Depois que as crianças entraram, Chaveco e Peterete ficaram de olhos fechados, respirando fundo, tentando controlar o nervosismo. Eles puderam ouvir o barulho de arrombamento, mas como as crianças fugiram rápido, não conseguiram ver quem foi que arrombou.
— Ouviu esse barulho Peterete? - perguntou Chaveco.
— Sim, ouvi. Onde foi? - sussurrou Peterete de volta.
— Não sei, parece que foi um perto de nós, talvez uma janela ou uma porta.
Olharam em volta, mas não encontraram nada. Já as crianças, decidiram se esconder em lugares diferentes: Paulo, Alícia, Mário e Marcelina foram pra debaixo da mesa da sala, que era de madeira e coberta por uma toalha bem longa, Chaves, Quico, Chiquinha, Paty e Popis foram se esconder dentro de um armário, já Daniel, Maria Joaquina e os outros ficaram escondidos atrás do sofá. O sonífero estava com Daniel, só precisava saber o momento certo para jogar o frasco neles.
E viu a oportunidade certa quando Chamois e Coalhada voltaram pra sala.
— Como estão? Com fome? - zombou Chamois.
— Prefiro passar fome do que provar da sua comida. - resmungou Peterete, irritado.
— Ótimo, porque aí sobra mais pra gente. - riu Coalhada.
— É. E também nós não íamos dar mesmo. - riu alto Chamois.
Indignados, Chaveco e Peterete fecharam a cara e viraram o rosto. Nesse momento, Daniel pegou um abajur que ficava numa mesinha ao lado do sofá e o jogou longe. Ao ouvir o barulho do abajur quebrando, Chamois foi conferir pra ver o que era.
— Fique tomando conta deles aí hein? Tem alguém aqui na casa que pode estar querendo nos enganar, preciso que você fique de olho.- mandou Chamois.
— Pode deixar. - disse Coalhada.
Paulo sorriu, viu que aquela era a chance deles de conseguirem colocar o tal sonífero. Aproveitaram que os bandidos deixaram o copo de suco deles ali e colocaram um comprimido em cada copo, deixando Chaveco e Peterete assustados.
— Crianças, como chegaram aqui? - perguntou Chaveco.
— Rastreamos seu celular pelo meu. - respondeu Paulo.
— Mas depois de tudo que fizeram comigo ainda vieram nos salvar?
— Já descobrimos que você não é o ladrão. - Mário respondeu rápido voltando ao esconderijo.
— É, acho que conseguiu fugir, mas na próxima a gente pega ele. - disse Chamois, voltando à sala com Coalhada.
— Ah se vamos. - respondeu Coalhada voltando a comer.
Quando terminaram de comer e beber, devido ao efeito do sonífero, Chamois deitou no sofá da sala onde as crianças estavam e dormiu, enquanto Coalhada deitou na poltrona. Assim, elas aproveitaram para saírem do esconderijo e soltar eles.
— Alícia, me ajuda a desamarrar aqui. - falou Paulo.
Quando finalmente os desamarraram, levaram eles pra fora e correram o mais rápido que puderam, até encontrarem um orelhão na esquina da rua. 

— Vocês dois tem uma moeda pra ligarmos pra polícia?. - perguntou Alícia.

— Não e mesmo que tivessemos, não emprestaríamos pra vocês depois do que vocês fizeram. - disse Peterete rispido.

— Eu tenho, toma Lilícia! - disse Paulo dando uma moeda para Alícia que logo telefona para polícia.

— Alô, é do 190?. - perguntou Alícia

— Sim o que deseja. - perguntou um policial do outro lado da linha e Alícia explica tudo.

— Como conseguiram achar o esconderijo do Chamois? - perguntou o policial.

— Nós rastreamos a localização do celular dele. - disse Alícia

— Da próxima vez que forem fazer uma coisa dessas, façam o favor de avisar a polícia, estamos a caminho. - disse o policial e Alícia desliga

— Pronto gente, já fiz a denúncia e o Chaveco e o Peterete precisam ir na delegacia registrar depoimento. - disse Alícia

— Certo, mas cadê os dois? - disse Daniel e as crianças reparam que os dois sumiram do nada.

— Pra onde será que foram?. - disse Mário.

— Eles deram no pé enquanto vocês falavam com a polícia no telefone. - disse Lorenzo que chegou do nada.

— Droga, precisamos achar os dois!. - disse Alícia

— Melhor voltarmos pra casa primeiro e contar ao Seu Lúcio o que aconteceu. - disse Daniel e todos assentiram e voltam pra mansão e explicam o que aconteceu ao Seu Lúcio e aos outros adultos

— Crianças, da próxima vez, avisem a gente quando forem fazer algo do tipo, pra pelo menos um adulto acompanhar vocês tá?. - disse Seu Lúcio.

— Por quê se o senhor não vai deixar? - disse Mário.

— Mas pelo menos eu não fico preocupado. Quer dizer, ainda estou porque o Chaveco e o Peterete não quiseram voltar ainda pra casa. - disse Seu Lúcio preocupado e a campainha toca e eles atendem.

— Boa tarde Seu Lúcio, eu vim comunicar a vocês que os bandidos já foram presos e precisamos que o Chaveco e o Peterete compareçam na delegacia pra registrar depoimento. - disse Ramón.

— Pior que temos um outro problema, os dois sumiram denovo sem avisar onde foram por estarem chateados com a gente. - disse Botijão

— Então precisamos localizar os dois o mais rápido possível, porque por mais que o Chamois e o comparsa tenham sido presos por vários outros crimes, precisamos comprovar mais esse crime que eles cometeram ao sequestrar o Chaveco e o Peterete. - disse Ramón.