O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 76
Capítulo 76 - A sua louca insanidade


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
(Céus!)
Bem vindos ao penúltimo capítulo, meus caros.
Boa leitura e até as notas finais.



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O céu nublado, algumas malas de lado, dezenas de pessoas circulando, e aviões que iam e vinham de diversos lugares.

O trio estava sentado. Logo Lucas, Ellen e Luana puderam ouvir a segunda chamada de embarque do voo para a Bélgica.

— Lua. – O moreno disse um tanto baixo. – Acho melhor a gente ir. – Como resposta, a outra prensou os lábios e fitou um ponto qualquer lá fora, onde se podia ver toda a pista de decolagem graças a uma grande e extensa parede de vidro. 

— Então vamos. – Levantaram-se, e automaticamente as duas amigas cruzaram olhares. Fitaram-se por um bom tempo, e como se lessem os pensamentos uma da outra, lançaram-se em um longo e forte abraço.

— Lua?

— Hm? – Sussurravam sem se largar.

— Não é porque vamos estar longe uma da outra, que vamos nos distanciar de verdade.

— Eu sei. E acho que nunca vou aprender a me despedir. Despedidas são tão... tristes. 

— Fato. Ninguém nunca aprende. Mas olha, não esqueça de me ligar e contar tudo, ok? Inclusive dos boys gostosos que tiverem por lá. – Luana sorriu.

— Você não perde a oportunidade, não é?

— Lógico que não. Vai que você me consegue um belga milionário? – Ela não conteve sua breve risada. – Ah, ia esquecendo uma coisa. – Disse enquanto tirava algo de sua bolsa a tiracolo, e a entregou. 

— Um filtro dos sonhos?

— É pra você. Acho que está precisando.

— Com certeza. Obrigada. – Finalizou dando-lhe mais um abraço. – E cuide bem do Ozzy.

— Sim senhora, capitã. – Logo em seguida, Ellen também despediu-se de Lucas. – E você, cuide bem da Lua.

— Da Lua, do sol, do raio, do vento, de tudo. – Puseram-se a rir. – Vem, ruiva.

Lucas e Luana enfim foram até o portão de embarque, deixando Ellen sozinha ao observa-los se afastar cada vez mais. Lua olhou para trás, sorriu e esboçou um aceno tímido, como um “tchau”. A morena retribuiu os gestos, e enquanto testemunhava sua partida, sentiu seus olhos encharcarem.

Ela faria falta. Com certeza faria. Afinal a conhecia anos, e por anos dividiu não só o apartamento, como também as mágoas, as alegrias e todos os momentos. Lhe foi uma mãe, amiga e irmã ao mesmo tempo. E agora, vê-la partir para tão longe a fazia sentir um grande aperto no coração, Porém ainda assim, estava feliz por ela, que alcançou uma conquista tão grande e que não deveria ser desperdiçada.

Os pensamentos de Luana estavam a mil. A partir do momento em que pisou naquele aeroporto, sentiu como se um bando inteiro de borboletas houvessem invadido seu estômago. As ideias misturavam-se em sua cabeça, e ela estava perturbada com todas elas.

Suava frio, sentia as pernas bambas e os curtos fios de cabelo grudarem no seu rosto em consequência do suor. Sabia que se entrasse naquele avião, deixaria muitas coisas para trás, e isso mexia consigo quando lembrava que ainda haviam tantas outras pela frente.

— LUANA! – Ao ouvir aquela conhecida voz soar alto e em bom tom, a ruiva paralisou imediatamente. – LUANA! – Luana virou-se. Era ele. Estava lá. Os cabelos totalmente embaraçados, o corpo banhado em suor, as sobrancelhas arqueadas e uma expressão que não trazia dúvidas.  

— O que?! Não acredito que esse cara veio até aqui. – Disse Lucas aparentemente indignado.

— C-como foi que ele soube que eu ia embora? – Ela já não sabia se falava com Lucas ou com ela mesma, e não tirava os olhos do barbixa ao longe por nenhum segundo.

— Eu não sei e nem quero saber. Anda, vamos embora. – O moreno a puxou. Porém, ela direcionou seu olhar a Lucas assim que sentiu o aperto em seu braço. Desta vez, um olhar repleto de desaprovação e ressentimento. Largou-se dele e disse-lhe com o melhor dos sorrisos:   

— Eu não vou.   

— Que?! Como assim não vai?!

