O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 48
Capítulo 48 - Realizando sonhos, destruindo sonhos


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos. Como estão?
Um ótimo domingo a todos e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654433/chapter/48

Faziam exatos doze dias que ambos não tinham nenhum tipo de contato. Luana já não sabia o que esperar de Daniel. Já não sabia o que faria e o que não faria. Havia uma enorme confusão em sua mente, que nem ela mesma sabia solucionar.

Era fim de tarde, e ela só saíra do trabalho agora, pois fez hora extra nesse dia. Antes de voltar para casa, decidiu parar em um café para comer algo. Estava com muita fome. Sentou-se em uma das mesas que ficava do lado externo do ponto comercial, conferiu o menu sem muita pressa e então fez seu pedido.

Seus longos cabelos estavam soltos e eram facilmente balançados pelo vento que soprava, e sendo assim, a obrigava a arruma-los vez ou outra. Ela ainda esperava seu pedido chegar à mesa, quando passou a observar as coisas ao seu redor. Carros e mais carros, pessoas indo e vindo para lá e para cá.

Foi no meio desse trânsito de pessoas, que ela viu ao longe, muito longe, um homem vir naquela direção. Era Daniel. Ele usava uma blusa social branca, que estava dobrada até os cotovelos, juntamente com uma calça jeans escura. Levava uma bolsa tiracolo preta no ombro direito. Seu olhar sério era fixo em um ponto qualquer, enquanto caminhava a longos passos.

Ele estava diferente desde a última vez que o viu. Seus cabelos pareciam mais compridos. Também usava uma barba rala, porém sua barbicha ainda era evidente. Estava lindo. Bem mais charmoso que o habitual. Ele só a viu quando chegou a poucos metros de distância dela, e sorriu discretamente.

– Ora ora, se não é Luana Bell, em pessoa.

– Qual o motivo de tanta formalidade? – Perguntou ela, tentando esconder um sorriso, em vão. Por um segundo, ambos esqueceram todo o ocorrido de dias atrás.

– Simplesmente tento parecer formal. Posso me sentar ao seu lado?

– Por favor. – Ela sentiu uma leve brisa nesse instante, que fez com que o cheiro do perfume dele fosse ao seu encontro. O tão familiar cheiro que a deixava sem chão. Ele sentou-se, pondo sua bolsa no chão, bem próximo de seus pés. Apoiou as costas no encosto da cadeira e passou a fitá-la. Ah... aqueles olhos... há quanto tempo não os apreciava tão de perto.

– Coincidência nos encontrarmos aqui, não?

– Destino. – Ela impôs.

– Faz tempo que nos vimos pela última vez.

– Eu sei.

– Duas semanas?

– Talvez.

– Hã... moço, você pode trazer uma água sem gás, por favor? – Pediu o barbixa a um dos rapazes que trabalhavam no café. Ambos ficaram em silêncio até que o jovem trouxesse a água e o pedido de Luana: um capuccino cremoso, acompanhado de minis pães de queijo. O garçom pôs tudo sobre a mesa e voltou para dentro. – Perdão pela minha ausência, não tive tempo para quase nada nos últimos dias.

– Ou será que de fato não quis me ver? – Ele engoliu em seco.

– Ainda está tudo muito confuso, não só para mim quanto para você.

– E por acaso isso influenciou no seu sumiço?

– De certa forma, sim. Mas não se preocupe, já estou aqui.

– Está aqui porque nos encontramos na rua, e não por vontade própria. – Ele a encarou sério, sem saber o que responder. Baixou a cabeça, e disse-lhe com a voz baixa, porém amena:

– Eu não quero discutir, nem brigar. – A forma como ele falou, a trouxe paz e calma. Estava quase impossível ter que resistir àquele homem irresistível. Aqueles pelos que ele permitia crescer em seu queixo, dando forma a uma futura barba, o tornava ainda mais atraente.

– Nem eu.

– Pelo visto... – Ele esquivou seu olhar até o quadril da jovem. – ... ele já está crescendo. – Observou, com um sorriso fechado e um brilho nos olhos.

