O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 32
Capítulo 32 - A ruiva, o barbixa e o ex-amigo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Bem, um dia desses pesquisei alguns sinônimos de "capítulo" (não me pergunte o porquê), e encontrei palavras como "parte", "ponto" e "divisão". Me perguntei o quão estranho seria se um dia eu chegasse aqui e dissesse algo como: "E aqui está a divisão de hoje! Boa leitura".
Conclusão: é melhor "capítulo" mesmo, né?
Boa leitura!



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— O que está fazendo aqui? – Daniel perguntou sério. Sério até demais.

— Vim ter certeza de uma coisa, mas acho que já tirei minhas conclusões.

— Então já pode ir embora. – O barbixa estava mais que disposto a bater a porta na cara dele, contudo o outro cortou suas intenções.

— Antes preciso falar com a Luana.

— Não, não precisa.

— Preciso sim.

— Ela não quer te ver.

— Você não fala por ela.

— Anda, sai daqui. – Disse Daniel com soberania, pondo uma das mãos no ombro dele, o empurrando para trás. Mas Lucas não admitiu tal comportamento. Segurou seu punho, contendo-se para não machuca-lo, nem fazer nenhuma besteira. Afinal, ele não queria escândalos.

— Parece que aquela surra que eu te dei naquele dia não foi suficiente, não é mesmo?

— Quem disse que você me deu uma surra?

— Eu. Babaca. – Daniel não hesitou em demonstrar sua ira depois do insulto que recebeu.

— Quem é você pra me chamar de babaca? Sai daqui agora, sério, não quero ter me irritar ainda mais com você. – Disse lhe apontando o dedo indicador.

— E quem é VOCÊ pra apontar esse dedo pra mim? Você não me dá ordens! Não sou seus amiguinhos de trabalho que você trata como quer!

— Quem sou eu? Eu vou te dizer quem sou eu. Eu sou o cara que está muito, mas muito prestes a namorar a sua querida Luana. E não trato meus amigos assim, nunca tratei e nunca vou tratar. Sabe por quê? Porque eles merecem o meu respeito, diferente de você. – Lucas realmente não gostou nada de ouvir essas palavras.

— Quero falar com ela, já disse, e não arredo meus pés daqui até conseguir.

Neste exato momento, Luana já estava desconfiada de algo. Daniel ainda não havia voltado, e ela começou a ouvir vozes alteradas vindas da porta. Decidiu ir até lá.

— Dan, quem está aí? – Os dois homens ouviram a voz dela a se aproximar. Lucas agora demonstrava ansiedade, na esperança de vê-la mais uma vez. Já Daniel, demonstrava preocupação, pois o que menos queria agora era que Luana se envolvesse nesse impasse. – Lucas?! O que veio fazer aqui?

— Quero conversar contigo.

— Já conversamos tudo o que tínhamos pra conversar.

— Viu? Eu disse que ela não queria te ver. – Disse Daniel.

— Cala a boca que eu não estou falando mais contigo. Isso é entre mim e ela.

— Lucas... Dani, me deixa passar. – A ruiva dirigiu-se ao barbixa logo que ele pôs o braço em sua frente, impedindo que ela passasse para o outro lado.

— Ele pode tentar fazer alguma coisa que você não queira outra vez. – Falou baixo, olhando em seus olhos. Mesmo assim, o outro ainda pôde ouvir, e balançou a cabeça em sinal de negação, como um deboche.

— Ele não vai fazer nada, você está aqui. – Ainda com uma certa desconfiança, Daniel tirou o braço, permitindo que Luana tomasse a frente dele. – Lucas, veja bem, tudo que tínhamos pra falar nós já falamos. Você deve reconhecer que não fez certo agindo daquela forma e que não devia ter vindo até aqui. Nem sei como você conseguiu subir sem a autorização do porteiro, e nem quero saber, mas você vai descer e voltar pra sua casa agora, onde quer que ela fique.

