixados, Carl e Adam saíram da casa deles e Seu Madruga pôde ouvir perfeitamente quando eles disseram que precisavam torcer para que o banco não estivesse tão cheio e assim, eles poderiam voltar pra casa mais cedo e continuar com o plano.

Desajeitadamente, Seu Madruga conseguiu pular o muro e arrombar a porta da casa dos trambiqueiros com uma ferramenta que ele encontrou no quarto do Professor Inventivo e os dois começaram a instalar tudo.

–Só coloca em lugares bem escondidos para eles não descobrirem nada viu?- alertou Seu Madruga.

–Pode deixar.

Eles esconderam uma das câmeras em cima de um móvel que ficava na sala onde os dois faziam os jornais, mas deixaram-a bem escondida atrás de um vaso que tinha em cima do móvel. O gravador, que era do tamanho de um chip de celular, foi escondido dentro da televisão deles, que tinha um vão atrás e lá, eles colocaram o gravador. Depois de mais ou menos uma hora, os dois conseguiram instalar tudo e voltaram para a mansão pulando o mesmo muro. Agora, era torcer para eles não perceberem nada e confessarem tudo.