O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 37
Capítulo 37 - A hora certa


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores como vão?
Boa leitura a todos!



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Daniel fez o que o amigo disse: ligou para Luana para que ela também fosse ao tal churrasco, porém como trabalhava pela manhã, chegariam um pouco mais tarde. E como ela ainda não sabia onde morava Elídio, Daniel resolveu busca-la de carro para que fossem juntos. Por volta das 11:30 ou 12:00 horas, o casal se fez presente.

A campainha tocou e poucos segundos depois, o próprio Elídio os recebeu na porta.

– Até que enfim chegaram! Já estava achando que não vinham mais. – Disse o homem com uma latinha na mão. Cumprimentou Lua com um abraço e Daniel com um aperto de mão.

– Desculpa pela demora. É que eu trabalho pela manhã, então já sabe. – A ruiva disse, com um sorriso discreto.

– Sei bem como é isso. Vamos entrando.

Os três então foram para dentro, até os fundos da casa, onde o churrasco acontecia.

– É muito bonita a sua casa, Lico. Você tem bom gosto.

– Você achou?

– Sim, realmente é muito linda. – Disse enquanto passavam pelo corredor de paredes pintadas com um amarelo canário claro e com alguns quadros grandes suspensos.

– Obrigado então. Podem vir por aqui.

– Se duvidar eu conheço mais a casa dele do que ele próprio. – Daniel disse baixo ao pé do ouvido de Luana, fazendo-a sorrir.

Chegando ao quintal da casa, se depararam com um grande espaço. Havia uma piscina ao centro, um chão coberto por uma grama bem verde, a churrasqueira na parede lateral, repleta de carnes que assavam na brasa quente, um balcão de mármore e dois freezers. Algumas pessoas ali ela só conhecia de vista, outras ela já conhecera pessoalmente, e as demais nunca havia visto antes. E inclusive, uma agora vinha em sua direção.

– Lembra de mim? – Perguntou a moça de cabelos longos e castanhos, de sorriso fácil e com um coquetel em uma das mãos. Esta era Luana Bizzocchi em pessoa, irmã de Anderson.

– Claro, como eu iria esquecer minha xará?

– Que bom que veio! O Lico falou mesmo que você vinha. – Disse enquanto a abraçava forte, como se conhecessem-se há anos.

– Faz tempo que não nos vemos, não é?

– Sem dúvida.

– Ótimo. – Disse Daniel. – Fui trocado pela Luana. Acho que vou embora, já que ninguém me quer. – Dramatizou fingindo estar indignado, ao dar rabissaca e meia volta.

– Pode ir mesmo, não vai fazer falta. – A morena disse indiferente, abraçando a outra novamente. O barbixa não esperava tal reação e apenas fitou-a, escondendo seu sorriso. – Ah para com isso! Claro que vai fazer falta. Vem aqui, seu bixa feio.

– Bixa? – Perguntou a ruiva.

– Pra não falar “barbixa”, eu dei um pequena simplificada. – Sorriram em conjunto. Seu irmão então apareceu atrás dela, com um sorriso largo na face.

– Chegou o casal vinte? Vem, vamos comer alguma coisa. – Disse ele, os dirigindo até o balcão.

Maurício Meirelles, amigo da maioria, estava do outro lado, próximo à piscina e logo que viu Daniel chegando, acompanhado por uma mulher, pressupôs que fosse a tal Luana de quem ele já havia falado algumas vezes. Decidiu então ir até lá e cumprimentá-los, com uma expressão simpática e um tanto cativante.

– Dani!

– E aí, Mau?! – O barbixa empolgou-se assim que se virou e deu de cara com o amigo. – Tudo joia?

– Tudo. – Maurício então sorriu para sua adorável acompanhante, que logo retribuiu com o mesmo gesto.

– Ah, essa é a Lua. Lua, esse é o Mau.

– Prazer. – O homem de barba rala beijou seu rosto.

– Prazer.

– O Dani já falou de você. E cá entre nós, ele parece um bobalhão quando fala de ti.

– Ah obrigado, Mau. – Daniel agradeceu ironicamente e visivelmente envergonhado.

– Não há de que.

– Vem, Lua. – O barbixa a puxou, prosseguindo o caminho até o balcão. Lá, pegaram alguns aperitivos para saborear. – Hm... vamos pra lá? – Apontou dessa vez para a piscina, onde haviam três cadeiras de praia sobre dois guarda sóis, visto que lá, a quietação era maior. Sentaram-se e se puseram a conversar sobre assuntos diversos. Enquanto isso alguma música de pagode tocava ao fundo. – Elídio e seus gostos musicais...

– Cada um ouve o que gosta. Deixa ele.

– Já deixei. Inclusive já faz uns 15 anos que eu deixo, convivo com ele e com essas músicas que ele escuta.

– Ele não costuma ouvir um rock pesado ou coisa assim, não é?

– Vai ver ele nem sabe o que é isso. – Luana ria. – Sabe... sinceramente eu não queria vir pra cá.

– Sinceramente? Nem eu.

– Só aceitei porque enfim o Lico só faltou beijar os meus pés pra que eu viesse.

– Você nem é exagerado, né.

– As pessoas sabem. Eu já disse mil vezes que não exagero.