— Luana Luana... – Ele olhou para os lados, impaciente. – Quando é que você vai se dar conta de que não vale a pena ficar com esse cara?

— Eu ainda estou aqui viu ô?! – O barbixa se pronunciou inconformado, contudo, Lucas fingiu nem ouvir.

— Esse cara não te merece, Lua. É como eu já disse: você é só mais uma pra ele e ele não vai te tratar como se fosse mais especial do que ninguém. – Enquanto Lucas falava como se o outro não estivesse lá, Daniel só ouvia com desprezo. – Ele não liga pra você, ele só quer ter você na cama dele e quando enjoar de você, te larga na mesma hora. Essezinho aí é como qualquer outro famoso que consegue quantas mulheres quiser num piscar de olhos.

— Eu não ligo pro que você diz. – Luana disse com um olhar brilhante e banhado em lágrimas. Queria, no fundo, que Lucas estivesse errado. E estranhamente, também queria abraçá-lo ali mesmo. Sentia saudades dele, e muita, mas não podia se render tão facilmente, afinal foi ele quem deu origem aquela briga que já se estendia há tempos, além do que, Daniel certamente não admitiria a tal atitude por parte dela.

— Sua idiota. – Ele só pôde dizer mais isso, em um tom de voz baixo e embargado, pois quase não teve forças para prosseguir. Sentiu um nó no estomago, as palavras pareceram faltar e a garganta fechar. O barbixa que estava na porta, na mesma hora retomou à frente de Luana e disse a Lucas:

— Você já veio aqui sem ninguém ter chamado, já conseguiu me irritar, já conseguiu falar com ela e já a xingou também. Agora que já fez tudo o que queria, vá embora. – Enquanto ele dizia, uma de suas mãos o segurava firmemente pela gola da camisa. Lucas logo tirou sua mão, com brutalidade, e lhe disse bravo:

— Eu não fiz nem metade do que eu realmente queria fazer. E também já disse que você não me dá ordens. Eu vou quando eu quiser!

— Garoto, cala a boca e obedece! Anda! – Daniel tentava insistentemente avançar em sua direção e aumentar seu tom de voz. Quem sabe assim ele recuasse, o que de fato não aconteceu.

— Eu não sou um moleque! Não me trate como um! – Lucas também aproximava-se dele cada vez mais. Como nenhum dos dois recuou, eles praticamente estavam a centímetros de distância um do outro, firmes e furiosos com toda aquela situação. Temendo que a qualquer minuto se iniciasse uma briga séria, Luana apartou os dois com as mãos, para que se distanciassem.

—Tudo bem, chega! Não quero ver ninguém aqui de olho roxo. Podem parar. Lucas... – Ela olhou para o moreno, que agora tirara o olhar do barbixa logo à sua frente e voltava a fitá-la. – Eu tô pedindo gentilmente, que você vá embora. Vai por mim que vai ser melhor. Nós somos SÓ amigos, se é que ainda somos ao menos isso. – A vontade de abraça-lo a dominava. Ela então sem pensar um segundo a mais, aproximou-se dele e lhe deu o tão contraditório e desejado abraço que queria dar à tempos.

Como Daniel se portou diante dessa situação? Não conseguia acreditar, que mesmo depois de tudo o que Lucas a fez passar, ela ainda tivesse a audácia de abraçá-lo. E embora o barbixa quisesse encerrar aquele abraço em milésimos de segundo e mesmo que estivesse se corroendo por dentro, ele não deixou nada disso transparecer. Afinal, não queria dar esse gostinho a Lucas, não queria que o rival pensasse que ele tinha ciúme de um simples abraço.

Aliás, abraço esse que já durara muito tempo, mais que o necessário. O moreno parecia não querer soltar-se mais de Luana, até que, com a iniciativa dela, enfim afastaram-se. Ele queria mais, muito mais que só um abraço. Queria tê-la para si, que fosse só dele e de mais ninguém, mas para seu azar, isso não era possível, pois um estúpido e arrogante humorista tomou sua frente, e por certo teria que batalhar ainda mais para poder tê-la.

