O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 20
Capítulo 20 - Afogar-se nos próprios pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Tristes? Felizes? Tediosos?
Eu estou os três! (Sim, tenho essa capacidade. Acredite)
Aproveitem o capítulo! Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654433/chapter/20

A surpresa de Luana era evidente. Afinal, o que Lucas estava fazendo ali, no Tuca?

– Como sabia que eu estava aqui?

– Eu tenho meus contatos. – Ele olhou para os lados antes de prosseguir, para ter certeza de que não vinha ninguém.

– O que foi? Você manda os outros me espionarem agora?

– Não exagere. Ei calminha. Você parece assustada, princesa.

– Não me chama de princesa. Deixa eu ir.

– É verdade então?

– O que? Do que você está falando?

– De você e daquele humoristazinho de merda.

– O que deu em você?

– Anda! – Ele a agarrou pelos braços. – Responde! Vocês estão namorando, não é?! – Lucas agora dizia alterado, porém conteve-se ao temer que alguém pudesse ouvi-lo.

– Se é isso que você quer saber, a resposta é não. Não estamos namorando. Foi só UM beijo.

– Mas você ainda vai seguir em frente com isso. Eu sei que vai. Você é teimosa.

– Ok. Agora você já sabe, já conseguiu o que queria, então vai embora e me deixa ir também.

– Eu nunca vou conseguir o que quero até você desistir desse otário.

– Otário é você, Lucas! É você! Anda, me solta!

Algumas passadas foram ouvidas. Luana chegou a ficar aliviada, pois pensou que com a chegada de alguém, Lucas a soltasse e finalmente fosse embora. Engano seu, pois era exatamente isso que ele queria: que alguém chegasse no momento certo.

Então, mais que rapidamente, o moreno aproximou-se ainda mais dela, agarrou sua nuca abruptamente, e sem mais nem menos, começou a beijá-la. Embora ela não quisesse, foi algo espontâneo, e ele não a permitiu fugir daquele beijo tão cedo.

As passadas eram ouvidas cada vez mais e mais perto, até que durante aquele desprezível beijo, se fez o silêncio, e eles começaram a sentir a famosa sensação de estar sendo observados. Que ódio Luana sentia. Queria sair dali, queria ver quem era e rezou para que não fosse quem pensava.

Quando Lucas enfim a soltou, ela pôde olhar para o lado. De quem se tratava? Um barbixa um tanto decepcionado: Daniel. O que Luana poderia dizer? O que faria? Não tinha muito tempo para pensar.

– Daniel. – Ela disse pouco ofegante. Ele os olhava com nojo. Nojo do que via. Era uma cena indigna de ser vista justo por ele. – Realmente, não é o que parece. – Com um sorriso irônico super forçado, ele ainda não acreditava que ela podia ter tamanha capacidade de mentir.

– Não é o que parece? Então com o que parece? Anda! Me diz! Com o que parece? – Enquanto ele falava, ela apenas balançava a cabeça em sinal de negação, e não temia em esconder sua expressão decepcionada. – Você não tinha uma resposta melhor que essa? Vê se te enxerga. Olha só o que está fazendo. E bem debaixo do meu nariz, no meu local de trabalho. Você acha justo? Brincar com as pessoas desse jeito quando você já tem outro?

– Não, não acho justo. Então por favor, me deixa explicar.

– Ah, você quer explicar? Quer falar, Luana? Então fale sozinha. Não mereço ficar aqui pra ouvir seus argumentos chulos. – Contendo-se para não fazer nenhuma besteira, ele ajeitou a mochila nas costas e passou pelos dois para ir embora.

– Espera, onde você vai?

– Pra algum lugar onde eu não veja vocês dois se roçando um no outro. – Finalmente Lucas conseguiu o que queria: afastar Daniel de Luana. Até então calado, ao observar o barbixa ir embora, Lucas riu cinicamente, porém pôde ser ouvido pelo outro, que logo, irritou-se ainda mais.

– Ah você tá rindo? Você tá rindo? Tá achando engraçado, palhaço? – Daniel respondeu-lhe com soberania, voltando da rua, certamente para dar satisfações ao outro.

Partiu para cima de Lucas, e a partir daí, iniciou-se uma intensa luta corporal. Eram murros e mais murros, chutes, socos e empurrões. Caíram no chão. Luana começou a angustiar-se com tudo aquilo. Não sabia se chamava por alguém ou se impedia a briga. Do teatro, surgiram Marco, Anderson, Tauszig e Elídio.

– O que é isso, gente?! – Marco perguntou aflito ao ver os dois se espancarem no chão.

– Daniel! O que é que você tá fazendo?! – Elídio foi até eles e puxou o amigo, porém Daniel queria brigar ainda mais. O mesmo pôde ser dito de Lucas. Marco e Anderson trataram de segurá-lo, enquanto Elídio e Tauszig seguravam Daniel.

– Escuta aqui, seu trouxa! – O barbixa gritava furioso.

– Ah eu sou trouxa?! Trouxa é você que é iludido e traído pelas costas! Seu otário! Vem cá se for homem de verdade! – Lucas insistia em irrita-lo. E conseguiu.

– Eu vou te arrebentar, seu ordinário! Eu vou arrebentar essa droga que você chama de cara! – Daniel partiu pra cima dele novamente, e se não fosse pelos demais que os seguravam, ambos certamente voltariam a se agredir.

– Parem com isso! – Luana gritou.

– Daniel! – Elídio disse. – Daniel, olha pra mim! – Ele notou que o amigo não o obedecia, então ele mesmo tratou de virar-lhe o rosto, e pôde ver os aparentes machucados e arranhões que haviam em sua face. – Escuta. Já pensou se alguém te reconhece? Se algum fã te vê assim? E se a mídia fica sabendo? Para com isso, cara! Ninguém vai resolver nada brigando.

– Me solta. – Daniel disse agora mais calmo, depois de refletir sobre o que o outro lhe disse. – Pode soltar, eu tô bem! – Eles enfim o soltaram. Daniel baixou-se e pegou o óculos do chão, que havia caído de seu rosto durante a briga. – Eu vou pra casa. E você... – Ele agora direcionou a palavra à Luana. – ... não se atreve a me procurar de novo, ouviu bem? – Deu as costas para todos e saiu em seu carro.

Lucas, bastante machucado, também tratou logo de se retirar dali, sem dizer mais uma palavra sequer. O que tinha que ser feito já foi feito.

– Luana. – Anderson foi até ela e passou a acariciar suas costas, tentando acalmá-la. – Será que pode explicar melhor o que aconteceu aqui?

– Depois o Daniel explica tudo pra vocês. Eu tenho que ir. – Mesmo sabendo que a versão de Daniel não seria igual a sua, ela achou melhor assim.

– Espera, você vai sozinha? Já é tarde. E você não pode ir nesse estado. – Anderson tentou impedi-la, sem sucesso.

– Eu realmente tenho que ir. Boa noite e... obrigada. – Com um sorriso errôneo, ela se foi. O melhor seria vagar por aí e afogar-se nos próprios pensamentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Treta. Muita treta.
Esperem pelos próximos capítulos e vejam o que está por vir.
Obrigada por lerem e até a próxima.
Abraço!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que o destino aprontou dessa vez?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.