– Huhum. – Ela continha os risos enquanto tomava um gole de seu refrigerante. Ficaram em total silêncio por um curto período de tempo, até que ele logo retomou o dialogo.

– Uau.

– O que? – Ela o olhou, entretanto ele já parecia fitá-la há bastante tempo.

– Não me conformo em como você é linda. – Com o sorriso sincero e o olhar atencioso, ele a deixou sem graça.

– Você sempre faz isso.

– Isso o que?

– Me deixa sem jeito.

– Não tenho culpa se falo verdades. – Pouco tempo depois, Anderson e a irmã foram até onde ambos estavam.

– Posso roubar ela de você? – A morena perguntou a Daniel, que agora mantinha o foco na latinha de cerveja.

– Pode.

– Vem Lua, vamos fazer coisas de mulher. Aqueles homens só sabem falar de gostosas e jogo de futebol. – Lhe estendeu a mão e a ajudou a levantar da cadeira de praia. Em pouco tempo as duas misturaram-se entre as demais pessoas. Porém Daniel percebeu que de longe a irmã piscou para Andy, como se sinalizasse algo.

– Posso sentar? – O segundo barbixa perguntou logo depois.

– Senta. Quer alguma coisa?

– Conversar.

– Sobre?

– A Luana.

– Qual delas?

– A sua.

– Hm, então ela é minha? Está certo.

– Viu? É exatamente disso que eu quero falar.

– Disso o que, Anderson?

– Desses coisos aí que você está falando.

– Já não bastasse a tua família toda falando coisado desse jeito, daí vem você e fala também.

– Eu sou do mesmo sangue, ué. Tenho que falar assim mesmo. Mas não mude de assunto não, viu?

– Tudo bem. Você quer falar sobre a Lua, não é isso?

– Sim, é isso.

– E o que tem ela?

– Vamos lá. Me responde uma coisa.

– Diz.

– Há exatamente quanto tempo estão ficando?

– Olha... – Ele perdeu o olhar em algum ponto da piscina, onde as águas formavam pequenas ondas com a força do vento. – ...faz uns três meses? Sim, é isso mesmo. Três meses.

– Três meses? E você não acha que já está passando da hora de pedir ela em namoro?

– Por que quer falar disso comigo?

– Porque vejo o jeito como vocês se olham, porque você não tem a eternidade toda pra fazer isso e eu tenho total liberdade pra falar disso contigo. Fui convincente?

– Foi.

– Coloca na regra dos três meses, Dani.

– Regra de que?

– A regra de que se você passa um mês ficando com alguém e não pedir ela em namoro, significa que você não quer só ficar. Significa que você quer algo mais. Então se você passar dois meses com essa enrolação significa que você é meio escroto. Se passar três meses, daí você supera os limites da escrotisse.

– Você inventa cada coisa...

– Não, não fui eu quem inventei. É porque é a lei da coisa mesmo.

– Não sei nem como eu faria isso.

– Pensei que você fosse um homem maduro de 33 anos e não um adolescente desencorajado de 15.

– Não é assim que funciona, Andy.

– Ah não? E como é que funciona então? – Ele disse com ironia.

– É porque... ah eu sei lá. Ainda não posso pedir ela em namoro.

– Ah pode parar. – Anderson o interrompeu, enquanto o outro deixava a cerveja de lado, para dar-lhe mais atenção. – Primeiro: não está cedo coisa nenhuma. Segundo: se por acaso achar que realmente não é uma boa hora, espera mais um pouco. Mas faz. Terceiro: se não sabe como fazer isso, dá teu jeito. Criatividade é o que não te falta. E quarto: Você tem a mim e a todos aqueles palhaços ali pra te ajudar. – Apontou então para o grupo de pessoas que conversava alegre ao redor da churrasqueira, e ao som do pagode. – Deu pra entender? A gente tem que correr atrás do que mais deseja, Dan. – Daniel deixou se formar um sorriso fechado e sincero em seu rosto. Assentiu com a cabeça. Era incrível como o amigo o entendia. Entendia cada coisa que ele expressava, cada olhar e cada palavra. Era incrível ter pessoas assim ao seu lado.

– Tem razão.

Seu olhar que parecia perdido no horizonte, na verdade observava atentamente a moça ruiva que lá distante, distraída, estava de pé conversando com as demais. A mulher de sorriso fácil, de olhos verdes como o mais belo campo, de discretas sardas e de cabelos ruivos como o fogo. Fria e gélida por dentro. Não era à toa que os velhos ditados e lendas atribuíam perversidade a ruivos.

Daniel mal conhecia esse seu lado rude e inconfidente, guardado à sete chaves. Tanto que este lado pouquíssimos conheciam. Se ele ainda não o percebia, talvez logo o descobrisse.

Luana tinha lá suas duplas personalidades, sim, o que era desafiador e incerto, mas quem ligaria para isso se estivesse com a paixão acesa à fogo alto? O barbixa não ligaria, e certamente estava prestes a se comprometer ainda mais com aquela mulher, a estabelecer com ela laços mais firmes e um namoro objetivo.


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Notas finais do capítulo

Eitaaaaaaaa!
Parece que vem pedido de namoro por aí, hein?
Fiquem no aguardo!
Obrigada por lerem e até a próxima.



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