— Vai. – Luana disse com o olhar lacrimejante. Lucas olhou para o outro, paralisado e sem esboçar qualquer reação, e deu as costas para os dois. Seguiu seu rumo, para onde quer que fosse.

Mesmo depois de sua partida, a ruiva ainda não teve coragem de virar-se e olhar para Daniel. Foi então que ouviu algumas passadas compassadas distanciarem-se dela. Por certo ele havia voltado para dentro do apartamento. Só depois de alguns segundos, tempo necessário para ter certeza de que ele havia entrado, ela também o fez e fechou a porta.

Luana olhou para a cozinha e ele estava lá, de costas, frente ao gelágua. Até então, somente o silêncio reinava. Foi quando Ellen surgiu.

— Então, por que está tudo mundo calado? Alguém morreu? – Ela não obteve resposta por parte de nenhum dos dois. Somente a calmaria. A morena já estranhou, pois as expressões dos dois não eram nada boas. Ambos estavam sérios e quietos, e Luana apresentava alguns sinais a mais de preocupação em sua face. – Gente? Aconteceu alguma coisa?

— Eu vou embora. – O barbixa se manifestou, indo até a sala.

— Mas você acabou de chegar. – A ruiva disse-lhe com a voz rouca e baixa.

— Não. Eu já passei muito tempo aqui. Tempo até demais.

— Espera, Daniel. – Luana o segurou pelo braço. – Você não ficou com raiva. Ficou? – Ele não respondeu. – Ou... ciúme? – O barbixa apenas a olhava como quem espera algum sinal de que pudesse se retirar. – Mas aquilo não foi nada de mais. – Defendeu-se mesmo sem ele ter dito uma palavra sequer que a culpasse.

— Tá, Luana. Tá. Nos vemos depois. Tchau Ellen, foi um prazer te ver de novo. – Ellen, ainda confusa, assentiu. Daniel livrou o braço das mãos dela, abriu a porta, saiu e a fechou devagar. Simplesmente foi embora sem dizer mais nada.

— Será que dá pra explicar o que eu perdi? Só fui ao banheiro por alguns minutos e quando volto tem treta? O que aconteceu aqui?

— Merda!

— Que?

— Merda! Como eu fui idiota! Babaca! – A ruiva começou a andar em círculos pela sala, como uma barata tonta.

— Lua? O que aconteceu?

— O LUCAS! FOI ISSO QUE ACONTECEU!

— Calminha aí. Não grite comigo. Isso não vai resolver seus problemas.

— Tem razão. Desculpa.

— Tudo bem. Agora vai ou não vai me dizer o que aconteceu? – Luana sentou-se no sofá, fazendo com que Ellen a seguisse e sentasse ao seu lado. Ficaram uma a frente da outra.

E Lua a contou tudo. Início, meio e fim.

Logo após o relato, a morena a olhava com pesar, como se ela mesma estivesse nessa situação.

— Sabe, Lua, realmente ele não merecia o teu abraço, ainda mais na frente do Daniel. E quanto a ele, está certo de ter ficado com ciúme, no lugar dele eu também ficaria.

— É por isso que eu sou uma idiota.

— Não, você não é uma idiota. O Daniel não vai te odiar só por causa de um simples abraço. Ele só estava de cabeça quente, só isso. Afinal quem não estaria, não é mesmo? Então sossega um pouco, vai ficar tudo bem e daqui a um tempinho ninguém vai nem lembrar disso. – Luana respirou fundo e assentiu com a cabeça. – Ótimo. Daqui a pouco vamos ver um filme juntas pra esquecer isso tudo, e você escolhe, ok?

— Obrigada, morena.

— Não precisa agradecer. Às vezes é bom ter um amigo pra melhorar o humor. Não é mesmo?

— Sempre.


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Notas finais do capítulo

Amigos... o que seria da vida sem eles? NADA.
Obrigada por lerem e até a próxima!



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