— Eu não posso. Preciso ficar perto das pessoas que eu gosto, preciso da minha rotina, por mais chata que ela seja, e... enfim! Eu preciso de muitas coisas. – Lucas continuava do seu lado, olhando fixamente em seus olhos, expressando impaciência. – Sem contar que o homem dos meus sonhos está ali, de pé, olhando pra mim e chamando meu nome.    

— JÁ DEU! Você pirou?! Lua, nós estamos prestes a entrar num avião pra Bélgica, e é isso que nós vamos fazer!

— Talvez eu tenha pirado, sim. Mas e daí?! – Na tentativa falha de esconder seu sorriso, ela bateu em seu ombro, num gesto de irmandade e despedida.

Ao vê-la se distanciar, Lucas simplesmente não conseguia crer no que acabara de acontecer. “Ela simplesmente desistiu de tudo?” incerto, ele pensava consigo. Somente agora havia lhe caído a ficha: nunca conseguiria a admirável mulher que sempre quis, pois ela, queria e sempre irá querer outro homem.

Não adiantava mais lutar por algo que sabia que não poderia ter e aliás, seu desejo sempre foi inalcançável, ele apenas se recusava a acreditar.

O que lhe restava? Lhe restava um passaporte, uma passagem aérea em mãos e algumas lágrimas que teimavam em cair de seus olhos negros. Sozinho, sério, frustrado e amargo, Lucas passou pelo portão, sem olhar mais para trás. Bélgica o aguardava.

E Luana? Ah... ela corria. Corria com o vento, como um pássaro livre em início de estação. A melhor das estações. Ainda longe, o barbixa também ia ao seu encontro. Ambos passavam pelas pessoas ligeiramente, como se não se vissem há décadas.

A ruiva praticamente pulou sobre ele, e foi recebida com o mesmo brio. Daniel enfim a tinha em seus braços novamente. Enfim sentia aquele perfume e aqueles toques mais uma vez. Praticamente enterrou o rosto em seus cabelos ruivos, não querendo sair dali jamais. Enquanto isso, ouvia seus suspiros falhos, interrompidos pela garganta que travava em razão da euforia.

Ao redor, as pessoas observavam com sorrisos discretos. Eis um dos melhores lugares para reencontros: o aeroporto.

Quando soltaram-se, puderam finalmente respirar com perfeição, pois tal abraço foi tão envolvente que chegou a dificultar o fôlego de ambos. Estavam mais uma vez, frente a frente.   

— Você cortou o cabelo.

— E você deixou a barba crescer. – Fitavam-se com sorrisos tímidos, tendo a certeza de que algumas semanas podiam sim trazer mudanças aparentes e perceptíveis. – Como sabia que eu ia embora?

— Um barbixa me contou.  

— Elídio?

— Ele mesmo. E... bem, eu vim me despedir.

— Despedir? Mas eu não vou a lugar algum. – Os sorrisos de ambos desabrochavam cada vez mais, como uma rosa que precisava sentir os primeiros raios de sol de uma primavera. 

— Só quando eu soube que você ia partir, foi que me dei conta do quanto sua presença é importante. Foi que me dei conta do quanto fui sonso e tolo por ter feito tudo aquilo e ficado longe todo esse tempo. Será que... é muito tarde pra receber seu perdão? Pra tentar de novo?

— E Anastácia?

— Não sei dela, e isso não tem a menor importância. A única mulher que me importa agora, está bem na minha frente, olhando pra mim com esses olhos atrativamente verdes e esse sorriso simpático que eu gosto tanto. E se estiver disposta a tentar de novo...

— Só me assegure uma coisa.

— O que? – Ele disse com ansiedade. Faria qualquer coisa para tê-la outra vez.

— Me assegure que não vai acontecer novamente. Que vai estar por perto e me terá fidelidade.

— Eu asseguro! Asseguro e não haveria porque negar isso justo a você que sempre me foi tão fiel. – Com aquele familiar charme que sempre teve, ele indagou ao acariciar a lateral de sua face: – Sem ressentimentos? Você me perdoa? – Ela não precisou pensar muito. Se aquilo era a oportunidade de viver como antes, então ela não a perderia.  

— Perdoo. Sem ressentimentos.

A alguns metros dali, Ellen observava tudo quieta e sorridente, como se ela mesma estivesse vivenciando aquele feliz momento. Melhor que despedidas, são reencontros. E enquanto pensava no quão insana a amiga conseguia ser, presenciava o melhor dos afetos entre um par: um beijo apaixonado.        


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Notas finais do capítulo

Glóriaaa! Hahaha!
Por hoje é tudo, pessoal.
Obrigada por lerem, um abraço bem apertado e até a próxima. Capítulo 77 vai estar esperando vocês.



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