– Ah, sim. Também passei a notar.

– Você já fez algum exame? Algum ultrassom?

– Olha, Dani...

– Fez ou não fez, Lua?

– Não.

– Precisa fazer. Quanto antes melhor. – Ela deu um sorriso irônico ao ouvir tais palavras.

– Como você é teimoso, Daniel Nascimento...

– Por que eu sou teimoso, Luana Bell? – Ele manteve o tom da conversa.

– Você, mais do que ninguém, sabe perfeitamente que eu não concordo em ter esse filho. Mas você não me dá ouvidos. Não aceita minha versão.

– Lhe daria ouvidos e aceitaria sua versão se ela não fosse tão absurda.

– Pois bem. Já parou pra pensar que futuro eu daria a essa criança?

– Não só VOCÊ, como EU também vou garantir que ela tenha um bom futuro.

– Já parou pra pensar no que sua família vai achar disso?

– Eles aceitariam perfeitamente. Não sou mais um moleque de 16 anos. Mas mal falamos de nossas famílias durante todo esse tempo, Lua.

– E os fãs? Ah... os fãs... aliás, “as fãs”.

– Você sabe que também tenho público masculino.

– A questão aqui não é o gênero, e sim a reação deles. Claro que alguns vão aceitar numa boa, aliás até mesmo te apoiar, porém outros não vão fazer a mesma coisa. Eles sequer sabem que eu estou namorando com você, quanto mais que estou esperando um filho seu. Seria muito chocante, impactante demais pra eles.

– Lua, por favor. Eles têm a vida deles, nós temos a nossa. Além do mais, não precisamos nos expor.

– Uma hora todos vão saber. Isso é algo inevitável, Dani. Inevitável. – O outro respirou fundo.

– Já disse que não queria discussões, e você disse o mesmo. Então, por favor, e em nome de toda crença que possa ser citada, não vamos mais brigar. Isso só desgasta nossa relação. Precisamos entrar num acordo e aceitar as opiniões de ambos.

– É difícil se eu aceitar suas opiniões e você não aceitar as minhas.

– Digo o mesmo. Olha, Lua, será que você não sente o mínimo, o MÍNIMO de afeto por esse bebê? É só o que eu quero saber.

– Não. E sei que pode lhe parecer estranho, pois o próprio instinto materno faz ter esse tipo de afeto antes mesmo que o filho nasça, faz ter aquele amor, aquele carinho e aquele pressentimento de ter uma vida dentro de si antes mesmo de ter a certeza. Mas comigo não foi e não é assim. Aceite isso.

– Realmente, me dói ter que ouvir isso vindo de você. Me dói muito. – Ele pôs sua mão sobre a dela, que estava sobre a mesa. Dedicadamente, pediu por aquela que pensava ser a última vez. – Vamos ter esse filho, Lua. Eu estou pedindo. Provavelmente você vai mudar de opinião quando ele nascer. Você vai ver como é bom. – Ela nada disse. Apenas baixou a cabeça. Foi quando ele tirou sua mão da dela. – Garçom, a conta, por favor. – Logo que ouviu, o rapaz acenou positivamente, e trouxe a nota fiscal. O moreno pagou, lhe dando ainda uma pequena gorjeta. – Agora, tenho que ir. Pensa no que eu te disse, tá? – Ele apanhou sua bolsa do chão, levantou-se, e antes de sair, depositou um rápido beijo em sua testa. Pegou seu rumo, sem dizer mais nada.

Ela olhou para trás, e o viu ir embora ao caminhar pela larga calçada. Um homem que tornara realidade seus maiores sonhos, e ao mesmo tempo, destruía todos eles.

Luana queria mais que um simples beijo. Queria tê-lo em seus braços, queria refazer o clima de harmonia que havia entre eles, queria que tudo se resolvesse da melhor forma. Entretanto, tudo isso parecia não ser possível, e para tal, um dos dois teria que se render às vontades do outro. Mas qual?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entenderam a lógica, certo?
Obrigada por lerem e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que o destino aprontou dessa vez?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.